Indicações ligeiras: protestos, ATEA e JMJ

– A popularidade de Dilma e o Nordeste. «O Nordeste foi o grande laboratório do populismo do PT. Por meio de programas, como, por exemplo, Bolsa Família, que transfere muito pouco dinheiro para famílias pobres da região. Não houve na região nenhum programa de maciço incentivo à industrialização, a formação de mão de obra qualificada e fatores semelhantes. Com isso, o Nordeste se transformou na grande fonte de votos do PT e dos seus candidatos. Não é de se admirar que na pesquisa apresentada pelo Instituto Datafolha, Dilma tenha 45% das preferências dos votos nessa região».

– Quem paga? «Novo e oportuno exemplo dessa inversão vem agora do sr. Tarso Genro, que atribui a “grupos pagos de extrema direita” as depredações ocorridas em várias cidades do Brasil. Esse grotesco arremedo de intelectual e escritor sabe perfeitamente bem que os atos de violência ocorreram sobretudo nos primeiros dias, quando havia praticamente só radicais de esquerda nas ruas – estes sim, pagos pelo sr. George Soros e pelo Foro de São Paulo –, muito antes de que qualquer cristão, conservador ou patriota fosse “melar”, como disseram os esquerdistas, o tão bem planejadinho tumulto destinado a forçar um “upgrade” do processo revolucionário comunista».

– Vereadores do PT e PSOL pagam fiança em delegacia de Fortaleza para libertar agitadores presos em protesto. «Segundo informa o jornalista Roberto Moreira em seu blog, o vereador petista Ronivaldo Maia disse que o pagamento da fiança que libertou os agitadores, foi em solidariedade aos manifestantes. O parlamentar afirmou que foi acertado que haveria uma cota entre alguns vereadores para reembolsar o que fora pago por ele».

– A ATEA e a apologia ao assassinato de religiosos cristãos. E, por enquanto, ninguém denunciando isso para a Polícia Federal. Será um cristianismo masoquista? «Eles citam a imagem de um personagem que “irá caçar os que produzem a miséria e o atraso, ninguém escapará”. Os dizeres ainda incluem: “Uma nova era começou, e ela veio para ficar.” Tecnicamente, tudo normal, não fosse o fato da ATEA selecionar uma página em específico (e somente essa) onde o tal personagem mata um pastor que também é deputado federal, fazendo clara alusão a Marco Feliciano. No contexto de uma página de disseminação de ódio contra religiosos, fica evidente a mensagem da ATEA: “cristão bom, é cristão morto”».

Sobre as atrações na Jornada Mundial da Juventude. «Como já disse antes não contra que os artistas seculares participem do evento religioso, até acho muito bom para mostrar a todos que é possível viver a fé católica sem estar em um ambiente religioso. Sim, é possível ser ator e ser católico (Jim Caviezel é um exemplo disso), ser cantor e ser católico (Harry Connick Jr. e Elba Ramalho hoje mostram isso), ser advogado e ser católico (eu me incluo nessa), e tantos outros casos. A questão não está na sua atividade profissional ou ambiente, mas em seu testemunho de vida».

#VemPraRua: Impôr pauta de esquerda é oportunismo que não me representa!

Ainda sobre as manifestações, mais três textos interessantes.

VeríssimoCadê o De Gaulle?. «O Marx tem uma frase: se uma nação inteira pudesse sentir vergonha, seria como um leão preparando seu bote. Uma nação envergonhada dos seus políticos e das suas mazelas está inteira nas ruas. Resta saber para que lado será o bote desse leão».

RamalheteQuem quer um título de nobreza?. «A situação não está sob o controle de ninguém; as propostas que vão e vêm no plano político, por ignorarem o momento histórico mundial, assemelham-se mais à distribuição de títulos nobiliárquicos que precedeu imediatamente a Revolução Francesa que a propostas reais».

Dom Rifan, O Caos. «Segundo análise da imprensa, a mensagem deixada pelas manifestações foi clara: o sentimento contra a política atual. (…) Se urge uma reforma política, uma reforma dos políticos é mais urgente ainda!».

O tempo vai passando e a incômoda pergunta continua à volta de nossos ouvidos: o que dizer? Redobro os meus conselhos de orações: precisamos gastar mais tempo de joelhos diante de Nosso Senhor Sacramentado pedindo-Lhe misericórdia para esta Terra de Santa Cruz, e com os dedos percorrendo nervosos as contas do Rosário em súplicas à Virgem da Conceição Aparecida que Se digne salvar o Brasil. Este é sem dúvidas o conselho mais importante que eu posso dar neste momento.

Mas me permito outros dois tostões. Ontem foi veiculada no site da Câmara dos Deputados uma notícia «sobre urgência para PL do tratamento gay». Desde que as manifestações começaram, várias coisas já foram decididas a toque de caixa: a PEC 37 foi defenestrada, os míticos royalties do petróleo ganharam dono, a corrupção se transformou em “crime hediondo”. Com toda a desgraça, essas eram de fato reivindicações da maior parte dos brasileiros que foram às ruas. Se vão ser medidas eficientes ou não é outra história, mas o fato é que todos ou quase todos os manifestantes queriam, sim, que elas fossem adotadas.

Há contudo outras bandeiras que não são desfraldadas pela totalidade – nem mesmo pela maior parte! – dos que vão às ruas. E os sedizentes “líderes” das multidões que não aceitam lideranças já se aproveitaram, marotamente, para empurrar as próprias reivindicações como se fossem da Nação que está nas ruas. A notícia da Câmara acima referida fala em uma pauta que contém, entre outros, os seguintes itens:

  • «Em favor do Estado laico efetivo e contra o Estatuto do Nascituro (PL 478/07), a PEC 99/11 (que permite às igrejas propor ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal) e o PDC 234/11 (que se refere ao tratamento da homossexualidade)»;
  • «O arquivamento do projeto do tratamento da homossexualidade (PDC 234/11)»;
  • «A destituição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, “por entender que a representação dos direitos humanos não deve ser realizada por um deputado que através de sua atuação pública fere os direitos humanos”».

Ora, nem a pau que são estas as reivindicações que estão levando os brasileiros às multidões para as ruas! A inclusão destes pontos (escancaradamente da agenda esquerdista) em uma pauta supostamente oriunda de manifestações populares que inclusive são marcadas por um forte teor anti-esquerdista é picaretagem pura, é mau-caratismo desonesto de quem está tentando levantar na surdina as mesmas velhas bandeiras que, nas ruas, estão sendo rasgadas pelo povo brasileiro. É oportunismo barato que urge ser desmascarado.

Você que está inconformado com esta sem-vergonhice, faça saber aos senhores deputados que esta “pauta” adulterada não reflete os anseios daqueles que estão nas ruas lutando contra a corrupção.

Você que de alguma maneira é comunicador, não permita esta reescrita calhorda da história contemporânea e não deixe as pessoas se esquecerem da incontestável «pauta conservadora» dos recentes protestos – assumida até mesmo pelos manifestantes de esquerda.

E você que está indo às ruas, gaste cinco minutos do seu tempo para dizer que este oportunismo não lhe representa, para deixar claro que não existe consenso na multidão a respeito destes temas morais e para mostrar que são muitos, sim, os que não concordam com a agenda pró-aborto e pró-homossexualismo que os derrotados da esquerda estão desesperados por vender como se fosse a essência dos protestos.

Sobre manifestações e análises das manifestações

A propósito das recentes manifestações que pululam Brasil afora, as duas notícias abaixo são importantes.

Primeira: o MPL botou a bola debaixo do braço e disse que não brincava mais, porque havia «várias (…) reivindicações feitas nos atos [de manifestações]» com uma pauta conservadora demais para os nobres e impolutos ideais esquerdistas dos vândalos que iniciaram a onda de protestos.

Segunda: uma pesquisa recente mostrou que o jovem «confia mais em família, Deus e si próprio que no Estado». Os números são impressionantes: «Entre os ouvidos, 53% dizem que o próprio esforço é o principal fator que contribuiu para sua vida melhorar, enquanto que o governo foi citado por apenas 2% dos entrevistados – Deus por 31% e família por 11%».

O que isso significa? Para mim, principalmente que as análises atuais são simplistas e não conseguem abarcar a totalidade do fenômeno que estamos presenciando. Se é inverossímil estarmos diante de uma primavera conservadora, a hipótese destes atos estarem sendo milimetricamente calculados pela esquerda não é menos incrível.

Precisamos rezar, mais do que nunca, para que a Santíssima Virgem da Conceição Aparecida livre o Brasil do flagelo do comunismo.

E temos o dever de fazer o que estiver ao nosso alcance para negar à esquerda a sela deste cavalo branco.

Os falsos messias esperando nas sombras – Carlos Ramalhete

[A respeito dos protestos que estão ocorrendo Brasil afora, trago um excerto da coluna do Carlos Ramalhete na Gazeta do Povo de hoje. Leiam na íntegra. O conselho que o articulista dá parece-me o melhor possível nas atuais circunstâncias e não deve ser menosprezado: não deixem que os oportunistas de plantão se utilizem das manifestações como trampolim para si próprios. Não deixem os expoentes da velha esquerda emergirem vitoriosos desta que já é a maior mobilização popular desde os Cara-Pintadas. Neguem-lhes corajosamente esta sela.]

Hoje, o que temos é um cavalo branco desgovernado, passando encilhado pelas ruas. Cada candidato ao poder o vê como seu, e sonha em montá-lo. Dilma e Lula já estão trancados com um marqueteiro, conspirando. Outros falsos messias estão esperando nas sombras.

Para que algo de bom surja desses protestos, compete a cada brasileiro, a cada jovem que partilha desta exasperação em massa, negar-lhes esta sela. Que o cavalo vá embora; que sua sela fétida não atraia mais que moscas. Não precisamos de salvadores, sim de paz social. Façamos, não deleguemos.

«A prudência impõe aos monarquistas absterem-se de qualquer participação em tais manifestações» – Dom Luiz de Orleans e Bragança

[Reproduzo o comentário que recebi via «Acontece na Monarquia». Disponibilizo para download em .pdf aqui. O conselho de “prudência” é importante e revela a sabedoria do Chefe da Casa Imperial do Brasil. O povo está nas ruas e não sabe o que quer. Tenho para mim que, no fundo, o que aquelas multidões de pessoas querem é um Rei pra chamar de seu.]

Pró Monarquia

COMUNICADO

Pró Monarquia comunica que S.A.I.R. o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, em vista da onda de protestos que se generaliza por todo o País, refletindo um fundo de insatisfação geral e evidenciando que pode haver nos bastidores quem esteja procurando tirar proveito desses acontecimentos, e ademais considerando o risco de envolvimento em atos de anarquismo, julga que a prudência impõe aos monarquistas absterem-se de qualquer participação em tais manifestações.

São Paulo, 18 de junho de 2013.