Aprendendo a pensar com o Dr. Rosinha

Via Facebook, fico sabendo que o Dr. Rosinha, em seminário pró-aborto realizado na Câmara dos Deputados, menosprezou os manifestantes contrários ao assassínio de crianças e disparou que os jovens católicos “precisavam aprender a pensar”.

Vamos, portanto, “pensar”, esta atividade que parece tão cara aos militantes pró-aborto. Vejamos se eles realmente fazem aquilo que exigem dos outros ou se, ao contrário, agem de modo oportunista e irracional.

Comecemos com o básico. Todos sabemos, por exemplo, que a população brasileira é em sua grande maioria contrária à descriminalização do aborto no país. Sabemos, ainda, que os nossos parlamentares dizem acreditar que “todo poder emana do povo”, em nome do qual eles exercem os seus mandatos. Seria de se esperar, portanto, que os nossos congressistas fossem também, em adequada proporção, contrários à liberação do aborto no Brasil, refletindo assim o pensamento do povo brasileiro, certo?

Se fôssemos pensar, sim, isso parece bastante correto. É difícil até imaginar como poderia ser diferente. Não obstante, na contramão dos anseios do povo em nome do qual (não nos esquecemos!) os deputados dizem exercer os seus mandatos, foi realizado ontem e hoje, na Câmara dos Deputados, com dinheiro público portanto, um simpósio onde se defendia, verbis, «a legalização do aborto como opção para reduzir a mortalidade materna na América Latina».

Exercitemos o pensamento: resta alguma dúvida de que essa proposta é frontalmente contrária ao que deseja o nosso povo? Por qual obscura razão, portanto, tal ataque à soberania nacional deveria (ou mesmo poderia) ser realizado às expensas do erário brasileiro? Os deputados não dizem exercer os seus mandatos em nome do povo do Brasil? Por qual razão defendem interesses estrangeiros ao invés de lutarem para fazer valer a vontade dos cidadãos brasileiros?

Continuemos. Lá pelas tantas, uma “especialista” que estava com a palavra [«Carmen Barroso, membro do Grupo Independente de Especialistas da Comissão de Informação e Prestação de Contas sobre a Saúde das Mulheres e das Crianças (CoIA) da Organizações das Nações Unidas (ONU)»] soltou a seguinte pérola:

“É muito importante mudar a lei, para que a mulher possa decidir sobre seu próprio corpo”, disse. “Estudos mostram que criminalização do aborto não diminui sua prática”, complementou. Conforme ela, as taxas de aborto estão diminuindo nos países onde a prática é legalizada, e aumentando nos países que a proíbem.

Não é a primeira vez que ouvimos o disparate, cuspido com ares de seriedade científica. Inobstante, por mais que nós pensemos e pensemos, não somos capazes de alcançar a extraordinária razão pela qual as mesmas pessoas praticariam mais uma coisa que é proibida do que a mesma coisa após ela ser liberada! Não dá, é simplesmente impossível que essa matemática mal-assombrada seja verdadeira. Qualquer pessoa capaz de pensar o percebe com a clareza de uma evidência.

Mas concedendo – para argumentar e contra todas as evidências – que o número absoluto de abortos realmente diminuísse após ele ser legalizado, esta redução não poderia jamais se dar por causa da descriminalização, e sim por outras razões quaisquer (p.ex., porque as ONGs pró-aborto deixaram de injetar dinheiro no país, porque se passou a fazer propaganda contra o aborto, ou por qualquer outro motivo análogo). Ora, se tal fosse verdade, então a diminuição das taxas de aborto não teria nada a ver com a descriminalização em si, e sim com as outras coisas (expulsão das ONGs abortistas, investimento em propaganda anti-aborto, etc.) que lhe foram concomitantes. Vamos então pensar: se a redução do número total de abortos é o objetivo que nós buscamos, e se ela se dá por meio de certas ações (fechamento de ONGs abortistas, propaganda contra o aborto, etc.) totalmente independentes da criminalização ou não da prática abortiva, então não é necessário legalizar o aborto para que ele diminua: basta realizarmos aquelas ações das quais decorre a redução da prática do aborto! Como é possível que os abortistas não tenham pensado nisso antes?

Uma única coisa enfim é certa: quanto mais nós pensamos, menos justificativas encontramos para as atitudes preconceituosas, arrogantes e irracionais de parlamentares como o Dr. Rosinha, que se utilizam de arrazoados disparatados e sem o menor cabimento para trair os interesses do povo brasileiro em cujo nome dizem exercer seus mandatos legislativos.

Fica claro, assim, que os jovens pró-vida não têm nenhuma dificuldade em pensar, muito pelo contrário. O problema, o verdadeiro problema aqui, é que certos parlamentares gostam de arrotar os mais gritantes despautérios com trejeitos de superioridade intelectual, por acreditarem que os seus opositores não pensam. No que estiver ao nosso alcance, contudo, vamos desmascará-los quantas vezes for necessário. No que depender de nós, quebrarão a cara tantas vezes quantas pretendam fingir ser o que não são.

Os cuidados do planeta: pelo homem e para o homem

Eu não estou acompanhando direito o que se está discutindo na Rio+20, mas gostei desta notícia dizendo que o texto-final da conferência foi modificado “por pressão do Vaticano”. Claro, os observadores da Santa Sé têm pouco a dizer com relação às discussões concretas sobre impacto ambiental e desenvolvimento sustentável. A modificação foi devido a um ponto que, infelizmente, sói vir “embutido” no movimento de defesa ambiental: o aborto.

O maior problema é que o atual movimento ecológico não costuma ter muito a ver com a defesa do meio-ambiente, a qual seria em princípio um ideal legítimo e bem louvável. O maior problema é que o atual movimento ecológico adota quase que em uníssono um discurso xiita – e francamente inaceitável – segundo o qual é legítimo (ou até mesmo necessário) sacrificar o ser humano para (supostamente) “salvar o Planeta”. Para essa gente, a Terra “não comporta” mais seres humanos e, portanto, é urgente reduzir a população – se para isso for necessário recorrer à contracepção ou ao aborto, não faz diferença. Para essa gente, a existência de um aquecimento global provocado por ação humana é ao mesmo tempo um dogma incontestável e o ribombar das trombetas do Apocalipse, sendo necessário eliminar a qualquer preço tudo o que [eles acham que] colabora com o aquecimento do planeta – que se danem os possíveis (e negativos) efeitos econômicos e sociais destas políticas. Em suma, para esta gente a questão ambiental é apenas um pretexto. Arautos da barbárie é o que são.

Vi por esses dias uma charge com dois ursos polares em cima de uns pedaços de gelo flutuando. Eles conversavam entre si: “-E aí, acha que os resultados da Rio+20 vão chegar por aqui?”, ao que o outro respondia: “-Rio+20? Eu ainda estou esperando os da Eco-92″… E, no fundo, não há nada de surpreendente com isso. A crítica faz sentido: aqui como em outros aspectos da vida humana, as simples reuniões de burocratas despejando retórica e mirando em espantalhos não costumam dar muitos resultados concretos. Tem-se muita parafernália e muita pirotecnia, mas é só: afinal, não interessa aos ambientalistas resolver o problema do meio-ambiente. Pois se o fizessem eles iriam perder o pretexto que usam por cavalo de batalha nas suas investidas contra a civilização.

Volto ao caso concreto. A questão envolvendo o Vaticano e a Rio+20 envolve um termo que foi retirado do documento final: a expressão “direitos reprodutivos”. Todo mundo sabe que “direitos reprodutivos” significa “aborto”, e todo mundo sabe – afora talvez meia-dúzia de ecochatos fanáticos – que a maior parte das pessoas que simpatiza com as causas ecológicas não guarda o mesmo entusiasmo pelo trucidamento de crianças no ventre de suas mães. Os resultados deste impasse são bastante previsíveis: os xiitas recrudescem o seu discurso ao verem que não conseguem atingir os seus objetivos nefastos, e as pessoas normais começam a olhar torto para as deliberações dos xiitas: e enquanto isso o verdadeiro cuidado com o meio-ambiente é lançado às favas.

Os delegados da Igreja, eu comentava, não tinham muito a dizer sobre as políticas concretas de prevenção ambiental. Mas a Igreja tem – e muito – a dizer a respeito dos princípios que devem nortear uma sadia preocupação ecológica. Pra ficar num só exemplo, do Compêndio de Doutrina Social da Igreja:

463 Uma correta concepção do ambiente, se de um lado não pode reduzir de forma utilitarista a natureza mero objeto de manipulação e desfrute, por outro lado não pode absolutizar a natureza e sobrepô-la em dignidade à própria pessoa humana. Neste último caso, chega-se ao ponto de divinizar a natureza ou a terra, como se pode facilmente divisar em alguns movimentos ecologistas que querem que se dê um perfil institucional internacionalmente garantido às suas concepções.

O Magistério tem motivado a sua contrariedade a uma concepção do ambiente inspirada no ecocentrismo e no biocentrismo, porque «se propõe eliminar a diferença ontológica e axiológica entre o homem e os outros seres vivos, considerando a biosfera como uma unidade biótica de valor indiferenciado. Chega-se assim a eliminar a superior responsabilidade do homem, em favor de uma consideração igualitária da “dignidade” de todos os seres vivos».

Este é o verdadeiro caminho para um legítimo “desenvolvimento sustentável”, e não os rumos descabidos traçados pelos inimigos do gênero humano que se apresentam como amigos da natureza. Afinal de contas, o planeta é criação de Deus para o homem – e por este (e para este) deve ser guardado. Pelo visto, o (necessário!) cuidado com o meio-ambiente precisa com urgência de representantes melhores.

Os absurdos números do aborto no Brasil – e a completa falta de noção da Ministra das Mulheres!

Importantíssimo este artigo da Dra. Lenise Garcia sobre a palhaçada descarada que os abortistas da ONU fizeram com os números referentes ao aborto no Brasil (a notícia originalmente divulgada é esta aqui). Leiam-no na íntegra! Destaco:

Podem argumentar que o aborto é clandestino, havendo portanto uma sub-notificação. Mas onde estão enterradas essas mulheres? Foram sepultadas sem um atestado de óbito?!? Não, em relação às mortes maternas o número de óbitos está bem registrado. Aliás, se o aborto está entre as cinco principais causas, supondo números equivalentes, teríamos um milhão de mulheres em idade fértil morrendo anualmente no Brasil. O país estaria em extinção.

É verdade que o ministro da Saúde depois veio dar uma de sonso e se dizer “surpreso” com os números. O que é incrível (mais que isso, é escandaloso) é que dona Eleonora – em cuja fuça os números foram jogados pela ONU – não saiba (ou não queira) identificar um dado absurdamente mentiroso nem mesmo quando ele lhe é esfregado na cara! Cáspita, segundo os dados do próprio Governo (concretamente, o DATASUS) morrem menos de 100 mulheres (não são “cem mil”, são CEM MULHERES) por ano no Brasil devido ao aborto! Como é que eu sei disso, qualquer pessoa com acesso à internet sabe disso e a Ministra das Mulheres da Dilma não sabe? Como é que uma “perita” da ONU apresenta um número duas mil vezes maior e a Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres (!!!) não percebe que ele é completamente absurdo? Que noção sobre as mulheres brasileiras esta senhora tem para estar ocupando o cargo que ocupa?!

O que causa surpresa aqui, no entanto, é justamente a alegada “surpresa” do ministro da Saúde. Afinal de contas, todo mundo sabe que abortista é gente mau-caráter que falsifica descaradamente os números sobre o aborto, a fim de melhor atender aos seus interesses escusos. Isto é público e notório, inclusive já confessado por ex-abortistas (p.ex., o dr. Bernard Nathanson):

É uma tática importante. Dizíamos, em 1968, que na América se praticavam um milhão de abortos clandestinos, quando sabíamos que estes não ultrapassavam de cem mil, mas esse número não nos servia e multiplicamos por dez para chamar a atenção. Também repetíamos constantemente que as mortes maternas por aborto clandestino se aproximavam de dez mil, quando sabíamos que eram apenas duzentas, mas esse número era muito pequeno para a propaganda. Esta tática do engano e da grande mentira se se repete constantemente acaba sendo aceita como verdade.

E isto é óbvio. É claro que a má-fé de quem é a favor do aborto deve via de regra ser pressuposta, cabendo-lhe sempre o ônus de provar (muito bem provado) os dados que gosta de tirar da cartola. Afinal, quem não respeita a vida acaso vai ter algum compromisso com a verdade? Para quem está defendendo o assassinato de bebês, o que é uma mentirinha (ou mentirona) contada em favor da causa?

ONU e direitos indígenas

Que coisa interessante esta declaração das Nações Unidas sobre o direito dos povos indígenas! De acordo com o Art. 8, 1., em tom imperativo, “os Estados estabelecerão mecanismos eficazes para a prevenção e a reparação de a) todo ato que tenha por objetivo ou conseqüência privar os povos e as pessoas indígenas de sua integridade como povos distintos, ou de seus valores culturais ou de sua identidade étnica (…)”.

Entre os “valores culturais” dos povos indígenas, obviamente estão os seus “valores” religiosos, a saber, o paganismo. Um índio concreto, então, de acordo com a ONU, deve ser eficazmente impedido pelos Estados de receber catequese, uma vez que esta vai, naturalmente, como objetivo e como conseqüência, se Deus quiser, libertá-lo e privá-lo do paganismo. Resta só especificar como serão estes mecanismos eficazes. Censura prévia, talvez; ou proibição das missões católicas em terras indígenas.

Historicamente há registros de um mecanismo indígena extremamente eficaz no impedimento da catequese: a antropofagia, principalmente de missionários. Aliás, sabe-se até que o canibalismo, entre algumas tribos, tinha inclusive função ritual. Já que o artigo 11 da supracitada declaração afirma que “os povos indígenas têm o direito de praticar e revitalizar suas tradições e costumes culturais”, o que inclui “as manifestações passadas, presentes e futuras de suas culturas, tais como (…) cerimônias”, cabe perguntar: as cerimônias de antropofagia também estão entre aquelas que os índios têm o direito de praticar e revitalizar?

Ou o infanticídio, talvez? É sem dúvidas um costume cultural, é inquestionavelmente uma tradição. Aliás, se as crianças gêmeas são uma do bem e a outra do mal, e se não dá para distinguir uma da outra, é perfeitamente coerente seguir os costumes dos antepassados e enterrar as duas vivas. Afinal, nunca se sabe. Lembram-se de Hakani?

É óbvio que todas as culturas não são iguais. É óbvio que existem direitos universais que transcendem as culturas. No entanto, é muito politicamente incorreto admitir isso. Na loucura do mundo moderno que deu as costas para Deus, só o que é possível construir são remendos mal-feitos em uma canoa cujos furos são cada vez mais evidentes.

Sobre isto, apenas citando [e recomendando], é muito interessante este texto do Vanguarda Popular:

O Painel Intergovernamental de Mudanças Culturais e Climáticas (ICCCP , em inglês) declarou seu apoio ao recente anúncio das Nações Unidas de que todas as culturas são igualmente válidas. Expandindo a resolução da ONU, o grupo declarou que os direitos das pessoas são culturalmente definidos e não devem ser baseados em qualquer idéia burguesa ou conceito universal. Eles afirmam que o termo “direitos humanos” já está fora de moda e possui uma conotação racista porque ele impõe um valor a vida humana que algumas culturas não aceitam. Eles recomendam que o termo “direitos multiculturais dos povos” seja utilizado.

Curtas

Austríaco é achado morto diante de TV ligada; óbito foi há cerca de 6 meses. “[N]esse período, nenhum vizinho sentiu a falta do homem (…). O corpo do austríaco só foi descoberto porque a Administração do condomínio ligou para a polícia após estranhar o longo sumiço do morador”.

Pulseira do sexo (se for verdadeiro, é estarrecedor). A nova “brincadeira” é procurar arrebentar as pulseirinhas coloridas usadas pelos [pré-]adolescentes. “«A amarela é a melhor porque significa que só se tem de abraçar um rapaz. A laranja significa uma ‘dentadinha de amor’ e a roxa já dá direito a um beijo com língua», explica uma menina de 12 anos ao jornal The Sun. Todavia, à medida que a paleta de cores avança, o nível de intimidade também é maior: «se um rapaz arrebentar uma pulseira cor-de-rosa, a rapariga tem de lhe mostrar o peito, se for vermelha tem de lhe fazer uma lap dance e azul é sexo oral», continua”. E ainda há mais cores… e pensar que eu, quando criança, já achava “tô no poço” (pera, uva, maçã ou salada mista) uma brincadeira depravada…

Direito ao aborto não existe na maioria dos países do mundo. Notícia boa: “[n]a maioria dos países em desenvolvimento, o aborto é rigidamente proibido”. No entanto, “[i]sso tudo acontece apesar das fundamentais decisões tomadas na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento de 1994, promovida pela ONU no Cairo”.

Técnica: não se prova inexistência. “Quem já atuou com auditoria e já forneceu relatórios de inexistência de gaps em um cenário sabe que a afirmação é impraticável. Tecnicamente, podemos observar existência ou inexistência de um dado fator em análise em qualquer cenário. O que pode DIFICULTAR é a AMPLITUDE de um cenário. Mas isso é um encargo a ser tratado pelo PROPONENTE da alegação, e não a audiência”.

Carta aos sacerdotes sobre a obediência. “Num tempo como o nosso, fortemente marcado pelo relativismo e pelo democratismo, com vários autonomismos e libertarismos, parece ser sempre mais incompreensível uma tal promessa de obediência. […] Só em um contexto de ‘respeito filial’ é que se torna possível uma autêntica obediência, que não será apenas formal, mera execução de ordens, mas apaixonada, completa, atenta e capaz de gerar frutos de conversão e de ‘vida nova’ naquele que a vive”.

Notícia ruim, Notícia boa

U.N. Report Advocates Teaching Masturbation to 5-Year-Olds. No material, “crianças de cinco a oito anos de idade aprenderão que ‘tocar e esfregar [rubbing] os próprios genitais é chamado de mastrbação’, e que ‘é possível obter prazer quando se tocam’ as partes íntimas”. Pois é. Criança, Esperança.

Enquanto isso, existe na Espanha a REDMADRE. Fundação “criada em 2007, com o propósito de ativar uma Rede solidária de apoio, assessoria e ajuda à mulher para superar qualquer conflito surgido ante uma gravidez imprevista, em toda a Espanha”.

Não precisamos das porcarias da UNESCO. Entregues à depravada visão de mundo das Nações Unidas, não há esperança para as crianças. Precisamos é de iniciativas como esta da Espanha. Que, infelizmente, não é abraçada pela Rede Globo.

Editorial: Pope’s New Encyclical Speaks Against, not for One-World Government and New World Order – LifeSiteNews.com

Editorial: A nova encíclica do Papa fala contra, e não a favor de um Governo Mundial e uma Nova Ordem Mundial

Editorial by John-Henry Westen

8 de julho de 2009 (LifeSiteNews.com) – Jornais, blogs, programas de rádio e de televisão estão repletos de discussões sobre o suposto convite do Papa Bento XVI para uma “Nova Ordem Mundial” ou um “Governo Mundial” [one-world government]. Estas idéias, no entanto, não estão baseadas nem na realidade nem numa leitura clara da última encíclica do Papa, Caritas in Veritate, cuja publicação ontem [07 de julho] acendeu a discussão inflamada.

O Papa, na verdade, fala diretamente contra um Governo Mundial e, como deveria ser esperado por aqueles que leram os seus escritos anteriores, convida a uma massiva reforma das Nações Unidas. A confusão parece ter surgido do parágrafo 67 da encíclica, que teve algumas citações [pull-quotes] escolhidas para apimentar [have spiced] as páginas dos jornais mundo afora, do New York Times àqueles bloggers de teorias da conspiração que vêem o Papa como o Anticristo.

A citação chave que leva a esta acusação diz: “Para gerenciar a economia global; para reviver as economias atingidas pela crise; para evitar qualquer deterioração na presente crise e maiores desigualdades que dela podem resultar; para proporcionar um integral e conveniente [timely] desarmamento, segurança alimentar e paz; para garantir a proteção do meio-ambiente e regular a migração; para tudo isso, há uma urgente necessidade de uma verdadeira autoridade política mundial, como o meu predecessor, o Bem-Aventurado João XXIII, indicou alguns anos atrás”.

Entretanto, no parágrafo 41, o Santo Padre diferencia especificamente o seu conceito de uma autoridade política mundial [a world political authority] daquele de um Governo Mundial [a one-world government]. “Nós devemos”, ele diz, “promover uma autoridade política dispersa”. Ele explica que “a economia integrada do presente não faz com que o papel dos Estados seja redundante; mas, ao invés disso, faz com que os governos precisem de uma maior colaboração mútua. Ambas, sabedoria e prudência, sugerem que não sejamos tão precipitados em declarar o fim do Estado. Em termos de solução da presente crise, o papel do Estado parece destinado a crescer, conforme ele recupere muitas de suas competências. Em algumas nações, no entanto, a construção ou reconstrução do Estado permanece um fator chave de seu desenvolvimento”.

Mais adiante na encíclica (57), ele fala no conceito oposto de um Governo Mundial – subsidiariedade (o princípio da Doutrina Social da Igreja que estabelece que as questões devem ser resolvidas pela menor, mas baixa e menos centralizada autoridade competente) – como sendo essencial. “A fim de não produzir um perigoso poder universal de natureza tirânica, o governo da globalização deve ser marcado pela subsidiariedade”, diz o Papa.

Outra das citações chaves que foram extraídas da encíclica por causa do seu potencial chocante é esta: “em face ao inesgotável crescimento da interdependência global, há um forte sentimento da necessidade, mesmo no meio de uma recessão global, de uma reforma da Organização das Nações Unidas, e igualmente das instituições econômicas e financeiras internacionais, de modo que o o conceito de Família das Nações possa se tornar realidade [can acquire real teeth]”.

Desde muito antes do seu papado, Joseph Ratzinger lutou vigorosamente contra a visão das Nações Unidas de uma “Nova Ordem Mundial”. Já em 1997, e repetidas vezes depois disso, Ratzinger fez de tal visão seu objetivo público [took public aim at such a vision], notando que a filosofia vinda das conferências da ONU e o Millenium Summit “propunha estratégias para reduzir o número de convidados à mesa da humanidade, a fim de que a presumida felicidade que [nós] atingimos não seja afetada”.

“Na base desta Nova Ordem Mundial”, ele falou que está a ideologia do “fortalecimento das mulheres”, que equivocadamente vê “os principais obstáculos para a plenitude [das mulheres] [como sendo] a família e a maternidade”. O então cardeal avisou que “neste estado do desenvolvimento da nova imagem do novo mundo, os cristãos – não somente eles; mas, em qualquer caso, eles mais do que os outros – têm o dever de protestar”.

Bento XVI de fato repetiu estas críticas em sua nova encíclica. Na Caritas in Veritate, o Papa condena as “práticas de controle demográfico, da parte de governos que freqüentemente promovem a contracepção e chegam até mesmo a ponto de impôr o aborto”. Ele também denuncia os corpos econômicos mundias como o FMI e o Banco Mundial (sem os nomear especificamente) por suas práticas de empréstimo que visam ao assim chamado “planejamento familiar”. “Há razões para suspeitar que a ajuda ao desenvolvimento está às vezes ligada a específicas políticas de saúde pública que de fato envolvem a imposição de fortes medidas de controle de natalidade”, diz a encíclica.

Qualquer visão de uma adequada ordenação do mundo, de economia ou cooperação política internacional, sugere o Papa, deve estar baseada em uma “ordem moral”. Isto inclui primeiro e principalmente “o direito fundamental à vida” da concepção à sua morte natural, o reconhecimento da família baseada no casamento entre um homem e uma mulher como base da sociedade e liberdade religiosa e a cooperação entre todas as pessoas com base nos princípios da Lei Natural.

Veja os artigos relacionados de LifeSiteNews [em inglês]:

Best Pro-Life Quotes from Pope Benedict XVI’s New Encyclical

LifeSiteNews.com NewsBytes – Various Reports on Papal Social Encyclical Caritas in Veritate

Curtas espinhosos sobre a Caritas in Veritate

– A nova encíclica do Santo Padre, recém-publicada, já está dando o que falar. Como ainda não tive oportunidade de ler da carta mais do que alguns trechos específicos e, mesmo assim, em “leitura diagonal”, não estou em condições de fornecer comentários completos sobre o documento. Mesmo assim, preciso fazer ao menos dois comentários sobre ela que, deixe-se avisado desde já, estarão circunscritos aos estritos limites da minha [falta de] leitura. Peço desde já correções sobre quaisquer erros que eu porventura venha a cometer neles.

– Manchete reducionista número I: Papa exige uma verdadeira autoridade política mundial. Na versão inglesa mais completa e mais nonsense: Pope Endorses “World Political Authority”. Quanto a isso, cabe lembrar que (i) isto é um único parágrafo [o de número 67] dos 79 que compõem a carta encíclica; (ii) o Papa não “exige” absolutamente nada, apenas considera que “urge a presença de uma verdadeira Autoridade política mundial” (itálico no original); (iii) obviamente, tal autoridade não é a ONU, nem a União Européia, nem a OEA, nem nenhuma das organizações existentes na atualidade, e nem mesmo semelhante a elas; (iv) o Papa diz isso expressamente, pois fala na “urgência de uma reforma quer da Organização das Nações Unidas quer da arquitectura económica e financeira internacional, para que seja possível uma real concretização do conceito de família de nações”; (v) o conceito de “Família de Nações” utilizado pelo Papa encontra eco na Cristandade Medieval, e já se concretizou historicamente nos Estados Católicos submissos à autoridade mundial do Vigário de Cristo; (vi) como a Cristandade não mais existe, é necessário – e é isso que o Papa diz – encontrar uma forma, digamos, “natural” de fazer alguma coisa análoga; e (vii) tal autoridade mundial delineada pelo Papa deve obviamente aproximar-se mais do modelo medieval do que do modelo hodierno das Nações Unidas.

– Manchete reducionista número II: Falta de ética e de Deus causaram crise econômica, diz papa, seguida pelo absurdamente pior artigo da UNA que inicia dizendo que o papa Bento 16 adora imolar ateus. Este faz citações erradas da Encíclica, tenta fazer acreditar que o documento é uma espécie de carta anti-ateísmo e, pior de tudo, comete uma distorção tão descarada da idéia expressa por Bento XVI que não entendo como pode ter passado despercebida. O Papa disse que o desenvolvimento humano [integral], sem Deus, “acaba confiado unicamente às mãos do homem, que cai na presunção da auto-salvação e acaba por fomentar um desenvolvimento desumanizado” (Caritas in Veritate, 11). O sr. Marcelo Druyan, prontamente, inventou que o Papa disse terem sido os ateus que geraram a presente crise financeira e defendeu-se da nonsense acusação por ele mesmo produzida argumentando que a crise iniciou-se nos Estados Unidos, cujo presidente era cristão! O samba do crioulo-doido é tanto mais deplorável quanto mais o articulista demonstra estar convicto do mais perfeito encadeamento lógico entre a citação (errada) do Papa, a (inventada) acusação que (supostamente) dela decorre e o (nonsense) argumento que a refuta. Faço coro ao que foi publicado dia desses na Dicta: o novo ateísmo “é de uma estreiteza assustadora”…

Questões “Homofóbicas”

Duas ligeiras perguntas sobre notícias referentes ao avanço do Movimento Gay no Brasil e no mundo.

1. É um pouco antiga [de AGO/2008], mas só agora tomei conhecimento e, portanto, aproveito para trazer ao Deus lo Vult!. Existe, no Departamento de Ciências Sociais da UFRJ, um projeto de extensão chamado “Na Tela”, que consiste num boletim eletrônico com objetivo de, entre outras coisas, “veicular notícias e informações relativas ao ensino, à pesquisa e áreas correlatas das ciências sociais”.

Na edição 51 do citado boletim, de agosto de 2008, é veiculada bem en passant, no meio de um monte de outras coisas que nada têm a ver com ela, a seguinte notícia (que, repito, é de agosto de 2008 e, portanto, não sei informar se ainda continua em vigor):

Acesso ao banheiro feminino

Após a 1ª Conferência Estadual de Políticas Públicas para LGBT, o reitor, atendendo a solicitações, decidiu permitir o uso do banheiro feminino para os travestis e transexuais. Com essa decisão, estudantes transexuais podem usar o banheiro feminino livremente.  Além disso, a UERJ está estudando a possibilidade de adotar o nome social de travestis e transexuais na lista de chamada de aula. Segundo Claudio Nascimento, superintendente de direitos individuais, coletivos e difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do estado e presidente do Grupo Arco-Íris, essas duas medidas têm um impacto importante na auto-estima e no reconhecimento das identidades dos indivíduos aí incluídos.

Pergunta: é legítimo obrigar meninas a dividirem os seus banheiros com homens de vestido siliconados? Não existe mesmo nenhum problema em expô-las a este tipo de constrangimento?

2. Descobri hoje que existe um “portal Gay” no UOL sob o domínio gay.uol.com.br. Isso provavelmente significa que os usuários do provedor estão contribuindo para a manutenção de um portal Gay no ar, e acredito que tal informação não seja do conhecimento de todas as pessoas. Alguém que usa o serviço poderia entrar em contato com o UOL questionando isso.

Neste portal, descobri que uma revista gay indiana voltará a ser publicada com apoio da ONU. “A Organização das Nações Unidas vai bancar a Bombay Dost durante três anos e, ao menos por enquanto, a revista terá duas edições ao ano”.

Pergunta: é realmente a função da ONU financiar o gayzismo? Se fosse uma revista católica, seria também ela beneficiada com o apoio financeiro das Nações Unidas?

Estes questionamentos provavelmente serão considerados “homofóbicos” pelos militantes intolerantes do Movimento Gay. Será, no entanto, que o errado sou eu quando acho estranho que mulheres sejam forçadas a dividirem banheiros com travestis, ou que organizações internacionais interfiram na soberania dos países e financiem coisas à revelia do governo local? Isto não é uma violência contra a qual as pessoas deveriam – ao menos! – ter o direito de protestar?

Curtas Diversos

– Para um comitê da ONU, a legislação da Nicarágua (que proíbe o aborto em qualquer circunstância) viola a Convenção contra a Tortura das Nações Unidas. A Anistia Internacional chegou a dizer que “a legislação da Nicarágua que bane todos os tipos de aborto é equivalente à ‘tortura’ institucionalizada [commissioned] pelo Governo ou, ao menos, é um ‘tratamento cruel, desumano e degradante’ banido pela Convenção”. Oras, esta Convenção contra a Tortura por acaso não vale para os fetos torturados e assassinados durante os procedimentos abortivos?

– Aliás, sobre tortura e assassinato de nascituros, vejam esta Via Sacra dos inocentes. Possui imagens fortes, mas é necessário que este crime perverso seja mostrado tal e qual ele é. E parece que dá resultado: vejam o segundo comentário lá colocado. Graças a Deus! E que a Virgem Santíssima nos livre da maldição do aborto.

– A corte da Califórnia, graças a Deus, confirmou a proibição ao “casamento” homossexual. O Exterminador do Futuro da Califórnia, abertamente compromissado com a implantação do gayzismo per fas et per nefas, teve as suas esperanças frustradas: prevaleceu a vontade popular, em detrimento do lobby gayzista.

– Árabes aproveitam a recente crise de Gripe Suína para debochar dos judeus com charges mostrando israelitas, ou símbolos sagrados do Judaísmo, em forma de porco. É engraçado! Se fossem charges de Maomé, o mundo estaria caindo…

– Começaram ontem as romarias pelos 12 anos da morte de Frei Damião, aqui em Recife. As festividades serão no convento dos Capuchinhos, do Pina. “Haverá um espaço especial destinado à confissões, a capela da adoração ao santíssimo, a capela da bênção, onde ficará uma escultura de bronze que reproduz a mão do religioso e que os romeiros podem tocar”, segundo o Guardião da casa, frei Rinaldo.

– Alguém já ouviu falar em Nicolau Steno? Não? Vejam um pouco sobre o bispo que abriu a ostra do mundo. “Chamá-lo de fundador da Geologia não é exagero nenhum. Sua obra De solido intra solidum naturaliter contento dissertationis prodromus (“Discurso prévio a uma dissertação sobre um corpo sólido contido naturalmente num sólido”, de 1669) lança as bases do estudo da terra. Diante de várias camadas de rocha, como saber quais vieram antes? Como essas camadas se formaram? Steno dará a explicação. Das diversas áreas em que a Geologia se dividiu com o tempo, as que mais se beneficiarão de seu trabalho serão a estratigrafia e a cristalografia”.