Mais sobre o Papa e o New York Times

Padres e pedófilos, de João Pereira Coutinho. “No mundo moderno e hipersexualizado em que vivemos, o celibato não é visto como uma opção pessoal (e espiritual) legítima e respeitável. O celibato só pode ser tara; só pode ser um convite ao desvio; só pode ser pedofilia. Esses saltos lógicos são tão comuns que já nem horrorizam ninguém”.

El Papa y los abusos en EE.UU.: lo que el “Times” no cuenta, de Rafael Serrano. “Lo que parece revelar Goodstein por primera vez es la correspondencia entre los obispos y el Vaticano. Ahí se ve que la notificación a la CDF llegó al final, casi veinticinco años después de las primeras denuncias y cuando empezaba a verse próxima la muerte de Murphy. La intervención del dicasterio, en el curso del último año y medio, no habría podido recuperar lo que no se hizo en las dos décadas anteriores”.

Resposta do pe. Renato Leite, ao infame artigo do Hélio Schwartsman da quinta-feira última. “Não se pode concluir outra coisa, a partir da  análise dos fatos, a não ser a existência oportunista de uma campanha difamatória contra a Igreja Católica que tem nos profissionais de mídia, com baixo teor de honestidade intelectual, como é o seu caso, seus instrumentos mais eficazes”.

New York Times se desmente em seus ataques contra o Papa, por Riccardo Cascioli, via ZENIT. “A documentação publicada pelo New York Times desmente a tese segunda a qual o cardeal Joseph Ratzinger não teria sido suficientemente enérgico ao gerenciar o caso de um sacerdote norte-americano culpado pelo abuso de várias crianças. Essa é a conclusão do jornalista italiano Riccardo Cascioli, ao analisar o episódio, em um artigo do dia 26 de março no jornal Avvenire, que apresentamos a seguir”.

Lo que parece revelar Goodstein por primera vez es la correspondencia entre los obispos y el Vaticano. Ahí se ve que la notificación a la CDF llegó al final, casi veinticinco años después de las primeras denuncias y cuando empezaba a verse próxima la muerte de Murphy. La intervención del dicasterio, en el curso del último año y medio, no habría podido recuperar lo que no se hizo en las dos décadas anteriores

Que há de extraordinário…?

De internis,  nisi Ecclesia.
[Orlando Fedeli, in A capela vazia]

As intenções, aquilo que é interno, o que passa no coração dos homens, nem a Igreja julga. É o que diz o conhecido ditado eclesiástico, repetido pelo prof. Fedeli na sua última crônica, último capítulo – espero – sobre a saída do IBP do Brasil.

Impossível não concordar. E impossível não se entristecer com os acontecimentos recentes. Primeiro, um instituto pontifício “polariza-se” no Brasil e, nascido e criado em atmosfera tupiniquim insalubre, tem a sua atuação enviesada por interesses que não estão perfeitamente alinhados com os da Santa Igreja. Depois, ao invés de se ajustarem as velas e prosseguir o caminho correto, a saída… finalmente, ao invés de se procurar tirar da atitude corajosa do IBP um bom ensinamento e um sinal de esperança, a perda de tempo com discussões inúteis sobre pessoas. Não raro, esquecendo-se do de internis.

As pessoas são falhas. Necessariamente falhas. Como perguntava retoricamente São Francisco de Sales, “que há de extraordinário em que a enfermidade seja enferma, e a fraqueza fraca, e a miséria miserável”? Por que, então, deter-se tão demoradamente e com tanto afinco nas desgraças das pessoas?

A situação atual perde-se na polêmica vazia; a última crônica da Montfort [em epígrafe] só vai exaltar os ânimos dos defensores da Associação. E quanto aos problemas reais, os que permanecem? E quanto aos estatutos do IBP, sem os quais é simplesmente impossível acusar de traição ou de interpretação errada qualquer um dos lados? Nem uma palavra…

Uma ave-maria pelo Santo Padre, pela exaltação da Santa Madre Igreja, pela extirpação das heresias; outra ave-maria pelo prof. Orlando, pelo pe. Renato, pelo pe. Navas, pelo pe. Laguerie e por todos os que estão envolvidos diretamente na dolorosa situação; e uma ave-maria por nós todos, é o que peço aos que por aqui passarem.

Ave Maria
Ave Maria
Ave Maria

Nossa Senhora, Refugium Peccatorum,
ora pro nobis!

P.S.: A tradução do latim em epígrafe está errada. Veja por quê.

Ainda a Montfort e o IBP

Padre Renato Leite, publicado no FRATRES IN UNUM:

A casa do IBP situada no bairro do Ipiranga da qual estive à frente por oito meses, foi instituída com uma finalidade específica: “Preparar os alunos do Professor Orlando para ingressarem no seminário do IBP em Courtalain, França”. E obviamente, essa preparação estaria prioritariamente a cargo do professor Orlando que com os amigos, “pagavam todas as contas da casa”, imaginando ter uma espécie de “direito adquirido” para assim proceder no que dizia respeito à formação dos rapazes.

A casa seria um instrumento para o professor Orlando atingir um dos seus mais ousados objetivos: O ter padres sob o seu comando direto. E, para atingí-lo, seria enviado para Courtalain um número cada vez maior de alunos do professor que, ordenados padres, garantiriam a influência e o controle do Instituto do Bom Pastor pelo professor e seus amigos, recordando que o IBP já nasceu Pontifício ou seja “grande” canonicamente falando, com aprovação direta do Papa e portanto “tentador”.

Gostaria de terminar esses esclarecimentos recordando a todos que toda essa confusão deve ser “creditada” nas contas das vaidades de duas pessoas:

Primeiramente na conta do professor Orlando que vive esquecido de que, não importa o que diga ou faça, continua sempre um leigo não tendo autoridade docente na Igreja para submeter sacerdotes e formar seminaristas como pretendia nessa malfadada empreitada junto ao IBP. Tal tarefa está reservada exclusivamente aos bispos membros da Hierarquia da qual ele não faz parte.

Em segundo lugar na conta do Padre Laguerie Superior Geral do IBP que tem autoridade direta sobre os padres e sobre a formação dos seminaristas e que discordando das idéias do professor “desde sempre”, tinha a obrigação moral de deixar isso claro sem “simular” uma autorização que depois se verificou inexistente e que gerou inúmeros transtornos permitindo que o “oportunismo” prevalecesse sobre a franqueza e a sinceridade.

Lamento tudo isso e rogo a Deus Sua Misericórdia de modo particular para aqueles que defendendo a “Bandeira da Fé Católica” acabam por ter na prática, as mesmas atitudes daqueles que dizem combater.

Tais denúncias deveriam provocar em nós profunda tristeza. Gostaria de pedir a todos quantos aqui passarem que rezassem pelo Santo Padre, rezassem pela Igreja, rezassem pelo IBP, pelo padre Renato e pelo professor Orlando Fedeli. E recordo as belas palavras de Dom Rafael Cifuentes:

Todos temos de enfrentar dificuldades e sofrer decepções, mas estas trazem consigo conseqüências bem diferentes segundo sejam encaradas com espírito negativo e encolhido, envelhecido, ou com esse espírito esportivo de que falamos. Não há dúvida de que, muitas vezes, as nossas atitudes perante os fatos são mais importantes que os mesmos fatos. É o que diz certa frase do escritor católico inglês William Ward: “O pessimista queixa-se do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas”.
[Rafael Llano Cifuentes, “Juventude para todas as idades”, Ed. Quadrante, São Paulo, 2008]

Ajustemos as nossas velas. Não desanimemos. Não nos prendamos ao passado. Duc in altum!

P.S.: o Padre Renato escreveu o mesmo testemunho no orkut. E com um acréscimo que vale a pena ser reproduzido:

Aqui não julguei intenções que só de Deus são conhecidas.
Me restringi aos fatos e só a eles porque lá estava quando se deram.