Quanto custa um família?

Tua mulher será em teu lar como uma vinha fecunda. Teus filhos em torno à tua mesa serão como brotos de oliveira (Salmos 127, 3).

Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas. Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude. Feliz o homem que assim encheu sua aljava: não será confundido quando defender a sua causa contra seus inimigos à porta da cidade (Salmos 126, 3-5).

Mais filhos trazem mais felicidade. Na contramão de toda a propaganda hedonista moderna (esta aqui consegue ser particularmente repugnante e odiosa), uma pesquisa – feita “pelo engenheiro Franz Heukamp, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), e pelo matemático Miguel Ariño, da Universidade de Barcelona” – descobriu que o índice de bem-estar aparentemente cresce junto com o número de crianças em uma sociedade.

Não é propriamente a descoberta da pólvora. A relação entre filhos e felicidade existe desde que o mundo é mundo, só sendo negada nas últimas décadas. Mas é talvez um sinal de que as trevas da modernidade estão começando a se dissipar. É talvez uma lufada de bom senso no meio da loucura moderna, é talvez um rasgo de luz no horizonte tenebroso – anunciando que a noite não há de durar para sempre. As loucuras vêm e passam; só a palavra de Deus permanece eternamente. Afinal de contas, é sem dúvidas uma loucura tratar um filho como uma linha da planilha do orçamento mensal. A pergunta correta não é quanto se gasta com um filho, e sim quanto vale a felicidade.

Enquanto isso, a Mai$ Dinheiro diz que filhos podem não custar nada. Alfinetando de modo bem ferino: «Se você acha que um filho sai caro, faça as contas de quanto custa um adulto. Sai mais barato pedir um divórcio amigável e adotar uma criança». Na verdade, já no ano passado a Gazeta do Povo publicava uma interessante matéria sobre leite fraldas. E, após dizer que os gastos não são o bicho de sete-cabeças que costumam pintar, o Iacomini encerra com um conselho: «Uma última observação a respeito da tendência de os casais se preocuparem com a estabilidade financeira e a carreira antes de terem filhos: o relógio biológico continua correndo».

Sábia advertência. Sinal de que – talvez… – a vida esteja sendo colocada novamente (enfim!) no seu lugar de direito, ao invés de ser preterida em nome de uma quimera utópica chamada “estabilidade” que só faz sentido em um mundo incrédulo que se esqueceu do que significa Providência. Sinal de que o Amor possa estar começando a vencer o egoísmo. Sinal de que – quiçá… – dias melhores virão.