World AIDS Day 2010

Amanhã, quarta-feira (01/12), é o World AIDS Day. Já que – sob uma rápida inspeção – não encontrei no site oficial da data comemorativa nem uma palavra sobre as reais causas do problema ou sobre as suas reais soluções, reproduzo abaixo um trecho da mensagem de dezembro de 2005 do Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde sobre a AIDS. Os destaques são meus.

A terceira via de contágio, a transmissão sexual, permanece a mais difundida. É grandemente favorecida por uma espécie de cultura panssexual que desvaloriza a sexualidade, reduzindo-a a um mero prazer, sem ulterior significado. A prevenção radical neste campo deve originar-se de uma recta concepção e prática sexual, na qual a actividade sexual seja entendida no seu profundo significado como expressão total e absoluta de fecunda doação de amor. Esta totalidade guia-nos para a exclusividade do seu exercício no matrimónio, único e indissolúvel. Por conseguinte, a prevenção segura neste campo é intensificar a solidez da família.

É este o conteúdo profundo do sexto Mandamento da lei de Deus, que constitui o fulcro da autêntica prevenção da Sida no campo da actividade sexual.

Curtas

1. O Segredo (de Fátima) Já Advertia Contra o Vaticano II e a Missa Nova. “Nossa Senhora também alertou que haveria um Concílio diabólico na Igreja que causaria um grande escândalo. E claro, foram os documentos do Vaticano II – A Constituição da Liturgia – que deu impulso ao Papa Paulo VI para reformar a liturgia de uma tal maneira desastrosa, que causou uma tal perda da fé e confusão na Igreja”. Ah, claro. Às vezes eu me pergunto se é possível que as pessoas não percebam a leviandade de algumas informações.

2. Obama estende benefícios a parceiros de funcionários gays. “Casamento” Gay às portas dos Estados Unidos do presidente abortista! Tal medida “marca um passo na história” – disse Obama,  “mas não é mais que um passo”. Não quero nem imaginar, então, o que será a caminhada completa.

3. Uso de preservativos caiu entre brasileiros, diz pesquisa. Ao mesmo tempo, “a prática de sexo casual no País cresceu 132% em quatro anos”! A promiscuidade cresce vertiginosamente; até quando as autoridades públicas vão insistir no engodo de que a borracha é a salvadora da humanidade?

Distribuição de Camisinhas?! – por prof. Carlos Ramalhete

Distribuição de camisinhas?!

Muitos teóricos da prevenção à AIDS e a outras doenças sexualmente transmissíveis (DST) dizem que a melhor maneira de evitar o contágio é usando um preservativo (a chamada “camisinha”). Deste modo, com o objetivo aparentemente nobre de evitar que as pessoas fiquem doentes, eles incentivam a distribuição de camisinhas nas ruas, praças e até mesmo escolas.

Este, contudo, é um grave engano, com conseqüências muito graves. Estes teóricos parecem esquecer que o desejo sexual é uma das forças mais potentes que agem sobre o ser humano. Ao longo da História, uma das maiores preocupações de toda sociedade foi a busca de meios de canalizar este desejo para que ele não leve a um comportamento desregrado. Não se trata de moralismo barato ou hipocrisia, mas do reconhecimento de que todos nós temos desejos sexuais e precisamos refreá-los para que possamos respeitar devidamente os outros.

Respeitar o próximo significa, entre outras coisas, vê-lo como uma pessoa, em sua integridade, respeitando sua liberdade e seu corpo. Se os desejos sexuais que temos em relação a uma pessoa que nos agrade não forem refreados ao menos um pouco, trataremos esta pessoa como um objeto sexual; se eles não forem refreados de modo algum, veremos como comportamento normal e aceitável servir-se desta pessoa como de um objeto, podendo até mesmo estuprá-la.

A maior barreira que todas as sociedades civilizadas ao longo da História desenvolveram para impedir que o estupro se tornasse algo normal e aceito (como o é, por exemplo, entre algumas tribos indígenas) é o que os antropólogos chamam de “tabu”: a proibição do sexo que não ocorre dentro de parâmetros firmemente determinados de modo a não causar problemas à sociedade.

De alguns poucos anos para cá, a nossa sociedade parece ter-se esquecido disso. Com o surgimento de doenças sexualmente transmissíveis que podem matar, como a AIDS, iniciou-se uma campanha que propõe o uso de uma barreira física no ato sexual – a camisinha –, impedindo a passagem dos espermatozóides e da maior parte dos vírus. A camisinha, que não era assunto de conversas educadas há menos de uma geração, passou a ser propagandeada como sendo a solução para todos os problemas, eliminando na prática o tabu das relações sexuais fora de circunstâncias benéficas para a sociedade. A promiscuidade sexual (múltiplos parceiros, sem qualquer compromisso social ou emocional) passou a ser vista como algo aceitável, desde que haja uma barreira física, a camisinha, durante o ato sexual.

Os adolescentes, cujos corpos estão em plena ebulição sexual e cujos desejos sexuais agem com muito mais força que os dos adultos, deixaram de ter a proteção que o tabu lhes oferecia, e receberam uma virtual autorização das autoridades – muitas vezes contra a vontade dos pais – para não mais tentar submeter à razão seus desejos. Os desejos sexuais saíram da gaiola em que eram contidos e passaram a ser vistos como a bússola que deve guiar os atos de cada um. Ao dar a um adolescente uma camisinha, dizendo-lhe “se for ter relações sexuais, use isto”, o que ele ouve é “tenha relações sexuais”. É isso que seu corpo já lhe diz, e é isso que ele quer ouvir.

Sem que haja o tabu que o ajudava a conter-se e a direcionar suas energias para objetivos mais nobres, o adolescente passa a considerar que o desejo sexual tem o direito de dizer-lhe o que deve fazer, e a camisinha na carteira é percebida como um bilhete de entrada na área VIP do reino dos prazeres, como algo que permite que ele faça tudo o que quer fazer.

O risco de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), assim, aumenta ao invés de diminuir. Afinal, estamos falando de seres humanos, que cometem erros, que bebem por vezes um pouco além da conta; afinal, adolescentes nunca foram conhecidos por saberem a hora de parar de beber. Em circunstâncias normais, o uso da camisinha diminui bastante os riscos de contágio por DSTs; estima-se que o risco de contágio em três relações sexuais usando camisinha é o mesmo de uma relação sem usá-la. Ora, se não houvesse este incentivo à promiscuidade sexual, a maior parte dos adolescentes passaria por este período sem ter relações sexuais. Com este estímulo, a maior parte acaba tendo, ao menos durante algum período da adolescência, um comportamento promíscuo. O número de relações sexuais de um adolescente exposto a este tipo de estímulo é certamente mais do que três vezes maior que o de um adolescente ensinado a abster-se, a resguardar-se e respeitar-se.

Ao mesmo tempo, a superficialidade das relações, a falta de respeito consigo mesmo e com o outro, causa freqüentemente danos permanentes à frágil estrutura psicológica em formação dos adolescentes, danos cujos efeitos serão sentidos e lamentados ao longo de toda a vida. Os parceiros sexuais deixam de ser vistos como pessoas, e tornam-se objetos sexuais. O prazer sexual substitui o conhecimento mútuo, e o que era um namoro acaba por tornar-se uma troca de favores sexuais entre quase-desconhecidos. Não é à toa que em nenhuma sociedade civilizada, em nenhuma tradição religiosa, o sexo “casual” seja considerado aceitável: ele é a porta que se abre para o desrespeito, para os problemas psicológicos, para a propagação de doenças físicas e mentais.

Os efeitos terríveis das políticas de distribuição de camisinhas já foram percebidos pelas autoridades norte-americanas, que – após um aumento enorme no número de contágios por DSTs e de gravidezes de adolescentes, além de casos ainda mais graves, como uma escola em que as meninas vendiam favores sexuais aos rapazes em troca de balas e picolés – hoje recomendam que se ensine aos adolescentes a verdade: não é usando camisinha que eles podem realmente evitar doenças sexualmente transmissíveis, mas sim evitando as relações sexuais.

Se você tiver um filho adolescente, for professor ou de qualquer outra forma tiver contato com eles, lembre-se disso: não é incentivando-o a fazer algo inseguro e errado, com uma barreira que diminui o risco, que você o estará ajudando. Ajudá-lo verdadeiramente significa ajudá-lo a controlar-se, a manter seu desejo sexual sob controle, a respeitar a si mesmo e aos outros. Só assim você o estará ajudando a ser uma pessoa melhor. Diga a ele que é nele que você confia, não em um pedaço de borracha, e ajude-o a esperar o momento correto.

Quem ama espera.

© Prof. Carlos Ramalhete – www.hsjonline.com – Por favor copie e divulgue

A Igreja estava certa

Às vezes, encontramos gratas surpresas na “mídia convencional”. Encontrei um excelente artigo publicado n’O Estado de São Paulo de segunda-feira última, dia 17 de novembro; não sei se saiu na mídia impressa mas, em todo caso, é já excelente que tal matéria esteja publicada na internet. Leiam-no na íntegra.

O texto é de autoria do dr. Carlos Alberto Di Franco, e fala sobre uma coisa que foi objeto de discussão recente neste espaço virtual: AIDS e preservativos. Sem a menor preocupação com o politicamente correto, o dr. Di Franco questiona abertamente o “dogma” moderno segundo o qual a maciça distribuição de preservativos é o remédio infalível para vencer o vírus da AIDS. E traz dados interessantes: “nos últimos dez anos, a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, o HIV, avançou na população mais escolarizada de São Paulo”. Ou seja: a (des)educação sexual não resolve o problema, antes piora-o. Contra fatos, não há argumentos. Cito o dr. Di Franco, com grifos meus:

Há alguns anos, nos Estados Unidos, o Institute for Research and Evaluation lançava uma advertência certeira, embora politicamente incorreta. “É um erro acreditar que com mais preservativos se evitem os comportamentos perigosos”, declarava o porta-voz da entidade. Pesquisas revelavam, então, que adolescentes bem informados continuavam tendo condutas sexuais de alto risco. A informação, despida de orientação comportamental, acaba sendo contraproducente.

E, arrematando:

A raiz do problema, independentemente da irritação que eu possa despertar em alguns, está na onda de baixaria e vulgaridade que tomou conta do ambiente nacional. Como já escrevi neste espaço opinativo, hoje, diariamente, na televisão, nos outdoors, nas mensagens publicitárias, o sexo foi guindado à condição de produto de primeira necessidade. É ridículo levar um gordo a um banquete e depois, insensatamente, querer que evite a gula.

Até quando os organismos públicos continuarão abordando irresponsavelmente o problema? Apesar de achar muitíssimo improvável que os “formadores de opinião” dêem o braço a torcer, gostaria apenas de registrar aqui que a Igreja estava certa. Mais uma vez, para variar.