Bento XVI: Pio XII “não poupou esforços” para ajudar judeus

Hoje faz uma semana que foi aberto um simpósio em Roma sobre Pio XII, promovido pela Pave the Way Foundation. Na última quinta-feira, dia 19 de setembro, o Papa Bento XVI fez um pronunciamento no Simpósio – isto foi noticiado pelo YAHOO Notícias.

“Graças à vasta quantidade de material documentado que vocês reuniram, apoiados por muitos testemunhos avalizados, o seu simpósio oferece ao fórum público a possibilidade de saber mais plenamente o que Pio 12 conseguiu para os judeus perseguidos pelos regimes nazi-fascistas”, disse Bento 16.

“Depreende-se, então, que sempre que possível ele não poupou esforços em intervir em seu favor, seja diretamente ou por meio de instruções dadas a outros indivíduos ou a instituições da Igreja Católica”, acrescentou o pontífice aos participantes, que foram ouvi-lo em sua residência de verão ao sul de Roma.

E – isto não está na matéria do YAHOO, mas está no pronunciamento do Santo Padre – Bento XVI se referiu a Pio XII como Pastor Angélico:

The focus of your study has been the person and the tireless pastoral and humanitarian work of Pius XII, Pastor Angelicus. Fifty years have passed since his pious death here at Castel Gandolfo early on the ninth of October 1958, after a debilitating disease. This anniversary provides an important opportunity to deepen our knowledge of him, to meditate on his rich teaching and to analyze thoroughly his activities.
[O foco do vosso estudo foi a pessoa e o incansável trabalho pastoral e humanitário de Pio XII, Pastor Angelicus. Passaram-se cinqüenta anos desde a sua morte piedosa aqui, em Castelo Gandolfo, no início do dia 9 de outubro de 1958, após uma doença debilitante. Este aniversário oferece uma importante oportunidade de aprofundarmos o nosso conhecimento sobre ele, meditarmos sobre o seu rico ensinamento e analisarmos minuciosamente as suas atividades.]

Que este simpósio possa contribuir para que seja feita justiça à memória de um grande Príncipe da Igreja, o Servo de Deus Pio XII!

Simpósio sobre Pio XII

Foi aberto ontem, em Roma, um Simpósio Internacional sobre Pio XII, como noticia ZENIT e já havia sido comentado aqui. É para nós motivo de grande alegria ver que, às vésperas do cinquentenário da morte do Santo Padre Pio XII, as pessoas estão preocupadas em reparar a Justiça e trabalhar para, no que for possível, restaurar a imagem de um homem que foi tão duramente caluniado nas últimas décadas.

Krupp contou que ele e sua mulher Meredith estavam totalmente convencidos de que Pio XII e a Igreja Católica eram anti-semitas e colaboradores dos nazistas. Mas o encontro com algumas das testemunhas daqueles anos lhes abriu os olhos.

E quantos não são os que, ainda hoje, estão totalmente convencidos da omissão da Igreja Católica diante do Holocausto da Segunda Grande Guerra? Nós estamos falando de fatos históricos que se deram há sessenta anos, dos quais podemos (ainda) encontrar até mesmo testemunhas oculares. Por quê, afinal, a calúnia consegue sobrepujar tão enormemente a verdade?

A PTWF (Pave The Way Foundation – fundação americana que está promovendo o simpósio sobre Pio XII em Roma) disponibilizou uma farta documentação sobre o evento. Tem os palestrantes, a programação, e muitos documentos que serão apresentados durante o simpósio. Entre muitas coisas interessantes que podemos encontrar lá (recomendo enfaticamente o download do arquivo .pdf), há pronunciamentos do Papa, jornais da época, testemunhos de pessoas envolvidas (tudo reproduzido em fac-similes e fotografias) e – preciosíssimo! – exemplos de propaganda nazista contra o Papa, como as imagens a seguir (retiradas todas da documentação linkada acima):

Importa que a Verdade venha a lume, e um dos papas mais caluniados dos últimos tempos possa ter, enfim, um estudo minucioso sobre o seu pontificado. A Igreja é a Luz das Nações, e sempre continuou a sê-lo, mesmo durante os negros anos da Guerra na Europa. Agradeçamos a Deus por este Simpósio realizado, e esforcemo-nos para o fazer conhecido, a fim de reparar uma grande injustiça. E, cinqüenta anos após a morte do Santo Padre Pio XII, que ele possa ser conhecido sob a ótica de historiadores sérios, e não dos seus detratores.