Hoje celebramos o que já não existe

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Hoje, no calendário antigo, celebra-se a festa de Cristo Rei. Tenho a impressão de que os modernos católicos pouco ou nada sabem sobre o significado do dia de hoje; afinal, para quê serve esta festa? Por exemplo, a Páscoa existe para testemunhar ao mundo que Cristo ressuscitou, e Corpus Christi foi instituído para combater os que negavam a presença real de Nosso Senhor na Eucaristia. E quanto à solenidade de Cristo Rei?

Causar-nos-ia espanto sabermos que o dia de hoje existe precisamente para combater o Laicismo, e foi instituído para testemunhar o poder (também temporal!) d’Aquele a Quem todo poder foi dado nos Céus e na Terra? Surpreender-nos-ia descobrirmos que a solenidade hoje celebrada é para dizer aos católicos e ao mundo que Cristo-Homem é Rei em sentido próprio, tanto dos indivíduos quanto das sociedades?

Hoje celebramos o que já nāo existe, mas deve existir: os povos e as nações devem submeter-se ao senhorio de Cristo! Digo melhor: hoje celebramos o que sem dúvidas existe (afinal, Cristo é Rei), mas as pessoas agem como se não existisse. A festa de hoje não foi eliminada e nem ressignificada: seria, portanto, um grave engano supormos que aquilo ensinado por Pio XI não seja mais aplicável aos nossos dias. Ora, é claro que é aplicável: tanto porque a festa continua a ser celebrada quanto porque hoje – mais do que nunca! – o senhorio de Cristo é negado por tantos, na teoria e na prática. Devemos, portanto, celebrar o reinado de Cristo, testemunhá-lo ousadamente neste mundo que lhe é tão hostil.

Cristo não reina nos corações e nem nas sociedades. É por conta dos nossos pecados. Se o mundo não sabe que Cristo é Rei, é também porque nós celebramos mal o dia de hoje: revertamos este triste quadro! Que os católicos defendam abertamente o reinado de Cristo. Que combatam as impiedades modernas contra as quais foi instituída a festa de hoje. Que encham as igrejas para cantar, com júbilo, o Christus Vincit, Christus Regnat, Christus Imperat solene. Que Ele nos ouça. Que reclame o que é Seu. Vinde, Senhor, não tardeis.