Deus é mais forte

Os temas bélicos são parte integrante do Cristianismo, oferecendo há muitos séculos uma catequese que não pode ser desprezada. Assim, por exemplo, o marchar da História é muitas vezes apresentado nos termos de uma luta entre o bem e o mal, entre Deus que quer salvar as almas e Satanás que as quer levar à perdição. A imagem, obviamente, tem as suas imperfeições, sendo a primeira e mais gritante delas o fato de que Satanás não é um “deus do mal”. Deus e o diabo não estão na mesma categoria: o primeiro é o Criador Onipotente, o segundo é uma criatura — inteligentíssima e poderosíssima, mas ainda assim limitada.

Não existem “dois princípios”, um princípio bom chamado “Deus” e um princípio mau chamado “Satanás”, a disputar os destinos do Universo. Tal seria a concepção gnóstica, errônea, herética, condenada como falsa pela Igreja desde pelo menos o século II. Mas se a Igreja condena o dualismo gnóstico, por que Ela insiste nas imagens de luta entre o bem e o mal?

Ora, porque tal luta é verdadeira. Se é um erro hiperdimensionar Satanás a partir dela, um erro maior ainda seria negar a própria natureza de combate, ainda que analógica, à vida espiritual. Porque, da parte de Deus, Lúcifer não se Lhe opõe como um igual, é evidente; mas, da parte do homem, que precisa escolher — a cada dia, a cada instante — entre o caminho da virtude e o caminho do pecado, é bastante evidente, empírica até, a propriedade do termo “luta” para designar o esforço exigido para se permanecer no caminho do bem, quando Satanás, o mundo e a própria carne porfiam por lhe arrastar à prática do mal.

Sim, a “luta espiritual” é um antropocentrismo, conceda-se; mas não é a homens que estamos falando?

Hoje é 29 de setembro, Dedicação de São Miguel no calendário antigo, festa dos Santos Anjos — S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael — no calendário reformado. Sem menosprezar o auxílio de todas as cortes angélicas, é ao primeiro que dirijo em particular o pensamento neste instante — o príncipe da Milícia Celeste, aquele a quem pedimos que precipite no Inferno a Satanás. A sua representação mais famosa — o anjo de espada em punho, com o demônio derrotado aos pés — dá conta, justamente, de que a Igreja rejeita o gnosticismo: primeiro por ser um anjo, e não Deus mesmo, quem entra em combate com o demônio, e segundo porque o próprio nome de S. Miguel é o seu brado vencedor, é a mais ortodoxa profissão de Fé: quis ut Deus?

Quem como Deus? É uma pergunta retórica, provocativa, cuja resposta, evidente, é: como Deus não há ninguém. Não há dois princípios disputando o domínio do mundo. Há somente Deus, infinito, inalcançável, sem igual, sem nada nem ninguém que Lhe seja sequer semelhante (salvante a semelhança divina que os seres espirituais possuímos, mas que é participação e não natureza). Houvessem os gnósticos sido mais devotos dos Santos Anjos, não teriam caído nos erros em que caíram. São Miguel não apenas derrota Satanás como restabelece o próprio terreno do combate espiritual, que não se trava entre duas potências opostas mas sob a Providência amorosa de um Deus que é Pai. E isso nos deve confortar.

Estátua de São Miguel nos Jardins do Vaticano (Pinterest)

São Miguel Arcanjo é o protetor da Igreja. Nos jardins vaticanos há uma imagem sua, inaugurada pelo Papa Francisco junto com Bento XVI em 2013. Na ocasião, Sua Santidade lembrou que Deus é mais forte, que o demônio tenta ferir a face do homem mas, ao final, o Arcanjo vence e restabelece a justiça divina. Não há portanto razões para temer. Mesmo que os inimigos nos cerquem numerosos, mesmo que avancem sobre nós e pareçam invencíveis, mesmo que sintamos o sangue escorrer pelo rosto fustigado, ainda assim não há ninguém como Deus. E os anjos e santos de Deus olham por nós, olham pela Igreja. Nós, às vezes, nos distraímos; os Céus estão sempre vigilantes.

Vamos rezar todos os dias de outubro!

Ontem, 29 de setembro, dia dos Santos Anjos — Festa de S. Miguel Arcanjo, príncipe da Milícia Celeste, no calendário tradicional –, o Santo Padre o Papa Francisco publicou uma mensagem convidando toda a Igreja à oração neste mês de outubro. Trata-se de uma mensagem importante por duas razões: pelas orações escolhidas, e pelas intenções nas quais elas devem ser rezadas.

Tradução recebida por meio das redes sociais

Primeiro, as orações. Sua Santidade escolheu duas das mais tradicionais orações do povo católico, uma invocação à Santa Mãe de Deus, outra a São Miguel Arcanjo. Escolheu a Sub Tuum Praesidium e a oração a São Miguel.

Sub Tuum praesidium confugimus, Sancta Dei Genitrix é provavelmente a mais antiga oração mariana conhecida. E a Sancte Michael Archangele, defende nos in praelio foi composta pelo Papa Leão XIII como uma súplica especificamente contra os assaltos de Satanás. Rezadas por toda a Igreja, com os católicos em união de espíritos, essas duas orações podem sem dúvidas alcançar grandes graças dos Céus.

E há, também, os motivos que levaram o Papa Francisco a institui-las neste momento: é para pedir que Deus proteja a Sua Igreja contra o Diabo que essas orações são hoje necessárias. Assim mesmo, sem subterfúgios, sem circunlóquios, sem metonímias, sem nada: é Satanás que investe contra a Igreja Santa de Deus, e é para que ele seja derrotado que precisamos rezar com mais afinco do que até então estamos rezando.

O momento atual é terrível, as forças do Inferno levantam-se com todo o furor contra a barca de S. Pedro e mesmo os mais otimistas dos cristãos percebem que a sobrevivência incólume da Fé se apresenta, neste momento, humanamente impossível. Mas a Deus nada é impossível, e é por isso que a nós só nos resta clamar a Deus e suplicar o poderoso auxílio da Virgem Maria — Aquela de Quem jamais se ouviu dizer que tivesse rejeitado um pedido dos Seus filhos! — e de São Miguel Arcanjo, o eterno vencedor de Satanás.

Unamo-nos, portanto, ao pedido do Papa Francisco, e rezemos a Deus, cum Petro et sub Petro, para que Ele Se levante e tome a defesa da Sua Igreja, humilhada e saqueada, invadida, devastada. Que a Santíssima Virgem e São Miguel vençam mais uma vez o Dragão Infernal. Rezemos com fervor e esperança, sem cessar, sem esmorecer. Rezemos, na confiança de que Deus é Senhor da História.


“Sub tuum praesídium confúgimus,
sancta Dei Génetrix;
nostras deprecatiónes ne despícias in necessitátibus,
sed a perículis cunctis líbera nos semper,
Virgo gloriósa et benedícta”.

Sub Tuum praesidium


“Sancte Míchael Archángele, defénde nos in próelio;
contra nequítiam et insídias diáboli esto praesídium.
Imperet illi Deus, súpplices deprecámur,
tuque, Prínceps milítiae caeléstis,
Sátanam aliósque spíritus malígnos,
qui ad perditiónem animárum pervagántur in mundo,
divína virtúte, in inférnum detrúde. Amen”.

Oração a São Miguel

Quem como Ela?

Um leitor do Deus lo Vult! pediu-me que comentasse uns textos absurdos divulgados por hereges protestantes [texto i, texto ii e texto iii], os quais cometiam a terrível blasfêmia de identificar a Gloriosa Mãe de Deus com um demônio vetero-testamentário. Ele próprio me adiantou que já havia uma refutação católica aqui; tendo isso em vista, passo eu próprio a tecer alguns comentários sobre o assunto. Falando mais sobre a alegação em si do que sobre os devaneios concretos dos quais os textos estão cheios.

Antes de qualquer coisa, cabe apontar que a acusação é totalmente gratuita e descabida, além de ilógica. Do fato de haver um demônio pagão à época do profeta Jeremias que se auto-denominava “rainha dos céus” não segue que não exista a verdadeira Rainha dos Céus, como o fato de Satanás querer tomar o lugar do Deus Altíssimo não implica na inexistência do próprio Deus Altíssimo, ou como (parafraseando Chesterton) uma nota falsa de cinqüenta reais não significa que não exista o Banco Central do Brasil. Aliás, é exatamente o contrário.

Satanás ousou apresentar-se como se fora o Altíssimo. Contra ele, levantaram-se as legiões de anjos fiéis ao Todo-Poderoso gritando-lhe: quis ut Deus?, quem como Deus? Se fossem protestantes as hierarquias angelicais, por certo que combateriam o próprio Deus Altíssimo sob o pretexto de que era exatamente isto o que afirmava de si o primeiro Anjo Caído. Aliás, coisa bastante parecida com isso já aconteceu – não com anjos, claro. E está registrada nos Evangelhos:

“Como pode este homem falar assim? Ele blasfema.
Quem pode perdoar pecados senão Deus?”
(Mc II, 7)

E este diabólico “quem (…) senão Deus?” dos escribas é materialmente muito parecido com o justíssimo “quem como Deus?” de São Miguel. Talvez estes judeus da época de Cristo tenham sido os legítimos antecessores dos hereges protestantes do século XVI – uns e outros negando a Nosso Senhor. Os fariseus e escribas eram incapazes de distinguir o Deus Verdadeiro dos demônios! Analogamente, os hereges dos tempos modernos que negam as honras devidas à Virgem Maria não conseguem diferenciar as santíssimas obras do Deus Altíssimo das pompas diabólicas dos sequazes de Satanás.

Ora, por qual motivo houve um dia um demônio que se apresentasse como rainha dos céus? Qual seria o porquê, senão pelo fato de haver a verdadeira Rainha dos Céus [inclusive registrada explicitamente nas Escrituras Sagradas: Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelasAp 12, 1], de Cujas honras e glórias os demônios são invejosos e as anseiam por roubar? Não é bastante óbvio que a falsificação diabólica aponta precisamente para a existência da obra santíssima do Todo-Poderoso? O fato dos orgulhosos demônios quererem para si este título não demonstra de maneira cabal que ele existe e já pertence por direito a uma Mulher que o inferno não é capaz de suportar?

É justamente a grandeza do Deus Verdadeiro que faz com que um demônio apresente-se aos homens como sendo ele próprio um deus. É também incontestável que o Deus Altíssimo não é a “rainha dos céus” – este título não Lhe é atribuído em lugar algum. Ora, considerando isso, é bastante claro que o demônio auto-apresentado como rainha dos céus não poderia senão estar desejando usurpar o lugar de Alguém – e quem seria Esta senão Aquela grandiosa Mulher coroada no Apocalipse, a Verdadeira Rainha dos Céus, Regina Caeli, a Gloriosa e Imaculada sempre Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa?

Satanás quis ser como Deus e foi resistido à face por São Miguel. Se há um demônio que deseja ser como a Virgem Santíssima, devemos resistir-lhe com coragem: não perseguindo a verdadeira Rainha dos Céus, mas perguntando ousadamente: quem como Ela? Aos demônios pagãos que se apresentam falsamente como rainhas do céu ou do mar, devemos responder com as palavras das Escrituras Sagradas: Quem é esta que surge como a aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, temível como um exército em ordem de batalha? É certo que não pode ser demônio algum. É certo que Esta só pode ser aquela Mulher que um dia foi chamada de cheia de graça. Aquela que as Escrituras chamam de Mãe do Senhor. Aquela que todas as gerações proclamarão Bem-Aventurada.

Os dois chifres do Diabo

Devido ao emprego de um humor por vezes grosseiro demais, não posso recomendar sem restrições o (não obstante, genial) blog do Frei Clemente Rojão. Mas este post sobre o padre à moda antiga merece ser lido e divulgado. Descontem as grosserias. Em particular, o seguinte trecho foi muito bem dito:

O Diabo tem dois chifres. Com um chifre, ele ataca a Igreja pelas novidades. Com o outro, ele ataca pelas velharias. Satã não tem preferência, desde que te atire no inferno… Para uns, ele deseja a desobediência pela novidade. Para outros, ele deseja a desobediência pela resistência às ordens de mudança.

E as alfinetadas, ao longo de todo o texto, são muito boas. O bom frei se refere a “quem se acha no direito de declarar estado de necessidade por conta própria”, ao “[p]aradoxo supremo da obediência, tão obedientes que desobedecem”, à “desobediência luciferina [que] renega a bela teologia que trazem nos lábios”.

Lembro-me de ter escrito, há algum tempo, algo sobre a desobediência de Lúcifer aqui. E, o que eu disse então, repito-o tranqüilamente agora:

O pecado de Satanás, seguido por Adão e Eva, apresenta-se sob muitas formas nos nossos dias. “Obediência co-responsável” é desculpa furada de quem não quer obedecer; condenar a “obediência cega” é a semente do orgulho começando a desabrochar. Sempre é possível inventar exemplos e mais exemplos de situações hipotéticas nas quais o homem estaria realmente dispensado da obediência e ainda nas quais obedecer cegamente seria um pecado; mas quando esta hipótese é aplicada amiúde em situações concretas que não guardam com os exemplos aventados senão uma vaga e forçada semelhança, então nós temos um sério problema: nós temos a repetição do non serviam primordial sob uma nova roupagem. Afinal, aquele que é capaz de “se transfigura[r] em anjo de luz” (IICor 11, 14) também é capaz de dar ao seu brado rebelde uma aparência de virtude.

E é muito fácil perceber que não há sombra de legalismo nisso – ao contrário, rejeitar a rebeldia dos que se arvoram “mais católicos do que o Papa” é uma mera questão de bom senso. Vejamos: todos concordam que a obediência é uma virtude e, para ser quebrada, é necessário haver graves motivos. Ora, para justificar uma desobediência pública, explícita e reiterada à Suprema Autoridade de Governo da Igreja, para que haja a supressão do munus regendi eclesiástico, para que seja lícito recusar-se à jurisdição da Igreja, o único motivo grave a este ponto seria algum “estado de necessidade” em que a salvação da própria alma estivesse em risco. Por menos do que isso, não há justificativa para se desobedecer. Até aqui, imagino que também todos concordem.

Mas, ora, se a desobediência fosse a única solução (afinal, para ela ser lícita, ter-se-iam que haver esgotados os outros meios…) para salvar a própria alma, seguir-se-ia necessariamente daí que, quem obedecesse à Igreja, estaria a caminho do Inferno. Ou seja, a Igreja visível de Nosso Senhor, a Cidade situada sobre o monte, o Farol que ilumina os homens e lhes ensina o caminho da Salvação, ter-se-ia convertido em seu perfeito contrário: em um vórtex negro que atrai as almas para o Inferno e do qual precisa fugir quem desejar ser salvo. Não creio ser preciso demonstrar que esta posição é blasfema. Portanto, não há justificativa para a desobediência.

Em suma: a desobediência à Igreja só se justificaria se ela – a desobediência – fosse necessária à salvação. Mas aqui chegamos a uma situação irredutível: porque afirmar que tal obediência é necessária é transformar a Igreja na Sinagoga de Satanás (onde se condenam todos os que A seguem), e negar a necessidade dessa obediência é reconhecer que não é lícito desobedecer. Et tertium non datur.

É difícil obedecer. Às vezes, é particularmente doloroso. É extremamente tentador fazer as coisas por conta própria, “do nosso jeito” – isto é tão tentador que derrubou até mesmo Lúcifer do alto dos Céus, quando o pecado nem havia entrado no mundo ainda e não havia ninguém rondando por aí “para perder as almas”! Acaso a tentação que fez cair Lúcifer não poderá também derrubar a mim?

Afastemo-nos com vigor de tão diabólica tentação. Que a Virgem Santíssima seja em nosso favor, e nos ajude, e não nos deixe jamais entregues a nós mesmos – pois, por nós mesmos, fatalmente iremos cair miseravelmente. Que o factus oboediens de Nosso Senhor possa ser sempre imitado por nós. E que São Miguel Arcanjo nos defenda do combate, precipitando no Inferno a Satanás e aos outros espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas.

http://freirojao.blogspot.com/2010/05/um-padre-moda-antiga-obediencia-e-muito.html

Superficialidades

– Uma afirmação incompleta em ZENIT: Santa Sé é contra a pena de morte. Na verdade, “[a] doutrina tradicional da Igreja, desde que não haja a mínima dúvida acerca da identidade e da responsabilidade do culpado, não exclui o recurso à pena de morte, se for esta a única solução possível para defender eficazmente vidas humanas de um injusto agressor” (CIC 2267). Portanto, a pena de morte, do ponto de vista doutrinário, é lícita; o que não significa que ela deva ser aplicada sempre e é – aí sim – somente neste sentido que se pode dizer que a Santa Sé é “contra” a pena de morte (nas aplicações circunstanciais atuais, e não no princípio).

Ver numa moratória da ONU que “a cultura da vida «hoje é compartilhada universalmente, apesar das contínuas ameaças e derivações violentas»” parece-me, data vênia, um extremo e ingênuo otimismo de Dom Agostino Marchetto. Outrossim – e mais importante -, a cultura da vida não se opõe à (lícita) aplicação da pena capital.

– A aprovação do presidente Lula no Nordeste é – vergonha!! – de 92%! Mesmo contabilizando o resto do país, ela chega a 80%! Quatro em cada cinco brasileiros aprovam o desgoverno petista! Já era sabido que o sr. presidente tinha um grande apoio da população nordestina, mas eu sinceramente me recuso a acreditar que este índice atinja mais de 90%. É absurdo demais.

– Os advogados de João da Costa – o candidato petista à prefeitura de Recife, que teve a candidatura cassada na última semana – dizem que o juiz que pronunciou a sentença em desfavor do petista é suspeito! Claro; afinal de contas, quem poderia honestamente ousar questionar a probidade incontestável das vestais do PT? Para o petismo, não têm nenhuma relevância coisas como argumentos, dados, fatos, provas, etc. A idoneidade do partido é um axioma inquestionável. Desgraçadamente, isso é especialmente válido para os eleitores recifenses que votam em João da Costa; a maior parte deles está candidamente convencida de que isto é mesmo “intriga da oposição”, “golpe”, “tapetão” e congêneres.

– Hoje é dia de São Miguel Arcanjo (no calendário novo, festa dos três Arcanjos). Que ele nos defenda no árduo e desproporcional combate que somos chamados a travar.

Sancte Michael Archangele, defende nos in praelio, contra nequitias et insidias diaboli esto praesidium: Imperet illi Deus, supplices deprecamur, tuque, Princeps militiae caelestis, satanam aliosque spiritus malignos, qui ad perditionem animarum pervagantur in mundo, divina virtute in infernum detrude. Amen.