“Decapitando o Papa na PUC”

A situação da PUC-SP, ao que me consta, está já [p.s.: relativamente…] pacificada com o fim da greve. Sobre os lamentáveis atos que tiveram palco na Pontifícia eu já havia falado aqui no blog; contudo, apenas hoje tive acesso ao vídeo de uma peça “pela Democracia” que foi representada no pátio da Universidade.

Se a história toda provoca desconcerto, este vídeo a ilustra com uma expressividade macabra e assustadora. Diante de um sujeito com feições monstruosas que, apoteoticamente, saca uma motosserra (!) de verdade para decapitar um boneco gigante de um bispo (!!) – ou, disseram alguns, do Papa… -, ato ao qual se segue uma chuva de aplausos (!!!) dos presentes e uma animada dança Gangnam Style (!!!!) por sobre os “restos mortais” do defunto… o que se pode dizer?

Sinceramente, parece-me impossível conversar com alguém que não consiga perceber que não se deve dançar sobre um corpo decapitado. Parece-me evidente que uma peça que se resume a um líder religioso sendo decapitado – com profusão de detalhes – sob os aplausos da multidão é um claro espécimen de discurso de ódio danoso à vida em sociedade. Aqui, as palavras são até supérfluas. Contra o ódio tão vividamente pintado não há o que contra-argumentar.

Chesterton vs. Clarence Darrow

Mais Chesterton dramatizado! Recentemente, eu dizia para alguém que posso ler um texto de vinte páginas, mas não tenho paciência para assistir um vídeo de três minutos. Estes dez minutos de Chesterton, no entanto, são deliciosos.

Do canal do youtube: «O debate que vocês assistirão abaixo é a reconstrução de um que realmente aconteceu em Nova York, em 1931. A reconstrução foi feita por Dale Ahlquist a partir de relatos do mesmo (não há dele transcrição conhecida) e de textos de Chesterton que tratam dos mesmos assuntos que animaram o debate. Ele é atual porque o agnosticismo é o mesmo — e tem muitos representantes na intelectualidade atual — a doutrina católica é a mesma e, sobretudo, porque “o elo perdido de Darwin continua perdido”, como nos lembra o grande escritor inglês».

Exorcismos e exorcismos

Inacreditável! Seguem, abaixo, diversos vídeos de “exorcismos” pentecostais tupiniquins, cada um mais esdrúxulo do que o outro. Acho que é o mesmo “pastor” em todos eles – este homem deve ser o verdadeiro terror do Inferno!

Naquele livro do Thomas Allen, “Exorcismo” (infelizmente não disponível no Submarino no momento – mas acho que pode ser encomendado), que é a mesma história que deu origem ao filme “O Exorcista” clássico e a um outro mais recente e menos conhecido, “Possuído pelo Demônio”, é contado como a família procurou primeiro a ajuda de um “pastor” protestante. Após improfícuas tentativas de aliviar o sofrimento do menino atormentado, o pastor manda a família procurar a Igreja Católica:

A essa altura, [o pastor] Schulze percebeu que tudo o que já tentara fazer não era suficientemente forte para interromper a agonia de Robbie. A força que o atormentava a princípio vinha de fora. Mas agora parecia estar dentro dele, manifestando-se ao emergir de seu corpo através de riscos de sangue. Possuindo-o. Schulze admitiu sua derrota. Segundo a lembrança de um dos genitores de Robbie, o pastor lhes disse com toda a calma: “Vocês devem procurar um padre católico. Os católicos entendem dessas coisas”.

Allen, Thomas B.
Exorcismo – Uma história verdadeira, p. 22
Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1994

E, enquanto os protestantes sérios americanos têm a hombridade de encaminhar um caso de possessão verdadeira para quem tem a devida competência, o pastor Marcos (acho que é este o nome dele), ilustre representante do protestantismo brasileiro, fica brincando com cigarros, crucifixos e “bang-bang” espiritual! A sorte dele é que possessões são realmente raras. Se Satanás resolvesse fazer uma “participação especial” no teatro do pastor, duvido que as coisas terminassem bem. Seguem os vídeos:

1. O demônio do crucifixo: Satanás dizendo “a cruz é minha” (!).

2. O demônio do cigarro: “o demônio entra na pessoa, a pessoa fuma um cigarro”.

3. Tudo é culpa do Exu Caveira! Destaque para o seguinte singelo diálogo: “- Tu gosta do pastor Marcos? – Odeio. – Também não gosto de tu”.

4. Entrevista com o Diabo.

5. Last, but not least: bang-bang espiritual (e o título “EXORCISMO INCRÍVEL”, em maiúsculas).

A lenda do “Corpus Christi”

Recebi nos últimos dias [de novo…] uns emails sobre um filme chamado “Corpus Christi”, cuja estréia estaria marcada para os próximos meses. Tratar-se-ia de um filme onde Nosso Senhor e os discípulos seriam retratados como homossexuais, e o email enviado propunha que se fizesse um abaixo-assinado para tentar impedir o seu lançamento. Eu já sabia que era um hoax [e, aliás, um hoax antigo], mas parece que o negócio tem enganado muita gente de boa fé. A Catholic League enviou um email contendo o seguinte teor:

Hoax “Corpus Christi”

Muitas pessoas contactaram a Liga [perguntando] sobre os rumores de que a peça [de teatro] anti-católica “Corpus Christi” está sendo transformada em um filme a ser lançado neste verão. Por favor, esteja avisado de que isto é um hoax.

Já faz bastante tempo que está na rede a denúncia de que se trata de HOAX. Aliás, vale uma leitura completa deste dossiê, do qual eu destaco duas coisas:

Pois bem, o filme não existe. Pelo menos até este momento (outubro de 2008) não há sequer notícia da intenção de fazê-lo. No entanto, uma peça intitulada Corpus Christi foi encenada na Broadway (Nova Iorque) em 1998. Nela, o autor Terrence McNally apresenta Cristo e seus apóstolos como homossexuais. (Veja Terrence McNally’s Corpus Christi Under Attack in Indiana [o link do Quatro Cantos está errado. Este aqui está correto]).

e

Essa lenda circula pela Europa desde os anos 80 antes mesmo de a Internet tornar-se o meio ideal para tal tipo de divulgação. Na década de 80 e princípio da de 90, essa história se propagava via fax e correio. Naquele tempo, como hoje, não existia nenhum filme sobre esse tema.

Prestemos atenção: a lenda circula desde os anos 80 e só em 1998 – i.e., no final dos anos 90 – a peça foi representada. Ou seja, é bem possível que a repercussão que a lenda teve tenha motivado a sua realização. Portanto, precisamos enterrar de vez este assunto, por dois motivos: o primeiro porque ele é falso, e nós temos muito mais coisas – verdadeiras – com as quais nos preocuparmos; e, o segundo, para que alguém não tenha a infeliz idéia de produzir realmente este filme, depois de toda a propaganda feita pelo hoax. Já basta a peça blasfema e todas as outras blasfêmias que acontecem quotidianamente e com as quais temos que nos preocupar – não precisamos de outras.

O Baile do Menino Deus

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Nos últimos cinco anos, todo natal, acontece no Marco Zero a encenação do Baile do Menino Deus, espetáculo natalino que conta a história do nascimento de Jesus por meio de elementos da cultura e do folclore regionais. Já havia assistido à apresentação nos outros anos; este ano, fui por acaso, ontem à noite, porque fui convidado de última hora por uma amiga.

O que falar sobre o espetáculo recém-assistido? Creio que se o pode ver sob dois ângulos. Alguém pode reclamar que o tom lúdico da peça, junto com uma espécie de “sincretismo cultural” com os elementos folclóricos que são estranhos à tradição católica, unidos à irreverência dos protagonistas, formam um todo pouco recomendável. Concedo aos críticos esta visão. No entanto, deixem-me hoje ser um pouco “Poliana”, e falar sobre os pontos positivos da cantata.

Em primeiro lugar, só o fato de se fazer uma apresentação pública do nascimento de Jesus é já uma coisa extraordinária e digna de louvor. No meio do laicismo feroz, sobrevive a cultura “tradicional” – o espetáculo tem vinte e cinco anos – e, no meio das festividades de fim de ano, é aberto um espaço para se falar em Jesus, em Belém, em José, em Maria. Em segundo lugar, o espetáculo é de censura livre (de verdade), de modo que se apresenta como uma das poucas alternativas de lazer público familiar: não há cenas de violência nem de apelo sexual. Em terceiro… bom, há coisas bem aproveitáveis no espetáculo!

Os dois protagonistas estão procurando a casa onde nasceu Jesus. Procuram, cantam, dançam, encontram; a porta está fechada, e eles não conseguem abri-la. Após muitas idas e vindas, finalmente a porta se abre e aparecem José, Maria e o Menino. O espetáculo praticamente inteiro gira em torno desta busca: é necessário encontrar o Menino Jesus que nasceu e, para tanto, é fundamental que se O busque com diligência e com esforços. Algumas vezes um dos protagonistas fala em desistir e ir pra casa; o outro, prontamente, fala que eles não podem voltar sem antes ver o Menino. Como se quisesse dizer – aqui cogito eu – que não podemos voltar para casa, no meio das festividades natalinas, sem encontrar o Menino Jesus.

Os personagens não são propriamente religiosos; em um certo momento, um deles diz que nunca aprendeu a rezar a ave-maria, e que passou a vida a “virar bunda-canastra pelo mundo”. Nem sei se os que são de fora do nordeste sabem o que é “bunda-canastra”: é “cambalhota”. No entanto, é este o personagem que está procurando a casa onde nasceu Jesus; como se dissesse – de novo, cogito eu – que não importa quantas idas-e-vindas se deu pelo mundo, não importa o quão desordenada foi a vida pregressa: quaisquer que sejam os antecedentes que se tenha, o Natal é a época de “endireitar as veredas”, e aquele que virou bunda-canastra mundo afora, hoje, procura o Deus recém-nascido.

Uma das peças é um caboclinho – José com Maria e o Menino já estão na porta da casa. Entram três figuras pomposamente adornadas – a indumentária é pagã, sem sombra de dúvidas, de matriz africana. Sincretismo? Não me pareceu. Enquanto se cantava alguma coisa como “somos reis da terra e do mar” (não lembro com exatidão a música), as três figuras (para mim, são os três reis magos) entram no palco e, voltando-se para a Sagrada Família – dando as costas ao público – fazem uma profunda vênia. O último deles, aliás, faz uma genuflexão teatral maravilhosa: volta-se para o Menino, ajoelha-se apoiado no cajado, puxa o manto para a frente do corpo, inclina profundamente a cabeça, assim permanece alguns segundos antes de se levantar. Aqui, cogito eu: quando Deus vem ao mundo, todos os grandes dos povos prostram-se diante d’Ele. O Menino nascido põe os pagãos de joelhos aos Seus pés.

Senhores donos da casa,
Jesus, José e Maria;
queremos fazer um baile
que emende a noite no dia.
(…)
Senhores donos da casa,
Jesus, José e Maria!
Sem vosso consentimento,
O baile não principia…

José consente. E começa a festa.

Em um certo momento, entram em cena umas personificações da natureza; o sol dizendo que veio “aquecer o menino”, a lua dizendo uma coisa da qual não me recordo, a estrela dizendo que veio mostrar o caminho até Ele; cogito eu, “narram os céus a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Sl 18, 2). Após a peça, recita-se uma bela quadrinha em honra da Virgem Santíssima (esta, é literal, e não minha cogitação): Passa o sol pela vidraça, / já passou, sem tocar nela; / assim foi a Virgem Pura, / levou Luz, ficou donzela.

E tem o Jaraguá! Não faço idéia do que seja este personagem – é o que aparece no vídeo acima – e, mesmo perguntando aos meus pais hoje de manhã (eles de ordinário sabem das coisas), não mo souberam dizer. Surge ele após a casa ser perdida: os personagens pegaram no sono e, ao despertar, a casa “havia sumido” (lembro-me eu: “Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora!” – Mc 14, 37). Então, no meio das buscas, aparece o Jaraguá “com a boca aberta”, “pra pegar Mateus”. Para mim, é figura de Satanás, que aparece quando se perde o Menino Jesus, quando se dorme – “sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar” (1Pd 5, 8). Ao final, no entanto, sai ele de cena, e a casa reaparece, e termina o espetáculo com o baile recomeçando: a alegria natalina que, embora tenha no Nascimento do Salvador as suas raízes, espalha-se a partir do Natal e cresce estendendo-se por toda a vida (e, cogito eu, também para além dela):

Senhores donos da casa,
Jesus, José e Maria!
O baile aqui não termina,
O baile aqui principia.
Do mesmo jeito que o sol
Se refaz a cada dia,
Da mesma forma que a lua
Por quatro vezes se cria
(…)
continuemos o baile,
agora e em cada dia!

Feliz Natal a todos!

Carmina Burana

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Eu não entendo absolutamente nada de música erudita. Acho-a, no entanto, bela e agradável de ser ouvida. No auge da minha reconhecida ausência de erudição, fui ontem à noite ao teatro da Universidade assistir a uma cantata, a convite de uma amiga. De acordo com o pequeno folder que recebemos, era uma versão simplificada do espetáculo; mas, para mim, pareceu primorosa. Dois pianos, uma camerata de sopros e metais da universidade e um coral de 160 vozes. Majestoso.

A apresentação – que eu não conhecia – era a Carmina Burana, de Carl Orff. Não sabia do que se tratava, nem mesmo se a expressão era traduzível. O teatro, completamente lotado. Ao início, no telão, apresentou-se o subtítulo em latim: Cantiones profanæ cantoribus et choris cantandæ comitantibus instrumentis atque imaginibus magicis. Deu para entender que eram canções profanas que tinham alguma coisa a ver com imagens mágicas… decidi esperar.

Começou a Fortuna Imperatrix Mundi. Espetacular; embora eu não soubesse o nome, já tinha, sim ouvido a música – quem não ouviu? Latim. No telão, era mostrada a tradução, enquanto as vozes e os instrumentos executavam a melodia. O latim eu tentava identificar de ouvido, feliz quando encontrava a expressão original cuja tradução correspondente eu lia.

As peças sucediam-se, e eu comecei a estranhar as letras daqueles negócios que eram cantados. O “profanae” parecia estar sendo levado muito a sério… por detrás das apresentações espetaculares e sem dúvidas de encher os ouvidos, eu via – graças à tradução exibida – o que estava sendo cantado. Horror. As letras não eram apenas “profanas” no sentido de “não-sagradas”, mas sim de “anti-sagradas”. Dentre as canções, só à guisa de exemplos, encontram-se as seguintes:

Salve, mundo
tão rico de alegrias!
ser-te-ei obediente
pelos prazeres que me permites

entrego-me aos meus vícios,
esquecido das virtudes,
mais ávido de volúpias
do que de salvação,
morta minh’alma
só minha pele me importa.

Queira Deus, queiram os deuses,
aplacar meu desejo:
que eu possa romper
as cadeias da sua virgindade. Ah!

Se um menino com um menina
se encontram em um quarto.
o casamento é feliz.

O amor avulta,
e entre eles
a vergonha é posta de lado
e tem inicio um jogo inefável
em seus membros, braços e lábios.

Inacreditável como é possível alguém passar tantos anti-valores por meio de músicas tão belas! Comecei a ficar incomodado quando vi o sujeito cantar ao “mundo” que lhe seria obediente por causa dos prazeres que ele proporcionava – aliás, a versão traduzida ontem dizia “eu te servirei”. Servir ao mundo por causa dos prazeres que o mundo oferecia! É o anti-Evangelho. A idéia afigurava-se-me como um pacto com Satanás, uma declaração de apostasia: para quê servir a Deus? Comprometo-me a servir ao mundo. Mas – é inegável – a beleza dos arranjos musicais arrebatava o ânimo e arrancava aplausos calorosos. “Servirei ao mundo por causa dos seus prazeres” – e o teatro lotado aplaudia.

Mas, para mim, o ápice foi quando o tenor cantou, em alto e bom latim, que estava mais ávido de volúpia do que de salvação. Em latim! voluptatis avidus / magis quam salutis. Para mim – acostumado com o latim sacro – soava-me incompreensível alguém utilizar a “língua da Igreja” para proferir blasfêmias. E, que blasfêmia horrorosa – como alguém é capaz de escrever (ou de cantar) que está mais ávido de volúpia do que de salvação? O pecado contra o Espírito Santo exibido assim, em toda a clareza do eu-lírico impenitente e empedernido, era repugnante a despeito da beleza da peça.

Nem todas as peças conseguiam atingir este grau de perversão. Muitas eram inocentes – todas, artisticamente bonitas. Mas algumas eram simplesmente chulas. O sujeito clamar aos deuses que aplaquem o desejo dele de “romper as cadeias da (…) virgindade” da garota, afirmando que o “o sopro da primavera (…) torna [o homem] lascivo”, e a menina responder “amor querido, ah, me entrego toda a ti” após o garoto chamar “vem, vem, linda, estou morrendo”, é degradante. Mesmo que seja em latim e em alemão, mesmo que haja dois pianos e cento e sessenta vozes. Percebam bem, não é o amor – mesmo o erótico – entre o homem e a mulher que é degradante, e sim a sua exposição num lugar que não lhe é próprio: num cenário pagão, sob as bênçãos de Vênus e Baco, entre odes à embriaguez e pseudo-conflitos entre “amor lascivo e pudor”, com explícito repúdio à mensagem do Evangelho e louvores ao prazer. Era aviltante.

No final, a apoteose com – de novo – a Fortuna Imperatrix Mundi. Chuva de aplausos, em pé; o espetáculo foi primoroso, sem dúvidas. Talvez as pessoas não tenham prestado atenção naquilo que era cantado; talvez – e pior ainda – não se importem mesmo. Quanto a mim, eu estranhava que o espetáculo depravado fosse de censura livre, sem aviso algum aos navegantes sobre o seu conteúdo…

Foi uma boa noite, fora de discussões, por um duplo motivo. O primeiro, por causa da inegável qualidade da música e da beleza da apresentação; o segundo, porque eu fiquei sabendo que há músicas e músicas, e que certas peças conseguem juntar conteúdos horrorosos com uma tremenda beleza estética. Serviu-me para atiçar a curiosidade e procurar saber exatamente o quê estou escutando; afinal, nem todo espetáculo de música erudita é como a majestosa Messa di Gloria de Puccini que tive a oportunidade de assistir no ano passado…