Quinta-Feira Santa

Já começa a Páscoa do Senhor, e nós não conseguimos vigiar com Ele um pouco sequer. Já é a hora das Trevas, e ela nos pega dormindo.

Dormiriam porventura São Pedro e os demais Apóstolos se sequer desconfiassem que aquela seria a última noite em que estariam com Cristo? A última vez em que Ele os chamaria para rezar? A derradeira ida ao Horto das Oliveiras? Decerto que não. Mas as hostes do Inferno avançam nas sombras, quando não são esperadas. O fim chega “como um ladrão”, para usar uma metáfora cara ao próprio Cristo que, não obstante, os Seus discípulos mais próximos não souberam aproveitar.

É noite, e a Lua Cheia já vai alta no Céu. A Madrugada já avança e, na verdade, já é Sexta-Feira, aquela terrível Sexta-Feira da Paixão. Os acontecimentos não param; seguem em frente, ao contrário, desenrolando-se em ritmo vertiginoso. Não nos esperam dormir, não nos deixam descansar. O Mal não descansa. E cada minuto perdido é um instante que não tem volta: eis a agonia de Nosso Senhor no Getsêmani a nos servir de doloroso exemplo dessa verdade! Cristo chamou os Seus, mas eles também O abandonaram, e um anjo teve que descer dos Céus para consolar o Divino Mestre porque os Apóstolos d’Ele dormiam.

E, como eles, nós.

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