Feliz Ano Novo!

Mais um ano passado. Para mim, passou muito depressa. É a idade… quanto mais velho se é, mais o tempo passa rápido. Deveria ser o contrário, pois é com a experiência adquirida que se pode fazer o tempo ser melhor aproveitado… Mas, como diz a sabedoria popular musical recifense contemporânea, “o tempo passa, o mundo gira, o mundo é uma bola”. É verdade: o tempo passa, inexorável.

Passou 2009 e, ao final dele, eu me lembro de uma frase de um santo que ouvi certa feita; não lembro quem é, mas sempre associo a um dos místicos espanhóis. A frase dizia que a vida é como uma noite mal dormida em péssima estalagem. Sofre-se, sim, mas é passageira: quando mal se percebe, chegou o dia. Findou a noite, findou a vida.

Findou o ano! É oportunidade para se meditar sobre a efemeridade da vida, sobre o tempo que passa mais depressa do que gostaríamos. Se, ao invés do ano, fosse a vida que chegasse ao fim? Se, ao invés de encontrarmos 2010, fôssemos nos encontrar com o Justo Juiz que há de pôr os nossos atos a descoberto e determinar a nossa sorte eterna?

O escoar dos anos deve nos fazer pensar que a nossa vida também passa. E passa depressa. Um ano a menos… aproveitemos bem o nosso tempo.

E um feliz ano novo a todos. Que o próximo ano encontre-nos melhores do que este que agora termina nos encontrou – são os meus votos mais sinceros. Continuemos na liça, também em 2010.

Mais sobre Nazismo

Como o pessoal da UNA parece não ter o que fazer, resolveram ressuscitar um post do Deus lo Vult! de mais de três meses atrás, falando (a UNA) sobre as hipocrisias e as mentiras religiosas no tocante à atuação da Igreja Católica durante o III Reich.

Os “argumentos” dos ateus resumem-se, quase todos, a ironias infantis e sem graça do tipo “a igreja é inocentinha… nunca foi comparsa dos nazis…” e outras besteiras.

Por exemplo: é óbvio que a presença do Papa junto a autoridades políticas quaisquer não significa, sob ótica nenhuma, um apoio irrestrito a estas autoridades. Assim, por exemplo, João Paulo II foi a Cuba e se encontrou com Fidel Castro, e tem foto dos dois juntos. Isso significa, por acaso, que a Igreja apóia o comunismo cubano?

Quando isto foi comentado, o assunto era uma famosa foto em que Pio XII, então ainda Cardeal Pacceli, aparece junto com Hitler. O contra-argumento da UNA é o seguinte: “curiosamente não vi estes padres fazendo saudação socialista”. Resta explicar qual seria a “saudação socialista” que eles estavam esperando ver. Ademais, eu também não vi o cardeal Pacelli fazer Heil Hitler.

Quanto ao fato de que houve católicos, inclusive padres e bispos, que apoiaram o regime de Hitler, nós não o negamos. Apenas repetimos o óbvio: isto é a posição particular destes católicos, e não da Igreja. Os padres acaso faziam Heil Hitler em obediência a alguma ordem da Igreja? Onde está essa ordem? Onde está a bula papal ou o decreto da Congregação para os Bispos que determina que os padres façam saudações nazistas sempre que virem passar os oficiais de Hitler?

Engraçado também é o seguinte: “três anos antes que Adolf Hitler subisse ao poder, a arquidiocese de Mogúncia condenou de forma pública o Partido Nazista”, e isto simplesmente não é levado em consideração pelos detratores da Igreja. “Ah”, dirão os anti-clericais raivosos, “isto é somente uma diocese pequena dentro da Alemanha, e esta condenação nunca foi tornada oficial para a Igreja como um todo”. Ué, e daí? E quando acusam a Igreja de cumplicidade com o Nazismo ostentando, aos borbotões, as fotos de clérigos simpatizantes do Nazismo, que não chegam nem mesmo a ser a posição oficial de uma Diocese minúscula? Por que usam dois pesos e duas medidas?

Outrossim, a Reichskonkordat não fala, em nenhum momento, em “Nazismo”, em “Nacional-Socialismo”, em permissão para que os católicos votem em partidos nazistas, nem em nada do tipo. Trata de alguns direitos da Igreja em território alemão. Aliás, quando ela foi assinada, nem havia ainda o Nazismo como um sistema político totalitário, que só se configurou no ano seguinte, em 1934 – e esta informação encontra-se até mesmo na Wikipedia. Qual é, portanto, a relação da Concordata com os descalabros nazistas?

Um argumento do mesmo nível seria o seguinte: o Vaticano assinou recentemente uma concordata com a República Federativa do Brasil, e o governo brasileiro é a favor do aborto. Ergo, deveria dizer um ateu, a Igreja apóia o aborto. Mas ele não ousa expôr este sofisma tão cretino… por quê? De novo, dois pesos e duas medidas. Esta é a honestidade atéia.

Por fim, e a título de curiosidade, vale a pena ler esta seleção de frases tiradas do insuspeito “O Papa de Hitler” de Cornwell, entre as quais destaco:

[A]pesar das confiantes declarações de Hitler, o VATICANO não era absolutamente favorável ao Partido nazista. A Santa Sé não endossava o nazismo implícito ou explícito do nacional socialismo.

[…]

Os nazistas consideraram a encíclica [Mit Brennender Sorge] como um ato subversivo. As empresas que colaboraram na impressão do documento foram fechadas, muitos dos seus empregados foram presos.

[…]

L’Osservatore Romano é condenado pelos fascistas, exemplares destruídos, jornaleiros espancados. Finalmente Pacelli foi emboscado em Roma, em conseqüência ele tornou-se um prisioneiro voluntário dentro do Vaticano.

[…]

[O] plano de Hitler [sobre isto, vejam também aqui] para seqüestrar Pacelli…

Eis o Papa de Hitler! Os ateus, para serem coerentes, deveriam acrescentar mais uma acusação à Igreja Católica: que Ela, além de apoiar o Nazismo, era radicalmente masoquista.

Muita coisa para pouco tempo…

Primeiro casamento gay do Malauí termina com prisão dos noivos. “Um casal homossexual do Malauí foi preso na segunda-feira acusado de ‘ultraje’, depois de ter se casado na primeira cerimônia de matrimônio gay do país”. A notícia está muito incompleta, pois não explica exatamente o que veio a ser a tal “cerimônia de matrimônio gay”. Não posso deixar de comentar, no entanto, que “ultraje” é um tipo penal curioso; gostaria de saber melhor do que se trata.

–  Campinas terá 1ª escola do Brasil voltada para público gay. Piada, se não fosse trágico. A escola terá “um curso para formação de drag queens”, e receberá alunos “com idade entre 12 a 18 anos”. Enquanto isso, as pessoas permanecem inertes, porque a patrulha da Gaystapo faz com que seja “homofobia” protestar contra esta imoralidade. Detalhe: tal escola “surgiu a partir de um convênio entre a ONG E-Jovem, o governo do Estado de São Paulo e o Ministério da Cultura”. É o dinheiro público sendo aplicado na promoção da sodomia. Lamentável.

Califórnia destina US$ 200 milhões para pesquisa aplicada com célula-tronco. No mesmo saco, como se fossem uma só e a mesma coisa, estão “células-tronco pluripotentes induzidas” e “células-tronco embrionárias humanas”. Gostaria de saber como anda a aplicação destes recursos dentre as diversas linhas de pesquisa, bem como os resultados obtidos

Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz. “Se o magistério da Igreja exprime perplexidades acerca de uma concepção do ambiente inspirada no ecocentrismo e no biocentrismo, fá-lo porque tal concepção elimina a diferença ontológica e axiológica entre a pessoa humana e os outros seres vivos. Deste modo, chega-se realmente a eliminar a identidade e a função superior do homem, favorecendo uma visão igualitarista da «dignidade» de todos os seres vivos. Assim se dá entrada a um novo panteísmo com acentos neopagãos que fazem derivar apenas da natureza, entendida em sentido puramente naturalista, a salvação para o homem”.

A Lei Natural e a Ignorância

Eu sempre achei muito complicado falar em “Ignorância Invencível” em se tratando da Lei Natural. Os exemplos são os mais variados possíveis: os sacrifícios humanos dos astecas, os homossexuais, os ateus e, agora os suicidas: descobri hoje que a Leila Lopes se matou para ir para junto de Deus.

Por um lado, é fato incontestável que o suicídio é pecado mortal. Por outro lado, é também incontestável que, para que haja pecado mortal, é necessário, além da matéria grave, pleno conhecimento e deliberado consentimento. Estes dois últimos aspectos são subjetivos; mas será que a subjetividade é absoluta? O fiel da balança fica sendo, então, em última instância, a (má) consciência do indivíduo?

Santo Tomás de Aquino ensina que a Lei Natural só é conhecida de todos os homens no tocante aos seus primeiros princípios universais (Summa I-IIae, q. 94, a. 4). Ensina também que as paixões podem obscurecer a razão (id. ibid, q. 77, a. 2), e que as paixões antecedentes ao pecado o atenuam (id. ibid, q. 77, a. 6). No entanto, o mesmo Santo Tomás diz (id. ibid., q. 77, a 8) que, quando o ato pecaminoso ou o consentimento deliberado é executado de maneira passional, isso não ocorre repentinamente, de modo que a razão deliberante pode fazer frente e, se não o faz, é pecado mortal…

Reconheço que é complicado, e reconheço que, às vezes, sentimo-nos tentados a escusar. Seja o ateu que teve uma péssima formação filosófica e religiosa, seja o homossexual que, desde a mais tenra infância, foi exposto à depravação até o seu senso moral ser destruído, seja um asteca que levava a sua religião tão a sério a ponto de oferecer, ao que ele julgava ser Deus, o que há de mais excelente na Criação: um outro ser humano. Ao mesmo tempo, no entanto… é possível postular este subjetivismo radical da culpa?

Eu não consigo mensurar a culpabilidade de alguns atos. Acho, porém, que não vale a pena fazê-lo: o que realmente interessa, na minha opinião, é estabelecer as matérias pecaminosas e combatê-las nos casos concretos, independente da culpabilidade dos pecadores. Afinal, sem sombra de dúvidas é possível que, quando houver matéria grave, haja também pecado mortal. E o risco de não dar a devida importância a uma alma que – pelo menos – possivelmente caminha a passos largos para o Inferno é grande demais para ser corrido em tranqüilidade de consciência.

A luz que refulge nas trevas

E a Luz refulgiu nas trevas. A luz da estrela, claro, que guiou os Reis Magos através da escura noite de inverno até o lugar onde Se encontrava o Recém-Nascido, e fez com que eles encontrassem o Deus Menino nos braços de Sua Mãe. Mas também – e mais importante – a Luz da Graça, derramada sobre a humanidade pecadora.

Dois mil anos passados. A Luz ainda brilha. E grande parte do mundo ainda está em Trevas, e – como daquela vez primeira – continua sem compreender a Luz que vem. Afinal, como compreender um Deus feito homem, um Infinito fazendo-Se limitado, um Eterno adentrando no Tempo? O Menino nos braços de Sua Mãe Santíssima é incompreensível para o mundo. Deus fazer-Se homem? E nascer de uma Mulher?

Os pastores ouviram do anjo o anúncio da Boa Nova. Os reis magos viram a Estrela no Céu e puseram-se a caminho do Salvador que havia nascido. Porque Ele nasceu pobre, mas nasceu para todos. Herodes não O encontrou porque era mau, e não porque era rico; os sábios do Oriente também eram ricos. Ofereceram ouro ao Menino, que era Rei, embora recém-nascido. E Sua Mãe Santíssima era Rainha. O Seu trono na terra era uma manjedoura, mas Ele estava também em Seu Trono no alto dos Céus. Em Belém, n’Aquele dia feliz, aquela manjedoura transformou-se no trono do Rei dos Céus e da Terra. E os reis magos puderam prostrar-se diante do Criador de tudo o que existe.

Portentoso mistério de Luz e de Graça! E tão incompreendido, até os dias de hoje. No burburinho do mundo de hoje, as pessoas não ouvem mais os anjos cantando gloria in excelsis Deo: é preciso o silêncio dos campos para escutar este cântico angelical. Encantadas com mil e uma futilidades passageiras, as pessoas não percebem a Estrela que cruza os céus indicando o nascimento do Messias: é preciso perscrutar o Céu com atenção para encontrá-la. Herodes não viu a Estrela nem ouviu os anjos cantando. Estava muito ocupado enquanto Deus descia à terra.

E perdeu o grande espetáculo do nascimento do Salvador, de uma Virgem dando à luz o Sol da Justiça em uma noite fria, do Senhor de todas as coisas guiando a história a partir do Seu trono em uma manjedoura, em Belém. Não compreendeu a Luz refulgindo nas Trevas, porque era Trevas e gostava das Trevas, porque a luz era odiosa aos seus olhos enfermos, e ele não queria ser curado. Quando o Altíssimo fez-Se homem para curar as nossas feridas, nós não quisemos ser curados.

E este é talvez o maior mistério do Natal: Deus vem salvar os homens e os homens não querem ser salvos. As estalagens de Belém não quiseram hospedar a Rainha, Herodes procurou matar o menino, a noite mais importante da história da humanidade passou despercebida por quase todos. Em breve, no Calvário, a história vai se repetir, e os homens vão preferir Barrabás a Nosso Senhor. Agora, no entanto, o Menino passa frio, e já começa a sofrer por nós, e nós sequer o percebemos.

Eu quero ser curado das minhas feridas, e isso eu não posso sem o Deus Menino. Não quero ser contado entre as Trevas que não compreenderam o refulgir da Luz que veio ao mundo para a salvação do mundo. Quero que o nascimento do Salvador seja motivo de grande alegria também para mim; quero ouvir o cântico jubiloso dos anjos e, seguindo a Estrela, quero prostrar-me diante do Deus que descansa nos braços de Sua Mãe Santíssima.

Porque é do ventre desta Mulher que o mundo recebe o Salvador do mundo, e é nos braços d’Ela que repousa o nosso Deus e nossa Salvação. Eu te saúdo, ó Virgem, cheia de graça, e te agradeço por seres o que és: a Virgem Fiel, a Escrava do Senhor, a Mãe de Deus. Não existe Natal sem o Menino Jesus, e não existe Menino Jesus sem a Sua Mãe Santíssima. Que Ela possa interceder por nós e, à semelhança d’Aquela noite feliz, possa fazer mais uma vez a Luz refulgir nas trevas, e possa trazer-nos de novo o Deus Menino.

Feliz Natal!

Foto: http://www.amigosdopresepio.org/napolitano.htm
Foto: http://www.amigosdopresepio.org/napolitano.htm

“Se, estando o sol no céu, não o suportamos durante o verão, que aconteceria se ele descesse à terra? (…) Se, estando outrora lá em cima, o Sol abrasava, o que não será agora que desceu e se colocou numa manjedoura, e passa frio… e, quanto mais frio passa, mais eu me aqueço; e quanto mais incômodos sofre, mais eu descanso; e quanto mais Te vejo padecer por mim, Senhor, mais acredito que me amas!…

Comecemos uma vida nova, porque o Menino a começa. (…) Serei o vosso companheiro, Senhor. Quero ir convosco, pois ides para resolver os meus problemas. Dou-Vos graças por terdes nascido. Dou-Vos graças por terdes preferido uma manjedoura”.

São João de Ávila, “O Mistério do Natal”, pp. 47-48
Ed. Quadrante, 2ª Edição
São Paulo, 1998

Um santo Natal para todos os que enriquecem este espaço com a sua presença, extensivo a todos os familiares e amigos, são os meus votos mais sinceros.

Gloria in Excelsis Deo!

Christus natus est!

A temperança e a situação de pecado

Durante o almoço natalino em família, após estarmos satisfeitos, sentamo-nos para descansar. Alguém ligou a televisão. Estava passando uma cena de uma novela da Globo – “Alma Gêmea”. Não sei o nome dos atores ou dos personagens, nem o contexto. Mas a cena era a seguinte:

Um casal recém-casado discutia. O marido dizia à mulher que ela o tinha enganado e que, por isso, ela não esperasse dele um bom marido. Lançando ao rosto da esposa as mentiras que ela havia contado para que conseguisse se casar com ele, o esposo dizia que não iria nem mesmo tocá-la, jamais, e se retirou para um quarto à parte, deixando-a sozinha.

A mulher não se conforma. Diz para si mesma que é linda, e que vai conseguir ter para si o homem amado. Sobe ao quarto do esposo, deixa cair o vestido, e pergunta ao marido se ele não é homem. Um instante terrível de hesitação. E então o marido, diante do corpo nu dela, afirma que é homem, sim, e que tem vontade de lançá-la à cama, mas que consegue se controlar. Passa por ela, impassível, entrega-lhe o vestido, diz para que se vista, e que saia.

Meu lado Poliana rejubila-se. Em uma novela da Globo, a força de vontade vence a tentação carnal. A temperança vence a luxúria. Um “não” resoluto e irrevogável vence o pecado. É possível resistir, é possível ter princípios mais nobres do que os impulsos sexuais: há uma alternativa ao comportamento meramente instintivo. Há humanidade.

Mas meu lado “não-Poliana” não fica satisfeito. Lembro-me de uma coisa que já li em algum lugar, sobre os cátaros: lembro-me que os líderes da seita, por serem “superiores”, vangloriavam-se de serem capazes de resistir às tentações e, para prová-lo, dormiam com belas moças sem as tocarem. O resultado era que outros cátaros, tentando imitar os seus líderes, faziam a mesma experiência e cediam à tentação durante a noite. Não eram “superiores” e o descobriam da pior maneira possível.

A castidade é virtude que se guarda protegendo-a, e não a pondo à prova. As situações de pecado, como sempre ensinou a Igreja, são para serem evitadas, e não enfrentadas. É admirável, sem dúvidas, o heroísmo dos que conseguem se manter impassíveis diante de uma tentação avassaladora. Mas este heroísmo é uma exceção, e não a regra. Que ninguém o pretenda possuir! Para que não aconteça de só descobrir que não consegue após não conseguir…

A Vigília dos Pastores – Nelson Rodrigues

Escrevo à noite. Vem na aragem noturna um cheiro de estrelas. E, súbito, eu descubro que estou fazendo a vigília dos pastores. Aí está o grande mistério. A vida do homem é essa vigília e nós somos eternamente os pastores. Não importa que o mundo esteja adormecido. O sonho faz quarto ao sono. E esse diáfano velório é toda a nossa vida. O homem vive e sobrevive porque espera o Messias. Neste momento, por toda a parte, onde quer que exista uma noite, lá estarão os pastores – na vigília docemente infinita. Uma noite, Ele virá. Com suas sandálias de silêncio entrará no quarto da nossa agonia. Entenderá nossa última lágrima de vida.

Nelson Rodrigues, em crônica natalina publicada n’O Globo da qual só encontrei, infelizmente, este pequeno excerto

Relíquias de Dom Bosco no Nordeste

Só divulgando: a urna que contém uma relíquia de Dom Bosco está no Brasil e estará em Recife no início do próximo ano. Há um site próprio sobre a relíquia descrevendo o seu itinerário; ela “fica no país até o dia 28 de fevereiro, quando segue para Caracas, capital da Venezuela”.

Conforme email que recebi, a programação preliminar para o itinerário das relíquias no nordeste segue abaixo:

JANEIRO de 2010

21, qui
05:00-xx:xx    Acolhida, em Salvador (BA)

22, sex
09:00-15:00    Aracaju (SE)
17:00-06:00    Penedo (SE)

23, sab
08:00-16:00    Maceió (AL)
18:00-04:00    Matriz de Camaragibe (AL)

24, dom
07:30-13:00    Lajedo-Imaculada (PE)
16:00-08:00    Jaboatão-cidade (PE)

25, seg
09:00-15:00    Jaboatão-Colônia (PE)
17:00-07:00    Abreu e Lima-Caetés (PE)

26, ter
08:00-13:00    Recife-Várzea (PE)
15:00-06:00    Carpina    (PE)

27, qua
08:00-14:00    Recife-Sagrado Coração (PE)
15:00-06:00    Recife-Bongi (PE)

28, qui
08:00-13:00    Gravatá (PE)
17:00-06:00    João Pessoa (PB)

29, sex
09:00-14:00    Natal-São José (RN)
15:00-05:00    Natal-Gramoré (RN)

30, sab
10:00-06:00    Areia Branca (RN)

31, dom
07:00-12:00    Mossoró (RN)
17:00-04:00    Cajazeiras (PB)

FEVEREIRO de 2010

01, seg
07:00-13:00    Juazeiro do Norte-Horto (CE)
14:00-05:00    Juazeiro-Santuário (CE)

02, ter
11:00-06:00    Petrolina (PE)

03, qua
06:00-18:00    Traslado – pernoite em Aracati (CE)

04, qui
06:00-13:00    Aracati (CE)
16:00-05:00    Baturité (CE)

05, sex
09:00-06:00    Fortaleza-Dom Lustosa (CE)

06, sab
07:00-10:00    Fortaleza-Catedral (CE)
11:00-xx:xx    Fortaleza-Piedade (CE)

07, dom
10:00-12:00    Despedida (Fortaleza-Piedade)
Traslado para Belém, via aérea

A propósito, a agência de informações salesiana diz que há um decreto concedendo uma indulgência plenária durante a peregrinação da Urna. Não o encontrei no site do Vaticano; alguém o tem?

Mais en passant: o ateu, o Natal, o aquecimento, a consciência

Ateu invade igreja e ofende cristãos. “A Justiça da Espanha condenou nesta sexta-feira um ateu a um ano e dez meses de cadeia por interromper um batizado no momento da oração do Credo. […] O Tribunal descarta a possibilidade de que o réu sofresse problemas mentais e a sentença não admite apelações”.

– Via Wagner Moura: o carteiro da judeia. Exemplar imaginário de um jornal da época do nascimento de Nosso Senhor. Os depoimentos do lado inferior esquerdo da página são impagáveis: o cético, o modernista, o cientificista.

– Reinaldo Azevedo sobre o aquecimento global. “Atenção! Londres não via nevasca igual desde 1895  — é, a maior em modestos 114 anos. A Costa Leste dos EUA está sob metros de neve. Os serviços entraram em colapso. Washington não teve a maior nevasca dos último 100, 200 ou 300 anos, não. Assistiu à MAIOR DE SUA HISTÓRIA. Obama teve de apressar a sua volta de Copenhague, onde foi debater o aquecimento global, por causa do excesso de… frio! Na Europa, o  clima já matou 50 pessoas em três dias; nos EUA, 8”.

– Não gosto do Olavo falando sobre moralidade e consciência; cheira-me relativista. Também não gosto muito das idéias malucas dele, totalmente contrárias à subsidiariedade mais básica, segundo as quais devemos deixar de lado os problemas pontuais para nos concentrarmos nos ataques ao conjunto. Mas ele está certo quando diz que a destruição do senso moral por meio do bombardeamento de contradições é deliberada. “Escândalos de adultério espoucam a toda hora na mesma mídia que advoga o abortismo, o sexo livre e o gayzismo. A contradição é tão óbvia e constante que nenhum aglomerado de curiosas coincidências poderia jamais explicá-la. Ela é uma opção política, a demolição planejada do discernimento moral”.