Stultorum infinitus est numerus

Engraçados dois comentários que foram feitos aqui recentemente.

O primeiro, no “sobre mim” do blog, disse que “[q]ue Jesus nunca existiu já está mais que provado, e faz muito tempo”. O segundo, no post sobre a Lady Gaga, afirmou que (a confusão é no original) “analisando coerentemente, coisa que este site não exerce, GAGA e a IGREJA CATÒLICA usufruem das mesmas técnicas descritas por mim anteriormente para arrendarem mais fans, fiéis (…) com o único e terrível propósito econômico”.

Às vezes eu fico pensando de onde é que essa gente surge, o que é que têm na cabeça… Quando eu leio coisas assim, lembro-me daquele texto (de Nelson Rodrigues, se a memória não me trai), segundo o qual os idiotas que sempre ficaram calados hoje em dia se acham no direito de falar – e esse é um dos grandes problemas dos tempos modernos.

Em pleno século XXI o sujeito abrir a boca para dizer que Jesus “nunca existiu” e que isso já está “provado”, é de uma idiotice descomunal. E olhe que ele fala com a empáfia de quem está proclamando uma obviedade. Do mesmo modo, o outro sujeito colocar lado-a-lado a Lady Gaga e a Igreja Católica, dizendo que ambas procuram “mais fiéis” e têm por único “propósito [o] econômico”… tal afirmação absurda e disparatada, em outros tempos, seria facilmente recebida como a idiotice que é. No entanto, hoje os idiotas falam, e falam, e têm público que lhes dê crédito pelas bobagens que afirmam sem enrubescer! De onde veio tanta decadência? Como é possível que as pessoas maltratem tanto as palavras e o discurso, e tenham quem lhes apóie nesta degradante empreitada?

Não sei quem é que dizia que a inteligência é limitada, mas a idiotice não. A cada dia, multiplicam-se os exemplos que corroboram a tese. Mas as Escrituras já diziam que o número dos tolos é infinito: stultorum infinitus est numerus (Liber Ecclesiastes 1,15). O mundo de hoje dá eloqüente testemunho em favor das Sagradas Escrituras! Haveria mais crentes, caso esta prova da inspiração divina da Bíblia não fosse, aquela própria (i.e. o número infinito de idiotas), obstáculo à Fé…

Os “católicos tradicionais” e a Linz tupiniquim

Pediram-me para que eu comentasse sobre um artigo do Fratres in Unum, que leva por título “Linz é aqui!” e que mostra umas fotos de uma tal “missa-discoteca” ocorrida no Rio de Janeiro. E o referido pedido ainda foi feito de maneira provocativa, acusando-me de ser um “neo-conservad[o]r que gosta de criticar os católicos tradicionais”.

Em primeiro lugar, eu não “gosto” de criticar ninguém, nem muito menos os auto-intitulados “católicos tradicionais”. Gostaria muitíssimo, pelo contrário, de não precisar criticar ninguém (muito menos irmãos na Fé), porque os combates contra os meus pecados e meus defeitos, em busca do meu próprio aperfeiçoamento espiritual, já seriam batalha grandiosa o suficiente para toda uma vida cristã, por mais anos de vida que a Divina Providência me concedesse. Se por vezes preciso lançar críticas, é porque julgo em consciência que as mesmas são necessárias para fazer oposição aos erros que grassam na Igreja e no mundo, ao joio que conspurca o trigal do Senhor.

Em segundo lugar, não aceito o rótulo de “católicos tradicionais” em oposição a “neo-conservadores” ou ao que seja. Católico tradicional é por definição todo católico, é aquele que guarda a Tradição da Igreja. “Neo-conservador” não existe, é um rótulo sem sentido criado por alguns católicos para estigmatizar quem não cerra fileiras com eles e sua revolta descabida.

Em terceiro lugar, eu não critico – permitindo-me usar neste texto, para fins didáticos, dos rótulos com os quais não obstante, pelo acima exposto, eu não concordo – “os católicos tradicionais”. O que critico são alguns comportamentos deletérios que às vezes são encontrados em alguns católicos, como o de se julgarem os últimos baluartes do catolicismo contra a própria Igreja Católica, o resto de Israel que permanece de pé após a queda da Babilônia que eles identificam com a Sé de Roma. Ou seja, eu só os critico precisamente naquilo em que eles se afastam da Tradição que todo católico deve guardar. Fundar um “Magistério Paralelo” não é da Tradição, impugnar por conta própria um Concílio Ecumênico (contra as expressas e reiteradas declarações de sucessivos Papas) não é da Tradição, recusar-se à communicatio in sacris com a Igreja não é da Tradição, a livre-interpretação de textos do Magistério da Igreja (contra o sentido dado pela Santa Sé e também contra a lógica católica mais elementar) não é da Tradição, a militância pública e irreverente contra a Igreja não é da Tradição. É isto que eu critico, e não simpliciter “os católicos tradicionais”.

Em quarto lugar, a despeito de eu precisar, por vezes, fazer tais críticas, louvo e me uno aos “católicos tradicionais” naquilo que eles indiscutivelmente fazem de bom: na promoção do zelo litúrgico, na apologética contra não-católicos, no combate contra o laicismo militante, na defesa da moral cristã contra o relativismo dos dias de hoje, et cetera, et cetera. A lista é tão grande que nem vou me dar ao trabalho de citá-la inteira.

Por fim, após o longo e enfadonho – porém necessário – preâmbulo, vamos ao Rio de Janeiro e ao “Banquete do Cordeiro”. Não faço idéia de que evento seja esse e nem está claro, a partir das fotos do site, o quê aconteceu exatamente – se os fogos são durante a missa, se a pregação é uma homilia, se a dança é uma procissão de ofertório, em que momento(s) Dom Orani esteve presente, etc. Mesmo assim, as fotos que estão lá no site são escandalosas, na mais caridosa possível das hipóteses pela possibilidade de induzir os fiéis a julgarem que uma missa-discoteca foi celebrada sob o olhar complacente do Arcebispo do Rio de Janeiro.

A Santa Missa – não custa repetir – é o Sacrifício do Calvário tornado presente de forma incruenta sobre os nossos altares e, portanto, qualquer coisa que coopere para obscurecer esta verdade de Fé deve ser corajosa e enfaticamente rechaçada. Imagino que seja extremamente óbvio para qualquer pessoa que uma discoteca, fogos, jogos de luzes, danças e coisas do tipo não têm, absolutamente, nada a ver com uma cerimônia sacrifical na qual a morte do Filho de Deus em remissão dos nossos pecados se faz presente.

Isto, somado aos repetidos esforços por parte da Santa Sé para resgatar o decoro nas celebrações litúrgicas e condenar todo tipo de invencionice descabida, faz com que as fotos disponibilizadas na internet do tal “Banquete do Cordeiro” provoquem extrema perplexidade nos católicos que mantém um mínimo de senso de sagrado. Trata-se de um grave abuso completamente injustificado.

Contra semelhante profanação, vale a pena protestar – de maneira educada, naturalmente – junto à Arquidiocese do Rio de Janeiro, pedindo um esclarecimento para (ao menos) minimizar o escândalo e o mal-estar provocados pela divulgação pública das referidas imagens. E também aqui, para escrever à Regional Leste 1 da CNBB. E também aqui (email de Dom Orani) e aqui (da Cúria Arquidiocesana do Rio de Janeiro). Não suportamos mais tamanha falta de cuidado e de respeito com as coisas sagradas.

“O sacerdote, com quatro palavras, faz mais todos os dias, que se criara mil mundos” – pe. António Vieira

O perdoar pecados consiste formalmente em Deus ceder do jus e direito que sua justiça tem para os castigar, que é acto superior da sua misericórdia, parcendo maxime, et miserando: e como neste acto vence a misericórdia divina a justiça divina, também Deus se vence a si mesmo, que é «a maior vitória, a maior façanha do seu poder»: Omnipotentiam tuam maxime manifestas. Porém a do Filho de Deus em se consagrar ainda é maior, porque mais é poder-se fazer a si mesmo, que poder-se vencer; e isto é o que pode, e o que fez o Filho de Deus, sumo e eterno sacerdote, quando se consagrou no sacramento, porque realmente se tornou a fazer e reproduzir a si mesmo. Mas não parou aqui sua omnipotência e liberalidade, senão que este mesmo poder de o reproduzirem e fazerem a ele, comunicou aos sacerdotes, quando lhes disse: Hoc facite in meam commemorationem: «Isto mesmo que eu fiz, fazei vós». Expressamente S. Germano, venerado e alegado neste mesmo ponto pelos Padres gregos: Ipse dixit: hoc est corpus meum, hic est sanguis meus; ipse et apostolis jussit, et per illos universæ ecclesiæ hoc facere: hoc enim (ait) facite in meam commemorationem. Non sane id facere jussisset, nisi vim, hoc est, potestatem inducturus fuisset, ut id facere liceret. Ó poder quase incompreensível, e que só se pode admirar com o nome de estupendíssimo! Nos seis dias da criação, criou Deus com seis palavras todo este Mundo, e o sacerdote com quatro palavras faz mais todos os dias, que se criara mil mundos.

Declaremos bem este poder mal entendido, para que todos o entendam e pasmem. O lume da Igreja, St. Agostinho, exclama assim: O veneranda sacerdotum dignitas! in quorum manibus Dei Filius velut in utero virginis incarnatur!: «Ó dignidade veneranda dos sacerdotes, em cujas mãos o Filho de Deus, como no ventre sacratíssimo da Virgem Maria, torna outra vez a encarnar!» Em que consistiu a encarnação do Verbo Eterno? Consistiu na produção do corpo e alma de Cristo e na produção da união hipostática, com que a sagrada humanidade se uniu à subsistência do Verbo. E tudo isto faz o sacerdote com as palavras da consagração, produzindo outra vez, ou reproduzindo todo o mesmo Cristo. Na mesma conformidade falam S. João Crisóstomo, S. Gregório Papa, S. Pedro Damião, e o antiqüíssimo Teodoro Ancirano, famoso no Concílio Efesino. Mas porque cuidam alguns que semelhantes questões são mais debatidas e examinadas pelos teólogos modernos, quero também alegar as palavras de dois bem conhecidos na nossa idade. O P. Teófilo Rainaudo, tão perseguidor de opiniões, ou devoções pouco Sólidas, como se vê nos seus eruditíssimos livros contra Anomala pietatis, diz o que se segue: Sacerdos Christum sub accidentibus ponit, esse sacramentale illi conferendo per veram Christi productionem substantialem. E mais a baixo: Christus non producitur absque unione ad verbum, quia non est purus homo, sed suppositum ejus est Persona Filii: itaque in sacrificio Deus in manibus sacerdotum incarnatur. E noutro lugar: Quim etiam sacerdotis potestas extenditur ad efficiendam unionem hypostaticam, et transubstantionem panis, et vini. Não romanceio as palavras, porque são expressamente tudo o que tenho dito. E o P. Eusébio Neriemberg, varão de tanto espírito, erudição e letras, cujos livros todos trazem nas mãos, fazendo a mesma comparação, que eu já toquei, entre a criação do Mundo e consagração do corpo de Cristo, discorre e infere desta maneira: Mundum, et ea quæ in mundo sunt, produxit potentia Patris: sacerdotis vero potentia producit Filium Dei in sacramentum, et sacrificium, quo admirabilior potestas est sacerdotis transubstantiatione Filium Dei, quam creatione res perituras Dei Patris producentis. Quer dizer: «A potência do Eterno Padre produziu o Mundo, e  tudo o que há no mundo; a potência do sacerdote produz o Filho de Deus em sacramento e sacrifício; donde se segue que o poder do sacerdote, na transubstanciação do Filho de Deus, é muito mais admirável que a potência do Eterno Padre na criação de todas as cousas do Mundo, que hão-de acabar com ele.»

Padre Antonio Vieira,
Sermão de São Pedro

Na solenidade de São Pedro e São Paulo – pe. António Vieira

Primeiramente não nego, nem se pode negar que o texto  parece que fala com todos os Discípulos e Apóstolos,  a quem o divino Mestre fazia a pergunta. Mas eu  pergunto também quem foi o que única e singularmente respondeu a ela? Claro está que foi São Pedro: Respondit Petrus. E porque respondeu só ele e nenhum outro? Excelentemente St.° Ambrósio: Cum interrogasset Dominus quid homines de Filio hominis æstimarent, Petrus tacebat: ideo (inquit) non respondeo, quia non interrogor: interrogabor, et ipse quid  sentiam tum demum respondebo, quod meum est. «Enquanto Cristo perguntou o que diziam os homens, Pedro esteve calado sem dizer palavra» __  tacebat; e porque esteve calado Pedro e não respondeu palavra? «Porque aquela pergunta, diz ele, não fala comigo»: Ideo non respondeo, quia non interrogor; «porém quando eu for perguntado, então responderei e direi o que sinto, porque a mim me pertence»: Cum interrogabor, et ipse quid sentiam respondebo, quod meum est. Note-se muito esta última palavra, quod meum est, na qual excluiu o mesmo S. Pedro a todos os outros Apóstolos e confiadamente diz que a resposta daquela altíssima pergunta só era sua e só a ele pertencia. É verdade que a palavra da pergunta: vos autem parece que compreendia a todos; mas a resposta exclui aos demais, como encaminhada a ele por quem sabia o que só Pedro sabia e os demais ignoravam.

Em um famoso milagre do mesmo S. Pedro temos um extremado exemplo, com que a extensão do vós autem se limita só a ele. Entretanto S. Pedro com S. João por uma das portas do templo de Jerusalém a orar, estava ali um pobre tolhido dos pés desde seu nascimento, o qual lhes pediu uma esmola; disse-lhe S. Pedro: Respici in nos: «Olha para nós», e respondendo ao que pedia o pobre; __ Eu __ diz __ não tenho ouro, nem  prata, mas o que tenho, isso te dou; e tomando-o pela mão «o pôs em pé inteiramente são»: Et protinus consolidatæ sunt bases ejus. Pois se S. Pedro só havia de fazer, como fez, o milagre sem ter parte nele o companheiro, porque não disse também – olha para mim, senão, olha para nós?: Respice in nos ?

A razão fique para outro dia; o exemplo nos serve agora, e é quanto se pode desejar adequado. De sorte que o respice in nos referiu-se a Pedro, e mais a João; mas o milagre não o obraram Pedro e João, senão só Pedro. Pois assim como então o respice in nos se referiu a ambos e o obrador do milagre foi só um, assim no caso presente o vos autem referia-se a todos __ Respiciebat omnes __ e a milagrosa confissão foi só de Pedro. Só de Pedro, sem que o número ou multidão a que foi dirigida a pergunta, impedisse a glória única e singular de quem deu a resposta: e senão, combinemos o vos com o tu e o tibi. O vos autem foi de todos, e o tu só de Pedro: Tu es Petrus; o vos autem de todos, e o dico só de Pedro: dico tibi; o vos autem de todos, e o  dabo só de Pedro: Tibi dabo.

Padre Antonio Vieira,
Sermão de São Pedro

Primeiramente não nego, nem se pode negar que o texto  parece que fala com todos os Discípulos e Apóstolos,  a quem o divino Mestre fazia a pergunta. Mas eu  pergunto também quem foi o que única e singularmente respondeu a ela? Claro está que foi São Pedro: Respondit Petrus. E porque respondeu só ele e nenhum outro? Excelentemente St.° Ambrósio: Cum interrogasset Dominus quid homines de Filio hominis æstimarent, Petrus tacebat: ideo (inquit) non respondeo, quia non interrogor: interrogabor, et ipse quid  sentiam tum demum respondebo, quod meum est. «Enquanto Cristo perguntou o que diziam os homens, Pedro esteve calado sem dizer palavra» __  tacebat; e porque esteve calado Pedro e não respondeu palavra? «Porque aquela pergunta, diz ele, não fala comigo»: Ideo non respondeo, quia non interrogor; «porém quando eu for perguntado, então responderei e direi o que sinto, porque a mim me pertence»: Cum interrogabor, et ipse quid sentiam respondebo, quod meum est. Note-se muito esta última palavra, quod meum est, na qual excluiu o mesmo S. Pedro a todos os outros Apóstolos e confiadamente diz que a resposta daquela altíssima pergunta só era sua e só a ele pertencia. É verdade que a palavra da pergunta: vos autem parece que compreendia a todos; mas a resposta exclui aos demais, como encaminhada a ele por quem sabia o que só Pedro sabia e os demais ignoravam. Em um famoso milagre do mesmo S. Pedro temos um extremado exemplo, com que a extensão do vós autem se limita só a ele. Entretanto S. Pedro com S. João por uma das portas do templo de Jerusalém a orar, estava ali um pobre tolhido dos pés desde seu nascimento, o qual lhes pediu uma esmola; disse-lhe S. Pedro: Respici in nos: «Olha para nós», e respondendo ao que pedia o pobre; __ Eu __ diz __ não tenho ouro, nem  prata, mas o que tenho, isso te dou; e tomando-o pela mão «o pôs em pé inteiramente são»: Et protinus consolidatæ sunt bases ejus. Pois se S. Pedro só havia de fazer, como fez, o milagre sem ter parte nele o companheiro, porque não disse também – olha para mim, senão, olha para nós?: Respice in nos ?

A razão fique para outro dia; o exemplo nos serve agora, e é quanto se pode desejar adequado. De sorte que o respice in nos referiu-se a Pedro, e mais a João; mas o milagre não o obraram Pedro e João, senão só Pedro. Pois assim como então o respice in nos se referiu a ambos e o obrador do milagre foi só um, assim no caso presente o vos autem referia-se a todos __ Respiciebat omnes __ e a milagrosa confissão foi só de Pedro. Só de Pedro, sem que o número ou multidão a que foi dirigida a pergunta, impedisse a glória única e singular de quem deu a resposta: e senão, combinemos o vos com o tu e o tibi. O vos autem foi de todos, e o tu só de Pedro: Tu es Petrus; o vos autem de todos, e o dico só de Pedro: dico tibi; o vos autem de todos, e o  dabo só de Pedro: Tibi dabo.

As “flores de Marcela”

Da série “afogar o mal na abundância do bem”, embora já tenha mais de um ano, merece ser divulgado: “Flores de Marcela”. Documentário sobre a pequena Marcela de Jesus, anencéfala, que faleceu em 2008 após viver mais de um ano e meio.

Parte 1:

Parte 2:

Curtas

“A ousadia da santidade”, pelo Carlos Alberto Di Franco e publicada… no Estadão! “A tese, por exemplo, de que é necessário ouvir os dois lados de uma mesma questão é irrepreensível; não há como discuti-la sem destruir os próprios fundamentos do jornalismo. Só que passou a ser usada para evitar a busca da verdade. A tendência a reduzir o jornalismo a um trabalho de simples transmissão de diversas versões oculta a falácia de que a captação da verdade dos fatos é uma quimera. E não é. O bom jornalismo é a busca apaixonada da verdade. O jornalismo de qualidade, verdadeiro e livre, está profundamente comprometido com a dignidade do ser humano e com uma perspectiva de serviço à sociedade”.

Comunicado da Santa Sé sobre a audiência entre o Papa Bento XVI e o Cardel Schönborn. “A palavra ‘chiacchiericcio’ (fofoca) foi erroneamente interpretada como desrespeitosa às vítimas de abuso sexual, para com as quais o Cardeal Angelo Sodano nutre os mesmos sentimentos de compaixão e de condenação do mal, como expressado em várias ocasiões pelo Santo Padre. A palavra pronunciada durante a saudação de Páscoa ao Papa Bento XVI foi tomada literalmente da homilia pontifical do Domingo de Ramos e se referia à ‘coragem que não se deixa ser intimidada por fofocas de opiniões predominantes'”.

Crônicas Vaticanas: o Papa e a Itália. “Bento XVI e os seus estreitos colaboradores intervêm muito rapidamente em questões italianas, dando mais atenção em relação a outros países do mundo. Isso porque a Itália constitui uma espécie de laboratório para os muitos desafios que a Igreja deve enfrentar: é um país historicamente católico, mas a prática da fé e o seu impacto social estão em decadência. Portanto, a campanha de nova evangelização do Papa só pode começar literalmente do jardim de casa”.

El cardenal Kasper anuncia su partida y traza un balance de su gestión. Em espanhol, mas dá para compreender. “El balance examinó luego las relaciones con las Iglesias y las comunidades eclesiales de la Reforma: ‘Errores o, más bien, imprudencias en el modo de formular la verdad – admitió el cardenal Kasper -, han sido cometidos entre nosotros e incluso de parte nuestra’. Pero en lo que concierne a este diálogo, el cardenal quiso remitirse al texto recientemente publicado por el dicasterio, ‘Harvesting the fruits’, en el que se hace un balance de los resultados y de los acuerdos alcanzados”.

Poesia sobre a morte de Saramago. Destaco: “Proponho assim, por descargo / – Como quem dá a camisa / – Rezarmos por Saramago / Que bem precisa coitado…! / Mãe dos Céus, Oh se precisa”.

– Sobre a Bélgica: “Papa se solidariza com bispos belgas” e “Indignação da Santa Sé pela brutal inspeção ao episcopado belga”. Deste último: “‘Manifestaram que haveria uma inspeção do arcebispado devido a denúncias de abuso sexual no território da arquidiocese’, explica um comunicado assinado pelo porta-voz da Conferência Episcopal da Bélgica, acrescentando que ‘não se deu nenhuma outra explicação, mas todos os documentos e telefones celulares foram confiscados e se manifestou que ninguém poderia deixar o edifício. Este estado, de fato, durou até quase as 19h30′”.

Podcast IV – Direitos da Igreja, apostolado

Com algum tempo de atraso, trago o novo podcast do Deus lo Vult!. Desta vez, falando sobre a expansão da Fé Católica, os direitos da Igreja de pregar o Evangelho e o Apostolado – inclusive e principalmente dos leigos – enquanto direito e dever de todos os membros da Igreja.

O documento citado no áudio pode ser lido aqui: Apostolicam Actuositatem.

[podcast]https://www.deuslovult.org//wp-content/uploads/podcast/podcast-004-apostolado-leigos.mp3[/podcast]

Clique aqui para baixar.

Virgem Maria, desejos de Céu

[Está tão bonita que reproduzo do mesmo jeito que recebi por email. Não tenho muito mais o que acrescentar – que a Virgem Santíssima inspire em todos o desejo do Céu! Sim, que esta Boa Senhora possa nos curar da tibieza, e inflamar as nossas almas de um verdadeiro desejo pela Vida Eterna junto ao Seu Filho.

A frase do título não está na reportagem. Está no discurso de Bento XVI em visita al Centro Don Orione di Monte Mario, anteontem. Que, como disse o Sumo Pontífice “[l]a Madonnina (…) protegga le famiglie, susciti propositi di bene, suggerisca a tutti desideri di cielo”; é também o que eu desejo. “Guardare al cielo, pregare, e poi avanti con coraggio e lavorare. Ave Maria e avanti!” – como dizia San Luigi Orione. Que nos guarde a Virgem Santíssima, Salus Populi Romani, que também nós somos romanos. Da Igreja de Roma. Da Igreja de Cristo.]

Bento XVI: “Que Maria inspire em todos desejos de céu”.

25/06/2010 (1:29)

Papa: “Que Maria, Mãe de Deus e nossa, esteja sempre no alto de seus pensamentos e afetos, amável conforto de suas almas, guia certa de suas vontades e amparo de seus passos, inspiradora persuasiva da imitação de Jesus Cristo”.

Bento XVI visitou na manhã de quinta-feira o Centro Don Orione de Monte Mario e abençoou a imagem de Nossa Senhora, abatida alguns meses atrás pela fúria do vento. Restituída aos olhos e à devoção dos romanos, graças à restauração atenciosa, a efígie – recordou o Pontífice – é “memória de eventos dramáticos e providenciais, escritos na história e na consciência da Cidade”. A imagem, de fato, “foi colocada na colina de Monte Mario em 1953, como realização de um voto popular pronunciado durante a II Guerra Mundial, quando as hostilidades e as armas faziam temer pelo futuro de Roma”. Uma iniciativa que partiu dos orionitas, que justamente no alto da colina realizaram um centro de “acolhimento de mutilados e de órfãos”. “Don Orione – precisou o Papa – viveu de maneira lúcida e apaixonada a tarefa da Igreja de viver o amor para fazer entrar no mundo a luz de Deus”, “convencido de que a caridade abre os olhos à fé”. “As obras de caridade – concluiu Bento XVI – jamais podem reduzir-se a gesto filantrópico, mas devem permanecer sempre tangíveis expressão do amor providencial de Deus”.

Fonte: H20News

Votar no PT: filtrar um mosquito, engolir um camelo

Já que as eleições de outubro estão se aproximando e alguns comentários sobre o voto no PT surgiram recentemente em um post antigo do Deus lo Vult!, gostaria de aggiornar esta discussão. Confesso que me sinto frustrado quando alguém vem me dizer que é perfeitamente possível votar no Partido dos Trabalhadores e permanecer bom católico mesmo assim. Sinto muito, não é.

O bom católico não vota em partido abortista, porque sabe que a vida humana é o mais sagrado de todos os bens e, por isso, deve ser protegido antes de qualquer outra coisa. O bom católico sabe, como disse Madre Teresa de Calcutá, que o maior inimigo da paz é o aborto; porque, se dissermos às mães que elas podem matar os próprios filhos, não poderemos dizer às pessoas que elas não se matem umas às outras.

O bom católico não vota em partido gayzista, porque sabe que os atos homossexuais são intrinsecamente desordenados e não podem, em hipótese alguma, ser aprovados. O bom católico sabe que a família deve ser protegida e que existe, em curso no Brasil e no mundo, um movimento para amordaçar os valores tradicionais judaico-cristãos e impôr a depravação como única norma aceitável de comportamento social.

O bom católico não vota em partido socialista, porque sabe que o socialismo é intrinsecamente perverso e ninguém pode ser, ao mesmo tempo, bom católico e verdadeiro socialista. O bom católico sabe que existe atualmente, na América Latina, um movimento esquerdista revolucionário que tenciona recuperar aqui o que foi perdido no leste europeu, e sabe que não pode, de nenhuma maneira, colaborar com esta revolução.

Ora, o PT defende descaradamente o aborto, tendo já inclusive punido dois de seus deputados que ousaram – destoando da orientação partidária – defender a vida humana. Ora, o PT é um partido socialista, tendo sido o fundador do Foro de São Paulo, do qual fazem parte inclusive grupos terroristas e de guerrilha (como as FARCs e o MIR chileno). A conclusão é inevitável: o bom católico, que deseja permanecer bom católico, não pode dar o seu apoio a este partido que, em tantos e tão importantes pontos, adota posições frontalmente contrárias àquelas defendidas pela Igreja.

Nada, portanto, justifica o voto no PT. Não adianta sair “pinçando” as coisas boas que porventura existam na gestão petista. Obviamente elas existem, porque quem quiser simplesmente encontrar coisas boas fazendo vistas grossas ao resto pode defender até mesmo o voto no Nazismo alemão – p.ex., louvando o avanço da medicina alemã sob Mengele. O PT afasta-se tanto e em tantos aspectos da Igreja que merece, sim, inclusive ser classificado como um partido anti-católico. E estas coisas são muito graves e importantes para não serem levadas em consideração na hora de dar o próprio voto: um bom católico não filtra um mosquito para engolir um camelo.

Ecoterrorismo; aborto no corpo docente da PUC-SP

São dois assuntos distintos.

1. “A Frente de Libertação da Terra (FLT), assumiu um ataque incendiário contra oito veículos Land Rover de uma concessionária que comercializa o modelo em São Paulo”. Os sujeitos são ecologistas que, por algum motivo absurdo, acham que queimar carros é uma boa maneira de salvar o planeta. Segundo o comunicado por eles emitido (mesmo link acima):

O alvo foi escolhido pelo simples fato da Land Rover ser uma das marcas líderes na construção, venda e incentivo à compra e utilização de SUV’s. Automóveis altamente poluentes e danosos ao meio-ambiente.

A efetivação do ato se deu através de coquetéis molotovs lançados em direção aos carros, uma maneira simples, barata e eficiente de destruição. O gasto com o material foi de 10 reais, aproximadamente.

Nós não ficaremos parados assistindo a destruição do planeta e suas espécies de braços cruzados. Da mesma maneira que esses carros queimaram, outros carros, casas, caminhões e estabelecimentos que/de quem danificam e exploram a terra e os animais, também queimarão.

Já está mais do que na hora dos pilares de nossa civilização virem abaixo. Esta ação foi feita em nome de todos que foram presos em nome da libertação total.

Nós estamos com vocês!

Interessante notar que o “politicamente correto” está mostrando as suas garras e deixando cair a máscara que escondia a intolerância e o fanatismo. Cabe perguntar: quem são os fanáticos intolerantes mesmo?

2. “Aborto: “carnificina”, desigualdade e as eleições”. O texto é da pena do senhor “Leonardo Sakamoto[, que] é jornalista e doutor em Ciência Política (…) e, hoje, ministra aulas na pós-graduação da PUC-SP”, conforme se pode ler no seu blog. Depois das críticas ao José Serra por conta da (segundo o Sakamoto) posição contrária ao aborto do candidato tucano, o professor da PUC dispara a pérola nua e crua: “[a] discussão não é quando começa a vida, mas as mulheres que estão morrendo nesse processo”.

Ou seja, pouco importa que crianças inocentes estejam sendo assassinadas – a única preocupação é quanto às mulheres que, porventura, morrem durante o ato homicida. Se elas puderem assassinar os próprios filhos em segurança, está tudo muito bem. Analogamente, então, qualquer um poderia advogar pelo “descriminalização do furto” argumentando que a discussão não é sobre o direito à propriedade, mas sobre os ladrões que estão morrendo quando tentam assaltar em condições precárias. Quem acha que isto é um absurdo irracional, deve achar o mesmo em relação ao “argumento” do Sakamoto acima reproduzido.

E ainda:

Se o candidato não quisesse defender publicamente o direito da mulher ao seu próprio corpo, defendesse a questão como saúde pública.

Nem saúde pública, nem direito ao próprio corpo. O aborto deve ser entendido como aquilo que é: o assassinato direto de um ser humano inocente. E, como tal, deve ser encarado. Porque é fora de discussão que o direito à vida tenha precedência sobre o (inventado) “direito ao próprio corpo” ou o (falsificado) “problema de saúde pública”.