Curtas de fim de sexta

– Os militantes ateístas norte-americanos queriam retirar, do juramento de posse que as autoridades fazem ao assumir cargos de Governo, a referência a Deus. Se tivessem sucesso, “quando Barack Obama assumi[sse] o cargo, no próximo dia 20, talvez ele não [pudesse] repetir a expressão “So help me God” (algo como “E que Deus me ajude!”) que sempre conclui o juramento formal da posse dos presidentes dos EUA”. Mas não tiveram. Deo Gratias! O juiz Reggie Walton não acatou o pedido dos que queriam impôr o seu ateísmo particular ao país inteiro. Obama deve pedir que Deus o ajude; rezemos para que Deus o escute mesmo, pois o país vai precisar como nunca.

– O Cardeal Patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, deu um conselho às jovens portuguesas para que pensassem duas vezes antes de casar com um muçulmano. “Questionado por Fátima Campos Ferreira se não estava a ser intolerante perante a questão do casamento das jovens com muçulmanos, D. José Policarpo disse que não” – excelente! Respeito, sim; conluio promíscuo, jamais. Dialogar, sim; capitular, não. Conversar para converter, não para perder a Fé sem a qual é impossível agradar a Deus. A propósito do tema, vale muitíssimo a pena ler a história dos Mártires de Marrocos: Aí [em Sevilha] ficaram uma semana, finda a qual foram à mesquita, precisamente no dia em que os mouros festejavam Maomé e começaram a pregar a doutrina de Jesus e denunciando que o profeta Maomé não passava de uma idolatria. Corridos à pancada para fora da mesquita, passaram a Marrocos, onde começam a percorrer as ruas pregando o nome de Jesus e, quando vêem aproximar-se o Miramolim Aboidil, com mais ânimo continuaram a proclamar a mensagem cristã. O Miramolim mandou-os prender e ficaram numas masmorras vinte dias sem comer nem beber. (…) Com a sua ira no limite, o miramolim pegou na sua cimitarra a acabou com a vida daqueles cinco frades, rachando-lhes o crânio ao meio e depois decepando-lhes as cabeças. Era o ano de 1220. Cedo acabou a tarefa missionária daqueles cinco frades, mas a sua voz continua a ecoar por toda a terra e a sua mensagem até aos confins do mundo.

– Notícia de ZENIT: é a família que deve educar a sexualidade dos filhos. Não tem, portanto, nenhum direito o Estado de impôr a sua visão distorcida e depravada da sexualidade em pseudo-aulas de (des)educação sexual. Ao contrário, “[o]s pais têm «a obrigação moral de educar a pessoa em sua masculinidade e feminilidade, em sua dimensão afetiva e de relação: educar a sexualidade como dom de si mesmos no amor, esse amor verdadeiro que sabe custodiar a vida»”.

– Para vergonha nacional, o Ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio político a Cesare Battisti, um assassino italiano condenado por quatro homicídios – comentou o Reinaldo Azevedo. “Eis aí: o ministro que pretende rever a Lei da Anistia no Brasil transformou o estado italiano numa ditadura que persegue pessoas. E o faz para defender um assassino condenado, em duas sentenças, à prisão perpétua. Mas Tarso, claro, além de poeta, é também um humanista de mão cheia”. O professor Orlando Fedeli fez um comentário muitíssimo oportuno sobre o tema:

Tarso Genro, muito originalmente negou a extradição e colocou o assassino, que estava preso em Brasília, em liberdade, pretextando dúvida sobre a Justiça italiana, e alegando que é tradição brasileira sempre dar asilo político a quem o pede.

Essa decisão do ex-porta voz do partido Revolucionário Comunista a favor do Proletário Comunista Armado Cesare Bettisti, causou escândalo.

Pois não foi esse o critério aplicado pelo governo petista quando dois pugilistas cubanos—que não haviam matado ninguém–, fugiram de uma delegação esportiva e pediram asilo ao Brasil. Nesse caso, a ju[s]tiça petista foi célere: despachou imediatamente os dois pugilistas cubanos diretamente para as masmorras do comunista Fidel Castro.

Dois pesos e duas medidas.

Touchè.

A Novilíngua Gay

– Não vês que todo o objetivo da Novilíngua é estreitar a gama do pensamento? No fim, tornaremos a crimidéia literalmente impossível, porque não haverá palavras para expressá-la. Todos os conceitos necessários serão expressos exatamente por uma palavra, de sentido rigidamente definido e cada significado subsidiário eliminado, esquecido.

[…]

Como será possível dizer “liberdade é escravidão” se for abolido o conceito de liberdade? Todo o mecanismo do pensamento será diferente. Com efeito, não haverá pensamento, como hoje o entendemos.

[George Orwell, 1984, apud Mídia Sem Máscara]

A linguagem é evidentemente importante para o pensamento; via de regra, nós pensamos por meio de palavras, e as palavras (a rigor, as idéias significadas pelas palavras – não é trivial concebermos uma idéia sem que a associemos a uma palavra para a designar) que nós conhecemos provocam uma inegável influência nos raciocínios que nós somos capazes de produzir. A pior escravidão, portanto – eis o cenário surreal imaginado por Orwell – é a escravidão do pensamento que nem mesmo sabe ser escravo, pois não tem sequer consciência do significado de “escravidão”.

Era nisso que eu pensava quando li uma notícia segundo a qual a ONG Anis havia feito uma pesquisa em livros e dicionários e “descoberto” que eles eram homofóbicos (ou pelo menos “homoindiferentes”). Sem nenhuma surpresa para nós, esta baboseira foi financiada pelo Ministério da Saúde.

“Livro didático ignora diversidade sexual”; não tenho certeza de que a conclusão da pesquisa seja verdadeira. Se for, Deo gratias!, porque ainda não estamos no fundo do poço e nossas crianças ainda não estão sendo (tão) expostas à deformação nas escolas. Não existe “diversidade sexual”, de modo que os livros fazem muito bem em ignorar as coisas que não existem. A diversidade aqui é dupla: masculino e feminino, ponto. Agora, independente disso, existem as depravações comportamentais sexuais, que aí podem incluir qualquer coisa, ao gosto do freguês, desde relações entre pessoas do mesmo sexo até relações com defuntos, ou com animais, ou com carros, ou com cabeças de frango (atenção! Conteúdo textual inadequado!), et cetera, et cetera, et cetera. Não há limites. Por acaso os livros didáticos para as crianças deveriam cobrir esta gama interminável de horrores? Tal despautério absurdo só faz sentido na cabeça dos gayzistas que, financiados com dinheiro público, não desejam senão transformar o mundo numa grande Sodoma.

Não me incomodam tanto as conclusões disparatadas da tal Anis; o que me deixa realmente preocupado é o previsível passo seguinte: a substituição da linguagem. Os dicionários são homofóbicos? Que sejam reescritos na forma de apologias gayzistas! Os livros nada falam sobre os depravados? Transformem os livros em contos de pornô gay! E, assim, o sentido das palavras vai sendo perdido, e as mentalidades vão sendo (de)formadas dentro da agenda gayzista. Quando for proibido falar em “anti-natural” (aliás, palavra cujo sentido já foi, em larga escala, perdido…) para se referir às depravações sodomitas, e as pessoas acabarem de perder completamente o senso moral por não serem nem mesmo capazes de chamar o erro de erro e de conceituá-lo como aquilo que ele é, então o pesadelo de Orwell estará realizado. Acho que nem mesmo ele jamais acreditou que tal situação absurda pudesse existir fora dos seus escritos.

Lavagem das escadarias e bênção sacerdotal

A Igreja Católica tributa um sincero respeito em relação aos cultos afro-brasileiros, mas considera nocivo o relativismo concreto de uma prática entre ambos ou de uma mistura entre eles, como se tivessem o mesmo valor, pondo em perigo a identidade da fé cristã católica. Ela sente-se no dever de afirmar que o sincretismo é danoso ali onde a verdade do rito cristão e a expressão da fé podem facilmente ser comprometidas aos olhos do fiéis, em detrimento de uma autêntica evangelização.
[João Paulo II, Ad Limina Bispos do Brasil, 1995]

De acordo com esta notícia publicada em UOL, na Bahia, “pela primeira vez, em mais de 250 anos, um padre abençoou o cortejo formado em sua maioria por adeptos do candomblé”. Um sacerdote do Deus Altíssimo abençoando macumbeiros! Se isto não for um típico caso de sincretismo que ameaça a verdade da Fé Cristã, não sei mais o que é.

“Tenho uma grande admiração pelas manifestações populares, a festa do Senhor do Bonfim resume muito bem a religiosidade e a crença do nosso povo. Achei que ficava um vazio sem a bênção e pedi permissão para a Arquidiocese”, disse o padre.

Resta saber (1) o que foi, exatamente, que o padre pediu à Arquidiocese; (2) qual foi, exatamente, a resposta da Arquidiocese; e (3) o que foi, exatamente, que aconteceu durante a lavagem das escadarias da igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Para entrar em contato com a Arquidiocese de Salvador, é só clicar aqui.

Entre a Lua e a Estrela

Dentre uma infinidade de outras coisas que eu recebo no meu email, vez por outra vem um texto do PSOL. Tenho por hábito não apagar absolutamente nada antes de, ao menos, passar a vista por cima da mensagem (por isso que minha caixa de entrada sempre tem centenas – literalmente – de emails não lidos…); foi o que me levou a abrir o email do Partido Socialista e descobrir este texto pró-palestina escrito pela Executiva Nacional do partido.

O PSOL exige que o governo brasileiro mude sua atitude e assuma uma posição ativa de apoio a causa palestina, seguindo no campo diplomático os passos da Venezuela – diz o texto. Penso cá com os meus botões; quem é o PSOL para exigir alguma coisa? Qual a necessidade de que o Governo Brasileiro aja com a mesma insensatez da ditadura venezuelana? Hoje em dia, parece que qualquer um se sente no direito e no dever de fazer exigências passionais, baseando-se em qualquer coisa ou mesmo em nada, e esperando que sua histeria seja sinceramente levada em consideração!

Não tenho conhecimento de causa suficiente para tecer considerações aprofundadas sobre o conflito no Oriente Médio. Outros já o fizeram; em particular, há vários textos do Reinaldo Azevedo no seu blog sobre o assunto nos últimos dias, que podem e devem ser lidos e levados em consideração. Pra ficar em um só exemplo de vários que poderiam ser dados, há um post do dia 05 de janeiro que diz o seguinte:

É dever de todo governo defender o seu território e a sua gente. Mas, curiosamente (ou nem tanto), pretende-se cassar de Israel o direito à reação. Por quê? O que grita na censura aos israelenses é a voz tenebrosa de um silêncio: essa gente é contra a existência do estado de Israel e acredita que só se obteria a paz no Oriente Médio com a sua extinção. Mas falta a essa canalha coragem para dizer claramente o que pretende. Nesse estrito sentido, um expoente do fascismo islâmico como Mahamoud Ahmadinejad, presidente do Irã, é mais honesto do que boa parte dos hipócritas europeus ou brasileiros. Ele não esconde o que pretende. Aliás, o Hamas também não: o fim da Israel é o segundo item do seu programa, sem o qual o grupo terrorista julga não cumprir adequadamente o primeiro: a defesa do que entende por fé islâmica.

Evidentemente, sou muitíssimo mais simpático à posição defendida pelo Reinaldo do que àquela proposta pela Executiva Nacional do PSOL. Ademais, é reconfortante saber que a condenação (virtualmente unânime na mídia nacional) a Israel não é compartilhada pelos próprios israelitas: eles estão unidos.

“Esta é uma Guerra justa, e não nos sentimos culpados quando civis que não pretendemos ferir são feridos porque nós sabemos que o Hamas usa esses civis como escudos humanos”, afirma Elliot Jager, que cuida da página editorial do Jerusalém Post.

Há todavia um outro aspecto da questão que, a meu ver, é posto um pouco de lado. Claro que, no caso presente, a condenação aos judeus repetida ad nauseam et ubique é uma estupidez; claro que Israel tem o direito de se defender, e não há desproporcionalidade alguma. No entanto, e quanto à solução definitiva? O Reinaldo reproduz Ali Kamel:

[P]ara que haja paz, os dois lados têm de ceder em questões tidas como inegociáveis, o apelo às armas têm de ser abandonado, o Estado Palestino deve ser criado ao lado de Israel, cujo direito a existir não deve ser questionado. Se isso acontecer, muitos árabes e israelenses daquela região não se amarão, terão antipatias mútuas, mas viverão lado a lado.

E eu não consigo ver as coisas com esta simplicidade toda, porque existem questões religiosas em jogo, e estas são sempre inegociáveis. Como vão dividir Jerusalém? Como vão distribuir entre as duas partes litigiosas o Monte Sião? A resposta definitiva ao problema, que sempre apontam como se fosse a criação de dois estados – um israelita, um palestino -, é tão absurda que me causa repugnância. O aspecto religioso – o predominante nesta confusão toda – é simplesmente descartado, e querem oferecer soluções “na canetada” que não o levem em consideração. É estúpido.

Então, como se resolve o problema de uma vez por todas? Eu não sei e, sinceramente, não consigo ver nenhuma solução humanamente possível. Não me sinto à vontade para tomar partido entre os infiéis e os pérfidos judeus – ou, para dizer as coisas de outra maneira, entre os descendentes de Ismael e os nossos “irmãos mais velhos” (os descendentes de Esaú), entre árabes e judeus. Não há solução definitiva nestes moldes; há males menores e maiores, mas sempre condicionados a diversos fatores, sempre contingentes.

Não me parece correto dizer, simpliciter, que “a Terra Santa pertence aos judeus”, simplesmente porque – como Esaú – a Sinagoga perdeu a primogenitura, e o verdadeiro povo de Deus é, hoje, a Igreja Católica e Apostólica. Incomoda-me um pouco um certo entusiasmo exagerado pró-judaísmo que eu encontro por aí: afinal, ainda sendo justa a reação israelita atual (e isso é ponto pacífico), não muda o fato de que os judeus não são o lado branco da Força. No entanto, ainda falando sob uma ótica humana, creio ser importante lembrar que, historicamente, há uma diferença muito grande entre os dois povos. Basta olhar para a Guerra da Reconquista, ou para a degradação promovida pelos filhos de Maomé em países que eram prósperos antes das cimitarras chegarem…

Qual é, portanto, a verdadeira solução? Só consigo ver uma, expressa magnificamente nas orações que a Igreja faz na Sexta-Feira Santa: oremus et pro Iudaeis e oremus et pro paganis. É somente quando Cristo vencer, que poderá haver paz no Oriente Médio; e é somente sob o signo da Cruz – não da Lua Crescente, nem da Estrela de David – que a terra onde foi derramado o Sangue do Salvador poderá enfim ter aquilo que lhe compete por direito.

Homeschooling II – Alemanha

Enquanto tivemos o outro tópico desvirtuado por discussões paralelas que nada têm que ver com o assunto do post, uma notícia impressionante saiu, novamente, no WorldNetDaily. O título não poderia ser mais claro: “Pais homeschoolers vão acabar atrás das grades?”. Existe, na Alemanha, cerca de 400 famílias praticando o homeschooling, todos sendo perseguidos, com ameaças de multas altíssimas ou, agora, prisão.

Em julho passado, o casal Juergen e Rosemarie Dudek foi condenado a três meses de prisão. O promotor do caso fazia questão de que o casal fosse condenado, recusando-se inclusive a aceitar até que se cumprissem os 3 meses em liberdade condicional. Segundo um jornal local, o casal já havia lidado com multas antes e inclusive respondido um processo em 2006, ao qual não foi dado procedimento. A justificativa dos pais? Religiosas. São cristãos. O casal apelou da decisão ainda no ano passado. A corte imediatamente superior, aceitou o apelo — notícia que a família recebeu na noite de Natal –, mas ordenou um novo julgamento, onde o casal pode ser sujeito a penas semelhantes.

Na Alemanha, o homeschooling é impedido desde o Reich nazista, quando Hitler, em uma de suas primeiras ações como governante, criou o Ministério da Educação e dar-lhe controle sobre toda a educação e assuntos relacionados. Ninguém mais teria direito de ensinar as crianças de um ponto de vista distinto do Estado. São palavras de Adolf Hitler:

“A juventude de hoje é o povo de amanhã. Por essa razão, colocamos diante de nós a tarefa de inocular em nossa juventude o espírito dessa comunidade do povo em tenríssima idade, numa idade em que os seres humanos ainda não foram pervertidos e, portanto, não-estragados. Este Reich permanece, e se constrói rumo ao futuro, sobre a sua juventude. E este novo Reich não entregará sua juventude a ninguém, mas levará ele mesmo a sua juventude e lhe dará sua própria educação e sua formação*”.

Na Alemanha, diz-se agora que homeschooling é “abuso de custódia” e as autoridades agora ameaçam retirar a custódia da família como método de punição dos pais que não cooperarem. O governo alemão chama homeschooling de “sociedades paralelas baseadas na religião”.

Diversas outras famílias na Alemanha vêm enfrentando situações semelhante a da dos Dudek. Os Loefflers, por exemplo, que vivem perto de Nuremberg, receberam uma carta dizendo que o governo ia congelar sua conta bancária e confiscar tudo de valor que houvesse em casa até que o valor da multa fosse atingido. O valor? 14.000 euros. Se o Estado da Bavaria utilizar-se do processo normal, o pai vai preso e o procedimento de perda de custódia começará.

Sugestões de leitura (que coincidem com as fontes):

Will homeschooling parents end up behind bars? – WND

Homeschooling parents to appeal prison terms – WND

Parents losing custody for homeschooling kids -WND

Huge Fines, Jail, and Loss of Custody Threatened for German Homeschoolers – Homeschool world

* A tradução é feita por mim, do inglês, o que é sempre motivo de desconfiança. Sintam-se livres para corrigi-la onde falseia a verdadeira versão. Digo imediatamente que a palavra “upbringing”, aqui traduzida como “formação”, em inglês se refere exatamente ao meio que os pais lhe educam e ensinam a agir uma criança em crescimento…

Novena contra o aborto

Recebi por email, e está no site do Apostolado da Nova Evangelização (não conheço), uma mensagem enviada por católicos dos Estados Unidos sobre uma novena a ser começada HOJE (11 de janeiro), contra o aborto. É de fundamental importância que a rezemos, em união com os nossos irmãos americanos, na intenção de que este crime horroroso não venha a se alastrar ainda mais pela América. Nas palavras com as quais se inicia o email, e que fornece uma visão geral sobre o problema enfrentado pelos Estados Unidos hoje com a eleição do presidente abortista:

Se você se opõe ao aborto, há más notícias no horizonte. Para aqueles que não estiverem a par, o Ato de Liberdade de Escolha (FOCA, por suas iniciais em inglês) está pronta para ser firmada se o Congresso dos EUA a aprovar em 21 e 22 de janeiro.  FOCA é o capítulo malsano seguinte no avanço do aborto.  Se se converte em Lei, então todas as travas referentes ao aborto serão suspensas, o que resultará no seguinte:

1) Todos os hospitais, incluindo os Hospitais Católicos, terão que realizar abortos a pedido.  Se isto acontecer, os bispos prometeram fechar todos os hospitais católicos, que são mais de 30% dos hospitais nos Estados Unidos.

2) Os abortos de nascimento parcial seriam legais, e não teriam limitantes (poderiam ser realizados depois das 20 semanas ou 4 meses e meio. Os bebês são extraídos pelos pés, e com a cabeça ainda no canal vaginal, se faz uma punção no crânio com umas tesouras e se lhes extrai o cérebro com uma seringa gigante para que a cabeça caiba pelo canal vaginal).

3) Todos os cidadãos que pagam impostos estariam provendo os fundos para estes abortos.

4) A notificação aos pais já não seria requerida (para realizar aborto em menores de idade).

5) O número de abortos aumentaria para pelo menos 100.000 por ano.

A situação é realmente triste; ponhamos, contudo, os olhos no Deus que é Senhor da História, e supliquemos a Sua Misericórdia. O plano é muito simples: nove dias de oração, a partir de hoje, e pelo menos dois dias de jejum ao longo da novena. A oração é o terço. Portanto, um terço por dia, daqui até a próxima segunda-feira, dia 19. Rezemos. Como termina o email já citado, [r]ecordem que com Deus todas as coisas são possíveis, e o poder da oração é inegável. Se você se opõe à insensata matança das crianças indefesas, agora é o momento de fazer algo a respeito!

Diversos, diversos, diversos…

– Excelente entrevista publicada ontem em ZENIT sobre a Humanae Vitae! Ironicamente muitíssimo mal-recebida até por católicos [memento Martini…], a encíclica do Papa Paulo VI que condena a regulação artificial da natalidade é apresentada como “profética” do ponto de vista médico pelo dr. José María Simón Castellví, espanhol. Segundo ele, a pílula é causa de muitos problemas, quer de saúde, quer de relacionamento, quer ambientais. Leitura indispensável. Cito:

No 60º aniversário da Declaração dos Direitos do Homem se pode demonstrar que os meios anticoncepcionais violam pelo menos cinco importantes direitos:

O direito à vida, porque em muitos casos se trata de pílulas abortivas, e cada vez se elimina um pequeno embrião.

O direito à saúde, porque a pílula não serve para curar e tem efeitos secundários importantes sobre a saúde de quem a utiliza.

O direito à informação, porque ninguém informa sobre os efeitos reais da pílula. Em particular, não se adverte sobre os riscos para a saúde e a contaminação ambiental.

O direito à educação, porque poucos explicam como se praticam os métodos naturais.

O direito à igualdade entre os sexos, porque o peso e os problemas das práticas anticoncepcionais recaem quase sempre sobre a mulher.

– Muitos já comentaram e eu ainda não o fiz, mas não posso deixar de registrar o meu estupor diante da incitação estatal ao crime (leiam). Foram 80.000 reais liberados pela Fiocruz para a produção de um filme abortista, a ser distribuído entre ONGs e escolas. Segundo o JC daqui da terrinha (para assinantes), a diretora da produção de “O Fim Silêncio” – Thereza Jessouroun – disse que “Documentário não é jornalismo, que tem a obrigação de ser imparcial. Tem que ter posição marcada, e este é claramente a favor do aborto”. Segundo o GLOBO, ela ainda “chegou a entrevistar especialistas contrários e favoráveis à prática, como previa o projeto original, mas optou por manter apenas a participação das mulheres”. É uma canalhice explícita; chega a dar náuseas.

– Enviaram-me uma verdadeira pérola da nossa internet brasileira: o blog recém-criado (é de dezembro último) de um sacerdote de Juiz de Fora, o padre Elílio. Vale muitíssimo não apenas uma, mas várias visitas. É extremamente reconfortante encontrar um sacerdote do Deus Altíssimo zeloso das coisas de Deus, com sede da salvação das almas, e empenhando-se em levar a Sã Doutrina da Igreja àqueles que agonizam de sede no árido deserto doutrinal dos nossos dias. Só para ter uma idéia, o reverendíssimo sacerdote está atualmente traduzindo e disponibilizando o De Rationibus Fidei de Santo Tomás de Aquino! Que a Virgem Santíssima o possa abençoar com abundância, e tornar fecundo o seu ministério sacerdotal.

– Mas uma que todo mundo comentou e eu ainda não o fiz, foi a entrevista publicada por ZENIT no último Natal, com o mons. Michel Schooyans, membro da Pontifícia Academia para a Vida e da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, sobre a ONU e a ameaça aos [verdadeiros] Direitos Humanos. Excerto:

Tudo o que a gente explicou a respeito dos direitos inatos do homem que, por ser homem, tem naturalmente direitos, é contestado. Tudo isso é negado, é colocado entre parênteses, é desprezado e esquecido. Só subsistem as normas jurídicas; só subsiste o direito positivo, barrando toda referência aos direitos que os homens têm naturalmente. Nesse contexto, as determinações jurídicas são a única coisa que merecem estudo e respeito. Agora esses ordenamentos jurídicos, essas disposições lavradas nos Códigos, podem mudar ao sabor de quem tem força para defini-las. São puro produto da vontade de quem tem poder, de quem consegue impor a sua visão do que seja tal ou tal direito humano. De modo que, como salta aos olhos, a visão puramente positivista dos direitos humanos depende finalmente do arbítrio de quem tem a possibilidade de impor a sua concepção própria dos  direitos humanos, já que não há mais nenhuma referência à verdade, concernente à realidade do homem.

É exatamente o que nós sempre dissemos. Aproveito o ensejo para frisar duas coisas: (1) os “Direitos Humanos” do jeito que a ONU os entende hoje não têm nada a ver com os Direitos Humanos (estes, os verdadeiros) que a Igreja sempre defendeu; e (2) o, digamos, “espírito” original da Declaração Universal dos Direitos Humanos assemelha-se mais ao defendido pela Igreja do que ao defendido pela ONU de hoje em dia. Diz o monsenhor que os direitos humanos (expostos na Declaração original) “são reconhecidos em decorrência de uma atitude moral e antropológica”, e que “hoje em dia, a Declaração de 1948, que se inspira nítida e explicitamente na tradição realista (…) está sendo contestada”.

Vale a pena meditar nas – já citadas aqui – palavras de Bento XVI: “os direitos do homem estão fundamentados em última instância em Deus criador, que deu a cada um a inteligência e a liberdade. Quando se prescinde desta sólida base ética, os direitos humanos se enfraquecem, pois ficam sem seu fundamento sólido”. Este enfraquecimento é exatamente o que a ONU está fazendo nos nossos dias.

– “Alguns cristãos pensam que podem ajudar os muçulmanos fortalecendo-os em sua fé, e encorajando-os a serem bons muçulmanos. Isto é mais ou menos o que os cristãos fazem no Diálogo Inter-religioso. Mas há outros cristãos que pensam que a única coisa realmente útil que nós podemos fazer pelos nossos amigos muçulmanos é falar-lhes das maravilhosas novidades sobre Jesus Cristo”. Assim começa um maravilhoso artigo que fala sobre o padre Zakaria Botros – sacerdote copta, inimigo público número um do Islam, sobre o qual eu já falei aqui. Vale muitíssimo a leitura, apesar de estar em inglês e eu não estar com tempo de traduzi-lo na íntegra agora. Apenas a conclusão: “Sim, nós podemos dialogar e conversar com os muçulmanos. Mas nosso objetivo deve ser sempre libertá-los das algemas do Islam, conduzindo-os ao conhecimento salvífico de Jesus Cristo”.

Vale a pena também a (re)leitura do artigo “A derrota islâmica na África”, publicado no ano passado no Veritatis Splendor. E pode ser-nos útil e reconfortante lembrarmo-nos sempre destas estatísticas, ocultadas sob a cortina de ferro da mídia anti-cristã: “na África, a cada ano, seis milhões de muçulmanos deixam o islamismo e se convertem à fé cristã”.

A repulsa à Cruz de Cristo

Recebi hoje uma notícia segundo a qual uma igreja britânica decidiu retirar uma imagem de Cristo Crucificado da frente do templo, porque era desagradável aos fiéis – e “assustava as crianças”. Pelo que pude entender da reportagem, é uma igreja protestante; provavelmente anglicana.

A escultura (tem uma foto na reportagem linkada acima) é feia, mas não por ser uma “descrição horrenda da dor e do sofrimento”, e sim por ter sido feita numa arte moderna pela qual eu tenho uma natural repulsa. Não é tanto de causar tristeza a remoção da “obra de arte”, mas sim os motivos alegados para que ela fosse removida: o hedonismo do mundo moderno está contaminando até mesmo os cristãos, que não suportam mais pôr os olhos no Homem das Dores.

Ah, se eles soubessem que é precisamente a dor de Nosso Senhor que nos deve ser causa de santa alegria… se eles soubessem que “fomos curados graças às Suas chagas” (Is 53, 5)! Querer afastar a dor da vida é criar uma ilusão, porque nós vivemos – como rezamos na Salve Rainha – em um “Vale de Lágrimas”, e as tribulações não “desaparecem” quando nós fechamos os olhos e nos recusamos a vê-las. Devemos enfrentar os nossos sofrimentos e carregar as nossas cruzes; não fingir que elas não existem, porque existem, quer as aceitemos, quer não.

Ouvi certa vez alguém dizer que, no Calvário, havia três cruzes, para nos ensinar que todos sofrem: sofrem os inocentes, como Cristo, sofrem os pecadores penitentes, como São Dimas, e sofrem os que não aceitam o sofrimento, como “o Mau Ladrão” (Gesmas ou Gestas). É pouquíssimo provável que nós consigamos sofrer como inocentes, mas precisamos, no mínimo, aproveitar o nosso sofrimento para mais perfeitamente nos unirmos a Cristo Nosso Senhor, como São Dimas. O que não podemos, de nenhuma maneira, é sofrer como Gestas!

Dizer que o Crucificado assusta crianças é uma tremenda bobagem, somente concebível numa sociedade que tenciona, talvez, criar as suas crianças dentro de uma bolha cor-de-rosa onde o sofrimento não tem lugar. Quando, um dia, essas crianças forem confrontadas com “o mundo de verdade”, será então um grande choque; o mundo pode prometer uma vida sem sofrimentos, mas ele nada pode contra a palavra do Criador, que nos diz que, no mundo, havemos de ter aflições (cf. Jo 16, 33). Uma promessa de uma terra sem males é utópica e enganosa – a única esperança que podemos ter está precisamente na Cruz de Nosso Senhor, pois foi aí que Ele demonstrou o Seu amor por nós. Não com uma mentira reconfortante, mas com a verdade nua e crua, dolorosa, do Seu Divino Sangue se esvaindo, de Seus pés e mãos transpassados, da agonia do corpo exausto e ferido, dependurado à vista de todos, morrendo para que tivéssemos vida… Nós não queremos a falsa segurança de uma vida a salvo da morte, mas – ao contrário – a esperança de uma Vida apesar da morte. É disso que precisamos: da Verdade. A Cruz de Nosso Senhor nos traz à memória, de súbito, todo o cerne da mensagem de Salvação das Escrituras Sagradas: somos pecadores, Deus nos ama, temos esperança.

O mundo odeia a Cruz de Cristo… até onde pode ir um mundo que odeie o sofrimento? Como não perceber que uma concepção da vida que exclua a dor não vai poder produzir senão traumas e decepções, quando as pessoas se depararem – e fatalmente se depararão – com o mundo real? Busquemos o Crucificado, esforcemo-nos para estarmos sempre juntos de Nosso Senhor. E, junto com São Paulo, anunciemos com destemor “Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos; mas, para os eleitos – quer judeus quer gregos -, força de Deus e sabedoria de Deus” (1Cor 1, 23-24).

Homeschooling…

Enquanto no Brasil, o casal Cleber e Bernadeth Nunes foi condenado por educar os seus filhos em casa num tribunal de segunda instância com as justificativas mais esdrúxulas que se pode haver, como o juiz Almeida Diniz que no processo afirmou: “Não podemos permitir a análise aqui da qualidade da educação que está sendo dada em casa, pois a educação escolar em casa jamais poderá substituir a instrução normal”. Ora, a “instrução normal”, a que o juiz se refere, é depois classificada por um dos 3 juízes da turma de tal forma: “a qualidade de nossa educação é inegável. Se compararmos, por exemplo, os cidadãos brasileiros normais com os cidadãos norte-americanos normais, a conclusão é devastadora. Os norte-americanos sabem pouco… em comparação com os brasileiros. Nosso sistema escolar é, ao contrário, muito bom em comparação com outros países”

A má-fé torna-se clara. Enquanto o Brasil despenca nos índices de compreensão de texto — o que aliás não precisava de medição, bastando que cada um nós olhasse ao redor e visse quantos têm capacidade de entender um texto de profundidade mediana — o juiz acha a nossa educação muito boa “em comparação com outros países”. Curiosíssimo fico eu, querendo saber de que países trata o juiz…

Além do mais, o juiz não fez distinção entre o saber dos cidadãos norte-americanos que estudaram em casa e que estudaram “normalmente”. O que por si só evidencia uma distorção na análise. Se o juiz brasileiro não se dá por satisfeito com a perfomance do cidadão americano, talvez seja esse o motivo comum que leva a população americana ao homeschooling!

Como noticia o Worldnetdaily a insatisfação com a instrução acadêmica das demais escolas é razão para 73% dos pais entrevistados tirarem os filhos dos colégios. O desejo de prover educação moral ou religiosa, 83%. O receio do ambiente escolar (inclusive violência e drogas), 88%. Vale salientar que os que são educados em casa, atingem entre 65% e 80% dos testes-padrão, enquanto a média das escolas públicas não passa de 50%.

O movimento de homeschooling cresceu 73% nos Estados Unidos desde 1999, sendo que nos últimos 5 anos, o percentual é de 36%. Estima-se que hoje nos EUA 1,5 milhão de crianças sejam educadas em casa, com estudos indicando que os homeschooled não só não têm prejuízo no desenvolvimento social, psicológico e emocional, como às vezes levam vantagem em relação aos demais estudantes.

Fico me perguntando se o juiz aprendeu honestidade intelectual no colégio que certamente lhe fez tão bem…

Estados Unidos e objeção de consciência

Apenas comentando: segundo o Noticias Globales, foram apresentadas pelo governo norte-americano as novas leis que regulamentam o direito à objeção de consciência por parte de profissionais da saúde. Elas salvaguardam inclusive – e principalmente – o direito dos médicos de se recusarem a realizar procedimentos abortivos, mesmo que o assassinato de crianças seja legalizado.

Entrará em vigor dois dias antes do presidente abortista assumir o cargo. Considerando que o primeiro ato do sr. Obama será – pelo que se diz – assinar o Freedom Of Choice Act, e considerando que está nos seus planos inclusive violar a consciência dos profissionais de saúde no que se refere à prática nefasta do aborto, vamos ver no que isso vai dar. Deus salve os Estados Unidos.