Divulgação: Mini-Curso Pró-vida c/ Mons. Schooyans

[Divulgando, conforme recebi por email. Para baixar o cartaz em uma resolução maior (para impressão, p.ex.), basta clicar na figura.]

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Estamos organizando um Mini-Curso Pró-vida (em anexo cartaz de divulgação).

Será dia 29 de julho de 2010, das 19hs até as 22:00hs, Paróquia de São Judas Tadeu (Rua Comendador Queiroz nº 33, salão paroquial – Niterói – RJ).

O tema a ser tratado será “População e soberania nacional”.

A temática será apresentada especificamente em duas palestras, são elas:

a) Uma análise do envelhecimento no Brasil: causas, conseqüências, remédios

b) Proteção da vida e terrorismo jurídico.

Expositor:

Mons. Michel Schooyans

Curriculum do expositor:

  • O prof. Michel Schooyans é sacerdote, professor emérito da Universidade Católica de Louvain (Bélgica)
  • Doutor em Filosofia – Instituto Superior de Filosofia de Louvain, 1958
  • Doutor em Filosofia e Letras, Faculdade de Filosofia de Letras de Louvain, 1960
  • Doutor em Teologia – Faculdade de Teologia da Universidade Católica de Lisbonne, 1978
  • De 1959 a 1969 foi Professor de Filosofia da PUC – SP
  • Membro vitalício da Pontifícia Academia para a Vida – Vaticano
  • Membro da Pontifícia Academia de Ciências Sociais – Vaticano
  • Consultor do Pontifício Conselho para a Família – Vaticano
  • Consultor de vários dicastérios da Cúria Romana – Vaticano
  • Foi assessor do Presidente da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Joseph Ratzinger hoje Bento XVI
  • Autor de mais de 20 livros sobre questões de bioética, população, demografia etc.
  • Entre eles: “O comunismo e o futuro da Igreja no Brasil, Herder, São Paulo, 1963.”; “O desafio da secularização, Herder, São Paulo, 1968.”
  • Conferencista em vários congressos internacionais
  • Fala e escreve fluentemente: francês (sua língua natal), português, espanhol, italiano e inglês.

O evento é totalmente gratuito, nós pedimos somente que as pessoas façam o quanto antes a sua inscrição pelo site www.humanitatis.net para reservarem a sua vaga.

Será um momento ímpar com o objetivo de:

  • Abordar as políticas em favor da vida sob o enfoque geopolítica
  • Enfatizar o papel do cidadão consciente de seus direitos e deveres no mundo atual;
  • Aprofundar os aspectos positivos de uma cidadania consciente e transformadora;
  • Provocar no cristão a consciência de sua missão como cristão no exercício de suas atividades profissionais;

Esta é uma iniciativa do “Grupo Famílias em Cristo”, do “Instituto Filosófico e Teológico do Seminário de São José” e da “Pastoral Universitária da Arquidiocese de Niterói”.

Esperamos você lá. Divulgue este e-mail para todos os seus conhecidos e em seu blog também.

Convite URGENTE e importante

Quando eu anunciei aqui a III Caminhada Arquidiocesana em Defesa da Vida, não sabia da importância de um outro evento, que constava no cartaz de divulgação então cá publicado: o Fórum em Defesa da Vida.

Trata-se de nada menos do que uma palestra – entrada franca – com o Mons. Michel Schooyans, membro da Pontifícia Academia Para a Vida e praticamente voz solitária a se levantar, de dentro da própria PAV, contra o tristemente célebre artigo de Dom Rino Fisichella e também contra a própria nota da Congregação para a Doutrina da Fé que esclarecia o assunto. Simplesmente imperdível.

Não deixem de comparecer!

O QUÊ: Fórum em Defesa da Vida

QUANDO: Sexta-Feira (HOJE), 02 de outubro, 19:30

ONDE: Auditório da Fafire (Conde da Boa Vista)

Entrada Franca

Os limites de um esclarecimento – Mons. Michel Schooyans

[Publico artigo do Mons. Michel Schooyans, membro da Pontifícia Academia para a Vida, já publicado no Exsurge, Domine! ontem, sobre a – aparentemente infindável – polêmica envolvendo o aborto dos gêmeos da menina de Alagoinha e o malfadado artigo do presidente da supracitada Academia, Dom Rino Fisichella, bem como o posterior esclarecimento da Congregação para a Doutrina da Fé. Não consegui encontrar o artigo original; esta tradução, no entanto, foi-me enviada por um sacerdote legionário, que conheço  pessoalmente, o qual sei que não seria leviano em assunto de tão grave importância.

Não sei a data original deste artigo. Há em LifeSiteNews.com o Complete Article on “The Recife Affair” by Political Philosophy Professor Monseigneur Michel Schooyans, publicado em junho p.p., mas anterior ao esclarecimento da Congregação para a Doutrina da Fé (que, a propósito, aqui só fiz citar en passant), posto que este é de julho p.p.; aqui não se trata, portanto, daquele artigo então escrito pelo Mons. Schooyans contra Dom Rino Fisichella, mas sim de um outro, posterior aos esclarecimentos da CDF.

Em todo caso, as questões colocadas pelo membro da Pontifícia Academia para a Vida são relevantes e merecem reflexão. Rezemos pela Igreja.]

OS LIMITES DE UM ESCLARECIMENTO

Mons. MICHEL SCHOOYANS

Professor Emérito da Universidade Católica de Louvain
Membro da Pontificia Academia para a Vida

O artigo da Congregação para a Doutrina da Fé foi em geral recebido com interesse, porém, foi objeto de várias reservas. Eis aqui algumas delas:

1.   O “Esclarecimento” teria se beneficiado em continuar a citação (cf. abaixo) desse mesmo número 89 da Encíclica “Evangelium vitae”: “O respeito absoluto por toda vida humana inocente exige também o exercício da objeção de consciência face ao aborto provocado e à eutanásia. ‘Fazer morrer’ não pode jamais ser considerado como cuidado médico, mesmo se a intenção fosse apenas atender um pedido do paciente: é ao contrário a negação das profissões de saúde, que se definem por um ‘sim’ apaixonado e tenaz à vida”.

2.   Se RF tinha proposto a doutrina da Igreja de maneira correta, por que a CDF teve que recordá-la extensamente?

3. O Esclarecimento sugere que o artigo de RF fora doutrinariamente fiel e que consequentemente, as críticas a seu respeito, eram desprovidas de fundamento e que só poderiam proceder de uma vontade de manipular o texto do arcebispo. Afirmar isso é no mínimo ofensivo aos numerosos bispos e militantes pró-vida que manifestaram seu espanto. A reação imediata dos militantes pró-aborto, entre os quais Frances Kissling, mostra que os militantes pró-vida, atuantes, logo perceberam o perigo de um artigo de tal ordem.

4. O esclarecimento deixa de dizer com clareza que RF se afasta da doutrina da Igreja e por causa disso que a CDF teve que relembrá-la. RF cita a doutrina da Igreja não para segui-la, mas ao contrário, para reforçar sua própria posição: em certos casos, a consciência individual “legítima” a transgressão do direito canônico que, nesse caso, reafirma a moral natural. Em outros termos, RF não cita a doutrina da Igreja senão para dizer que dela podemos nos afastar, desde que a consciência subjetiva assim o solicite. A intenção fundamental, subjetiva, prevalece sobre a lei moral.

5. Ao publicar seu “Esclarecimento” a CDF se colocou numa postura delicada. De um lado, ela se recusa em desacreditar RF. De outro, sabe que a RF executou uma missão patrocinada pela Secretaria de Estado. A esta a CDF não quis desagradar. Na medida em que assim procede, a CDF se coloca em uma situação no mínimo inquietante. Com efeito, ela se arrisca a dar a impressão de dar cobertura à posição de RF. O “Esclarecimento” é portanto portador de confusões e um pouco fora do assunto. Ela escapa do ponto focal da posição de RF: “Os médicos devem sempre seguir a sua consciência”. Essa falha do “Esclarecimento” sem dúvida não escapará àqueles que militam pelo aborto. Podemos esperar para que Frances Kissling e os movimentos pró-aborto tirem proveito da insuficiência dessa resposta para fazer avançar sua agenda.

6. Em resumo, o interesse do “Esclarecimento” é um tanto quanto limitado, na medida em que este não aborda o problema a fundo. O problema, é aquele da autonomia absoluta da consciência individual que não se deve referir a uma lei superior, natural e cristã [1]. Em última análise, o artigo de RF coloca problemas dogmáticos e mais precisamente eclesiológicos. Face à consciência subjetiva, a moral cristã deve ceder lugar. Assim, em nome da liberdade de consciência do médico e da liberdade de escolha das mulheres, é corroído o direito da criança não nascida.

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[1] O ensino do Vaticano sobre a consciência é exposto notadamente em “Gaudium et spes”, 16; 19, 3; 50, 2; 87; 3; em “Dignitatis humanae”, 3; em “Apostolicam actuositatem”, 5; etc. Cf. também o “Catecismo da Igreja Católica”, em particular os n° 1776-1802 e em numerosas outras passagens.

Diversos, diversos, diversos…

– Excelente entrevista publicada ontem em ZENIT sobre a Humanae Vitae! Ironicamente muitíssimo mal-recebida até por católicos [memento Martini…], a encíclica do Papa Paulo VI que condena a regulação artificial da natalidade é apresentada como “profética” do ponto de vista médico pelo dr. José María Simón Castellví, espanhol. Segundo ele, a pílula é causa de muitos problemas, quer de saúde, quer de relacionamento, quer ambientais. Leitura indispensável. Cito:

No 60º aniversário da Declaração dos Direitos do Homem se pode demonstrar que os meios anticoncepcionais violam pelo menos cinco importantes direitos:

O direito à vida, porque em muitos casos se trata de pílulas abortivas, e cada vez se elimina um pequeno embrião.

O direito à saúde, porque a pílula não serve para curar e tem efeitos secundários importantes sobre a saúde de quem a utiliza.

O direito à informação, porque ninguém informa sobre os efeitos reais da pílula. Em particular, não se adverte sobre os riscos para a saúde e a contaminação ambiental.

O direito à educação, porque poucos explicam como se praticam os métodos naturais.

O direito à igualdade entre os sexos, porque o peso e os problemas das práticas anticoncepcionais recaem quase sempre sobre a mulher.

– Muitos já comentaram e eu ainda não o fiz, mas não posso deixar de registrar o meu estupor diante da incitação estatal ao crime (leiam). Foram 80.000 reais liberados pela Fiocruz para a produção de um filme abortista, a ser distribuído entre ONGs e escolas. Segundo o JC daqui da terrinha (para assinantes), a diretora da produção de “O Fim Silêncio” – Thereza Jessouroun – disse que “Documentário não é jornalismo, que tem a obrigação de ser imparcial. Tem que ter posição marcada, e este é claramente a favor do aborto”. Segundo o GLOBO, ela ainda “chegou a entrevistar especialistas contrários e favoráveis à prática, como previa o projeto original, mas optou por manter apenas a participação das mulheres”. É uma canalhice explícita; chega a dar náuseas.

– Enviaram-me uma verdadeira pérola da nossa internet brasileira: o blog recém-criado (é de dezembro último) de um sacerdote de Juiz de Fora, o padre Elílio. Vale muitíssimo não apenas uma, mas várias visitas. É extremamente reconfortante encontrar um sacerdote do Deus Altíssimo zeloso das coisas de Deus, com sede da salvação das almas, e empenhando-se em levar a Sã Doutrina da Igreja àqueles que agonizam de sede no árido deserto doutrinal dos nossos dias. Só para ter uma idéia, o reverendíssimo sacerdote está atualmente traduzindo e disponibilizando o De Rationibus Fidei de Santo Tomás de Aquino! Que a Virgem Santíssima o possa abençoar com abundância, e tornar fecundo o seu ministério sacerdotal.

– Mas uma que todo mundo comentou e eu ainda não o fiz, foi a entrevista publicada por ZENIT no último Natal, com o mons. Michel Schooyans, membro da Pontifícia Academia para a Vida e da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, sobre a ONU e a ameaça aos [verdadeiros] Direitos Humanos. Excerto:

Tudo o que a gente explicou a respeito dos direitos inatos do homem que, por ser homem, tem naturalmente direitos, é contestado. Tudo isso é negado, é colocado entre parênteses, é desprezado e esquecido. Só subsistem as normas jurídicas; só subsiste o direito positivo, barrando toda referência aos direitos que os homens têm naturalmente. Nesse contexto, as determinações jurídicas são a única coisa que merecem estudo e respeito. Agora esses ordenamentos jurídicos, essas disposições lavradas nos Códigos, podem mudar ao sabor de quem tem força para defini-las. São puro produto da vontade de quem tem poder, de quem consegue impor a sua visão do que seja tal ou tal direito humano. De modo que, como salta aos olhos, a visão puramente positivista dos direitos humanos depende finalmente do arbítrio de quem tem a possibilidade de impor a sua concepção própria dos  direitos humanos, já que não há mais nenhuma referência à verdade, concernente à realidade do homem.

É exatamente o que nós sempre dissemos. Aproveito o ensejo para frisar duas coisas: (1) os “Direitos Humanos” do jeito que a ONU os entende hoje não têm nada a ver com os Direitos Humanos (estes, os verdadeiros) que a Igreja sempre defendeu; e (2) o, digamos, “espírito” original da Declaração Universal dos Direitos Humanos assemelha-se mais ao defendido pela Igreja do que ao defendido pela ONU de hoje em dia. Diz o monsenhor que os direitos humanos (expostos na Declaração original) “são reconhecidos em decorrência de uma atitude moral e antropológica”, e que “hoje em dia, a Declaração de 1948, que se inspira nítida e explicitamente na tradição realista (…) está sendo contestada”.

Vale a pena meditar nas – já citadas aqui – palavras de Bento XVI: “os direitos do homem estão fundamentados em última instância em Deus criador, que deu a cada um a inteligência e a liberdade. Quando se prescinde desta sólida base ética, os direitos humanos se enfraquecem, pois ficam sem seu fundamento sólido”. Este enfraquecimento é exatamente o que a ONU está fazendo nos nossos dias.

– “Alguns cristãos pensam que podem ajudar os muçulmanos fortalecendo-os em sua fé, e encorajando-os a serem bons muçulmanos. Isto é mais ou menos o que os cristãos fazem no Diálogo Inter-religioso. Mas há outros cristãos que pensam que a única coisa realmente útil que nós podemos fazer pelos nossos amigos muçulmanos é falar-lhes das maravilhosas novidades sobre Jesus Cristo”. Assim começa um maravilhoso artigo que fala sobre o padre Zakaria Botros – sacerdote copta, inimigo público número um do Islam, sobre o qual eu já falei aqui. Vale muitíssimo a leitura, apesar de estar em inglês e eu não estar com tempo de traduzi-lo na íntegra agora. Apenas a conclusão: “Sim, nós podemos dialogar e conversar com os muçulmanos. Mas nosso objetivo deve ser sempre libertá-los das algemas do Islam, conduzindo-os ao conhecimento salvífico de Jesus Cristo”.

Vale a pena também a (re)leitura do artigo “A derrota islâmica na África”, publicado no ano passado no Veritatis Splendor. E pode ser-nos útil e reconfortante lembrarmo-nos sempre destas estatísticas, ocultadas sob a cortina de ferro da mídia anti-cristã: “na África, a cada ano, seis milhões de muçulmanos deixam o islamismo e se convertem à fé cristã”.