Debate sobre o aborto – próxima quarta

[Divulgando conforme email que recebi.]

Debate sobre o ABORTO

No Programa Jurídico News, na quarta-feira, dia 08/04/2009, às 22:00 horas.

O programa é exibido ao vivo e pode ser assistido pelos internautas (que podem enviar perguntas no ar), no site

www.justtv.com.br

Convidados:

Dr. Cicero Harada – advogado, conselheiro da OAB-SP, presidente da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB-SP, foi Procurador do Estado de São Paulo. (cicero.harada@terra.com.br; http://tamarmatar.wordpress.com/)

Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira – Médica ginecologista-Obstétrica; integrante da Comissão de Ética e Coordenadora do Depto. de Bioética do Hospital São Francisco, em Jacareí, São Paulo, Diretora do Centro Interdisciplinar de Bioética da Associação “Casa Fonte da Vida”; especialista em Logoterapia e Logoteoria aplicada à Educação.

Dr. Luiz Riccetto Neto – entrevistador.

Dois curtas

Duas rapidinhas: em Belo Horizonte, a PUC – uma Universidade Católica!está promovendo um curso de “Direito à Diferença”. Escândalo tremendo que uma instituição católica esteja de tal maneira prostituída que se preste a propagar não mais o Evangelho de Nosso Senhor, mas a ideologia gayzista. Triste. Satanás não precisa mais se preocupar tanto com a perversão dos costumes, pois hoje em dia são as próprias universidades católicas que fazem as vezes de sucursais do Inferno.

E o Julio Severo deixou o Brasil… ameaçado por constantes acusações de homofobia. Mesmo não havendo nenhuma lei de homofobia no Brasil, o patrulhamento exercido pela Gaystapo é terrível. O Luiz Mott – “Decano do Movimento Homossexual Brasileiro” – havia chegado ao ponto de publicar o endereço residencial dele na internet! Tempos difíceis se aproximam…

Imposição gayzista nas escolas

Recebi por email do Julio Severo “o artigo ‘Diversidade sexual na sala de aula’, publicada na revista Presença Pedagógica” (v. 15, n. 85, jan./fev. 2009). Ele pode ser baixado aqui.

Trata o artigo, em resumo, sobre a sexualidade de crianças e adolescentes nas escolas públicas e, em particular, sobre o Projeto Educação sem Homofobia, um curso “com carga horária de 80 horas – 60 horas presenciais e 20 vivenciais” (dado o tema do curso, tenho até medo de imaginar o que isso signifique…), do qual participaram “240 professores e professoras” de abril a dezembro do ano passado. O curso serve para ensinar aos professores a “analisarem a própria escola e detectarem tanto a diversidade sexual ali presente (mas que não aparece e deve ser reconhecida) quanto situações de homofobia e sexismo, que devem ser combatidas”. Detalhe importante: “o projeto é financiado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educadação (Secad/MEC)”. Como “homofobia” é uma palavra inexistente e inventada pelo Movimento Gay para designar qualquer coisa que ele queira combater e destruir (e, de modo particularíssimo, é bem sabido que isto inclui o Cristianismo e a Igreja Católica), o que nós estamos vendo é o Governo financiar, com o dinheiro dos impostos dos cidadãos em sua maioria cristãos, o combate ao próprio cristianismo.

Acham que exagero? São palavras do coordenador-executivo do Educação sem Homofobia, Marco Antonio Torres: “[a] comunidade escolar ainda não consegue ser totalmente laica, trabalhar suas questões internas isenta dos valores pessoais de alguns grupos religiosos. Enquanto a escola não conseguir trabalhar os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, sua missão em relação à diversidade sexual estará seriamente comprometida”. Considerando que os pais são obrigados a colocar os filhos nas escolas e, nelas, ensinam-se essas porcarias, estamos diante de uma verdadeira imposição estatal de valores anti-cristãos.

E o assunto não é novidade, pois “[a] discussão sobre sexualidade aparece nos Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCNs, desde 1997, nos Temas Transversais. O documento sugere que a ‘Orientação Sexual na escola deve ser entendida como um processo de intervenção pedagógica que tem como objetivo transmitir informações e problematizar questões relacionadas à sexualidade, incluindo posturas, crenças, tabus e valores a ela associados'”. Leiam o que está escrito: escola precisa intervir pedagogicamente nas crenças dos alunos que não sejam compatíveis com o gay-way-of-life! Se isso não for uma declaração de guerra à educação católica e uma tentativa de se destruir os valores morais cristãos, é o quê?

Ainda acham que eu exagero? Vejam este livreto disponível em um site da UFRJ, indicado pelo mesmo artigo da revista! A página 18 carrega justamente o título de “Religião e Escola Pública”. Lá, é dito que “os valores religiosos (…) falam sobre valores que muitas vezes se pretendem universais” (a recursividade é por conta do autor do livreto). E também que “cada povo, cada grupo, cada ser humano, tem uma percepção e um entendimento diferente sobre a religião”. Como não poderia faltar, a calúnia histórica: “[n]ações indígenas tiveram sua cultura destruída em nome de uma salvação religiosa, cientistas foram perseguidos e mortos, mulheres queimadas em fogueiras, se fizeram e ainda se fazem centenas de guerras em nome da fé”. Após a primeira dose de relativismo e a segunda de calúnia, a sentença absoluta e intransigente: “a escola pública é laica e (…), portanto, não pode impor nenhuma religião, nem como crença, nem como prática, aos seus alunos”. Entenderam? Nem como prática. Ou seja, a moralidade vai para as cucuias. E o Estado, mais uma vez, impõe o estilo gay de se viver aos alunos.

Na verdade, a lógica do Governo Brasileiro é a seguinte: religião não pode ser “imposta”, mas o gayzismo não só pode como deve. E a religião não tem direito de falar, pois “o estado é laico” e, caso ela falasse, seria “homofobia”. A perseguição aos valores cristãos é manifesta. As coisas estão cada vez piores. Que Deus tenha misericórdia de nós todos.

Gracias, gracias, gracias

Este é o título de um email que eu recebi do HazteOir, sobre a Marcha por La Vida ocorrida em diversas cidades da Espanha neste final de semana. Multidões de pessoas que saíram às ruas para protestar contra as legislações assassinas que querem impôr ao povo espanhol; centenas de milhares de espanhóis gritando um retumbante sim à vida, que ecoou por todos os cantos da Espanha. Excelente! Assim escreveu o sr. Ignacio Arsuaga:

El grito del domingo ya no lo van a poder ignorar ni el Presidente del Gobierno ni la Ministra de la Igualdad, ni nadie. Ayer dimos un paso de gigante, en una serie de movilizaciones que vamos a impulsar en los próximos meses, hasta conseguir que el Gobierno se rinda ante el clamor popular.

[…]

Después de este fin de semana, ahora más que nunca, estoy convencido de que podemos ganar la batalla de la vida.

Sim, nós podemos. Basta que levemos a sério a batalha; basta que tenhamos consciência da gravidade da situação e a enfrentemos com a seriedade que ela exige. À semelhança da Espanha, também o Brasil está ameaçado por políticos abortistas; também esta Terra de Santa Cruz precisa que o seu povo se levante em defesa da vida humana inocente. Sigamos o exemplo dos espanhóis: lutemos por nossos princípios, e façamos valer as leis de Deus.

Links sobre a Marcha por la Vida:

Human Life International homenageia Dom José

[Recebi por email. Gaudete!]

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Estimado Padre

Saudações dos Estados Unidos!

Esta é para comunicar uma boa notícia que certamente encherá de júbilo e conforto os corações de todos aqueles que lutam contra o aborto no Brasil.

Human Life International tem a honra de conceder a Dom José Cardoso Sobrinho, Arcebispo de Olinda e Recife, o Prêmio Cardeal Von Galen em reconhecimento por sua atitude heróica no cumprimento do ministério episcopal, ao enfrentar o desagrado de tantos que promovem a cultura da morte.

Agindo em nome das associações católicas pró-vida em mais de 80 países do mundo,  Human Life International concede o Prêmio Cardeal Von Galen a personalidades – especialmente Prelados –  que se destacam na defesa da sacralidade da vida conforme os ensinamentos católicos verdadeiros.

O Prêmio leva o nome do Bem-Aventurado Clemens August von Galen (1878-1946), o qual foi bispo de Münster (Alemanha) durante a era nazista. Levantou sua voz em defesa dos pobres e dos doentes, protestando contra a eutanásia, a perseguição dos judeus e a expulsão dos religiosos.

Por causa de sua coragem, ficou conhecido como o “Leão de Münster”. O lema que escolheu quando foi eleito bispo foi “Nem elogios nem ameaças me distanciarão de Deus”. E verdadeiramente viveu conforme o seu lema.

O cardeal Von Galen demonstrou coragem ao enfrentar os nazistas, desvelando a verdade sobre a ideologia do nazismo, defendendo a liberdade da Igreja e das associações católicas, bem como a educação religiosa. Acusou abertamente o nazismo de discriminação contra os cristãos, os quais eram encarcerados e assassinados. Condenou outros abusos do governo totalitário, lutou pelo direito à vida e denunciou de modo veemente o massacre das pessoas deficientes físicas e mentais consideradas “inúteis”.

Dom José Cardoso Sobrinho se destacou pelo empenho com que lutou pelos dois gêmeos nascituros daquela pobre menina grávida de apenas 9 anos de idade, em face de tanto negativismo, tanto dentro como fora da Igreja.

Mons. Ignacio Barreiro, JD, STD, chefe do bureau da Human Life International em Roma, será enviado à arquidiocese de Olinda e Recife, acompanhado por mim na minha qualidade de diretor de programações para os países de língua portuguesa, a fim de entregar pessoalmente a Dom José o Prêmio Cardeal Von Galen.

O referido Prêmio é acompanhado de uma doação de mil dólares para ajudar de algum modo o trabalho pastoral dele.

Nosso maior desejo é o de publicamente apoiár a Dom José neste momento de grande dificuldade. A Santa Igreja precisa de pastores verdadeiros, que saibam dizer que “é justo obedecer a Deus antes que aos homens, pois não podem deixar de falar do que viram e ouviram” (Atos 4:19-20).

O Prêmio já foi concedido a outros prelados que se destacaram em iniciativas em defesa da vida e da moral católica, como o Cardeal Lopez Trujillo, o Cardeal Tumi de Benin, Dom Antonio Arregui, arcebispo de Guayaquil e presidente da Conferência Episcopal Equatoriana, e vários outros aqui na América do Norte.

Em última análise, através de Dom José serão homenageados e prestigiados todos aqueles que no Brasil se empenham na defesa do Evangelho da Vida.

O Mons. Barreiro e eu pretendem viajar para Recife na semana após o Domingo de Páscoa. Ele não fala português (fala espanhol, italiano e ingles, pelo menos) e certamente voltará a Roma a partir de Recife.

***

Que Nossa Senhora do Sagrado Coração e São Luís de Monfort obtenham para si todas as graças que precisa.

Em Jesus e Maria

Raymond

P.S.: Não sei se enviei os “links” abaixo para sua informação. Se não o fiz, faço-o agora (são vídeos curtos em ingles e portugues):

http://www.saintgabriel.com.au/SGC_EWTN.htm

http://www.youtube.com/watch?v=de9mI6U26rE

http://www.saintgabriel.com.au/trueGod.htm

http://www.saintgabriel.com.au/g.o.e.clip.htm

http://www.youtube.com/watch?v=rJNI3n3g150&eurl=http://vida-humana.org/

http://www.youtube.com/watch?v=cH4Pn_TXIt0&eurl=http://vida-humana.org/

Dom Dadeus e os Judeus

Fiquei sabendo que o Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, em entrevista à PRESS (trechos aqui), uma revista gaúcha, teria dito que “morreram mais católicos do que judeus no holocausto”. Em resposta às declarações de Sua Excelência, a Federação Israelita do Rio Grande do Sul publicou uma nota oficial (também reproduzida no site da revista Press) em resposta às declarações do Arcebispo.

Comentando rapidamente: a despeito de não ter lido a entrevista na íntegra (por ela não estar disponível no site), o que se sabe do que foi publicado é que o Arcebispo de Porto Alegre nem sequer questionou o número de seis milhões de judeus mortos durante o regime nazista; ele apenas afirmou que foram assassinadas outras pessoas que não judeus. O que a Federação Israelita do Rio Grande do Sul quer dizer, então, com “o religioso se refere ao Holocausto de forma distorcida”? Qual foi, exatamente, a distorção nas palavras de Dom Dadeus?

Os judeus acaso querem negar que foram assassinadas pelo regime de Hitler outras pessoas que não judeus? Católicos, ciganos [para ficar só nos citados pelo Arcebispo de Porto Alegre], esses não morreram nas garras do nazismo? Ou não se pode falar neles? A coisa adquire aqui uma mentalidade doentia: parece que os judeus querem, a todo custo, ter o topo do pódio na categoria “vítimas da Segunda Guerra”.

“Reduzir ou relativizar o Holocausto agride a memória de milhões de mortos numa guerra iniciada pelo fanatismo e pela intolerância”, diz ainda a Federação Israelita. Não subscrevo integralmente, pelos motivos que já expus aqui à exaustão quando do “caso Williamson”, mas não é isso que interessa aqui. O ponto é: onde Dom Dadeus “reduziu” ou “relativizou” o Holocausto? Ou será que a mera afirmação da existência de outras vítimas do regime nazista fora os judeus é já “reduzir” e “relativizar” o Holocausto?

A própria nota da Federação, aliás, reconhece que “[m]orreram menos judeus na II Guerra”. Se ela não discorda de Dom Dadeus, qual é o motivo da “surpresa” expressa no início da nota e da condenação às declarações de Sua Excelência? Onde estão os “estereótipos criados pelos nazistas” reproduzidos – segundo a Federação Israelita – pelo Arcebispo de Porto Alegre? Porque os judeus podem caluniar assim um sucessor dos Apóstolos, lançando-lhe publicamente a pecha infamante de “anti-semita”, sem que ninguém pareça se preocupar?

Está fora de qualquer discussão – nunca é demais repetir – que qualquer violência injusta contra um povo, mais ainda por motivos raciais, é profundamente condenável e absolutamente inadmissível. É evidente que nos solidarizamos com as vítimas da Segunda Guerra, cujos horrores obviamente não queremos que se repitam. Por esse motivo concordo, in totum com a nota da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, quando ela diz que é preciso “respeitar sempre a memória, com seriedade, fraternidade e honestidade”. Infelizmente, porém, parece que os judeus amiúde supervalorizam e distorcem a fraternidade, em detrimento da seriedade e da honestidade, através de uma postura intransigente de simplesmente bater o pé e rasgar as vestes quando se faz qualquer referência ao Holocausto que não seja para fazer o papel de carpideira dos judeus. Isso, sim, é de se lastimar.

P.S.: sugestão de leitura: Judeus tradicionalistas afirmam: A religião do Holocausto é uma criação fraudulenta sionista.

Citando rapidamente

1. Em defesa de D. José Cardoso Sobrinho, texto do dr. Rodrigo Pedroso. “Apenas uma pequena minoria se posicionou contra o padrasto pelo crime cometido e menos ainda contra o aborto praticado. A sanha, o ódio, o xingatório se voltaram quase que exclusivamente contra Dom Cardoso Sobrinho e contra a Igreja Católica”. As considerações feitas pelo Dr. Rodrigo não são novas, mas são importantes e estão expostas de forma clara e concisa.

2. Papa está certo, sobre a AIDS. É uma versão em português da matéria aqui citada, “do médico e antropólogo Edward Green, uma das maiores autoridades mundiais no estudo das formas de combate à expansão da AIDS. Ele é diretor do Projeto de Investigação e Prevenção da AIDS (APRP, na sigla em inglês), do Centro de Estudos sobre População e Desenvolvimento da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Uma das instituições educacionais mais prestigiadas do mundo”.

3. O Papa e a AIDS, artigo de Dom Fernando Rifan que está no site da CNBB! “A distribuição de preservativos, como solução para o problema, insinua e inclui como pressuposto a promiscuidade, uma das principais causas da AIDS, convidando ao desregramento sexual. O fim bom não justifica utilizar meios perversos. Evitar a AIDS é ótimo, mas fomentar a promiscuidade é péssimo. Não se estaria utilizando um inibidor para a AIDS – o preservativo – que, em última análise, pode se tornar causa desta mesma doença? E depois chamam de irresponsável a quem dá um grito de alerta. O Papa João Paulo II já havia advertido: “o uso dos preservativos acaba estimulando, queiramos ou não, uma prática desenfreada do sexo”. Propagar a promiscuidade é um meio de propagar a AIDS”.

A “retratação” de Fisichella

Existem dois comentários imediatos que podem ser feitos após a leitura desta notícia segundo a qual El Vaticano exige a ‘fieles y obispos’ que se pronuncien contra el aborto. Esta óbvia exigência veio… de mons. Rino Fisichella, presidente da Pontifícia Academia para a vida, que entrou para a história atual por ter prestado um enorme desserviço à causa pró-vida [“did incalculable harm to the pro-life cause”, como disse o pe. Lodi a LifeSiteNews] após escrever um infelicíssimo artigo sobre a “Bambina Brasiliana” no Osservatore Romano há quinze dias.

O primeiro comentário é “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Não quero ser injusto com Sua Excelência [cujo trabalho, aliás, eu desconheço completamente] e, por isso, não vou me demorar neste ponto de vista; mas me incomoda profundamente que, na edição deste domingo do Osservatore, ainda não haja a mais remota sombra de retratação sobre o malfadado artigo do domingo 15 de março. Leiam esta tradução de um artigo do pe. Thomas Euteneuer, presidente da Human Life International; é impossível não concordar com as palavras do reverendíssimo sacerdote. O escândalo foi público, pública tem que ser a retratação, como exige a justiça. É profundamente doloroso que, passadas já duas semanas, não tenhamos recebido, de maneira clara e inequívoca, uma resposta oficial às barbaridades proferidas pelo presidente da Pontifícia Academia para a Vida.

O segundo comentário que pode ser feito vai exatamente na contramão do primeiro, e é “eis aí uma retratação de monsenhor Fisichella pelo seu péssimo artigo escrito no Osservatore”. Não é a “visão Poliana” do problema: é uma forma sem dúvidas válida de encarar as coisas. Afinal, não é nada improvável que Sua Excelência tenha levado um “puxão” de orelhas e, então, tenha sido obrigado a vir a público dizer o contrário do que disse há quinze dias. Não é improvável que esta – chamemo-la assim – “saída honrosa” lhe tenha sido proposta como alternativa a uma retratação explícita. Até porque a diferença entre o tom destas palavras atuais do monsenhor e o do artigo passado é gritante. Diz agora dom Fisichella:

O prelado romano assegura que a doutrina da Igreja sobre o aborto “não se pode modificar”. E tampouco sobre a excomunhão, dado que “quem procura um aborto direto, neste mesmo instante fica excomungado latae sententiae”.

Sustentar esta doutrina não significa para Fisichella pecar por falta de misericórdia [de inmisericorde]. Ao contrário, “a misericórdia é a lei da Igreja”.

Como não ver a gritante diferença entre este Fisichella e aquele que, há quinze dias, dizia que a declaração da excomunhão latae sententiae dos médicos abortistas de  Recife por Dom José Sobrinho fazia com que o ensino da Igreja aparecesse “aos olhos de tantos como insensível, incompreensível e privado de misericórdia”? Como deixar de notar até mesmo a simetria das idéias entre um pronunciamento e outro, que nos leva a crer, sim, que se trata de uma retratação – diplomática… – do presidente da Pontifícia Academia para a Vida?

Falou bem Dom Rino Fisichella desta vez, sem dúvidas. Eu, no entanto, não estou lá muito satisfeito. Não há comparação entre o dano provocado pelo primeiro artigo e o bem causado por esta nova declaração: a desproporção é gritante. Permaneço com a firme convicção de que uma retratação expressa é necessária para que se possam amenizar os efeitos devastadores do infeliz artigo original do monsenhor. Não posso, no entanto, evitar o desconfortável temor de que se prefira a “diplomacia” e se julgue “suficiente” compensar o erro passado com pronunciamentos acertados em outros lugares e outros contextos… rezemos pela Santa Igreja.

Sobre o mesmo assunto, já comentaram o Gustavo e a Teresa.

Dilma, aborto e catolicismo

Vi hoje uma notícia sobre a sra. Dilma “ex-terrorista” Roussef – a mesma que injustificadamente fez uma leitura numa Missa na Canção Nova no final do ano passado e, depois, como se não fosse o bastante, repetiu a dose mais recentemente em uma missa celebrada pelo pe. Marcelo Rossi – segundo a qual a excelentíssima Ministra da Casa Civil “defende legalização do aborto e distribuição de renda”. Ao menos dois trechos da reportagem – duas frases da Ministra – são bem reveladores:

Abortar não é fácil para mulher alguma. Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização.

Fui batizada na Igreja Católica, mas não pratico. Mas, olha, balançou o avião, a gente faz uma rezinha.

A primeira frase é de longe a mais escandalosa: a sra. Ministra defende a legalização do aborto! O que raios uma senhora abortista, portanto, estava fazendo – já por duas vezes! – junto ao Altar da Santa Missa, fazendo leituras da palavra de Deus? E, se a senhora Rousseff – como ela mesma diz – não pratica a religião católica, por qual escuso motivo ela se dispôs a fazer as leituras da Santa Missa na Canção Nova e na missa do Padre Marcelo Rossi?

E agora? Uma vez que a ministra não-católica e abortista pôs as garras de fora e disse claramente quem é, será que vamos receber alguma justificativa dos [ir]responsáveis pela sua presença como leitora na celebração da Santa Missa? E – mais importante! – será que agora as nossas missas ficarão enfim livres da presença escandalosa da ex-terrorista abortista declarada? Permita-o Deus: após o escândalo ter tomado tais proporções, repetições futuras do erro não poderão alegar ignorância dos fatos em sua defesa.

Leiam também, sobre o mesmo assunto, o blog do Veritatis.

Ainda o Papa e os preservativos

Para a mídia tupiniquim, o Papa “distorce fatos sobre preservativos”. Cita-se, com muita pompa, a “respeitada revista médica Lancet” para dizer que o Papa vai na contramão da ciência e – ainda mais! – que precisaria “se retratar” (parece que agora virou moda exigir retratações) por ter tido a ousadia de questionar a borracha salvadora da humanidade:

“Quando qualquer pessoa influente, seja um líder religioso ou político, faz uma falsa declaração científica que pode ser devastadora para a saúde de milhões de pessoas, ela deve se retratar ou corrigir os registros públicos”, disse o editorial.

O que não sai na mídia tupiniquim – óbvio – é o pronunciamento de Edward Green, diretor da AIDS Prevention Research Project at the Harvard Center for Population and Development Studies, que concorda integralmente com o que falou o Papa Bento XVI. Segundo ele:

“Há”, Green acrescenta, “uma associação consistente mostrada por nossos melhores estudos, inclusive o U.S.-funded Demographic Health Surveys, entre maior disponibilidade e uso de preservativos e uma maior (não menor) taxa de infecção por HIV. Isto pode ser em parte graças a um fenômeno conhecido como compensação de risco, o que significa que, quando alguém usa uma ‘tecnologia’ de redução de risco (como camisinhas), com freqüência este benefício (da redução do risco) é perdido por [este alguém] ‘compensar’ ou ‘assumir’ maiores riscos do que alguém assumiria sem a tecnologia de redução de risco”.

Curioso, não?

Ah! Outra coisa: os bispos dos Camarões deixaram claro que as declarações do Papa Bento XVI, ao contrário do que foi noticiado, não provocaram nenhum mal-estar no país africano. E acusaram o Ocidente de “desinformar” sobre a visita do Papa…