Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).
– Bento XVI
Como eu já tive a oportunidade de dizer outras vezes aqui, estas eleições estão sendo um momento histórico para o Brasil. Pela primeira vez, os temas morais inegociáveis – como o aborto – foram trazido à luz do dia e discutidos publicamente. Pela primeira vez, a máscara de bom-mocismo do Partido dos Trabalhadores foi arrancada publicamente, pondo a descoberto a face assassina e totalitária do partido que, infelizmente, hoje se encontra no governo desta Terra de Santa Cruz. Pela primeira vez, corajosos membros do clero levantaram a sua voz claramente contra o projeto imoral e anti-cristão do PT, cumprindo com o seu “grave dever” de orientar os fiéis católicos sobre as questões políticas prementes com relação às quais estes, por tanto tempo, foram mantidos em ignorância. Pela primeira vez, os maus católicos colocaram as garras de fora e mostraram que cerram fileiras com os inimigos da Igreja, ao invés de cerrá-las com Cristo.
E, pela primeira vez, Bento XVI falou. As palavras do Vigário de Cristo foram claras, e dirigidas especificamente para o Brasil. É importante defender as raízes cristãs desta Terra de Santa Cruz. É importante oferecer resistência pública – sem temer qualquer impopularidade! – às ameaças à vida humana, mormente a mais indefesa. É dever dos bispos católicos orientarem os seus fiéis neste sentido, também em questões políticas concretas, sempre que temas como a defesa do aborto estiverem contemplados entre as propostas dos candidatos e partidos. E é importante exercer o próprio voto para a promoção do bem comum.
Nós já ganhamos muita coisa nestas eleições. A oposição ao PT – a verdadeira, não estou falando dos bananas do PSDB – saiu fortalecida, e o Partido percebeu que existem pessoas dispostas a resistirem às suas iniqüidades. Os temas morais vieram à luz do dia, e a sanha abortista do PT foi posta a descoberto; a tal ponto que a sra. Rousseff precisou mentir descarada e repetidamente em público para tentar estancar a sangria das suas intenções de voto. E a Igreja no Brasil – graças a Deus! – dividiu-se, deixando manifesto que há bispos servindo a Deus e, outros, servindo a interesses partidários. E o Papa tomou claro partido em favor dos primeiros.
Já ganhamos muita coisa, repito. Mas o momento é histórico, e há ainda um outro feito histórico a ser realizado, para coroar estas eleições presidenciais. Há a necessidade de derrotar nas urnas a candidata petista. Há necessidade de consolidar a “Operação Dilma, não!”, de modo público, de forma material, da maneira como eles entendem. Para fechar com chave de ouro o momento que estamos vivendo.
Não é, absolutamente, pelo governo do PSDB. Todos sabemos que o José Serra é um candidato que não merece o voto católico – isto, não está em discussão. Mas importa ir às urnas no próximo dia 31, não porque o Serra o mereça, mas porque o momento assim o exige.
Para mostrar aos criminosos que se apossaram do Brasil que, nesta Terra de Santa Cruz, ainda há filhos seus que não fogem à luta. E isto precisa ser feito também da única maneira que eles entendem: nas urnas. Para calar a boca de toda a petralhada que, ao longo dos últimos anos (e de modo violentíssimo nos últimos meses), debochou e escarneceu dos homens de bem deste nosso Brasil. Para atender ao pedido do Papa Bento XVI, que chamou os católicos brasileiros a exercerem o seu voto visando à promoção do bem comum.
Para vencermos esta batalha da Contra-Revolução, que sem dúvidas não se resume à derrota da candidata petista mas tem, nela, um marco de inegável importância. O processo foi iniciado, e importa ganharmos terreno tanto quanto for possível e tão rápido quanto pudermos, porque temos muita coisa ainda por fazer.
Para vir em defesa de Dom Luiz Bergonzini e os bispos da CNBB Sul 1 – e de tantos outros prelados! – que tiveram a coragem de se expôr para pedir aos católicos e a todos os homens de bem que não apóiem com o seu voto a corja que hoje se encontra no Governo. Eles foram perseguidos e debochados, foram escarnecidos e inclusive acionados judicialmente, sofreram pressão da sociedade, dos católicos e dos próprios irmãos no episcopado. Importa mostrar que estamos ao lado deles também contribuindo para que se materializem, nas urnas, os frutos dos seus pedidos.
Não me arrependo de não ter escrito esta declaração de voto antes. Lamento, sim, não ter podido fazê-la antes. Mas as circunstâncias mudaram… Próximo domingo, eu vou votar no Serra. Faço-o constrangido, inclusive contra a minha vontade particular, mais para atender a uma necessidade imperiosa do atual momento político brasileiro do que para qualquer outra coisa. Sinceramente, eu – e imagino que todos os brasileiros insatisfeitos com o PT e com a sra. Rousseff – esperávamos, do embate entre Satanás e Belzebu, que a ex-terrorista do PT saísse derrotada. Torcíamos por isso interiormente, mas sem querer tomar partido, para não termos envolvimento com a canalhice. Hoje posso dizer que, se é assim, importa votarmos positivamente naquele que, para além de qualquer discussão, apresenta-se como a única alternativa à perpetuação do PT no poder – coisa que nenhum de nós queremos. Neste momento, importam os votos individuais. Importa comparecer às urnas e oferecer algumas lágrimas ao Altíssimo pressionando duas teclas na Urna Eletrônica – eu bem sei como este sacrifício é doloroso! Mas importa fazê-lo.
O momento é tão propício que é impossível não o enxergar. Próximo domingo, dia das eleições, comemoramos o Dia de Cristo Rei no calendário tradicional. Quando Pio XI instituiu esta festa, em 1925, quis lembrar aos católicos o reinado de Cristo também nas sociedades: quis recordar, e testemunhar publicamente, que Nosso Senhor é Rei também das realidades temporais. No dia de Cristo Rei, hoje, no Brasil, somos chamados a ir às urnas não em defesa de um (inexistente, nas atuais situações) projeto político cristão, mas para atacar e destruir um projeto político que é clarissimamente anti-cristão. No dia de Cristo Rei, finquemos esta importante bandeira demarcando o avanço dos novos cruzados, dos que amam verdadeiramente a sua Pátria e não suportam mais vê-La escarnecida pela quadrilha que hoje se encontra no Governo. Façamos a nossa parte para termos uma data histórica ad perpetuam rei memoriam: façamos com que o dia de Cristo Rei em 2010 entre na história como o dia em que o PT foi expulso do governo desta Terra de Santa Cruz.
Não sei qual vai ser o resultado do pleito. Mas sei que, aconteça o que acontecer, que Deus nos ajude – vamos precisar. Do socorro d’Ele precisamos, e a Ele elevamos as nossas súplicas e preces. E a Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, recomendamo-nos com tudo o que temos, com toda a nossa indigência e a nossa radical incapacidade de fazermos mais o que quer que seja. Que Ela possa ajudar o povo brasileiro de quem é Rainha e Padroeira. Nossa Senhora Aparecida, salvai o Brasil!