Moral Católica e AIDS

Respondendo a uma pergunta sobre a posição da Igreja Católica frente ao HIV/AIDS, considerada por alguns como irrealista e ineficiente, o Papa disse:

“É minha convicção acreditar que a presença mais importante no front da batalha contra o HIV/AIDS é de fato a Igreja Católica e Suas instituições. (…) O problema do HIV/AIDS não pode ser superado com meros slogans. Se a alma está deficiente [if the soul is lacking], se os africanos não se ajudam uns aos outros, o flagelo não pode ser resolvido pela distribuição de preservativos; bem pelo contrário, nós corremos o risco de agravarmos o problema. A solução só pode vir através de um duplo compromisso: em primeiro lugar, a humanização da sexualidade – em outras palavras, uma renovação espiritual e humana que traga uma nova maneira de agir para com o outro; e, em segundo lugar, uma amizade verdadeira, sobretudo para com os que sofrem, uma prontidão – mesmo que seja através de sacrifício pessoal – para sustentar [to stand by] aqueles que sofrem”.
[Vatican Information Service]

É bem sabido que a Igreja se opõe ao uso da camisinha; não – como dizem alguns expoentes da ignorância coletiva – porque “prefere que as pesssoas peguem aids do que usem camisinha”, mas exatamente ao contrário: porque Ela sabe que não se pode combater a AIDS sem que se combata primeiro a promiscuidade. Ela sabe que não existem receitas miraculosas, nem panacéias universais para que vivamos em uma Terra sem males. Ela sabe que a insistência em um erro não pode produzir senão erros ainda maiores.

A Igreja – como disse o Papa – é a presença mais importante no front do combate contra a AIDS. E eu diria ainda mais: é a Única que não atrapalha. A Única que vai ao cerne do problema. O Papa afirma claramente que a mera distribuição de preservativos pode até mesmo agravar o problema da AIDS; por tocar na ferida do ídolo moderno, é atacado com violência (tanto que até mesmo o porta-voz da Santa Sé teve que se manifestar). Ao redor do mundo, a França diz que os comentários do Papa são “uma ameaça” e o “representante no Brasil do órgão das Nações Unidas para o combate à doença (Unaids), Pedro Chequer”, chegou a chamar o discurso do Papa de “genocida”. Permanecem, contudo, no mero jogo de palavras; a posição da Igreja – contra a qual se levantam furibundos todos os Seus inimigos – dá resultados.

Por exemplo, na Uganda, a política “ABC” de combate à AIDS (primeiro, Abstinence; depois, Be faithful e só por fim Condom – a ênfase é dada na abstinência, na fidelidade, e só em último lugar na camisinha) é a única no mundo que tem trazido resultados significativos no combate à AIDS.

Por exemplo, em Washington, o embaixador da Suazilândia incentiva a abstinência na luta contra a AIDS. Olhando para as políticas eficazes da Uganda, a Suazilândia também resolveu aplicá-las e, por isso, para a AIDS, “o contágio de pessoas infectadas caiu de 42,6 por cento em 2004 para 39, 2 por cento este ano”.

Por exemplo, o Population Research Institute, da Universidade Estadual da Pensilvânia, afirmou que “a Igreja Católica desempenha um papel essencial na contenção da epidemia de AIDS na África”. Vale citar:

A Tailândia tem aproximadamente sessenta milhões de habitantes. Lá existem fortes programas divulgados para o uso de preservativos. Em agosto de 2003 existiam no país quase 900.000 pacientes registrados com AIDS e, aproximadamente, 125.000 óbitos por AIDS.

Em 1991, a Organização Mundial de Saúde previu para esse intervalo de tempo cerca de 60 a 80.000 casos registrados de AIDs.

Essa cifra se contrapõe aos filipinos católicos com setenta milhões de habitantes. Entre os filipinos quase não existe propaganda de preservativos.

Em 30 de setembro de 2003 havia naquele país exatamente 1.946 pacientes com AIDS e 260 mortes por AIDS. Essa é uma fração dos 80 a 90.000 casos, os quais a Organização de Saúde havia previsto para as Filipinas no ano 2000.

De onde se vê que a Moral Católica não é uma coisa “irreal” e “ineficiente”. Irreal é esperar que coisas boas advenham de comportamentos morais desregrados. Ineficiente é combater a AIDS incentivando a promiscuidade.  Irresponsáveis são os lunáticos irracionais que têm verdadeira fé na salvação do gênero humano pela borracha. Em defesa das vítimas da AIDS, no entanto, existe a Igreja Católica; e, independente dos ataques que Ela sofra, vai continuar a oferecer auxílio aos que sofrem. Mais uma vez, os fatos mostram que Ela está correta; e o próprio estrebuchar dos Seus inimigos revela-o de modo insofismável.

Distribuição de Camisinhas?! – por prof. Carlos Ramalhete

Distribuição de camisinhas?!

Muitos teóricos da prevenção à AIDS e a outras doenças sexualmente transmissíveis (DST) dizem que a melhor maneira de evitar o contágio é usando um preservativo (a chamada “camisinha”). Deste modo, com o objetivo aparentemente nobre de evitar que as pessoas fiquem doentes, eles incentivam a distribuição de camisinhas nas ruas, praças e até mesmo escolas.

Este, contudo, é um grave engano, com conseqüências muito graves. Estes teóricos parecem esquecer que o desejo sexual é uma das forças mais potentes que agem sobre o ser humano. Ao longo da História, uma das maiores preocupações de toda sociedade foi a busca de meios de canalizar este desejo para que ele não leve a um comportamento desregrado. Não se trata de moralismo barato ou hipocrisia, mas do reconhecimento de que todos nós temos desejos sexuais e precisamos refreá-los para que possamos respeitar devidamente os outros.

Respeitar o próximo significa, entre outras coisas, vê-lo como uma pessoa, em sua integridade, respeitando sua liberdade e seu corpo. Se os desejos sexuais que temos em relação a uma pessoa que nos agrade não forem refreados ao menos um pouco, trataremos esta pessoa como um objeto sexual; se eles não forem refreados de modo algum, veremos como comportamento normal e aceitável servir-se desta pessoa como de um objeto, podendo até mesmo estuprá-la.

A maior barreira que todas as sociedades civilizadas ao longo da História desenvolveram para impedir que o estupro se tornasse algo normal e aceito (como o é, por exemplo, entre algumas tribos indígenas) é o que os antropólogos chamam de “tabu”: a proibição do sexo que não ocorre dentro de parâmetros firmemente determinados de modo a não causar problemas à sociedade.

De alguns poucos anos para cá, a nossa sociedade parece ter-se esquecido disso. Com o surgimento de doenças sexualmente transmissíveis que podem matar, como a AIDS, iniciou-se uma campanha que propõe o uso de uma barreira física no ato sexual – a camisinha –, impedindo a passagem dos espermatozóides e da maior parte dos vírus. A camisinha, que não era assunto de conversas educadas há menos de uma geração, passou a ser propagandeada como sendo a solução para todos os problemas, eliminando na prática o tabu das relações sexuais fora de circunstâncias benéficas para a sociedade. A promiscuidade sexual (múltiplos parceiros, sem qualquer compromisso social ou emocional) passou a ser vista como algo aceitável, desde que haja uma barreira física, a camisinha, durante o ato sexual.

Os adolescentes, cujos corpos estão em plena ebulição sexual e cujos desejos sexuais agem com muito mais força que os dos adultos, deixaram de ter a proteção que o tabu lhes oferecia, e receberam uma virtual autorização das autoridades – muitas vezes contra a vontade dos pais – para não mais tentar submeter à razão seus desejos. Os desejos sexuais saíram da gaiola em que eram contidos e passaram a ser vistos como a bússola que deve guiar os atos de cada um. Ao dar a um adolescente uma camisinha, dizendo-lhe “se for ter relações sexuais, use isto”, o que ele ouve é “tenha relações sexuais”. É isso que seu corpo já lhe diz, e é isso que ele quer ouvir.

Sem que haja o tabu que o ajudava a conter-se e a direcionar suas energias para objetivos mais nobres, o adolescente passa a considerar que o desejo sexual tem o direito de dizer-lhe o que deve fazer, e a camisinha na carteira é percebida como um bilhete de entrada na área VIP do reino dos prazeres, como algo que permite que ele faça tudo o que quer fazer.

O risco de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), assim, aumenta ao invés de diminuir. Afinal, estamos falando de seres humanos, que cometem erros, que bebem por vezes um pouco além da conta; afinal, adolescentes nunca foram conhecidos por saberem a hora de parar de beber. Em circunstâncias normais, o uso da camisinha diminui bastante os riscos de contágio por DSTs; estima-se que o risco de contágio em três relações sexuais usando camisinha é o mesmo de uma relação sem usá-la. Ora, se não houvesse este incentivo à promiscuidade sexual, a maior parte dos adolescentes passaria por este período sem ter relações sexuais. Com este estímulo, a maior parte acaba tendo, ao menos durante algum período da adolescência, um comportamento promíscuo. O número de relações sexuais de um adolescente exposto a este tipo de estímulo é certamente mais do que três vezes maior que o de um adolescente ensinado a abster-se, a resguardar-se e respeitar-se.

Ao mesmo tempo, a superficialidade das relações, a falta de respeito consigo mesmo e com o outro, causa freqüentemente danos permanentes à frágil estrutura psicológica em formação dos adolescentes, danos cujos efeitos serão sentidos e lamentados ao longo de toda a vida. Os parceiros sexuais deixam de ser vistos como pessoas, e tornam-se objetos sexuais. O prazer sexual substitui o conhecimento mútuo, e o que era um namoro acaba por tornar-se uma troca de favores sexuais entre quase-desconhecidos. Não é à toa que em nenhuma sociedade civilizada, em nenhuma tradição religiosa, o sexo “casual” seja considerado aceitável: ele é a porta que se abre para o desrespeito, para os problemas psicológicos, para a propagação de doenças físicas e mentais.

Os efeitos terríveis das políticas de distribuição de camisinhas já foram percebidos pelas autoridades norte-americanas, que – após um aumento enorme no número de contágios por DSTs e de gravidezes de adolescentes, além de casos ainda mais graves, como uma escola em que as meninas vendiam favores sexuais aos rapazes em troca de balas e picolés – hoje recomendam que se ensine aos adolescentes a verdade: não é usando camisinha que eles podem realmente evitar doenças sexualmente transmissíveis, mas sim evitando as relações sexuais.

Se você tiver um filho adolescente, for professor ou de qualquer outra forma tiver contato com eles, lembre-se disso: não é incentivando-o a fazer algo inseguro e errado, com uma barreira que diminui o risco, que você o estará ajudando. Ajudá-lo verdadeiramente significa ajudá-lo a controlar-se, a manter seu desejo sexual sob controle, a respeitar a si mesmo e aos outros. Só assim você o estará ajudando a ser uma pessoa melhor. Diga a ele que é nele que você confia, não em um pedaço de borracha, e ajude-o a esperar o momento correto.

Quem ama espera.

© Prof. Carlos Ramalhete – www.hsjonline.com – Por favor copie e divulgue

“Abortistas: se não Fé, pelo menos honestidade” – pe. Héctor Ruiz

[Publico um artigo escrito pelo reverendíssimo pe. Héctor Ruiz, pároco de São Lourenço da Mata, município vizinho a Recife e também pertencente à Arquidiocese de Olinda e Recife. Agradeço ao sacerdote pelo envio do texto; o tom combativo do mesmo e a ênfase dada n’alguns aspectos que a grande mídia deixou de lado no caso do aborto da menina de Recife fazem com que ele seja um valioso auxílio à Igreja, neste momento em que Ela é tão duramente atacada.]

ABORTISTAS,
SE NÃO FÉ, PELO MENOS HONESTIDADE!

ASPECTOS QUE NÃO PODEMOS IGNORAR NA ANÁLISE FILOSÓFICA DO CASO DA MENINA ESTUPRADA E INDUZIDA A ABORTAR

Sabemos o caso: Uma menina pernambucana, de nove anos, é estuprada pelo padrasto, tendo ficado grávida e os fetos submetidos a aborto. Dom José Cardoso deixa claro que quem aborta e os que colaboram diretamente num aborto ficam excomungados.

Deixemos de lado a fé. Analisemos o fato só com a razão natural para entender se é realmente o “pré-conceito” da Igreja o que está criando problema neste caso, como dizem os abortistas.

1º. Dom José não excomungou ninguém. Ele mesmo explicou que quem aborta, ou colabora diretamente num aborto se excomunga automaticamente. Como é que os médios de comunicação social (a globo, a tribuna, a Record…) colocaram nas suas manchetes que “Dom José excomungou”? Eu, sem fé, posso dizer que faltou honestidade humana.

2º. Ficou claro que a guerra que estão fazendo, uma parte da imprensa e vários políticos (entre eles o nosso presidente Lula), NÃO É CONTRA DOM JOSÉ. É contra a mesma Igreja! Dom José falou o que teria falado qualquer bispo na Igreja.  Sem fé, posso dizer que falta respeito e justiça contra uma instituição humana que já demonstrou em vinte séculos ser defesa de valores humanos incontestáveis.

3º. A excomunhão consiste no fato de ficar fora da Igreja (Não comungar com o seu espírito!). Só a Igreja tem direito de dizer quem faz parte dela e quem não. Esse direito o tem qualquer associação humana. Não é o político ou o jornalista que vai dizer se a Igreja vai deixar na comunhão com o seu espírito a uma ou a outra pessoa.

Por isso, sem fé, eu posso dizer que os políticos e os jornalistas que se têm manifestado ao respeito estão cometendo duas injustiças: Uma contra Dom José, pelo que dissemos antes, e outra contra a Igreja. Nenhum deles tem autoridade nesse campo. Estão atuando indevidamente em campos que não lhes correspondem!

4º. Por que a Igreja (como instituição humana) excomunga? Porque é pecado gravíssimo matar a uma pessoa, usurpando o direito sobre a vida humana, direito que é unicamente do Criador. Isto não é de fé, é de razão. Se Deus existe (E têm que existir. Seria irracional dizer o contrário) Ele é o único que como Criador e Governador de tudo pode dar e tirar a vida. Os homens todos temos direitos iguais. Ninguém é maior que outro para dispôr da vida alheia. E, se o faz, está usurpando um direito que ninguém lhe deu.

Este pecado torna-se ainda mais grave, quando se trata do aborto: de uma pessoa indefesa, que o homem tem dever de proteger.

Eu, sem fé, posso dizer:

– Que a Igreja nesse ponto é coerente com a sua teologia (revelada, segundo ela).

Que a Igreja está defendendo princípios racionais, que uma filosofia sadia já defende. NÂO NECESITO FÉ PARA DIZER QUE EU NÃO POSSO MATAR A NINGUÉM. (Só no caso de autodefesa).

Que temos que pensar mais num nível social e não só individual. Tem coisas que o indivíduo não pode por si mesmo fazer (caso desta menina de 9 anos). Mas a sociedade, a família…, ajudando, podem conseguir fazer. É o caso de doenças, velhice… Esta menina certamente não iria conseguir sozinha levar para frente a gravidez, mas juntando as forças sociais, vamos ver que conseguimos fazer! Pode ser que termine sem conseguir o êxito total… mas a sociedade ao final sim, vai ganhar.

5º. O aborto é um homicídio, porque no momento em que é fecundado o óvulo começa um processo irreversível, independente da vida da mãe, destinado só a aperfeiçoar-se e chegar a ser um ser humano maduro e completo. Já é vida humana! Já tem dignidade! Dignidade  igual que a da mãe e que a de qualquer ser humano!

Os abortistas dizem: como a morte nós a declaramos quando param de funcionar a células cerebrais, então a vida humana, enquanto tal, começa quando se formam estas células cerebrais e começam a funcionar.

Então eles estão dizendo que se um ser humano nasce com um problema na cabeça e não se desenvolvem essas células, podemos matá-lo como qualquer animal e não importa idade que ele tenha!!!

Nenhum ser humano tem poder para determinar se a pessoa humana e a sua dignidade começa aos três ou quatro meses de vida, ou quando for…! O processo de crescimento do ser humano começa na fecundação e já aí é um ser humano. Não existe uma argumentação filosófica, convincentemente lógica, que demonstre o contrário. Sem fé, posso dizer que qualquer aborto é um homicídio!

6º. Por que a menina de 9 anos vai ter mais direito a viver, que as outras duas crianças que estão no seu seio? Só pela idade? Quem tem o direito de dizer que a menina tem que viver e os embriões não? Racionalmente não tem justificação isso!!! Se é assim, então, tiremos da constituição o princípio de que todos somos iguais!!! Sem fé posso dizer que todos os embriões têm direito à vida!

7º. O estupro, e a situação da família nessas circunstâncias, é muito lamentável!!! Ninguém está satisfeito por isso! Mas, como a vida pertence só a Deus, façamos todo o possível medicamente para que as três pessoas se salvem. As três! Os médicos se precipitaram para declarar que isso era perigo iminente de morte. Eles mesmos não podem afirmar com certeza se isso daria em morte ou em aborto natural. Não era necessário matar!!!

Por exemplo: Em São Lourenço da Mata vive um menino de dois anos de idade, que foi gerado por uma menina com deficiência mental, estuprada quando ela tinha 11 anos! Também a mãe vive bem! Graças a Deus não chegaram os abortistas para impedir a esta criança gozar do banquete da vida!

O médico que praticou o aborto dizia ser católico e que ele era quem tinha autoridade no campo da medicina, não o arcebispo.

Sem fé eu posso dizer quatro coisas:

a) A medicina não está isenta da moral. A moral, que trata de todos os atos humanos pensados e queridos permeia tudo: a medicina, a política, o esporte… O arcebispo tem direito de iluminar a vida moral de todos os seus fiéis católicos. Ele, o médico, foi amoral!

b) Como membro de uma instituição humana ele está obrigado à obediência às normas dessa instituição, que se chama Igreja. Ele foi desobediente!

c) Como médico ele fez um juramento, o de Hipócrates, jurando que dedicaria a sua profissão para cuidar da vida e não para atentar contra ela. Matando dois embriões, ele foi infiel!

d) Precipitando o ato de abortar, não dedicou as suas forças para ajudar à criança e aos fetos para se desenvolverem… Nenhum médico pode afirmar ao cem por cento que isso terminaria em morte da menina. Ele foi incompetente!

Sem fé posso dizer que um homem que é amoral, desobediente, infiel e incompetente é um perigo para a sociedade!

8º. Finalmente, temos que evidenciar que, segundo os meios de comunicação social e vários políticos (entre eles  o nosso presidente Lula, que enche a boca dizendo que é católico – manifestando o contrario com as suas opiniões), o vilão de toda esta história é o Senhor Arcebispo Dom José. Os médicos, o presidente da República, o ministro da saúde, o de meio ambiente… esses são os de bom senso.

Eu, sem fé, posso dizer: deixemos que caiam os princípios de respeito à vida humana, deixemos que uns tenham mais direitos que outros, sigamos cultivando um estilo de vida hedonista, subjetivista, consumista e laxista, favorecido por estas pessoas e instituições e certamente o gênero humano não vai brilhar pela justiça e pela harmonia social… Terminaremos nos destruindo. Eles dizem que lutam por uma menina. Como filósofo posso dizer que a Igreja luta por toda a humanidade!

O que atrapalha ao homem de hoje não é a Igreja. É a falta de princípios de reta razão!!! Falta reconhecer humildemente que falta honestidade e amor pela verdade! Vamos lutar por essas virtudes perdidas!!!

Pe. Héctor M. Ruiz

“Menina de 9 anos poderia ter levado a gravidez a termo em segurança”

[Publico tradução de uma entrevista dada a LifeSiteNews.com pelo dr. Paul Byrne, neonatologista dos Estados Unidos. Apenas comento dois pequenos detalhes: (1) o aborto foi condenado pela Igreja porque o assassinato de um inocente é sempre condenável, e não simplesmente – como o dr. Byrne dá a entender – por causa das mentiras sobre o estado de saúde da garota (isso agrava a situação, sem dúvidas, mas não é o que torna o procedimento imoral); e (2) contra os que argumentarem que, sobre a análise dos riscos, merecem maior credibilidade os médicos que analisaram a menina pessoalmente, isso só é verdade para o caso deles argumentarem o porquê de, naquele caso específico, o aborto ter sido “a única forma de salvar a vida da gestante” – já que, segundo o neonatologista entrevistado, é “certamente possível (…) que uma garota leve ao fim uma gravidez gemelar” e, portanto, o simples fato da menina ter estado grávida de gêmeos – ao contrário do que foi enfaticamente alardeado por toda a mídia – não basta por si só para caracterizar a impossibilidade de se prosseguir com a gestação.

A tradução é do meu amigo Wagner Marchiori, a quem agradeço.

Original: LifeSiteNews.com]

Neonatologista afirma que garota brasileira de 9 anos poderia ter levado a gravidez a termo em segurança

17 de março de 2009 (LifeSiteNews.com) – O terrível caso da garota brasileira de nove anos de idade, que foi repetidamente estuprada por seu padastro e que, por conseqüência, engravidou de gêmeos, ganhou as manchetes de todo o mundo nos últimos dias. O caso criou uma ampla controvérsia depois que a garota foi submetida ao aborto, num ato que foi condenado pela Igreja Católica no país devido ao fato de que os médicos inicialmente se recusaram a realizar o aborto, por considerarem que a vida da menina não estava em perigo.

Os médicos que depois realizaram o aborto, contudo, afirmaram que a menina sem dúvidas corria risco de vida, afirmação esta que foi repetidamente divulgada pela grande mídia.

Mas, em uma recente entrevista para o LifeSiteNews.com, o Dr. Paul Byrne, neonatologista e professor de clínica pediátrica da Universidade de Toledo, Ohio (EUA), rechaçou fortemente a hipótese de que a menina brasileira tivesse a vida ameaçada pela gravidez simplesmente por causa de sua tenra idade.

Byrne disse à LSN que é certamente possível, em termos médicos, que uma garota leve ao fim uma gravidez gemelar. Ele reconheceu que as circunstâncias não são usuais , mas afirmou que o problema de dar à luz com a estrutura pélvica não plenamente desenvolvida pode ser resolvido com segurança pela operação cesariana.

Dr. Byrne citou o caso da garota peruana, Lina Medina, do vilarejo andino de Ticrapo, que entrou para a história médica ao dar à luz um garoto, via procedimento cesariano, em maio de 1939, com apenas 5 anos, 7 meses e 21 dias.

Mas ele enfatizou que, independente da situação, “o aborto não é a solução”. A garota, ele continua, “foi sexualmente abusada” e precisa de tratamento. “Alguém deveria ter tentado ajudar essa criança”.

“A mãe e ambos os bebês deveriam ter suas vidas protegidas, preservadas e defendidas. Não há nenhuma razão para matar esses bebês”, ele afirmou.

Dr. Byrne frisou, também, que a garota agora está sujeita aos riscos de longo prazo associados ao aborto, incluindo futuros partos prematuros e abortos espontâneos devido ao “cervix incompetente”, um cervix que é muito fraco para permanecer fechado durante uma gravidez.

Muitas pesquisas mostram outras sérias complicações de saúde a longo prazo associados à prática do aborto, incluindo um maior risco de cânceres de mama, cervical, ovário e fígado. Outros riscos relacionados ao aborto incluem sérios problemas de sáude mental, como as desordens provocadas por stress pós-traumáticos, abuso de drogas, desordens alimentares, obsessão suicida e tentativas de suicídio.

Dr. Byrne não concorda com a ênfase da imprensa e entre Bispos católicos na excomunhão que foi formalmente anunciada contra a mãe da garota e os médicos que realizaram o aborto pelo arcebispo de Recife. “O foco está na excomunhão quando deveria estar na vida dessas três pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus”, afirmou Byrne.

“Comentário à declaração de Mons. Fisichella” – pe. Berardo Graz

[Atendendo ao pedido que recebi por email, publico os comentários do revmo. pe Berardo Graz, do clero de Guarulhos, SP, sobre o artigo de Dom Rino Fisichella que foi publicado no Osservatore Romano domingo passado.]

Acredito que Mons. Fisichella escreveu a declaração, publicada no “L’Osservatore Romano” do dia 15/03/09, a partir das notícias que chegaram até ele sobre o caso da menina estuprada e submetida a aborto de gêmeos. Se Mons. Fisichella tivesse recebido informações mais corretas e detalhadas de como se desenrolou o fato não teria escrito o que escreveu.

Cito e comento algumas passagens da mensagem de Mons. Fisichella:

1) “No caso de Carmen se confrontaram a vida e a morte” .

Não é verdade! Tanto assim que o IMIP (Instituto Materno Infantil de Pernambuco), após intervenção de Dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo de Recife, declarou que a menina não estava correndo risco de morte e também por isso permitiu que fosse transferida. O risco se acentuaria no final da gravidez, mas é por isto que o parto, antecipado por causa dos gêmeos e precedido pelo acompanhamento do pré-natal, seria por cesariana, como acontece na grande maioria das quase 30.000 gravidezes (exatamente 27610 em 2006 pelo DATASUS), em adolescentes abaixo de 14 anos, a cada ano no Brasil.

2) “Carmen deveria ter sido em primeiro lugar defendida…”.

É o que exatamente e eficazmente Dom José fez, porque obrigou a direção do IMIP a revelar a verdade sobre o falso risco de morte da criança, mentira através da qual se quis cativar a opinião pública, na sua grande maioria contrária ao aborto, para que se tornasse favorável a este crime contra a vida. Esta mentira continua dominando a Mídia e através dela a população em geral, para que aos poucos a grande maioria concorde com o aborto na gravidez na adolescência, porque acarretaria risco de morte. Estas são as estratégias do movimento abortista que há cinquenta anos está internacionalmente influenciando todos es estados para que até 2015 o aborto seja legalizado em todas as nações e declarado e praticado como direito humano, com o aval da ONU. Este é o clima que estamos respirando no Brasil nos últimos anos, graças principalmente ao atual governo, conivente e colaborador destas estratégias.

Nada disso a declaração de Mons. Fisichella menciona, acredito por falta de informações, pois a atitude de Dom José Cardoso, desmascarando esta trama de mentiras, não somente tentou defender “Carmen”, mas também as várias “Carmens”, que estão sendo instrumentalizadas para que o aborto seja cada vez mais aceito pela população normalmente contrária. Nestes dias uma nova “Carmen”, moradora de Guaratinga na Bahia, está arriscando de cair na trama dos abortistas que querem a todo custo que aborte <i>nonostante</i> ela seja contrária.

Dom José foi corajoso e ensina a coragem de não nos calarmos, como cristãos e católicos, na frente destas tremendas injustiças e autênticas violações dos direitos humanos. A mãe da “Carmen” deu o seu consentimento ao aborto, claramente coagida pela equipe do IMIP que falsamente apresentou o caso como perigo de morte. O pai da menina nem pôde falar com os médicos, tendo o direito de expressar o seu consentimento ou não ao procedimento, direito que lhe foi negado, o que segundo a lei brasileira torna ilegal o aborto de “Carmen”.

Mons. Fisichella faz uma bonita defesa sentimental da menina mas manifesta não conhecer a trama inescrupulosa das estratégias abortistas, que ao invés Dom José enfrentou com firmeza e coerência e , quando a vida dos dois nenêns já estava perdida, truncada pela “guilhotina” do aborto, com a firmeza e a coerência do bom pastor lembrou a excomunhão de quantos colaboraram com este crime, pois a caridade não pode ser vivida fora da verdade, e é isto que dá “credibilidade” à nossa Igreja e a seus pastores.

3) “O respeito devido ao profissionalismo do médico é uma regra que deve envolver todos e não pode consentir chegar a um julgamento negativo sem antes considerar o conflito criado em seu íntimo”

Concordo com esta afirmação de Mons. Fisichella, mas me pergunto: que profissionalismo e que conflito viveram os médicos do IMIP que deixaram que o caso fosse gestido por uma assistente social, que não considerava os nenêns como vidas humanas a serem defendidas, mas somente a vida da “Carmen” supostamente em perigo de morte?

Que profissionalismo e que conflito viveram os médicos que nem quiseram ter contato e explicar o caso para o pai, para o pároco da menina e para o Conselho Tutelar de Alagoinhas, que cuidaram diretamente dela até levá-la ao hospital, para que fosse atendida?

Que profissionalismo e que conflito viveram estes médicos, que negando-se ao contato com os familiares, colaboraram porém para que, à revelia do pai e do advogado delegado dele, a menina com alta a pedido assinado pela mãe, analfabeta e pressionada psicologicamente pela dramaticidade do falso quadro de perigo de morte, fosse seqüestrada pelo grupo feminista Curumim, que a levou a um outro hospital sem revelar o nome (a ginecologista foi junto com a criança a e mãe para este outro hospital, identificado depois como CISAM – ou Maternidade da Encruzilhada), para que o aborto fosse realizado antes que as autoridades judiciais o impedissem?

Que profissinalismo e que conflito viveram os médicos que atuam numa instituição, seja o IMIP e depois o CISAM, que sonegaram as informaçãoes e, no caso do CISAM, sustentou  a mentira de negar a presença da menina, enquanto ela estava sendo submetida ao aborto?

Claro, Mons. Fisichella não podia estar de posse de todas estas informações! Mas se oferece agora uma boa oportunidade para que todos nós, como Igreja de Jesus Cristo, nos informemos melhor e mais profundamnte sobre toda a trama que a partir da criação do Conselho Populacional (1952), por iniciativa da fundação Rockfeller e das outras fundações norte-americanas, está divulgando a mentalidade abortista no mundo inteiro, sutentando a prática do aborto em situação ilegal, para que depois seja aceita como válida sua legalização. Tudo isto tem como finalidade o controle populacional, nova e tremenda arma do capitalismo internacional para a implantação em nível mundial da lógica do mercado, derrubando barreiras morais e religiosas que atrapalham a sua efetivação. A defesa dos direitos da mulher é só pretexto para tornar aceitável para o grande público a legalização do aborto, sendo este o procedimento mais eficaz para se controlar ou diminuir o crescimento de uma população.

O grupo Curumim assim como outras duzentas ONGs, favoráveis ao aborto, esterilização, contracepção e direitos homossexuais, estão atuando há quase vinte anos no Brasil, financiadas por dinheiro estrangeiro principalmente das fundações norte-americanas, para que o aborto seja legalizado e uma estratégia é fazer com que toda gravidez na adolescência seja considerada risco de morte e portanto, ampliando o conceito de aborto necessário ou terapêutico, não punido pelo Código Penal, seja encaminhada para a realização do aborto impropriamente chamado de “aborto legal”.

Para isto nos últimos anos se multiplicaram em todos o Brasil os serviços de “aborto legal”. Tenta-se tornar legal o aborto em caso de malformações fetais (ex. anencefalia) e é por isto que a proposta será avaliada pelo STF. Nas faculdades de medicina ensina-se aos futuros médicos para que orientem as mães, que estejam gerando um filho defeituoso, a solicitarem ao juiz a permissão paro o aborto. O Minstério da Saúde já fez convênio com o IPAS, organização internacional que divulga o aborto, para que a cada ano mil novos médicos sejam treinados sobre as técnicas de aborto.

O governo Lula desde o começo, afirmando de tratar o aborto como problema de saúde pública (afirmação mentirosa pois o número de mortes maternas não depende da  clandestinidade do aborto, mas do atendimento durante a gravidez, parto e pós parto), colabora ativamente com a agenda internacional de implantação do aborto e não mede esforços para convencer os brasileiros, em sua maioria contrários a esta prática, para que se convençam que a lei do aborto é uma coisa boa. Daí as esquizofrênicas declarações do Presidente Lula, que afirma que como cristão é contra o aborto, mas como chefe de estado deve promovê-lo para salvar vidas humanas. É o joguinho da dupla moral oportunista, pois o que interessa ao Presidente é não perder a colaboração econômica do FMI e das outras organizações internacionais, que para ajudar o terceiro mundo exigem que se adote a agenda abortista, em vista do controle populacional. Mais uma vez o Brasil está sendo vendido aos interesses internacionais.

A tática do sequestro de adolescentes grávidas para que abortem a todo custo para favorecer a agenda abortista já foi usada em 2003 na Nicarágua, na Bolívia também, e agora no Brasil e isto não acontece por acaso, mas de caso pensado. Precisamos abrir mais os olhos, nos organizarmos melhor na defesa da vida e não sermos ingénuos.

A firme tomada de posição de Dom José Cardoso Sobrinho é um sinal positivo de como a nossa Igreja, em colaboração com outras forças religiosas e sociais, pode se opôr a esta agenda de neo-paganismo que quer nos fazer engolir o aborto, a libertinagem sexual, o matrimônio gay e a eutanásia, que também faz parte da agenda do controle populacional, apelando para um falso conceito de liberdade.

Pe. Berardo Graz
sacerdote da diocese de Guarulhos SP,
membro da comissão diocesana e regional em defesa da vida,
formado em medicina e cirurgia na Itália, mas sem CRM no Brasil,
cidadão italiano e brasileiro

Mais algumas sobre o aborto

– Vale a pena ler: “Ajuda urgentíssima”. Trata-se da menina de treze anos sobre a qual comentei aqui ontem; ela não quer abortar, mas o promotor do caso quer que ela faça uma avaliação para saber se gravidez oferece risco a ela; caso positivo, ele “disse que poderá encaminhar à Justiça um pedido para que o aborto seja realizado em detrimento do desejo da conselheira e da garota”. Diz o email reproduzido no blog da Julie:

É muito possível que o Iperba afirme que a menina corre risco de vida e que por isso deve praticar o aborto, apesar de que esta afirmação seja falsa. Segundo várias denúncias, os funcionários dos serviços de abortos legais fazem isto habitualmente. Em um relato que enviei a esta lista na semana passada, mostrei como estes serviços mentiram aos pais da menina grávida de Recife, ambos contrários ao aborto, para poderem obter o consentimento deles para autorizar o aborto. Quando o pai da menor procurou esclarescimento fora do hospital e, sabendo da verdade, preparava-se para voltar ao estabelecimento para obter a alta da filha e a suspensão do procedimento do aborto, duas organizações feministas de Recife, com a anuência da coordenação clínica do serviço de aborto legal, raptaram a menina e a conduziram a um local ignorado até que o aborto tivesse sido consumado. Este foi pelo menos foi o quinto caso de rapto de menores realizado por grupos feministas na América Latina com a finalidade de produzir visibilidade para a promoção da total legalização do aborto.

– O email diz ainda que “HÁ 30 MIL GESTAÇÕES DE MENORES DE 14 ANOS NO BRASIL TODOS OS ANOS E ATÉ HOJE NÃO HÁ NENHUMA NOTÍCIA DE UMA MENOR QUE TENHA MORRIDO POR CAUSA DA GRAVIDEZ QUANDO FOI OFERECIDO UM ACOMPANHAMENTO PRE NATAL E UM PARTO CESARIANO” – caixa alta no original. No Diário de Pernambuco de hoje, saiu uma reportagem sobre o assunto que, a despeito do viés abortista, faz eco a esta informação: em dois anos foram “99 casos de meninas com menos de 14 anos que deram à luz em maternidades públicas do Recife”, segundo o estudo reproduzido na matéria. Nenhum óbito.

– Também vale a pena ler: “Declaração sobre o aborto provocado”, da Congregação para a Doutrina da Fé, de 1974.

A função da lei não é a de regist[r]ar o que se faz; mas sim, a de ajudar a fazer melhor. É função do Estado, em qualquer hipótese; salvaguardar os direitos de cada um e proteger os mais fracos. Ser-lhe-á necessário, para tanto, corrigir muitos erros. A lei não está obrigada a sancionar tudo, mas ela não pode ir contra uma outra lei mais profunda e mais augusta do que toda a lei humana, a lei natural inscrita no homem pelo Criador, como uma norma que a razão discerne e se esforça por formular, que é necessário fazer mesmo esforço para compreender cada vez melhor, mas que é sempre mal contradizer. A lei humana pode renunciar a punir, mas não pode declarar honesto aquilo que porventura fosse contrário ao direito natural, porque uma tal oposição basta para fazer com que uma lei deixe de ser lei.

– Vale a pena lamentar duas notícias publicadas em ZENIT nos últimos dias: a tradução do artigo de Dom Rino Fisichella e este comentário entusiasta da sra. Inma Álvares sobre o referido artigo. E vale a pena entrar em contato com ZENIT para pedir a publicação da declaração da arquidiocese de Olinda e Recife, por uma questão de justiça. A fim de que a Verdade triunfe.

Declaração da Arquidiocese de Olinda e Recife

[Fonte: blog do Padre Joãozinho]

A respeito do artigo intitulado “Dalla parte della bambina brasiliana” e publicado no L´OSSERVATORE ROMANO no dia 15 de março, nós, abaixo assinados, declaramos:

1. O fato não aconteceu em Recife, como diz o artigo, mas sim na cidade de Alagoinha (Diocese de Pesqueira).

2. Todos nós – começando pelo pároco de Alagoinha (abaixo assinado) – tratamos a menina grávida e sua família com toda caridade e doçura. O Pároco, fazendo uso de sua solicitude pastoral, ao saber da notícia em sua residência, dirigiu-se de imediato à casa da família, onde se encontrou com a criança para lhe prestar apoio e acompanhamento, diante da grave e difícil situação em que a menina se encontrava. E esta atitude se deu durante todos os dias, desde Alagoinha até Recife, onde aconteceu o triste desfecho do aborto de dois inocentes. Portanto, fica evidente e inequívoco que ninguém pensou em primeiro lugar em “excomunhão”. Usamos todos os meios ao nosso alcance para evitar o aborto e assim salvar as TRÊS vidas. O Pároco acompanhou pessoalmente o Conselho Tutelar da cidade em todas as iniciativas que visassem o bem da criança e de seus dois filhos. No hospital, em visitas diárias, demonstrou atitudes de carinho e atenção que deram a entender tanto à criança quanto à sua mãe que não estavam sozinhas, mas que a Igreja, ali representada pelo Pároco local, lhes garantia a assistência necessária e a certeza de que tudo seria feito pelo bem da menina e para salvar seus dois filhos.

3. Depois que a menina foi transferida para um hospital da cidade do Recife, tentamos usar todos os meios legais para evitar o aborto. A Igreja em momento algum se fez omissa no hospital. O Pároco da menina realizou visitas diárias ao hospital, deslocando-se da cidade que dista 230 km de Recife, sem medir esforço algum para que tanto a criança quanto a mãe sentissem a presença de Jesus Bom Pastor que vai ao encontro das ovelhas que mais precisam de atenção. De tal sorte que o caso foi tratado com toda atenção devida da parte da Igreja e não “sbrigativamente” como diz o artigo.

4. Não concordamos com a afirmação de que “a decisão é árdua… para a própria lei moral”. Nossa Santa Igreja continua a proclamar que a lei moral é claríssima: nunca é lícito eliminar a vida de um inocente para salvar outra vida. Os fatos objetivos são estes: há médicos que explicitamente declaram que praticam e continuarão a praticar o aborto, enquanto outros declaram com a mesma firmeza que jamais praticarão o aborto. Eis a declaração escrita e assinada por um médico católico brasileiro: “(…) Como médico obstetra durante 50 anos, formado pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, e ex chefe da Clínica Obstétrica do Hospital do Andaraí, onde servi 35 anos até minha aposentadoria, para dedicar-me ao Diaconato, e tendo realizado 4.524 (quatro mil quinhentos e vinte e quatro) partos, muitos de menores de idade, nunca precisei recorrer ao aborto para “salvar vidas”, assim como todos os meus colegas íntegros e honestos em sua profissão e cumpridores de seu juramento hipocrático. (…)”.

5. É falsa a afirmação de que o fato foi divulgado nos jornais somente porque o Arcebispo de Olinda e Recife se apressou em declarar a excomunhão. Basta ver que o caso veio a público em Alagoinha na quarta-feira, dia 25 de fevereiro, o Arcebispo se pronunciou na imprensa no dia 03 de março e o aborto se deu no dia 4 de março. Seria demasiado imaginar que a imprensa brasileira, diante de um fato de tamanha gravidade, tenha silenciado nesse intervalo de seis dias. Assim sendo, a notícia da menina (“Carmen”) grávida já estava divulgada nos jornais antes da consumação do aborto. Somente então, interrogado pelos jornalistas, no dia 3 de março (terça-feira), o Arcebispo mencionou o cânon 1398. Estamos convictos de que a divulgação desta penalidade medicinal (a excomunhão) fará bem a muitos católicos, levando-os a evitar este pecado gravíssimo. O silêncio da Igreja seria muito prejudicial, sobretudo ao constatar-se que no mundo inteiro estão acontecendo cinqüenta milhões de abortos cada ano e só no Brasil um milhão de vidas inocentes são ceifadas. O silêncio pode ser interpretado como conivência ou cumplicidade. Se algum médico tem “consciência perplexa” antes de praticar um aborto (o que nos parece extremamente improvável) ele – se é católico e deseja observar a lei de Deus – deve consultar um diretor espiritual.

6. O artigo é, em outras palavras, uma direta afronta à defesa pela vida das três crianças feita veementemente por Dom José Cardoso Sobrinho e demonstra quanto o autor não tem bases e informações necessárias para falar sobre o assunto, por total desconhecimento dos detalhes do fato. O texto pode ser interpretado como uma apologia ao aborto, contrariando o Magistério da Igreja. Os médicos abortistas não estiveram na encruzilhada moral sustentada pelo texto, ao contrário, eles praticaram o aborto com total consciência e em coerência com o que acreditam e o que ensinam. O hospital que realizou o aborto na menininha é um dos que sempre realizam este procedimento em nosso Estado, sob o manto da “legalidade”. Os médicos que atuaram como carrascos dos gêmeos declararam e continuam declarando na mídia nacional que fizeram o que já estavam acostumados a fazer “com muito orgulho”. Um deles, inclusive, declarou que: “Já fui, então, excomungado várias vezes”.

7. O autor arvorou-se do direito de falar sobre o que não conhecia, e o que é pior, sequer deu-se ao trabalho de conversar anteriormente com o seu irmão no episcopado e, por esta atitude imprudente, está causando verdadeiro tumulto junto aos fiéis católicos do Brasil que estão acreditando ter Dom José Cardoso Sobrinho sido precipitado em seus pronunciamentos. Ao invés de consultar o seu irmão no episcopado, preferiu acreditar na nossa imprensa declaradamente anticlerical.

Recife-PE, 16 de março de 2009

Pe. Edson Rodrigues (Pároco de Alagoinha-PE – Diocese de Pesqueira)

Mons. Edvaldo Bezerra da Silva (Vigário Geral – Arquidiocese de Olinda e Recife)

Pe. Moisés Ferreira de Lima (Reitor do Seminário Arquidiocesano)

Dr. Márcio Miranda (Advogado da Arquidiocese de Olinda e Recife)

Forçando a “liberdade de escolha”

Comentei aqui há uns dias sobre a liberdade de uma opção só apregoada pelos abortistas, quando nasceu o filho de uma menina de onze anos do Rio Grande do Sul que havia engravidado após ter sido estuprada. Visivelmente incomodados com o fato da pequena ter-se recusado ao aborto, estrebuchando de ódio porque a criança não quis engrossar as fileiras dos que lutam “pelos direitos” das mulheres, os abortistas de todos os naipes deploraram amargamente a decisão da menor, procurando desesperadamente desculpas esfarrapadas – “negligência”, “desinformação”, “burocracia”, etc – para justificar a existência de mulheres que não compactuam com a visão de mundo distorcida que eles próprios têm e querem impôr a todo o mundo.

Pois bem; de novo, os promotores do assassínio de crianças estão com as garras de fora e, de novo, não suportam a idéia de que uma garota vítima de estupro opte pelo caminho contrário àquele que os abortistas defendem a todo custo. Na Bahia, uma menina de treze anos, grávida, estuprada pelo pai, decidiu ter a criança. A história é dramática: a mãe da menina já é falecida, o pai está preso por causa dos abusos cometidos contra ela, e nenhum parente parece interessado em acolhê-la – a garota está completamente sozinha. Mesmo assim, ela nem sequer cogita a possibilidade de assassinar o seu próprio filho: está decidida a ter o bebê.

É óbvio que os abortistas não conseguem suportar isso. É claro que os propagadores do crime têm absoluto horror à existência de quem não aceite ser-lhes cúmplice. É evidente que os arautos do vício não podem suportar nem mesmo a mera visão da virtude. Na opinião deles, por conseguinte, é lógico que a menina, vítima de estupro, não pode ter o bebê. Afinal de contas, ela tem liberdade de escolha; ela tem o direito de abortar. E, se ela não quiser exercer a sua “liberdade” e não quiser usufruir do seu “direito”, é porque ela é de menor e não sabe o que faz: é preciso forçá-la a ser “livre”, é preciso aplicar-lhe à força o seu “direito”. É o que se depreende da declaração do promotor do caso, o sr. Bruno Teixeira:

O promotor Bruno Teixeira disse que pretende saber do Iperba se a gestação oferece risco para a garota. Se não houver risco, de acordo com ele, o desejo dela e da representante será mantido.

Caso a junta médica do instituto ateste o risco, Teixeira disse que poderá encaminhar à Justiça um pedido para que o aborto seja realizado em detrimento do desejo da conselheira e da garota.

Percebam o disparate: a garota não quer fazer o aborto, a conselheira tutelar por ela responsável não quer que ela faça o aborto, e o promotor aventa a possibilidade de encaminhar à Justiça um pedido para que peguem a menina à força e, à revelia dela própria e de sua representante legal, matem o filho dela que ela já disse claramente que deseja ter! O que explica esta absurda e monstruosa lógica abortista? Quem estes senhores pensam que são, para arrancarem uma criança à tutela de sua representante legal, a fim de imporem-lhe uma violência absurda e assassinarem à força o filho que ela está esperando?! No entanto, os canalhas acham esta grosseira violência a coisa mais normal do mundo:

Na avaliação do especialista José Henrique Torres, que atua como juiz em Campinas e defende a legalização do aborto, não há impedimentos legais para a Promotoria solicitar à Justiça a interrupção da gravidez.

Francamente, os defensores do aborto são doentes. São sociopatas perigosos. O gravíssimo defeito moral que lhes é inerente – a completa indiferença e insensibilidade diante da idéia de crianças brutalmente trucidadas no útero de suas mães por “médicos” carniceiros – faz com que não se possa confiar neles. Nada é mais odioso a um abortista do que um anti-abortista que, tendo “motivos” para abortar, recuse-se a fazê-lo. Este, na opinião dos abortistas, não pode de maneira alguma existir; e os paladinos defensores dos “direitos das mulheres” já mostraram que farão de tudo para garantir que a “liberdade de escolha” de toda mulher seja exercida. Quer ela queira, quer não.

Parecer médico sobre a menina recifense

[Fonte: ORKUT]

1] Luiz Fontes (São Paulo)

Lamento informar que os nossa imprensa, quando faz uma pesquisa sob “moderação” (= CENSURA), publica apenas aquilo que lhes interessa e vai de encontro à opinião pessoal do “moderador”. É a 2a e última vez que manifesto minha opinião nesses fóruns nada democráticos. Vai logo abaixo a minha mensagem encaminhada ontem (11/03/09) por volta das 16:55h e censurada, provavelmente por não atender as “normas” do forum.
Também vai no final a mensagem de um homônimo, escrita com toda a educação que lhe foi transmitida em casa e na escola.

Abraço do

Luiz Fontes – CRM 62317 – São Paulo
Médico Ginecologista e Obstetra
Médico Legista

A MENSAGEM NÃO PUBLICADA

Sou médico ginecologista e obstetra, faço partos desde 1985. A equipe médica de Pernambuco agiu intempestivamente e cometeu dois erros grosseiros:

1- toda gestação gemelar e toda gestação em adolescente é considerada de alto risco. No caso em apreço (idade materna de 9 anos), de adolescente em idade fértil (pois ovulou e engravidou), não existe, nem de longe, a condição exigível para a prática do aborto, nem sob o ponto de vista médico nem jurídico: iminente risco de vida materna em decorrência do estado gravídico. Havia apenas uma gestação de alto risco (risco bem menor do que o de gestantes com patologias graves), que se bem conduzida não traria conseqüências danosas à mãe e aos conceptos.

2- interromperam gestação decorrente de estupro, sendo que um crime (estupro) não justifica a prática de outro crime mais grave (aborto).

Não sou católico, mas a decisão do Bispo, de aplicar o que consigna o Código Canônico Católico, foi correta. A equipe médica portou-se como bando de assassinos.

2] Elizabeth Cerqueira

Meus amigos,

– Todo o fato é terrível — não é isso que se está discutindo — porém acho importante fazermos algumas reflexões pois o aborto não era a única nem a melhor solução:

a) Devem ter usado Cytotec (?) — que tem protocolo muito claro para tratamento de úlceras gástricas — não há experiência suficiente de seu uso em meninas de 9 anos grávidas (mesmo que tenham usado outra droga — sempre se está atirando meio no escuro pois é de se convir que é raro uma gravidez gemelar aos 9 anos) — portanto houve risco na indução do aborto;

b) A menina não corria risco de vida agora — não havia esta pressa nem indicação de intervenção no momento para salvar a sua vida;

c) De onde vem a estatística que ela corria o risco de 90% de morte ou de qualquer outra %? Estatística deve ser registrada em trabalho médico de pesquisa e com amostragem significativa para ter valor;

d) Haveria possibilidade que tivesse parto prematuro ou até aborto (espontâneo) — mas, quando espontâneo, o processo é mais simples e de menor risco;

e) Se levasse a gravidez pelo menos até 22 semanas, teríamos 15 a 20% de chance de sobrevivência para os gêmeos (mesmo que fosse 10% de chance — estaríamos tentando salvar as crianças sem aumento de risco para a mãezinha);

f) psicologicamente, esta menina foi usada como um trapo pelo homem, destruída como pessoa, percebendo-se marcada inconscientemente como algo sem valor — e por 3 longos anos. Ao experimentar a destruição dos filhos como lixo, o inconsciente registra — “viu, sou lixo e de mim só pode sair lixo”. Sabe-se lá como se fará para recuperar todo esse novelo em sua cabecinha. Por outro lado, imagine-se: ela sentindo-se rodeada por atenção, amor, cuidado e experimentado a valorização das crianças que trazia dentro de si — mesmo que a análise racional não fosse predominante — poderia estar começando aí o seu resgate como pessoa integral;

g) sei de meninas que deram a luz com 10 anos e continuam muito bem após anos e anos;

h) Não sei de ninguém que morreu por causa da idade precoce com que engravidou, se recebeu acompanhamento adequado. Vou pesquisar mais e comunico a vocês se houver algum trabalho nesse sentido”.

Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira
Médica ginecologista-Obstétrica; integrante da Comissão de Ética e Coordenadora do Depto. de Bioética do Hospital São Francisco, em Jacareí, São Paulo, Diretora do Centro Interdisciplinar de Bioética da Associação “Casa Fonte da Vida” ; especialista em Logoterapia e Logoteoria aplicada à Educação.