Sobre espiritismo e catolicismo

Quero prestar a minha homenagem ao centenário do nascimento de Chico Xavier, transcrevendo algumas páginas de uma obra fundamental sobre o assunto: “Espiritismo – orientação para os católicos”, do frei Boaventura Kloppenburg. O texto é grande (quem tiver interesse, clique em “Leia o resto deste artigo”, abaixo, para lê-lo na íntegra), mas é muito rico de conteúdo.

Gostaria de transcrever, antes de tudo, algumas linhas que o bom franciscano coloca no prefácio da supracitada obra:

Não sou novato em matéria de espiritismo. Na década de 50 publiquei sobre a matéria livros, cadernos, folhetos e artigos sem conta. Era antes do Concílio Vaticano II (1962-1965), quando defendíamos nossa fé cristã e nossa Santa Igreja contra os ataques de seus adversários. E entre eles estava evidentemente o espiritismo. Era a apologética. Meus escritos, então, estavam sem dúvida marcados pelo ânimo de defesa da fé, para a orientação dos católicos. De um dos meus folhetos (“Por que o católico não pode ser espírita”) chegamos atirar, em sucessivas edições de cem ou duzentos mil exemplares, mais de um milhão de cópias.

Veio então o Concílio com seu apelo ecumênico para o diálogo e a união. Dizia-se que o Vaticano II acabara de vez com a apologética. Em conseqüência e obediente, afastei-me da liça. Meus livros sobre a matéria não foram mais publicados. Os espíritas respiraram então à vontade. Mas, de fato, depois não houve nem diálogo nem muito menos união.

É por este motivo que julgo importante rasgar o véu do silêncio pernicioso, e do tácito pacto de “não-agressão” que, em última instância, é hipócrita. O espiritismo é uma falsa doutrina. Espiritismo e Catolicismo são mutuamente excludentes. Ninguém pode ser, ao mesmo tempo, católico e espírita.

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E, sobre o mesmo assunto, vale a pena ler também

1. ‘Chico Xavier exalava amor’, diz padre de Uberaba.

P.S.: (04-jun-2010): Resposta do padre de Uberaba à falsa matéria de G1.

2. As fraudes de Chico Xavier.

* * *

4. ANÁLISE PSICOLÓGICA DE UMA MENSAGEM PSICOGRAFADA

Figuremos um fenômeno autêntico de psicografia, sem fraude nem simulação. Façamos mesmo a melhor suposição, do ponto de vista espírita: um médium, residente no Rio, sente repentinamente impulso estranho e involuntário na mão, pega de um lápis, coloca a mão e o lápis sobre uma folha de papel, a mão escreve nervosamente, sem que o médium tenha a menor idéia (é “médium mecânico”, segundo a terminologia de Kardec), e eis que aparece a seguinte mensagem: “Papai está doente. Alice”. – Mas o pai do médium mora em São Paulo e o médium ainda ontem recebera uma carta de casa informando que lá todos vão bem. “Alice” seria o nome do espírito “guia”. Imediatamente nosso médium pede uma ligação telefônica para São Paulo e de lá vem a informação clara e inegável: “Papai está doente”.

Eis o fenômeno. Kardec e seus seguidores o terão certamente como um bom e raro fenômeno espírita. Digo “raro” porque a grande maioria das mensagens psicografadas não traz nenhuma surpresa na mensagem; e também porque, segundo Kardec, os médiuns mecânicos são raros.

Tentemos agora uma serena análise psicológica deste fenômeno, de acordo com os conhecimentos de hoje. O fenômeno, como se vê, não é simples, mas complexo. Analisando-o e decompondo-o em suas partes constitutivas, teremos quatro elementos:

1. O movimento impulsivo e involuntário da mão do médium com o lápis;
2. a escrita inconsciente, mas inteligente, produzindo uma mensagem;
3. a mensagem surpreendente, com um conteúdo que o médium não podia conhecer;
4. o nome estranho que assina o recado.

Ora, não é difícil demonstrar, à luz dos atuais conhecimentos, que cada Um destes quatro elementos constitutivos está perfeitamente dentro do âmbito das potências e faculdades naturais da alma humana, sem precisar, para sua realização, do concurso de espíritos ou almas desencarnadas. Logo, também o seu conjunto, ou a conjunção dos quatro elementos num só fenômeno complexo, é natural ou, como diriam os espíritas, é “anímico” (segundo a terminologia não muito feliz de Aksakof e Bozzano). Para fazer esta demonstração basta recordar resumidamente o seguinte:

1. A lei da motoricidade específica das imagens é capaz de desencadear movimentos musculares bastante complexos, independentes da vontade e da consciência. Estes movimentos impulsivos e repentinos podem irromper espontaneamente do psiquismo humano. Os espíritas ainda não se conformaram com a idéia do subconsciente no homem. Compreende-se esta atitude reacionária em vista de suas convicções formuladas há mais de um século, quando as descobertas de F. H. W. Myers, W. James, P. Janet, Charcot, Freud, Bleuler, Adler, Jung e outros ainda estavam numa fase totalmente embrionária. Mas como eles constantemente fazem praça de marcar passo com a ciência, está na hora, também para eles, de começar a falar de modo diferente. Já não estamos no orgulhoso século XIX. Ora, estes automatismos explicam cabalmente não apenas o movimento impulsivo e involuntário da mão do médium com o lápis (primeiro elemento), mas também a escrita inconsciente e inteligente, produzindo uma mensagem (segundo elemento). A psiquiatria conhece muito bem o fenômeno da escrita automática de certos dementes, que são capazes de produzir cadernos de mensagens “para salvar o mundo”. Ninguém dirá hoje que eles são movidos por espíritos do além. Falando de um caso semelhante, dizia Richet: “Parece-me sempre mais simples admitir que a bela inteligência de Sardou fez um trabalho inconsciente do que supor que a alma de Mozart veio animar os músculos de Victorien Sardou” (Tratado de metapsíquica, vol. I, p. 82). E não nos esqueçamos deste outro princípio formulado pelo mesmo autor na p. 78: “O inconsciente é capaz de fazer tudo o que o consciente pode fazer”.

2. As experiências (pelo método quantitativo) da escola de Rhine provam a realidade da percepção extra-sensorial no homem. Verificou-se também que esta percepção independe das leis comuns do espaço, isto é: a distância (Rio-São Paulo) não modifica nem afeta a natureza da percepção psigama. Sabe-se ainda que a percepção é mais fácil e mais segura quando incide sobre um objeto carregado de valores existenciais, com ressonância afetiva ( doença do pai, ou morte de uma pessoa, desastre etc.). Assim também o terceiro elemento (a mensagem surpreendente, com um conteúdo que não se podia obter pelas vias normais e conhecidas) recebe hoje sua perfeita explicação natural.

3. A lei da personificação: todo estado de consciência tende para uma forma pessoal. Assim, quando um conteúdo inconsciente surge à consciência ou se exterioriza mediante movimentos automáticos, ele tem a tendência de apresentar-se em forma pessoal. Como o “eu” consciente e normal não se reconhece como autor nem dos movimentos, nem da mensagem, forma-se uma nova síntese mental, com um “eu” próprio, que se responsabiliza por estes estranhos efeitos, tomado mesmo um nome próprio, diferente do nome pelo qual se conhece o “eu” normal e comum. É bastante freqüente, em certos doentes mentais, esta aparição de nova personalidade ou como se diz, o desdobramento da personalidade. O novo “eu, pode até coexistir como o “eu” normal. Tudo isso é natural (“anímico”) e nada tem a ver com espíritos. O “eu” consciente, tomado ou surpreendido por aquele outro “eu”, sente que os movimentos e a mensagem não são “dele”, mas do “outro”, e nega firmemente sua autoria. O “outro” toma então um nome condicionado por suas convicções mais profundas: será um “espírito'” um “guia”, um “caboclo”, um “preto velho”, um “santo” ou o “demônio”, conforme suas crenças. No caso era “Alice”, porque o médium era espírita; se fosse umbandista poderia ser “pai João”. E assim se explica o quarto elemento (o nome estranho que assina o recado).

Objetarão que esta explicação é complicada e a espírita é simples. Respondo: o fenômeno também é complexo e a simplicidade de uma explicação nunca foi critério de verdade. O fenômeno simples, com um só elemento, terá explicação simples; o fenômeno composto, com muitos elementos, terá que ser decomposto e ser explicado por partes. Em ciência é assim.

5. A PSICOGRAFIA DE CHICO XAVIER

O Sr. Francisco de Paula Cândido, mais conhecido como Francisco Cândido Xavier, ou simplesmente Chico Xavier, é nosso médium mais conhecido e idolatrado. Nasceu em Pedro Leopoldo, MG, em 1910. Dizem que não fez mais que o curso primário. De família católica, entrou em contato com o espiritismo em 1927. Desde 1959 vive em Uberaba. Leva uma vida simples, com muita dedicação aos que sofrem e de intensa atividade psicográfica. Seus livros psicografados já passam de 250 e são amplamente difundidos, principalmente pela Federação Espírita Brasileira, fato que, por si só, comprova sua fidelidade à doutrina codificada por AK [Allan Kardec]. Afirma-se que já tem mais de quinze milhões de exemplares vendidos. Não há outro autor que se compare. Em 1982 seu nome foi sugerido para Prêmio Nobel da Paz, com o endosso, segundo dizem, de mais de dez milhões de simpatizantes.

No prefácio de sua primeira obra psicografada, Parnaso de Além-Túmulo, o próprio Chico se apresenta como um moço com “o mais pronunciado pendor para a literatura”, com “a melhor boa vontade para o estudo”, que em casa “estudou o que pôde”. O Jornal das moças de 1931 publicava sonetos seus. Um amigo de Belo Horizonte, que o conheceu naqueles anos, deu-me estas informações:

– “Conheci o Francisco Xavier em 1933. Nessa época ele ainda trabalhava numa pequena casa de comércio, em Pedro Leopoldo. Na ocasião, em julho de 33, salvo engano, ele me deu para ler Um álbum de poesias dele. Eram poemas, sonetos, quase todos melhores do que a imitação de Guerra Junqueiro que publicou no Parnaso de além túmulo. Foi por intermédio de Francisco Xavier que conheci Augusto dos Anjos. Ele declamava grande parte do Eu. Lera tanto Augusto dos Anjos que o sabia de cor. Ainda me lembro muito de ouvi-lo declamar com entusiasmo o ‘Árvore da serra’. Em 1933 ele estava encantado com Augusto dos Anjos. Já por essa época ele lia o espanhol e o francês: assim me disse várias vezes. Conhecia bem a literatura brasileira e lia muito. Nós nos correspondíamos em fins de 1933 e 1934, e é pena que não tenha guardado as cartas dele, da época. Nelas, o tema era literatura e poder-se-ia ver bem que ele não era quase analfabeto, com apenas a instrução primária, conforme afirma no prefácio no Parnaso. É o que lhe posso informar por conhecimento próprio. Ainda devo acrescentar que lá por 1941 ou 42 visitei, com alunos do Seminário, a Fazenda do Estado, em Pedro Leopoldo, onde me encontrei com ele. Conversamos sobre santa Teresa e são João da Cruz. Eu acabara de ler as obras de santa Teresa e ele conhecia bem não só santa Teresa, mas também são João da Cruz”.

A propaganda espírita exalta a perfeição dos vários estilos na obra mediúnica de Chico Xavier. Dizem que Olavo Bilac, Humberto de Campos e outros mestres da nossa literatura reapareceram através do lápis de Chico Xavier em sua antiga perfeição. E propagam que até um Agripino Grieco reconheceu o inconfundível estilo de Humberto de Campos. Mas o que na realidade encontro nas declarações de Agripino Grieco é um pouco diferente. Diz ele, tex-tualmente, ao Diário da Noite, de São Paulo, de 26-6-1944 (no tempo do famoso processo que a família de Humberto de Campos moveu contra a Federação Espírita):

– “A Humberto de Campos, entretanto, penso que já bastariam os livros por ele escritos ainda em vida, para que sua glória se tornasse imperecível. Os livros póstumos ou pretensamente póstumos nada lhe acrescentam à glória, sendo mesmo bastante inferiores aos escritos em vida. Interessante: de todos os livros que conheço como sendo psicografados, escritos por intermédio da mão ligeira de um médium, nenhum se equipara aos produzidos quando era o escritor que fazia a pena deslizar sobre o papel. O mesmo sucede com as obras do espírito de Vítor Hugo, ‘apanhadas’ aqui no Brasil e em português. Parecem-me todas de um Vítor Hugo em plena caducidade, com uma catarreira senil das mais alarmantes. Outra coisa: em geral esses livros só se reportam a coisas terrestres: não são livros do além, mas simplesmente do aquém, retrospectivos, autobiográficos, de um mundo que já conhecemos miudamente…”.

Outro crítico, o Sr. João Dornas Filho, comparou o Olavo Bilac póstumo de Chico Xavier com as produções do poeta vivo:

– “Pois bem, esse homem, que em vida e segundo a doutrina espírita estava sujeito às deficiências, aos erros, à contingência do estado de encarnação e só desencarnado poderia realizar ou iniciar o seu período de perfeição; esse homem que no estágio de imperfeição nunca assinou um verso imperfeito depois de morto ditou ao Sr. Chico Xavier sonetos inteirinhos abaixo de medíocres! Cheios de versos malmedidos, mal-rimados e, sobretudo, numa língua que Bilac absolutamente não escrevia” (Folha da Manhã, SP, 19-4-1945).

É necessário assinalar mais um ponto importante. Já AK nos revela nas Obras póstumas (mas não ditadas depois de sua morte) como trabalhou sobre o material acumulado para codificar O livro dos espíritos: “Da comparação e da fusão de todas as respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes remodeladas no silencio da meditação” nasceu aquela obra fundante do espiritismo. Quando nos vêm mensagens do além, ou até mesmo revelações destinadas a “completar, explicar e desenvolver” a doutrina cristã, coisa que os espíritas pretendem com sua “terceira revelação”, fazemos questão de ter as novas “revelações” exatamente assim como vieram ou foram ditadas e não como foram depois “remodeladas” por algum mortal deste mundo. Coisas semelhantes aconteceram com obras de Chico Xavier. O jornal espírita O poder, de Belo Horizonte, de 10-5-1953 (n. 392), publicou um artigo do espírita Sousa de Prado, com notáveis revelações sobre o que acontece atrás dos bastidores do espiritismo nacional. Sousa de Prado revela que um dia foi procurado pelo presidente da Federação Espírita, Wantuil de Freitas, tendo na mão um maço de provas tipográficas. “Você sabe – dizia ele – que quem corrige todos os trabalhos recebidos pelo Chico Xavier é o Quintão”. Manuel Quintão também foi presidente da Federação. E Sousa de Prado lhe respondeu: “Sei, por sinal que, com tais correções, consegue desfigurar quase completamente o estilo dos espíritos que ditam as obras ao médium, enxertando-lhes termos esdrúxulos, que eles nunca usaram enquanto encarnados”. Confidenciou-lhe então o Sr. Wantuil de Freitas:

– Ora, como você sabe, o Quintão erra constantemente, principalmente no emprego da crase, e na pontuação; e eu tenho grande empenho em que isso saia correto. Por isso, fiz uma nova revisão, emendando os principais erros que encontrei. Como, porém, eu sou Um pouco fraco no português… e posso ter emendado coisas que estivessem certas, queria que você conferisse, comigo, as emendas que fiz”.

De tudo isso concluo que Chico Xavier é um cidadão bom e inteligente, poeta por inclinação natural, muito lido, capaz de reproduzir mediocremente, em estilos diversos, inúmeras páginas sobre assuntos bastante banais e que são revistas e corrigi das por outras pessoas mais competentes e melhor formadas.

A propaganda espírita é muito mais categórica e positiva que o próprio Chico Xavier. Os espíritas não têm dúvidas: aquelas mensagens são realmente dos espíritos do além. No prefácio de Parnaso de além túmulo o próprio Chico Xavier é bem mais reservado e prudente. Eis suas palavras:

– “O que psicografo será das personalidades que assinam os poemas? E o que não posso afiançar. O que afirmo categoricamente é que, em consciência, não posso dizer que são minhas, porque não despendi nenhum esforço intelectual ao grafá-las no papel. A sensação que sempre experimentei ao escrevê-las era a de que vigorosa mão impulsionava a minha”.

Aqui temos a sincera descrição do fenômeno. Mas é também sua explicação. O fenômeno certamente não foi produzido por forças do além. Qualquer bom psicólogo saberá explicá-lo. Chico Xavier deixa de ser um problema teológico e passa à competência da psicologia.

6. “NOSSO LAR”: UM EXEMPLO CONCRETO

Mas tomemos um exemplo concreto de uma das obras psicografadas por Chico Xavier, sua obra mais popular: Nosso lar, com 460.000 exemplares vendidos até 1985, ditada por um espírito chamado “André Luis”, que, segundo se afirma nos arraiais espíritas, teria sido em vida o conhecido médico Dr. Osvaldo Cruz. Nesta obra, “André Luís” relata uma multidão de acontecimentos, desde sua morte até seu ingresso, como cidadão, na fantástica colônia espiritual chamada “Nosso lar”.

Imediatamente depois da separação do corpo (morte), o espírito, agora “desencarnado”, de André Luís passou por um período bastante difícil, confuso e desorientado, sempre andando, sem saber por onde nem para onde. Era o estado de “erraticidade”, descrito abundantemente por AK. “Persistiam – conta ele – as necessidades fisiológicas, sem modificação. Castigava-me a fome todas as fibras, e, não obstante o abatimento progressivo, não chegava a cair definitivamente em absoluta exaustão. De quando em quando, deparavam-se-me verduras que me pareciam agrestes, em tomo de humildes filetes d’água a que me atirava sequioso. Devorava as folhas desconhecidas, colocava os lábios à nascente turva, enquanto mo permitiam as forças irresistíveis, a impelirem-me para frente. Muitas vezes suguei lama da estrada, recordei o antigo pão de cada dia, vertendo copioso pranto. Não raro era imprescindível ocultar-me das enormes manadas de seres animalescos, que passavam em bando, quais feras insaciáveis” (p. 17; sigo a 4″ edição). Durou oito anos a peregrinação.

Até que encontrou outro espírito: Clarêncio, “um velhinho simpático que sorriu paternalmente”, que se apoiava num cajado de substância luminosa. Foi então transportado. Pararam “à frente de grande porta encravada em altos muros, cobertos de trepadeiras floridas e graciosas” (p. 20). Acomodaram-no num leito de emergência, “no pavilhão da direita”. Viu-se então num confortável aposento, “ricamente mobiliado”. Serviram-lhe “caldo reconfortante, seguido de água muito fresca”, portadora “de fluidos divinos”. À noite ouviu “divina melodia”. Levantou-se e chegou a um enorme salão, “onde numerosa assembléia meditava em silêncio”. Soube que era a hora da oração, dirigida pelo governador, através do rádio e da televisão, “com processos adiantados”.

No dia seguinte encontrou-se com o “irmão Henrique de Luna”, do Serviço de Assistência Médica daquela Colônia Espiritual. Soube então que, só naquela seção, “existem mais de mil doentes espirituais”. Examinado, recebeu o seguinte diagnóstico: “A zona dos seus intestinos apresenta lesões sérias com vestígios muito exatos de câncer; a região do fígado revela dilacerações; a dos rins demonstra características de esgotamento prematuro” (p. 30). Recebeu como remédio passes magnéticos.

Quero lembrar que se trata de descrições da vida do espírito, depois da morte: não de coisas desta terra.

Um dia foi passear: “Quase tudo melhorada cópia da Terra. Cores mais harmônicas, substâncias mais delicadas. Forrava-se o solo de vegetação… Aves de plumagens policromas cruzavam os ares… Identificava animais domésticos” (p. 38). Viu “vastas avenidas, enfeitadas de árvores frondosas”. Entidades numerosas iam e vinham…

Afinal soube que estava numa das muitas colônias espirituais. Esta chama-se “Nosso lar”, consagrada ao Cristo (p. 22) e fundada por portugueses distintos, desencarnados no Brasil, no século XVI, segundo consta dos “arquivos do ministério do esclarecimento” (p. 47). A colônia é dirigida por um governador (que naqueles dias comemorou o 114º aniversário de governança) assistido por 72 colaboradores. Divide-se em 6 ministérios, orientados cada qual por 12 ministros: o ministério da regeneração, do auxílio, da comunicação, do esclarecimento, da elevação e da união divina. É no ministério do auxílio que preparam as “reencarnações terrenas”. Há, na colônia, “mais de um milhão de criaturas” (p. 207).

No passado a colônia teve que agüentar muitos apertos. Houve maus governadores, com muita oposição, inclusive assaltos por parte de outros espíritos, “que tentaram invadir a cidade, aproveitando brechas nos serviços de Regeneração, onde grande número de colaboradores entretinha certo intercâmbio clandestino” (p. 48). Mas o governador “mandou ligar as baterias elétricas das muralhas da cidade, para emissão dos dardos magnéticos” (p. 49).

Um dia foi de aerobus ao bosque das águas. Era um “grande carro, suspenso do solo a uma altura de cinco metros mais ou menos e repleto de passageiros” (p. 50). Outro dia visitou uma casa particular: “Móveis quase idênticos aos terrestres”. Quadros, piano, livros. Com relação aos livros recebeu a seguinte informação: “Os escritores de má fé, os que estimam o veneno psicológico, são conduzidos imediatamente para as zonas obscuras do umbral”. Havia também sala de banho. Ao almoço serviram “caldo reconfortante e frutas perfumadas, que mais pareciam concentrados de fluidos deliciosos” (p. 86).

Também o problema da propriedade recebeu sua solução. “Nossas aquisições são feitas à base de horas de trabalho. O bônus-hora, no fundo, é o nosso dinheiro. Quaisquer utilidades são adquiridas com esses cupons. ” Cada família espiritual pode conquistar um lar (nunca mais que um), apresentando trinta mil bônus-hora” (p. 100).

Existe também o serviço de recordações. Aplicam-se passes no cérebro, que restituem “trezentos anos de memória integral” (p. 103).

Certa vez encontrou um ancião, gesticulando, agarrado ao leito, como se fosse louco, gritando por socorro, pedindo ar, muito ar! O homem estava sendo vítima de uma “carga de pensamentos sombrios, emitidos pelos parentes encarnados” (p. 127). Recebeu então passes de prostração. Há também “água magnetizada” e “operações magnéticas” (p. 136).

Num daqueles dias apareceu na colônia uma católica desencarnada na Terra. Chegou benzendo-se e dizendo: – “Cruzes! Credo! Graças à Providência Divina, afastei-me do purgatório…” Revelou que, na Terra, foi mulher de muito bons costumes, que rezou incessantemente e deixou uns dinheirinhos para celebração de missas mensais; em suma, fez o possível para ser boa católica. Confessara-se todos os domingos e comungara. Mas maltratara os escravos. “Padre Amâncio, nosso virtuoso sacerdote, disse-me na confissão que os africanos são os piores entes do mundo, nascidos exclusivamente para servirem a Deus no cativeiro.” Morrera em 1888 e só em 1939 alcançou o “Nosso lar”. Fora longo seu “esforço purgatorial” (p. 164). Também, católica. . .

Num domingo o governador resolveu realizar o “culto evangélico” no ministério da regeneração. Havia meninos cantores das escolas de esclarecimento, que cantavam o hino “Sempre contigo, Senhor Jesus”, cantado por duas mil vozes. Depois de outra cerimônia do culto evangélico, cantaram o hino “A ti, Senhor, nossas vidas”. No fim a ministra veneranda entoou “A grande Jerusalém” (p. 208).

É assim no “Nosso lar”.

Nos outros volumes continua André Luís a descrever a vida e a atividade fantástica do mundo “depois da morte”.

Eis a literatura dos nossos espíritas. Este é o tipo de livros que a Federação brasileira propaga, aos milhares, pelo Brasil.

7. O SOBRINHO TAMBÉM PSICOGRAFAVA…

O Sr. Chico Xavier tem um sobrinho. Chama-se Amauri Pena. Nasceu em 1933, em Pedro Leopoldo. Com ano e meio foi morar em Sabará, MG. Quando tinha apenas dez anos, já lera o Parnaso de além túmulo, do tio. Aos 13 anos escrevia poemas. Inteligente, lia muito e começou a imitar o estilo de outros autores. Educado em ambiente espírita, com o brilhante exemplo do tio à vista, foi persuadido de ser um grande médium. E começou a “psicografar”. Segundo um jornal espírita, “recebeu composições de mais de cinqüenta poetas brasileiros e portugueses, cada qual em seu próprio e inconfundível estilo. Recebeu também uma epopéia camoniana, em estilo quinhentista”. Cruz e Sousa, Gonçalves Dias, Castro Alves, Augusto dos Anjos, Olavo Bilac, Luís Guimarães Jr., Casemiro Cunha, Inácio Bittencourt, Cícero Pereira, Hermes Fontes, Fabiano de Cristo, Anália Franco e até Bocage e Rabindranath Tagore apressavam-se em procurar o sobrinho de Chico Xavier para fazer uns versos… Síntese, um boletim espírita de Belo Horizonte, dava ao médium a necessária publicidade.

Iam as coisas nas mais risonhas esperanças. E eis que, num belo dia de 1958, Amauri Pena procura a imprensa profana para fazer sensacionais declarações: “Tudo o que tenho psicografado até hoje – declarou – apesar das diferenças de estilo, foi criado por minha própria imaginação, sem que precisasse de interferência de almas de outro mundo”. E explicava: “Depois de ter-me submetido a esse papel mistificador, durante anos, usando apenas conhecimentos literários, resolvi, por uma questão de consciência, contar toda a verdade”.

E o sobrinho de Chico Xavier esclareceu mais: “Sempre encontrei muita facilidade em imitar estilos. Por isso os espíritas diziam que tudo quanto saía do meu lápis eram mensagens ditadas pelos espíritos desencarnados. Revoltava-me contra essas afirmativas, porque nada ouvia e sentia de estranho, quando escrevia. Os espíritas, entretanto, procuravam convencer-me de que era médium. Levado a meu tio, um dia, assegurou-me ele, depois de ler o que eu escrevera, que deveria ser seu substituto. Isso animou bastante os espíritas. Insistiam para que fosse médium”.

O jovem e improvisado médium Amauri continua na descrição de sua estranha aventura: “Passei a viver pressionado pelos adeptos da chamada terceira revelação. A situação torturava-me e, várias vezes, procurando fugir àquele inferno interior, entreguei-me a perigosas aventuras. Diversas vezes, saí de casa, fugindo à convivência de espíritas. Cansado, enfim, cedi, dando os primeiros passos no caminho da farsa constante. Teria 17 anos. Ainda assim, não me vi com forças para continuar o roteiro. Perseguido pelo remorso e atormentado pelo desespero, cometi desatinos. Em algumas oportunidades, tentei recuar, sucumbindo, atordoado. Vi-me, então, diante de duas alternativas: mergulhar de vez na mentira e arruinar-me para sempre ou levantar-me corajosamente para penitenciar-me diante do mundo e de mim mesmo, libertando-me defi-nitivamente. Foi o que resolvi fazer, procurando um jornal mineiro e revelando toda a farsa. Sei das reações que minhas declarações causarão. Mas não me importo. O certo é que, enquanto me sacrificava pela propaganda de uma mentira, não me julgavam maluco. Não desmascaro meu tio como homem, mas como médium. Chico Xavier ficou famoso pelo seu livro Parnaso de além túmulo. Tenho uma obra idêntica e, para fazê-la, não recorri a nenhuma psicografia” .

Eis as principais declarações de Amauri Pena.

Claro que não podia faltar a reação espírita. Um dos mais notáveis escritores espíritas do Brasil (“Irmão Saulo”) encontrou logo a explicação mais satisfatória do ponto de vista espírita. Sustenta que a mediunidade de Amauri é “inegável e irretratável”. E explica que o fenômeno espírita “não depende da opinião dos médiuns, e não raro contraria mesmo essa opinião. O fenômeno mediúnico é um fato em si. O caso Amauri é um exemplo disso. Pouco importa que ele se retrate, que se diga autor das comunicações recebidas. O que importa é a análise das comunicações em seus próprios conteúdos, bem como das circunstâncias em que foram dadas”. Não adianta negar a mediunidade, esclarece o espírita, “mesmo que ele não a aceita, mesmo que ele a queira negar”, será e continuará médium. E o Reformador, órgão da Federação Espírita Brasileira, se consolou, ponderando que também Jesus foi traído por um de seus apóstolos… E o Amauri é classificado como “vítima de sua própria afinidade com os obsessores que o trazem acorrentado à vida irregular”.

Duas são as lições que podemos colher do rumoroso caso:

1. Amauri Pena prova que é relativamente fácil imitar o estilo de outros. É mais uma questão de exercícios que de espíritos. Lá mesmo, na redação, diante dos jornalistas, imitou vários estilos. Diz ele: “Tenho uma obra idêntica (ao Parnaso de além túmulo) e, para fazê-la, não recorri a nenhuma psicografia”. Um ilustre literato francês assegura que os “escritores vulgares e incapazes de estilo pessoal conseguem imitar admiravelmente o estilo de outrem. O pasticho é, efetivamente, um dom que todos podem ter”.

2. É inútil discutir com espíritas. Atitudes preconcebidas e totalmente anti-científicas esterilizam qualquer discussão séria. Declara Amauri Pena ter consciência de ser ele mesmo o autor dos versos, diz que sempre teve facilidade em imitar estilos, confessa que para isso se utiliza de seus conhecimentos literários – e os espíritas insistem em proclamá-lo médium autêntico, instrumento de Rabindranath Tagore! Nem mesmo AK, cem anos atrás, teria procedido assim. O argumento em que Kardec mais insistia era a passividade e a inconsciência do médium, a completa independência da mensagem que, mesmo contra a vontade do médium e contra suas idéias conscientes, ficava surpreendido ao ver a “comunicação”. Já vimos isso. Poderia recordar muitas passagens nas quais o codificador constantemente argumenta com o fato da “independência absoluta da inteligência que se manifesta”. Foi por isso – e só por isso – que Kardec chegou à conclusão de que esta “inteligência independente” devia ser distinta da alma do médium e, portanto, um espírito desencarnado. Semelhante raciocínio teria ficado totalmente sem base e sem valor, se o médium tivesse respondido tranqüilamente (como Amauri Pena): “Mas tudo quanto tenho escrito foi criado por minha própria imaginação e disso tenho plena consciência”. Falando, por exemplo, do “sonambulismo desperto”, um estado em que “as faculdades intelectuais adquirem um desenvolvimento anormal”, confessa Kardec (na introdução ao Livro dos espíritos, p. 41): “Concordamos em que, efetivamente, muitas ma-nifestações espíritas são explicáveis por esse meio. Contudo, numa observação cuidadosa e prolongada mostra grande cópia de fatos em que a intervenção do médium, a não ser como instrumento Passivo, é materialmente impossível”. Ora, precisamente este estado puramente passivo não é reconhecido pelo sobrinho de Chico Xavier. “Revoltava-me (diz ele) contra essas afirmativas (dos espíritas) porque nada ouvia e sentia de estranho quando escrevia”.

Mas nossos espíritas insistem: “Pouco importa que ele se retrate, que se diga autor das comunicações recebidas, mesmo que ele não aceite, ainda que queira negar: ele é um grande médium”!

Aqui acabou-se a ciência. Venha, pois, Rabindranath Tagore…

Kloppenburg, Frei Boaventura. “Espiritismo: orientações para católicos”
7ª Ed., 2002. p. 77-83

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

297 comentários em “Sobre espiritismo e catolicismo”

  1. Continuando…
    E que golpe tão horrível! Ouviram? Eu sabia que eram dez, mas daí em diante, nada! “Quarta-feira! O que vou fazer aqui?” Minha mãe sempre me falava do primeiro mandamento de Amor. Finalmente me serviu para alguma coisa. Vamos ver como me sairei dessa, pensava… Tomara que não se lembrem dos demais mandamentos. Pensava em manipular a situação, como sempre costumava fazer por aqui, eu sempre tinha resposta para tudo, tinha a desculpa perfeita, e sempre me justificava e me defendia de tal maneira que ninguém perceberia o que eu não sabia. Então começo a dizer: “O primeiro: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”… “Muito bem” – e me dizem: “Você O tem amado?” E eu digo: “Sim, eu sim, eu sim!” E é quando me dizem: “Não!” Vejam, quando me disseram “não!”, aí sim senti a corrente elétrica daquele raio, porque eu não percebi em que parte me havia caído o raio, não sentia nada, e me dizem: “Não! Você não tem amado ao seu Senhor sobre todas as coisas, e muitíssimo menos ao seu próximo como a você mesma. Você fez um deus e o acomodou à sua vida só nos momentos de necessidade! Você se prostrava diante Dele quando era pobre, quando sua família era humilde, quando queria se tornar uma profissional! Aí sim todos os dias você rezava, e se prostrava tempos inteiros, horas inteiras suplicando ao seu Senhor! Orando e pedindo para que Ele a tirasse dessa pobreza e permitisse que fosse uma profissional , que fosse alguém! Quando tinha necessidade, ou queria dinheiro, então rezava um Rosário ao Senhor.

    Essa era a relação que você tinha com o Senhor!” Eu via ao meu Senhor de verdade com tristeza. Comento que minha relação com Deus era de ‘caixa automático’. Rezava um Rosário e tinha que aparecer dinheiro, essa era minha relação com Ele. E me mostram, tão logo o Senhor me permitiu que tivesse uma profissão, que começo a ter um nome e começava a ganhar dinheiro, então o Senhor já me parecia “pequenininho”, e já comecei a ficar orgulhosa, nem sequer expressava uma mínima relação de amor com o Senhor. Ser agradecida? Jamais! Nem sequer abria os olhos dizendo… ‘Senhor, obrigada por este dia, obrigada por minha saúde, pela vida dos meus filhos, pela minha casa, coitadinhos dos que não tem casa, nem comida, Senhor!’ Nada. Era muito mal agradecida. E a voz seguia dizendo… “Fora isso, você pos o Senhor num nível tão baixo, que acreditava mais em Mercúrio e Vênus para ter sorte, andava cegada pela astrologia, dizendo que os astros conduziam a sua vida. Começou a andar em todas as doutrinas que o mundo oferecia. Começou a acreditar que simplesmente você morria e voltava para recomeçar. Você se esqueceu da ‘Graça!’, que havia custado um preço de sangue ao seu Senhor.” Me fazem um exame dos Dez Mandamentos. Mostram-me que eu dizia que adorava, que amava a Deus com minhas palavras, mas na verdade eu adorava a Satanás. Porque em meu consultório chegava uma senhora que fazia ‘mandingas’, e eu dizia… ‘Eu não acredito nisso, mas pode fazer, porque se não fizer bem, mal tampouco fará.’ E ela começava a fazer suas ‘mandingas’ para dar boa sorte. Ela havia posto num canto onde não se podia ver uma penca de aloés com uma ferradura para afastar as más energias.

  2. Continuando…
    “Olhem tudo isso, que vergonhoso! Fazem uma análise da minha vida sobre os dez mandamentos, me mostram como atuei com o próximo, como dizia a Deus que o amava quando ainda não havia me afastado Dele, quando ainda não havia começado a andar no ateísmo eu dizia: “Meu Deus, eu te amo!” Mas com essa mesma língua que eu louvava o Senhor, com essa mesma língua eu falava mal de todo mundo, criticava, apontava com o dedo, sempre a ‘santa Gloria’, e me mostravam que eu dizia que amava a Deus, mas era uma invejosa, mal agradecida, jamais reconheci todo o esforço e o amor, a entrega de meus pais para me dar uma profissão, para me levantar. “Tão rápido você alcançou uma profissão, mas até seus pais já não tinham importância, a ponto de chegar a se envergonhar de sua mãe, pela humildade e pela pobreza dela.”
    E me mostram como esposa… Quem era? Passava todo o dia renegando, desde que me levantava. Meu esposo me dizia: “Bom dia!” E eu respondia: “Que bom dia? Não vê que está chovendo?” Eu o renegava o tempo todo. E com meus filhos? Mostram-me que nunca, jamais tive compaixão para com o próximo, por meus irmãos de fora. E o Senhor me dizia: “Você nunca pensou: coitadinhos dos doentes, Senhor! Dá-me a graça de poder acompanhá-los em sua solidão. As crianças que não tem mãe, os órfãos, quantas crianças sofrendo, Senhor!” … Meu coração era de pedra… no exame dos dez mandamentos não passei nem meio. Terrível! Espantoso! Vivia um verdadeiro caos. Como que eu não havia matado e assassinado tanta gente?

    Por exemplo, eu fiz muitas compras de supermercado para as pessoas que necessitavam, mas não dava por amor, dava pela imagem, porque como eu era muito rica eu queria ‘fazer bonito’ diante dos outros e assim eu manipulava as pessoas. E então eu dizia: “Toma, lhe dou essa compra, mas você me faz o favor e vá à reunião do colégio dos meus filhos, porque eu não tenho tempo de ir a essas reuniões.” E assim eu dava coisas a todo mundo, mas eu os manipulava, além disso eu adorava que houvesse um montão de gente atrás de mim me dizendo que eu era bondosa, que eu era uma santa. Eu me criei uma imagem! E me dizem: “É que você tinha um deus e esse deus era o dinheiro! Por ele você se condenou! Por ele você afundou no abismo e se afastou do Senhor.” Nós havíamos tido muito dinheiro, mas estávamos quebrados, endividadíssimos, havia acabado nosso dinheiro, então, quando me dizem do ‘deus dinheiro’ eu gritei: “Mas que dinheiro se deixei muitas dívidas lá na terra?”
    Quando me falaram, por exemplo, do segundo mandamento, via que eu, pequenina, infelizmente aprendi que para evitar os castigos da minha mãe que eram bastante severos, aprendi que as mentiras eram excelentes e comecei a caminhar com o pai da mentira (Satanás), e comecei a ficar mentirosa e à medida que meus pecados iam crescendo, as mentiras iam aumentando. Percebia que minha mãe respeitava muito o Senhor e para ela o nome do Senhor era santíssimo, então eu pensei e disse: “Aqui tenho a arma perfeita.” E comecei a jurar em vão, e lhe dizia: “Mãe, eu juro por Deus!” e assim evitava os castigos. Imaginem, quando metia eu colocava o Santíssimo nome do Senhor nas minhas porcarias, na minha imundície, porque eu estava tão cheia de sujeira e de tanto pecado…

    E vejam, irmãos, aprendi que as palavras não se perdem ao vento. Quando minha mãe ficava irredutível eu lhe dizia: “Mãe, que me parta um raio se estou mentindo!”, e a palavra vagou pelo tempo e vejam que por misericórdia de Deus eu estou aqui, porque na realidade o raio entrou em mim e me partiu praticamente ao meio e me queimou.
    Mostravam-me como eu, que me dizia católica, era uma pessoa que não tinha palavra e sempre me antepunha ao Santo nome do Senhor. Fiquei impressionada ao ver como o Senhor mostrava a todas as criaturas estas coisas espantosas e se prostravam ao chão, numa adoração impressionante. Vi a Santíssima Virgem prostrada aos pés do Senhor, orando por mim, numa extrema adoração, e eu, pecadora, desde minha imundície, cara a cara com o Senhor. Como fui ‘tão boa’, renegando e maldizendo o Senhor…
    Sobre o santificar as festas, foi espantoso. Senti uma imensa dor. A voz me dizia que eu dedicava de quatro a cinco horas ao meu corpo e nem sequer dez minutos diários de profundo amor ao Senhor, de agradecimento ou de uma oração. Começava a rezar o Rosário com tamanha velocidade e eu dizia: “Nos comerciais da novela consigo terminar o Rosário”. Mostravam como nunca fui agradecida ao Senhor, e também me mostravam o que eu dizia quando me dava preguiça de ir à Missa: “Mas mãe, se Deus está em todo lugar, que necessidade tenho de ir à Missa?” Claro que era muito cômodo dizer isso; e a voz me repetia que eu tinha ao Senhor por vinte e quatro horas ao dia disponível para mim, e eu não rezava nem um pouquinho, nem agradecia no domingo. Dediquei-me a cuidar do meu corpo, me tornei escrava, e me esqueci de um detalhe, que tinha uma alma e que jamais cuidei dela, nunca a alimentei com a Palavra de Deus porque eu, muito comodamente, dizia que quem lia a Palavra de Deus ficava louco.

  3. Continuando…
    Quanto aos Sacramentos, nada! Como que eu poderia me confessar com ‘esse velhos que eram piores que eu’? Para mim era muito cômodo não ir confessar, o maligno me tirou da confissão e assim foi como me afastou da cura e limpeza da minha alma, porque cada vez que eu cometia um pecado, não era grátis, Satanás punha dentro da brancura de minha alma a sua marca, uma marca de trevas. Jamais, só em minha primeira Comunhão fiz uma boa confissão, daí por diante, nunca mais, e recebia o Senhor indignamente. Chegou a tal ponto a blasfêmia, a incoerência da minha vida, que cheguei a dizer: “Que Santíssimo? Deus está vivo num pedaço de pão? Estes sacerdotes deveriam comê-lo com um pouco de doce de leite, quem sabe ficaria mais saboroso”… até este ponto chegou a degradação da minha relação com Deus.
    Jamais alimentei minha alma, e para completar, só sabia criticar os sacerdotes. Se tivessem visto como foi terrível isso, na minha família, desde muito pequenos, criticávamos os sacerdotes, começando pelo meu pai… diziam que são mulherengos e que têm mais dinheiro do que nós e repetíamos estas coisas. E Nosso Senhor me dizia: “Quem você pensava que era para se fazer passar por Deus e julgar Meus ungidos?”, me dizia: “Eles são de carne, e é a comunidade que faz a santidade de um sacerdote, rezando, amando e apoiando quando um sacerdote cai em pecado.” O Senhor me mostrava que cada vez que eu criticava um sacerdote, me tomavam uns demônios. Fora isso, quanto mal eu fiz quando acusei um sacerdote de homossexual e toda a comunidade se interou, não imaginam quanto dano causei.

    Do quarto mandamento: honrar pai e mãe. O Senhor me mostrava como já lhes comentei, como fui mal agradecida com meus pais, como os amaldiçoava e os renegava porque não podiam me dar tudo o que minhas amigas tinham. Como fui uma filha que não valorizava o que tinha, cheguei a ponto de dizer que aquela não era a minha mãe, porque parecia muito pouco para mim.
    Foi espantoso ver o resumo de uma mulher sem Deus e como uma mulher sem Deus destrói tudo o que lhe rodeia, e ainda por cima, o pior de tudo é que eu achava que era boa e santa! O Senhor também me mostrou como eu achava que me sairia bem neste mandamento, só pelo fato de haver pago as consultas médicas e os remédios dos meus pais quando ficaram doentes, também como eu analisava tudo através do dinheiro e como eu os manipulei quando tinha dinheiro. Até me aproveitei deles, o dinheiro me endeusou e eu os pisoteei. Sabem o que me doeu? Ver meu pai chorando com tristeza, apesar de tudo ele havia sido um bom pai, que me havia ensinado a ser trabalhadora, empreendedora, e que devia ser honesta, porque só aquele que trabalha pode progredir. Mas ele se esqueceu de um detalhe, que eu tinha uma alma e que ele era um evangelizador com seu testemunho e como toda a minha vida começou a afundar por causa de tudo isso. Via o meu pai com dor quando era mulherengo, ele era feliz dizendo à minha mãe e a todo mundo que ele era ‘muito macho’ porque tinha muitas mulheres e que podia com todas, e que ademais fumava e bebia. Estes vícios o faziam sentir-se orgulhoso, pois ele não pensava que eram vícios, mas sim virtudes. Comecei a ver como minha mãe se cobria de lágrimas quando meu pai começava a falar das outras mulheres. Comecei a me encher de raiva, de ressentimento e começo a ver como o ressentimento leva à morte espiritual, sentia uma raiva espantosa de ver como meu pai humilhava minha mãe diante de todo mundo. Fiquei rebelde e disse à minha mãe: “Eu nunca serei como você, por isso nós mulheres não valemos nada, por culpa de mulheres como você, sem dignidade, sem orgulho, que que se deixam pisotear pelos homens”.

    Quando já estava maior eu dizia ao meu pai: “Preste atenção pai, jamais vou permitir que um homem me humilhe como você humilha a minha mãe, se um homem chegar a ser infiel comigo, eu me separo.” Meu pai me bateu e me disse: “Como se atreve?” Meu pai era muito machista e eu lhe disse: “Então me bata e me mate se eu chegar a me casar e tiver um marido infiel. Eu me separo, para que os homens entendam como sofre uma mulher quando um homem a pisoteia.” Esse ressentimento e essa raiva tomaram conta de mim, e quando já tinha algum dinheiro, comecei a dizer à minha mãe: “Sabe de uma coisa? Separe-se do meu pai. Eu gosto muito dele, mas é impossível que você agüente um homem assim, seja digna, você tem que se dar valor, mãe.” Imaginem! Eu queria divorciar meus pais. Minha mãe me dizia: “Não filha, não é que não me doa, sim me dói muito, mas eu me sacrifico porque vocês são sete filhos e eu sou só uma. Eu me sacrifico porque afinal seu pai é um bom pai, e eu seria incapaz de ir e deixá-los sem pai, ademais, se eu me separo, quem vai orar para que seu pai se salve? Sou eu quem pode orar para que seu pai encontre a salvação, porque a dor e o sofrimento que ele me ocasiona eu uno às dores da cruz, e todos os dias digo ao Senhor; ‘esta dor não é nada unida à tua cruz, me permita que meu esposo se salve, assim como meus filhos.’ Eu não entendia isso. E sabem do que mais? Me deu tanta raiva… e isso fez com que minha vida mudasse e fiquei muito rebelde e comecei a me empenhar para defender os direitos da mulher. Comecei a defender o aborto, a eutanásia, o divórcio e a defender a lei de Talião, aquela que diz ‘olho por olho, dente por dente’. Nunca fui infiel fisicamente, mas prejudiquei muita gente com meus conselhos.

  4. Continuando…
    Quando chegamos ao quinto mandamento, o Senhor me mostrava que eu era uma assassina espantosa e que cometi o que é pior e mais abominável diante dos olhos de Deus, o aborto. O poder que me deu o dinheiro me serviu para financiar vários abortos, porque eu dizia: “A mulher tem direito a escolher quando quer ficar grávida ou não.” Olhei o Livro da Vida e me doeu tanto quando vi uma menina de catorze anos abortando. Eu a havia ensinado, porque sabem que quando uma pessoa está envenenada, nada fica bom e tudo o que está ao redor dela se envenena. Umas meninas, três sobrinhas minhas e a namorada do meu sobrinho abortaram. Deixavam-nas ir à minha casa porque eu tinha dinheiro. Eu as convidava, falava de moda, de glamour, de como exibir o corpo. Minha irmã as mandava aí. Olhem como eu as prostituí, prostituí menores, que foi outro pecado espantoso depois do aborto, porque eu lhes dizia: “Não sejam bobinhas minhas filhas, suas mães lhes falam de virgindade e de castidade, mas estão fora de moda, elas falam de uma Bíblia que foi escrita há mais de dois mil anos, e os sacerdotes não quiseram se modernizar, elas falam o que dizia o Papa, mas esse Papa está fora de moda.”

    Imaginem meu veneno e eu ensinei a estas meninas que tinham que aproveitar, desfrutar do corpo, mas que tinham que se prevenir. Ensinei-lhes os métodos de planificação. “Mulher perfeita”, e essa menina de catorze anos, namorada do meu sobrinho chega um dia ao meu consultório chorando (eu vi no Livro da Vida) e me diz: “Gloria! Ainda sou criança e estou grávida!”, e eu lhe disse: “Tonta! Eu não lhe ensinei a se prevenir?” E então ela me disse: “Sim, mas não funcionou”. Então olhei, e o Senhor me colocava essa menina diante de mim para que não se afundasse no abismo, para que não fosse abortar, porque o aborto é uma corrente que pesa tanto, que arrasta e pisoteia, é uma dor que nunca se acaba, é o vazio de haver sido um assassino. E o que foi pior para essa menina, foi que em vez de falar-lhe do Senhor, lhe dei dinheiro para que fosse abortar num lugar muito bom para que não a prejudicassem.

    Assim como este aborto financiei vários outros. Cada vez que o sangue de um bebê se derrama, é como um holocausto a Satanás, é um holocausto, ao Senhor lhe dói muito e se estremece cada vez que se mata um bebê, porque no Livro da Vida, vi como nossa alma se apodera de nosso corpo tão somente quando se tocam o óvulo e o espermatozóide, surgindo como uma faísca linda de luz colhida do Sol de Deus Pai. O ventre de uma mãe, tão somente é fecundado e já se ilumina com o brilho dessa alma e quando se aborta, essa alma grita e geme de dor, ainda que não tenha olhos, nem um corpo formado, se escuta este grito quando lhe estão assassinando e o Céu se estremece e no inferno se escuta outro grito, mas de júbilo, e imediatamente do inferno, se abrem uns tipos de selos de onde saem umas larvas para seguir assediando a humanidade, e seguir fazendo-a escrava da carne e de todas estas coisas que existem e que estarão cada dia pior. Quantos bebês são mortos por dia? Isso é um triunfo para Satanás. Esse preço de sangue forma mais um demônio, então me lavam neste sangue e minha alma branca começou a ficar absolutamente escura.

  5. Continuando…

    Depois dos abortos, perdi a convicção do pecado, para mim estava tudo bem. Foi triste ver como que neste compromisso com o maligno, pude ver todos os bebês que eu havia matado também, e sabem por quê? Eu planificava com o uso do DIU (T de cobre) e foi doloroso ver quantos bebês haviam sido fecundados, e se haviam brilhado essas faíscas do Sol de Deus Pai, mas estes bebês, gritando, se desgarraram das mãos de Deus Pai. Era a razão que explicava meu constante mau humor, caras feias, vivia frustrada com todos e com muita depressão. Claro! Eu havia me tornado uma máquina de matar bebês. E isso me afundou mais no abismo… e pensava: “Como que não havia matado?” E o que dizer de cada pessoa que eu odiava, que eu detestava? Continuava sendo uma assassina, porque não é só com um disparo que se mata uma pessoa, basta odiá-la, fazer-lhe o mal, ter inveja dela, como isso já se pode matá-la.

    O sétimo mandamento, o de não roubar, eu me considerava honesta, e o Senhor me mostrava como desperdiçávamos comida em minha casa. O mundo padecia de tanta fome, e Ele me dizia: “Eu tinha fome, e veja o que você fazia com o que eu te dava, desperdiçava tudo, eu tinha frio e olhe o que você fazia, escravizada pela moda, vivendo de aparências, gastando muito dinheiro em injeções para estar mais magra, escravizada pelo corpo. Em poucas palavras, você fez do seu corpo um deus.” O Senhor me mostrava que eu era culpada pela miséria do meu país e que sim, eu tinha a ver com isso. Também me mostrava que cada vez que eu falava mal de alguém, eu lhe roubava a honra e era difícil devolvê-la. Que era mais fácil reparar o roubo de um dinheiro, porque poderia devolver o valor roubado, do que restaurar o bom nome de uma pessoa. Eu me arrependia por não ter sido uma mãe carinhosa com meus filhos, por não haver ficado mais com eles em casa, por tê-los deixado tanto com a ‘mamãe televisão’, ‘o papai computador’, ou com os videogames e para acalmar minha consciência, lhes comprava roupas de marca. Mas me horrorizou ver minha mãe que se questionava, – e minha mãe foi uma santa mãe, que nos corrigia e nos amava, assim como meu pai -, e pude ver quando ela disse: “O que será de mim que nunca consegui dar nada para os meus filhos?” Que espanto, que dor tão grande…

    Senti muita vergonha, porque no Livro da Vida a pessoa vê tudo como num filme, e meus filhos diziam: “Tomara que a mamãe demore, que tenham muito trânsito, porque ela é muito chata e só vive reclamando.” Que tristeza um menino de três anos e uma menina um pouco maior dizendo estas coisas… eu lhes roubei a sua mãe, lhes roubei a paz que eu daria à minha casa e não lhes deixei conhecer a Deus através de mim, e não lhes ensinei a amar o próximo. Se eu não amo ao meu próximo, eu não tenho nada a ver com o Senhor, se não tenho misericórdia, não tenho laços com o Senhor. Porque Deus é Amor…
    Vou lhes falar sobre levantar falsos testemunhos. Eu sabia mentir muito bem e Satanás se tornou meu pai. Se Deus é Amor e eu odeio, então, quem é meu pai? Não era difícil de adivinhar e se Deus me fala do perdão e de amar meus inimigos eu dizia, “quem me prejudica, me paga!” Então, quem era meu pai? Se Deus é a verdade e Satanás é a mentira, quem era meu pai? Não há mentira rosa, nem amarela, nem verde, todas as mentiras são mentiras, e Satanás é o pai de todas elas. Tão terríveis foram os pecados da minha língua. Eu vi quanto dano causei com a minha língua. Eu fofocava, quando falava mal dos outros, causava complexos de inferioridade às pessoas gordinhas pondo-lhes apelidos pejorativos. Uma palavra mal dirigida sempre termina numa ação e causa dano.

  6. Continuando…

    Quando me fazem o exame dos dez mandamentos, pude ver a cobiça que tomava conta de mim. Eu pensava que seria feliz tendo muito dinheiro e passei a ter uma obsessão por ficar rica. Que tristeza. Quando tive muito dinheiro, foi o pior momento que viveu minha alma, a ponto de querer me suicidar. Tinha tanto dinheiro e me sentia sozinha, vazia, amargurada e frustrada. A cobiça de desejar ter muito dinheiro foi o caminho que me levou pela mão e me extraviei, me soltei da mão do Senhor. Depois desse exame dos dez mandamentos, me mostram o Livro da Vida, lindo, eu queria ter palavras para descrever “O Livro da Vida”. Começou desde a concepção, assim que se uniram o par de células dos meus pais. De imediato houve um ‘zas’, uma faísca, uma linda explosão e se formou minha alma, colhida da mão de Deus Pai, encontrei um Deus Pai tão lindo, que me cuidava 24 horas por dia e o que eu via como um castigo, nada mais era que Amor, porque Ele consegue ver minha alma e percebia como eu ia me afastando da Salvação. Para terminar, vou lhes dar um exemplo de como é maravilhoso o “Livro da Vida”. Eu era muito hipócrita e eu dizia a alguém: “Nossa! Como você está linda, que vestido lindo!” Mas por dentro, em meus pensamentos eu dizia: “Que mulher mais asquerosa, e ainda se acha uma rainha!” Nesse livro se podia ver exatamente como eu pensava, se podia ver o interior de minha alma. Todas as minhas mentiras ficaram à vista, vivas, todo mundo se deu conta. Quantas vezes eu menti para minha mãe porque ela não me deixava sair a lugar nenhum, então dizia que tinha que fazer um trabalho em grupo na biblioteca, mas saía para ver algum filme pornográfico ou ia a algum bar tomar cerveja com minhas amigas. E lá estava minha mãe, vendo minha vida, nada escapou.

    Meus pais me davam banana para levar de lanche na escola. Meus pais eram pobres e só podiam me dar banana, leite e algum petisco para colocar na lancheira. Eu comia a banana e jogava a casca pelo caminho. Nunca tive a consciência de que alguém poderia se ferir ou escorregar na casca de banana que eu costumava jogar no chão, e o Senhor me mostrou as pessoas que poderiam ter se matado por causa dessas quedas causadas por minha imprudência e falta de misericórdia. Também pude ver como só uma vez fiz uma boa confissão, bem feita. Foi quando uma senhora me deu 4.500 pesos a mais de troco num supermercado em Bogotá. E meu pai nos havia ensinado a sermos honestos e nunca tocar em nenhum centavo de ninguém. Então me dei conta quando já estava no carro. Estava a caminho do meu consultório e pensei… “Ai, essa velha distraída, essa tonta me deu 4.500 pesos a mais e agora tenho que voltar para devolver” e logo vi um engarrafamento gigante e disse: “Quer saber? Não vou devolver nada, quem mandou ela ser tão distraída?” Mas fiquei com a dor de ter feito isso, porque me pai me ensinou a ser honesta, então me confessei no domingo e disse: “Padre, eu roubei 4.500 pesos porque não os devolvi a uma senhora que se equivocou no troco.” Nem prestei atenção no que o padre me disse. O maligno não pode me acusar de ladra, mas sabem o que me disse o Senhor? Ele me disse: “Essa falta de caridade sua, quando não devolveu o dinheiro para aquela senhora não reparando o pecado cometido, 4.500 pesos para você não eram nada, mas para aquela mulher que ganhava um salário mínimo, significava a alimentação de três dias.” O mais triste foi quando me mostrou como sofreu, agüentando a fome um par de dias. Por minha culpa, passou fome com seus dois filhos pequenos, porque assim me mostra o Senhor, me mostra quando eu faço algo, quem sofreu, quem atua e como atua.

    O Senhor me perguntou: “Que tesouros espirituais você me trouxe?” Minhas mãos iam vazias, não levava nada, minhas mãos iam absolutamente desocupadas. Foi então que me disse: “De que te servem os dois apartamentos que você tinha, as casas e consultórios? Você não se considerava uma profissional de muitíssimo êxito? Acaso pode trazer o pó de um tijolo até aqui? O que fez com os talentos que Eu te dei?” Talentos? Eu tinha uma missão. A missão de defender o reino de Amor. O reino de Deus. Eu me havia esquecido que tinha uma alma, e muito menos que tinha talentos, muito menos que o bem que deixei de fazer doeu muito ao Senhor.
    Sabem o que sempre me perguntava o Senhor? Sempre me perguntava sobre o Amor. Citava a falta de caridade pelo próximo. Ele me dizia que eu estava morta espiritualmente. Estava viva, porém morta. Se pudessem ver o que é a ‘morte espiritual’, como é uma alma que odeia… Como é uma alma espantosamente terrível de amargurada e fastidiosa, que faz mal a todo mundo… Quando uma pessoa está cheia de pecados, por fora tudo parece ser bonito e cheirar bem, com boas roupas, mas minha alma cheirava muito mal e vivia nos abismos. Isso justifica tanta depressão e amargura. Então o Senhor me disse: “É que sua morte espiritual começou quando você deixou de sentir dor pelos seus irmãos. Quando você via o sofrimento dos seus irmãos, era um alerta. Quando via nos meios de comunicação, dizendo que os mataram, que os seqüestraram, que os desalojaram, você dizia ‘da boca para fora’: ‘Coitadinhos! Que pecado!’ Mas isso não te doía por dentro. Você não sentia nada no coração, era uma pedra, o pecado te petrificou.

  7. Continuando…
    Quando se fecha o meu Livro, imaginem como era grande a minha tristeza. Quanta dor! Fora isso, por ter me comportado assim com Deus Pai, porque apesar de todos os meus pecados, apesar de toda a minha imundície e de toda a minha indiferença e de todos os sentimentos horríveis, o Senhor, sempre, até o último instante me buscou, sempre me enviava instrumentos, pessoas, me falava, me gritava, me tirava coisas para me buscar, ele me buscou até o último instante. Eu costumava dizer: “O Senhor me condenou”. Claro que não! No meu livre arbítrio eu escolhi quem seria o meu pai, e não foi Deus Pai. Escolhi Satanás, esse foi o meu pai, e quando esse Livro se fechou, vi em minha mente que estava de ponta-cabeça, porque começava a cair naquele buraco e depois deste oco ia se abrir uma porta.
    Então começo a ir, e começo a gritar a todos os santos, para que me salvassem. Vocês não têm idéia da quantidade de santos que eu vi, eu não tinha idéia de que havia tantos santos, eu era tão má católica. Pensava que dava na mesma que me salvasse São Isidoro ou São Francisco de Assis, e quando acabaram todos os santos, veio o silêncio. Sentia um vazio, uma dor tão grande. E eu pensava: “Todos estão lá na terra dizendo: ‘como era santa!’”, esperando que eu morresse para me pedir um milagre. E olhem para onde vou! Levanto os olhos e vejo os olhos de minha mãe. Com muita dor eu lhe grito: “Mãezinha! Que vergonha! Me condenei, mãe, aonde vou? Nunca mais vou te ver…” E nesse momento lhe concederam a ela uma graça muito grande. Estava imóvel e lhe permitem mover seus dois dedos para cima e ela dá um sinal e saltam dos meus dois olhos duas crostas espantosamente dolorosas, era minha cegueira espiritual.

    Então, vejo um momento lindo, quando uma paciente me havia dito: “Olhe doutora, a senhora é muito materialista e um dia vai precisar Dele. Quando estiver em ambiente de perigo, qualquer que seja, peça a Jesus Cristo que a cubra com o Seu sangue, Ele nunca irá abandoná-la, porque Ele pagou um preço de sangue pela senhora.” E com essa vergonha tão grande e essa dor, comecei a gritar: “Jesus Cristo! Senhor, tenha compaixão de mim! Perdoe-me! Por favor, me dê uma segunda oportunidade!” E este foi o momento mais belo, não tenho palavras para descrever este momento. Ele baixa e me tira daquele oco. Quando Ele me recolhe, todas estas coisas caíram ao chão. Ele me levanta e me leva a uma parte plana, e me diz com todo esse Amor: “Vamos voltar, você vai ter uma segunda oportunidade” (…), e me diz que não é pela oração da minha família.

    Porque “é normal que eles orem e clamem por você, mas foi pela intercessão de todas as pessoas alheias ao seu sangue, que não te conhecem e choraram, oraram e elevaram seu coração com muitíssimo amor por você.” E começo a ver como se acendem uma porção de luzinhas que são como chaminhas brancas cheias de amor. Eu vejo as pessoas que estão rezando por mim! Mas havia uma chama grande, era a luz que mais brilhava. A que mais amor dava. Eu olhava quem era essa pessoa que me amava tanto. E o Senhor me diz: “Essa pessoa que você vê ali, é uma pessoa que te ama tanto, tanto, e nem sequer te conhece.” E me mostrava que essa pessoa havia visto a folha de jornal do dia anterior. Era um camponês de um povoado, bem pobre, que vivia ao pé da Serra Nevada de Santa Marta. O pobre homem comprou uma panela e a embrulharam numa folha do jornal “Espectador” do dia anterior. Minha fotografia onde eu aparecia toda queimada estava aí, ilustrando a matéria que falava sobre o acidente. Quando este homem viu a notícia, se pôs a chorar com um amor tão grande, e disse: “Pai, Senhor, tem compaixão desta minha irmãzinha. Senhor, salve-a! Se o Senhor salvá-la, prometo que irei ao ‘Santuário de Buga’ e cumpro a promessa, mas salve-a!”

    Imaginem um homem pobrezinho, não estava revoltado nem amaldiçoando porque passava fome, com essa capacidade de amor para se oferecer a atravessar todo o país por alguém que não conhecia. E o Senhor me disse: “Isso é Amor ao Próximo” (…) e logo me disse: “Você vai voltar, mas não vai contar o que viu 1000 vezes, mas sim 1000 vezes 1000. E ai daqueles que ouvindo, não decidam mudar de vida. Porque eles serão julgados com mais severidade. Assim como você será em seu segundo regresso. Que prestem atenção os ungidos, que são seus sacerdotes, ou qualquer um deles, porque não há pior surdo que aquele que não quer ouvir, nem pior cego que aquele que não quer ver.” E isto, meus queridos irmãos, não é uma ameaça, O Senhor não necessita nos ameaçar, esta é a segunda oportunidade que vocês têm, e graças a Deus que vivi o que vivi! Porque quando lhes abram o Livro da Vida a cada um de vocês, quando cada um de vocês morra, vamos ver este momento, de igual maneira, e vamos nos ver tal como estamos, vamos ver nossos pensamentos e nossos sentimentos na presença de Deus, e o mais bonito é que cada pessoa verá o Senhor em frente de cada um de nós, outra vez perguntando o que lhe temos a oferecer.

    Que o Senhor abençoe a todos grandemente.

    Glória a Deus! Glória a Nosso Senhor Jesus Cristo!”

    Fontes: http://www.gloriapolo.com/
    http://www.rainhamaria.com.br/Pagina/3911/O-Livro-da-vida-Da-Ilusao-a-Verdade-Testemunho-vivo-de-Gloria-Polo

  8. Como se pode ver, Deus às vezes pode permitir que a pessoa volte, mas com o mesmo corpo, a mesma identidade. E isso é fenômeno raro, não é frequente.

    E desta vez é para valer, o assunto reencarnação está encerrado, cansei de ficar discutindo sobre isso.

    Álvaro
    “Eu já sabia que tu iria vir com um dos sites do Rafael Rodrigues”
    Que mané sites do Rafael Rodrigues! Eu nem conheço esse cara! Que eu me lembre, a fonte que eu citei foi um site católico, que não foi escrito por Rafael Rodriguez… Que eu saiba, o site é de um tal de Alessandro…

    E outra, quem não se cansa de apanhar são os sites de protestantes… Depende do que você chama de apanhar. Às vezes você pode achar que refutou, mas não refutou…

    “Em primeiro lugar o Sola scriptura “não é o só a Bíblia basta”,pois isto é uma deturpação que alguns apologistas católicos fazem da sola scriptura de maneira dolosa ou culposa,mas sim que tudo deve ser examinado a base das escrituras.”
    E da tradição também, deve-se levar em conta a tradição, não só o que está na Bíblia. Os adeptos da Sola Scriptura não levam em conta a tradição… Nem tudo está na Bíblia. E outra, deve-se EXAMINAR as escrituras, e não apenas lê-las e achar que entendeu.

    “o livre-exame nada mais é do que não aceitar tudo o que a instituição romana diz que é correto.”
    Livre-exame é interpretação particular. Não se pode fazer uma interpretação pessoal da Bíblia.

    E deve examinar as Escrituras — e não apenas ler as Escrituras. Examinar não é nunca pessoalmente, pois que na Bíblia está escrito também que “Nenhuma profecia é de interpretação particular” (II Pe. I, 20). E se não é de interpretação particular o exame das escrituras deve ser feito por alguém que não seja um mero particular, mas alguém autorizado oficialmente por Deus.

    Foi por isso que Cristo disse a Pedro:

    “Bem aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi nem a carne, nem o sangue que te inspiraram, mas Deus que está no céu. Por isso Eu te digo que tu és pedra, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. E as portas do inferno não prevalecerão sobre ela, E Eu te darei as chaves do Reino dos Céus, e tudo o que ligares na terra será ligado também nos céus; e tudo o que desatares na terra, será desatado também nos céus” (Mt XVI, 17-20).

    É só ao Papa que foi dado o poder de examinar oficialmente e infalivelmente as Escrituras. E seu julgamento todos se devem submeter.

    “Faça-me o seguinte:Refute tudo o que conseguir e depois poste que eu posto a réplica.”
    Já refutei.

  9. E outra, Álvaro, se você leva mesmo em consideração a patrística, verá que os santos acreditavam na imortalidade da alma, desde os primeiros séculos… Basta ver Santo Agostinho, por exemplo. Desde os primeiros séculos os cristãos acreditavam na imortalidade da alma.

  10. Prezada Senhorita Cristiane Pinto,

    ” sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação” II Pedro I.20

    Conforme dito anteriormente eu expliquei que existem regras hermenêuticas para a interpretação da Bíblia,porém como não quero estender o assunto,pois pelas suas palavras percebe-se que você não possui auto-controle para um bom debate eu teria que dissertar sobre outras doutrinas romanas e esse debate não teria fim.Quanto aquele site eu me confundi mesmo.Desculpe-me!

    A Paz de Cristo!

  11. Auto-controle até posso ter, Álvaro, não tenho medo algum de debater com você. Às vezes você pode até ter a impressão que eu perco o auto-controle, mas é apenas impressão sua. Só perco a paciência quando a pessoa mostra-se desonesta intelectualmente, como o Gustavo.

    E olha que não é somente comigo, com você também. Imagina, eu estava falando da necromancia e ele foi falar das imagens, quando uma coisa nada tem a ver com a outra. Quando você o acusou de ser pseudo-católico, ele foi falar sobre você não seguir o Papa. Pode uma coisa dessas? Como não vou perder a paciência com ele? Nem sei se é possível manter um debate sério com ele. Ele até parece criança. Às vezes eu tenho a impressão de que, quando é apertado, o Gustavo ataca aqueles que são contrários às idéias dele, principalmente se sou eu ou você que o colocamos contra a parede.

    Mas não vou estender o assunto da imortalidade da alma porque esse não é o assunto do tópico, e não quero de jeito algum fugir do assunto. Você já deve ter debatido com outros católicos sobre imortalidade da alma e outras coisas da doutrina católica, portanto, nem adianta ficarmos falando, porque eu não diria nada diferente dos outros católicos, e ainda assim, não te convenceria de nada. O que eu diria seria mera repetição do que os católicos dizem, nada de novo. Se fosse ficar debatendo sobre a doutrina católica, um assunto iria puxar outro, aí não teria fim. Imagina, começamos a debater sobre a imortalidade da alma, daí já surgiu o assunto do livre-exame, da Sola Scriptura… Melhor não alongarmos, senão isso não terá fim.

    “Quanto aquele site eu me confundi mesmo.Desculpe-me!”
    Não se preocupe, está desculpado.

    E se você ainda tiver dúvidas sobre a imortalidade da alma e outras coisas da doutrina católica, é só acessar este site, que procura responder a todas as perguntas feitas não só pelos protestantes, como também as perguntas de pessoas de outras religiões, até mesmo perguntas de ateus eles respondem:
    http://www.montfort.org.br/

  12. Prezada Senhorita Cristiane Pinto,

    Particularmente, eu não gosto muito do site da monffort,mas não irei te explicar os motivos agora.

    Quanto as doutrinas romanas eu não as sigo,mas não tenho ódio de quem segue e nem sou perseguidor de ninguém,pelo contrário,tenho amigos católicos e posto aqui no Deus lo vult não por concordar com tudo,mas por gostar de alguns posts.

    Abraços,

    Álvaro Fernandes.

  13. Prezados Fernando Nascimento, Alvaro Fernandes e demais leitores,
    “Salve Maria Mãe do Meu Senhor”(Lc I, 43).

    Por acaso o Senhor é aquele ilustríssimo Fernando Nascimento dono de um famoso blog católico(que costuma apagar as refutações de evangélicos nos fóruns de orkut e no próprio blog?Caso não seja você,por favor,perdoe-me a aspereza!

    Caro Fernando se realmente você faz isso quero parabenizá-lo por dar a destinação correta ao lixo.
    Quanto ao seu primeiro link, trata-se de um escrito do Sr. Wendy com quem já troquei alguns posts no blog do Angueth. Especificamente sobre este tema você pode ver este link [Leia os comentários]:
    http://angueth.blogspot.com/2011/02/leitor-pergunta-sobre-as-5-solas-do.html
    Lembre-se: Agostinho não se corrigiu apenas sugeriu outra interpretação, porém deixou a liberdade de escolha:

    Numa passagem neste livro, eu disse sobre o Apóstolo Pedro: ‘Sobre ele, como uma pedra, a Igreja foi construída’…Mas eu sei que mui freqüentemente em um tempo atrás, eu expliquei que o Senhor disse: ‘Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja’, que é para ser entendido como construída sobre Ele, a quem Pedro confessou dizendo: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’, e assim Pedro, chamado depois esta pedra, representou a pessoa da Igreja que é construída sobre esta pedra, e recebeu ‘as chaves do reino do céu’. Porque, ‘Tu és Pedro’ e não ‘Tu és a pedra’ foi dito a ele. Mas ‘a pedra era Cristo’, em quem confessando, como também toda a Igreja confessa, Simão foi chamado Pedro. Mas que o leitor decida qual dessas duas opiniões é a mais provável.

    Agora vamos às conclusões [Ficará claro que os protestantes não tem compromisso com a verdade]:
    1) Se Agostinho entre (354-430) estava se “retratando” é sinal que anteriormente havia o reconhecimento da primazia de Pedro de sua parte. O Sr. Álvaro Fernandes citou este link do cacp – http://www.cacp.org.br/catolicismo/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=83&menu=2&submenu=2, destaco o seguinte trecho:

    As Igrejas eram livres, mas começaram a perder autonomia com Inocéncio I, ano 402 que, dizendo-se “Governante das Igrejas de Deus exigia que todas as controvérsias fossem levadas a ele.”Leão I, ano 440, aumentou sua autoridade; alguns historiadores viram nele o primeiro papa. Naqueles tempos ninguém supunha que “S. Pedro foi papa”, fora casado e não teve ambições temporais.

    Entre (354-430) já estava ocorrendo retratações sobre a primazia de Pedro Baseada em Mateus 16:18 como em 440 ninguém supunha que Pedro foi papa?
    O mesmo Sr. Álvaro citou este link: http://sites.google.com/site/ibevcastelobranco/cartaabertaaumcat%C3%B3llico
    Destaco este seguinte trecho:

    ANO 607 – O imperador Focas dá ao bispo de Roma o direito da primazia universal sobre a Cristandade, depois do 2º Concílio de Constantinopla

    Volto a dizer: Se entre (354-430) já estava ocorrendo retratações sobre a primazia de Pedro Baseada em Mateus 16:18 como em 607 que a primazia universal foi concedida?
    2) Santo Agostinho em sua vida aceitou a primeira opção [Roma locuta, causa finita], caso contrário, não continuaria católico, isso está claro em seu último link e não tenho nada a acrescentar.
    3) Nós escolhemos a primeira opção: Pedro é a Pedra [Nas palavras do próprio Agostinho: Mas que o leitor decida qual dessas duas opiniões é a mais provável], isso mostra como o catolicismo é coerente.
    4) Os incoerentes são os protestantes, veja como eles agem:
    Em seu primeiro link o autor tece vários elogios a Santo Agostinho, depois mostra o que deseja [somente a segunda opção que ele deu] e omite propositalmente as demais doutrinas infundidas pelo santo, porque?
    A resposta é simples e pode ser verificado in loco, o Sr. Álvaro cita Agostinho no aux armes, inclusive reconhece a sua capacidade intelectual, porém, aqui neste artigo ele acredita refutar Santo Agostinho quanto à imortalidade da alma, coitado!
    Segue um livro de Santo Agostinho que pode ajuda-lo – O CUIDADO DEVIDO AOS MORTOS:
    http://search.4shared.com/postDownload/vhoZLtS1/PATRSTICA_-_A_VERDADEIRA_RELIG.html
    Para finalizar, eu vou mostrar que este Sr. Álvaro não sabe o que diz sobre Santo Agostinho, veja ele afirma no aux armes:

    Note que Agostinho, um extremo conhecedor do grego e que ainda escrevia no grego bíblico (Koiné) reconhecia que, de acordo com o original grego, a passagem deve ser interpretada de forma que a pedra é encontrada na profissão de fé de Pedro.

    Porém em seu livro confissões Santo Agostinho [CAPÍTULO XIII Gosto pelo latim] diz:

    Porque odiava eu as letras gregas, que me ensinavam quando eu era criança? Não o sei, e nem agora o posso explicar. Em compensação, as letras latinas me apaixonavam…

    E ainda o CAPÍTULO XIV Aversão ao grego:

    Por que então aborrecia eu a literatura grega na qual se cantam tais coisas? Porque
    também Homero é mui habilidoso em tecer essas historietas, dulcíssimo na sua frivolidade, embora para mim, menino, fosse bem amargo. Creio que o mesmo ocorra com Virgilio para os meninos gregos obrigados a estudá-lo, como a mim com relação a Homero. Era a dificuldade de ter de aprender totalmente uma língua estranha que, como fel, aspergia de amargura todas as doçuras das fábulas gregas.
    Eu ainda não conhecia nenhuma palavra daquela língua, e já me obrigavam com
    veemência, com crueldades e terríveis castigos, a aprendê-la. Na verdade, eu, ainda criança, também não conhecia nenhuma palavra de latim; contudo, com um pouco de atenção, o aprendi entre o carinho das amas, os gracejos dos que se riam e as alegrias dos que brincavam, sem medo algum nem tormento. Eu o aprendi, sem a pressão dos castigos, impelido unicamente por meu coração desejoso de dar à luz seus sentimentos, e o único caminho para isso era aprender algumas palavras, não dos que as ensinavam, mas do que falavam, em cujos ouvidos ia eu depositando quanto sentia. Por aqui se evidencia claramente que, para instruir, tem mais eficácia e curiosidade livre do que a necessidade inspirada pelo medo. Contudo, os excessos da curiosidade encontram nessa violência um freio segundo tuas leis, ó Deus; que desde as palmatórias dos mestres até os tormentos dos mártires sabem dosar suas salutares amarguras, que nos reconduzem a ti do seio do pernicioso deleite que de ti nos apartara.

    Para quem quiser conferir pode ler o livro aqui:
    http://search.4shared.com/postDownload/wBuoo8pd/Confissoes_-_Sto_Agostinho.html
    Isso demonstra que até os elogios de uns protestantes são falsos.
    Alguém arrisca dizer o que São Jerônimo diria a estes protestantes?
    OBS: Tive que postar aqui, inicialmente a intenção era ir no aux armes, porém atendendo o pedido do Jorge feito lá postarei aqui.

  14. Prezado Senhor Wesley,

    Gostaria de fazer algumas considerações sobre a sua intromissão no meu debate com o Jorge no aux-armes sobre o primado de Pedro.

    1-Santo Agostinho falava o grego “Koiné” do Novo Testamento.”Extremo conhecedor” não significa em hipótese alguma que ele gostava da língua,pois eu posso ser um extremo conhecedor do português sem gostar do idioma.Ademais,todo mundo sabe que ele falava o grego koiné.

    2-Quanto a imortalidade da alma eu topo debater com você por email para não fazer baderna aqui neste post,aliás eu já combinei isto com a Cristiane.

    3-Tu podes comentar sobre o debate em outros posts,pois o blog é do Joge, e dizer seus “belos adjetivos” contra mim,mas eu não irei responder sobre o “primado” de Pedro aqui,pois eu estou DEBATENDO COM O JORGE!(Talvez em maiúsculo os outros que querem se intrometer entendam!)O próprio Jorge ,que é coerente,repreendeu quem quis se intrometer! O Jorge não precisa de advogados,ademais o debate é entre eu e ele.

    4-EU não respondo os seus “ad hominens”,ofensas e xingamentos

    5-Fique com Deus!

  15. Olá, Caro Alvaro, me permita discordar,você diz:

    “1-Santo Agostinho falava o grego “Koiné” do Novo Testamento.”Extremo conhecedor” não significa em hipótese alguma que ele gostava da língua,pois eu posso ser um extremo conhecedor do português sem gostar do idioma.Ademais,todo mundo sabe que ele falava o grego koiné.”

    Existe algum embasamento de que o Santo Agostinho não gostava do Grego?Eu não conheço ninguém que fale ou estude línguas que não gostasse das mesmas.De fato, Santo Agostinho tinha uma certa dificuldade em ler grego, mas isso significa que ele não gostasse.Veja:

    Agostinho não era um bom aluno, não gostava de ler em grego, mas amava a sua cultura local que lhe proporcionou um aprofundamento ao latim. Foi lhe oferecido a chance de ler uma obra de Cícero (106 – 43 a.C), que lhe foi um estimulo intelectual pelo estilo elegante de escrita ciceriano, esta obra chamava-se Hostensius e era um elogio a filosofia. Neste período aquele que se tornaria uns dos maiores teólogos da história, recusava-se de ler a Bíblia, pois as escrituras sagradas lhe pareciam indignas de um homem culto.(…)</blockquote.

    Veja, eu gosto de inglês, tenho nível intermédiario, e uma fluencia regular na lingua, mas sempre tive alguma difificuldade no processo de aprendizado.Talvez, alguem poderia entender que não gosto, que fui forçado, mas não é por aí.Enfim, é uma questão relativa.

    Agora, tu me parece tenso, não vi o Wesley te ofendendo em momento algum.Alias, ninguem neste post está.O que pode acontecer é cometer um excesso pontual aqui e ali, mas esse padrão é comum de ser encontrado em Blogs protestantes e com escala mais alta.

    "3-Tu podes comentar sobre o debate em outros posts,pois o blog é do Joge, e dizer seus “belos adjetivos” contra mim,mas eu não irei responder sobre o “primado” de Pedro aqui,pois eu estou DEBATENDO COM O JORGE!(Talvez em maiúsculo os outros que querem se intrometer entendam!)O próprio Jorge ,que é coerente,repreendeu quem quis se intrometer! O Jorge não precisa de advogados,ademais o debate é entre eu e ele."

    Você tem razão, o Jorge repreendeu, eu sei disso por que também escrevi lá.O Blog é do Jorge, eu concordo e tenho ciência disso.Agora, não venho para ser o "advogado" do wesley, mas em outros posts correlatos, penso eu, pode-se comentar e debater a vontade.Posso estar errado.
    Um abraço!

  16. Sr.Alvaro Fernandes, sim, nós vamos se intrometer no aux-armes, principalemnte se o Jorge não lhe der mais nenhuma respostas aos seus argumentos conta o papado, ou, pelo menos lhe chamando a atenção caso ele não passar mais por lá, como eu fiz, pois é um direito meu e de todos nós católicos que nossa fé seja defendida, mesmo que indiretamente pelo Jorge, já que ele propôs fazer isto, portanto, não vai ser você, um protestante petencostal, espírita, pagão ou ateu, que vão querer calar nossas bocas.

  17. Álvaro, eu também não concordo com tudo o que dizem no site Montfort, mas eu não posso negar que lá eles têm bastante conhecimento da doutrina católica, e também da história da Igreja e eu aprendi muito com eles. Muito do que eu sei, eu devo ao site Montfort. Claro, não somente ao site Montfort, como também a muitos sites católicos, mas para mim a Montfort é um bom site para pesquisar sobre a doutrina e a história da Igreja. Só por isso que indiquei este site.

    Não concordo com tudo o que eles dizem, mas não posso negar que eles defendem a fé católica. Se eles respondem de maneira agressiva, pelo o que eu vi, é somente àquelas pessoas que chegam logo dando coice, sem apresentar argumentos. Agora, se a pessoa somente fizer perguntas, se vier, sem agressividade e falta de respeito, pedir respostas para algumas dúvidas, eles até que são educados. Eles até mesmo conseguiram converter algumas pessoas à fé católica. Abraços.

  18. Prezado Senhor Sidney,

    Terei que repetir aqui: Na próxima vez vou por em maiúsculo!

    1- O debate proposto é entre eu e o Jorge Ferraz.

    2-Apesar de não concordar com algumas atitudes dele,permita -me dizer que ele é um homem de palavra! Ele se comprometeu a debater somente comigo! Ele vai responder! Ele me prometeu que o aux-armes é uma páginda de debates organizada somente entre duas pessoas!

    3-Este post trata do tema da religião espírita kardecista,portanto os posts devem ser orientados nesse sentido!

    4- Eu não me importo com os rótulos(herege,inimigo da fé…dentre outros ) e não responda a ofensas e ad hominens.

    5- Esta foi a última vez que trato do tema do “primado” de pedro aqui.

    Abraços,

    Álvaro Fernandes.

  19. Terei que repetir aqui: Na próxima vez vou por em maiúsculo!

    1- O debate proposto é entre eu e o Jorge Ferraz.

    Não, não precisa colocar em maiúsculo, mas parece que você é que não entendeu, não quero nem saber se o debate lá é entre duas pessoas, pois parece que o debate acabou sendo um monólogo aonde apenas você fala e ninguém mais responde, é por isto que fique p da vida com o Jorge que não deu mais o ar de sua graça lá, e se não viesse dar, mais cedo ou mais tarde eu ou alguém iria lá intervir para chamar a tenção do Jorge e não a sua, portanto, que fique você na sua que a chamada de antenção foi para o Jorge e não para a sua senhoria.

  20. E se o Jorge não quer que ninguém intervenha lá, ele que faça um filtro ou retire qualquer um que venha a se intrometer lá, mas se não lá, aqui ou qualquer outro tema ela seria chamado a atenção.

  21. Sidnei, essa é a questão dos protestantes, gostam de sufocar o debatedor com as heresias deles e, promove isso, um monólogo, querem falar sozinhos, de um jeito emproado, afinal, né, só eles “conhecem a verdade” e nós na “mentira”, além disso, para eles nós católicos não aceitamos a Jesus, ou melhor “Jizuis” hoje.Você viu?Todos os 5 pontos colocados por ele, ou seja o Alvaro, não tem um ar de prepotência?

  22. Sim Leniéverson, senti isto também, só falta ele se aclamar dono do blog e ditar as regras por aqui, é por isto que me encontro irritado, pois diante de tal ousadia, o dono do blog parece paciente até de mais, ou é eu que estou impaciente com esta situação toda.

  23. Álvaro,

    Olha o que você disse mais acima em resposta à Cristiane, em 2 de janeiro:

    “…mas o livre-exame nada mais é do que não aceitar tudo o que a instituição romana diz que é correto”.

    Comentário: Esta sua conclusão é perfeita! Aqui concordo contigo. O livre-exame tem como base ser contra a tradição apostólica, independente dos argumentos e das evidências. O livre-exame privilegia o pensador como capaz, por si só, de compreender as escrituras melhor que qualquer representante da tradição apostólica, por exemplo… melhor que São Jerônimo! É de uma soberba sem medida o livre-exame, seu intento realmente é não aceitar. Esta palavra é própria do livre-exame protestante.

    Pois bem, entre a opinião do mais culto protestante e do mais simples padre da tradição apostólica, sem dúvida, eu fico com o segundo e nunca com o primeiro, por motivos óbvios… além do mais, soberba sem medida, sentimento inerente aos protestantes, tem por inspirador e origem, o maligno…

  24. Presado Ygor,

    Não irei “estender-me” no assunto : livre-exame,pois não é o assunto do post,mas livre exame está intrinsecamente ligado as regras hermenêuticas(das quais já apresentei algumas aqui em outros posts,porém se quiseres eu passo-as aqui),não obstante,aceitar tudo o que a tradição oral “apostólica” disse num “telefone sem fio” é uma coisa que eu não faço.Eu até concordo que seja tradição oral,mas nunca fora tradição oral apostólica,pois a Igreja romana prega uma doutrina diferente da doutrina dos apóstolos.O livre exame é uma espécie de “fuga” daquilo que arbitrariamente a Igreja romana chama de “tradição apostólica”.Quanto ao seu adjetivo “soberbo” …é lamentável,pois tu pareces ser mais inteligente do que alguns aqui,mas se utiliza das mesmas artimanhas deles(xingamentos,adhominens….).Eu até toparia um debate contigo,pois tu demonstras honestidade e auto-controle.

    “Aos intrometidos de plantão”…. façam o seguinte:

    1) Se faça de doido e desobedeça o Jorge postando no aux armes.

    2)Não se faça de doido e não post caso queira comentar ou debater,então peço ao dono do blog.

    3) Se faça de doido e continue comentando propositalmente sobre o assunto do debate em outros posts e aproveite para rotular,xingar o oponente só porque ele não possui o seu credo.

  25. Álvaro
    “não obstante,aceitar tudo o que a tradição oral “apostólica” disse num “telefone sem fio” é uma coisa que eu não faço.Eu até concordo que seja tradição oral,mas nunca fora tradição oral apostólica,pois a Igreja romana prega uma doutrina diferente da doutrina dos apóstolos.”

    É tradição apostólica sim, Álvaro. Se você afirma que a Igreja Católica Apostólica Romana não prega a doutrina dos apóstolos, então cabe a você provar isso. A tradição da Igreja Católica é a tradição dos apóstolos. Basta olhar a patrística para ver isso. Quem não prega a doutrina dos apóstolos é o protestantismo. Isso é fato. Você fala assim devido à sua ignorância (não estou dizendo no sentido pejorativo, portanto, não se ofenda).

    A Sola Scriptura prega que a Bíblia deve ter primazia sobre a tradição, mas nunca vi nenhum dos apóstolos defender isto, nem mesmo os outros santos que eram contemporâneos dos apóstolos. Eu prefiro ficar com a interpretação dos Padres da Igreja, como Inácio de Antioquia, Cirilo de Alexandria, Agostinho de Hipona, João Crisóstomo, entre outros, do que ficar com a interpretação do mais culto protestante. Afinal, foram os Padres da Igreja que proporcionam a interpretação correta da escritura, foram eles que registraram a Sagrada Tradição e distinguiram entre as heresias. Foram eles que definiram quais eram os livros que deviam ser considerados divinamente inspirados.

    A Igreja Católica, ao contrário do que muitos pensam, não surgiu no século IV. Ela já existia antes, desde o século Id.C. O termo “católica” foi utilizado pela primeira vez pelo Bispo Inácio de Antioquia, discípulo do apóstolo João, que provavelmente foi ordenado pelo próprio Pedro,[53] alguns historiadores sugerem que os próprios apóstolos poderiam ter utilizado o termo para descrever a Igreja.[53] O termo Católica invoca o princípio de que desde o começo a Igreja foi universal, aberta aos gentios, em 200 o termo já era comumente utilizado.

  26. Aos intrometidos de plantão”…. façam o seguinte:

    1) Se faça de doido e desobedeça o Jorge postando no aux armes.

    Se o Jorge não der o ar de sua graça no aux armes, vamos se intrometer sim, pois aqui o que está em jogo não é a vontade do Jorge ou a do Sr Alvaro, mas a defesa da fé católica, portanto, não vai ser um protestante que vem ditar regras a onde os católicos são maioria porque aqui não vamos deixar. E parece que o Álvaro ainda não se tocou que minha intromissão no aux armes foi chamar a tenção do Jorge, não dirigi a sua pessoa, e nem quero, e depois quando chamamos ele de soberbo fica todo ofendido achando que só ele recebe ofensas, mas quando diz que a Igreja Católica não segue a Tradição Apostólica ou que o Vaticano ensina a mentira, aí não há ofensa nenhuma a nós católicos, é só mais um bom e caridoso protestante querendo arrancar os pobres católicos das garras desta famigerada igreja, e fazer a passar conhecer a JESUS, e assim ser salvo, ainda de soberbo, se mostra um verdadeiro arrogante ao extremo.

  27. Prezado Álvaro,

    Você me diz:

    Gostaria de fazer algumas considerações sobre a sua intromissão no meu debate com o Jorge no aux-armes sobre o primado de Pedro.

    Peço a todos que estão aqui que visitem o aux armes e procurem alguma intromissão da minha parte – garanto que não irão ver meu nome – ai voltem aqui e veja se o que o Sr. Álvaro diz faz sentido?

    Este senhor é tão contraditório que logo em seguida diz:

    Tu podes comentar sobre o debate em outros posts

    Mas eu não fiz isso?

    Educadamente eu atendi ao pedido do Sr. Jorge, porém não poderia deixar o Sr. Fernando Nascimento sem resposta, por isso postei aqui.

    Polidamente eu te peço que cresça, para evitar vergonhas como essa! É você quem esta se contradizendo desde o início – lembra lá do triste fim do progressismo…

    Até agora você não me mostrou um documento – nem sequer de um pseudo-católico – que queira colocar Maria junto a trindade, formando uma “quaternidade”, por isso eu afirmo que o protestantismo só cresce na base da mentira!
    Se for capaz prove-me o contrário.

    Como o link do cacp não traz nenhuma fonte, você esta perdidinho, o que é natural para quem gosta de copiar e colar da internet, sabe o que é o pior? É que este cacp se passa por bam-bam-bam, eles são da mesma laia do lucas banzolli que diz que a Igreja Católica é a Babilônia[mentira condenada até por você], lembra:

    Se algum evangélico mal-informado e sem conhecimento bíblico ou mesmo pastor afirma isso[que a Igreja Católica é a babilônia] …está precisando se converter

    Você é contraditório, pois utiliza-se justamente dos textos de quem você condena.

    Finalizando, você diz:

    EU não respondo os seus “ad hominens”,ofensas e xingamentos

    Você não responde porque eles não existem, isso é um complexo seu, como já foi exposto – e eu subscrevo – por outro debatedor:

    vou tomar essa sua atitude como uma tentativa de projetar em mim aquilo que você pratica, pois, segundo o que se ouve por aí, o indivíduo procura projetar nos outros apenas os defeitos e fraquezas de que é portador, já que as virtudes são exclusivamente suas.

    Nisto ele esta correto.

    Ainda sobre os “ad hominens” escute isso:
    http://www.youtube.com/watch?v=oIRTKp51-0Q

    Você só puxou o saco de Santo Agostinho – “extremo conhecedor do grego” para dar mais crédito somente para este momento, ISSO É NOTÓRIO E VERGONHOSO, que se eu mostrar o comentário dele sobre João 2: 12 – 21[aqui ele não “dá” o direito de escolha ao leitor], você irá mudar de opinião rapidinho, dúvida? Você utiliza o apelo a autoridade somente nisto e ainda quebra a cara, pois o próprio santo agostinho disse:

    Mas que o leitor decida qual dessas duas opiniões é a mais provável.

    No resto [para você] o extremo conhecedor do grego ERRA.

    Obs: Você acredita estar debatendo com o Jorge ou comigo quando na realidade você está debatendo com a Igreja, aquela mesma que você fazia parte antes da reforma protestante, e que agora tenta combatê-la através de uma novidade chamada de livre interpretação.

  28. Prezado Álvaro,

    livre exame está intrinsecamente ligado as regras hermenêuticas(das quais já apresentei algumas aqui em outros posts,porém se quiseres eu passo-as aqui)

    O que estas regras garantem dentro do protestantismo?
    Seria uma mentira qualificada?

    Não obstante,aceitar tudo o que a tradição oral “apostólica” disse num “telefone sem fio” é uma coisa que eu não faço.

    Faz sim! E depois joga fora! Olha o pensamento protestante:

    1 – Só havia a Tradição.
    2 – Você aceita a Tradição para aceitar a Biblia.
    3 – Aceita a Biblia para negar a Tradição.
    4 – Só existe a Bíblia.

    Eu vou fazer uma pergunta direta, para entender seu pensamento sobre o que é o cristianismo, o que foi mais importante para o cristianismo: Maria ou a Bíblia?

  29. Álvaro,

    Sua resposta: “…Não irei “estender-me” no assunto : livre-exame…”

    Comentário: Nem eu quero que você se estenda! Sua afirmação foi mais do que suficiente para mim.

    Uma consideração sua: “…não obstante,aceitar tudo o que a tradição oral “apostólica” disse num “telefone sem fio” é uma coisa que eu não faço”.

    Comentário: E quem te disse que alguém aqui fez isso? Em particular, te digo que quase toda semana eu faço um exame sobre algum artigo da fé e sobre seus fundamentos. Examino se fazem realmente sentido, se eu realmente os estou entendendo da maneira correta e, na dúvida, consulto o pároco de minha confiança ou vou à internet pesquisar.

    Outra sua: “…,pois a Igreja romana prega uma doutrina diferente da doutrina dos apóstolos.”

    Comentário: Você diz isso porque é adepto da sola escriptura. Como tudo relacionado à fé, para você, deve ter alguma relação auto-evidente bíblica, você acaba por mutilar e/ou limitar a doutrina apostólica. É impossível para o adepto da sola escriptura perceber as sutilezas do Espírito Santo a guiar a Igreja através do tempo… Você pensa realmente que a palavra de Deus, no que diz respeito a nós, está encerrada na Bíblia??? Se a resposta for sim, você está limitando a Deus. Se não, por que então persistir na sola escriptura??? Resolve essa!!!

    Outra sua: “Quanto ao seu adjetivo “soberbo” …é lamentável,pois tu pareces ser mais inteligente do que alguns aqui,mas se utiliza das mesmas artimanhas deles(xingamentos,adhominens….)”.

    Comentário: O adjetivo é justo pois não é razoável crer na interpretação moderna protestante e ignorar a interpretação de São Jerônimo, por exemplo. É ilógico, é erro, é soberba mesmo! Basta comparar os argumentos, comparar a formação, comparar a sucessão, comparar as épocas… quem está mais próximo da epifania?

    É engano seu pensar que sou mais inteligente que os outros! Na verdade, é o oposto. Estou sempre, como disse acima, me questionando e procuro aprender mais com quem sabe mais. Por isso leio o Deus Lo Vult! e outros blogs de qualidade. Repare que não faço muitos comentários. Isto porque só me atrevo a comentar quando conheço um pouco do assunto e penso que minha participação vai contribuir de alguma forma. Para ter ideia, até hoje eu não procurei saber o que significa o termo “ad hominem” que você cita… e tenha a certeza de que não estou te xingando de soberbo. O que expus foi a sua afirmação sobre o livre-exame, a característica principal dele e, baseado nisto, uma simples conclusão: O livre-exame protestante tem por qualidade(ou defeito) principal a soberba de se julgar melhor intérprete das sagradas escrituras que qualquer padre da Sagrada Tradição. Isto é xingar????

    Finalizo a te dizer que nunca tive problemas quando alguém me mostra que estou errado. Estou sempre em busca da verdade e até por isso questiono meus fundamentos. Eis que até o momento, só encontrei a verdade na Igreja de Cristo, Católica Apostólica Romana e em mais nenhum lugar. Se você conseguir me provar que a sua doutrina é a verdadeira, eu te darei toda a razão, sem o menor aborrecimento! Agora, pelo que entendo e se não me engano, sem apelar para sofismas, você não vai conseguir. E apelando para sofismas, fica patente a impossibilidade do intento, visto que sofismas se apoiam em falácias. Contudo, quem sabe eu esteja errado?

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