Do discernimento dos espíritos – Santo Inácio de Loyola

[Hoje é dia de Santo Inácio de Loyola. Publico um texto inaciano que o leitor Alex Borges fez a gentileza de me enviar, pelo quê lhe agradeço.

Santo Inácio foi um grande santo; fundador dos jesuítas, uma grande ordem. Gostaria de ter mais tempo para falar um pouco mais sobre ele (e sobre os jesuítas), sobre a atualidade do carisma inaciano que, aliás, é hoje quase uma urgência. Todos os inimigos da Igreja sempre detestaram e perseguiram particularmente os jesuítas, por sua ortodoxia, por sua submissão incondicional ao Papa, por sua dedicação integral à causa do Evangelho. Hoje, faltam jesuítas; ou, melhor dizendo, hoje falta o carisma de Santo Inácio de Loyola. Que ele, de junto a Deus, interceda por nós.]

Regras Para Discernimento Dos Espíritos

1. Àqueles que vão de pecado mortal em pecado mortal costuma, geralmente, o inimigo propor gozos aparentes e despertar-lhes na imaginação prazeres e desejos impuros, para mais os conservar e mergulhar em seus vícios e pecados. Ao contrário, o bom espírito causa-lhes remorsos e estímulos de consciência para os retirar de tão lastimoso estado.

2.Com aqueles que procuram intensamente purificar-se de seus pecados, e progredir no serviço de Deus, Nosso Senhor, dá-se o contrário do que foi dito na primeira Regra. Pois neles costuma o demônio suscitar perturbações de consciência, tristeza e desânimo, inquietando-os com falsas razões, para que não vão por diante na sua santificação. Pelo contrário, é próprio do bom espírito dar coragem, forças, consolações, lágrimas, inspirações e tranqüilidades, tornando-lhes tudo fácil e afastando todos os impedimentos, para que vão sempre adiantando na virtude e perfeição.

3. Da consolação espiritual. Chamo consolação qualquer movimento interno que impele a alma para mais servir e amar o seu Criador e Senhor, afastando-a, por conseguinte, de todas as coisas criadas para só descansar no Criador delas; e também quando provoca lágrimas de amor a Deus, de dor dos próprios pecados, de compaixão pela morte de Cristo e de outras coisas ordenadas diretamente ao seu serviço e louvor; finalmente, chamo consolação a todo aumento de fé, de esperança e caridade, e a toda a alegria interna que atrai o homem para as coisas celestes e salvação de sua alma, dando-lhe paz e tranqüilidade em seu Criador e Senhor.

4. Da desolação espiritual. Chamo desolação tudo que é contrário ao que foi mencionado na terceira Regra, como por exemplo: trevas na alma, perturbações, inclinação para coisas baixas e terrenas; desassossego por várias tentações, que impelem a alma para a desconfiança, enfraquecendo-a na fé e na caridade, tornando-a triste e indolente no serviço de seu Criador e Senhor. Porque da mesma forma que a consolação é contrária à desolação, também os pensamentos, que nascem da consolação, são contrários aos que nascem da desolação.

5. No tempo da desolação não se deve mudar nada, mas perseverar firme e constante nos propósitos feitos no tempo da consolação; porque do mesmo modo que na consolação nos aconselha e guia o bom espírito, assim o mau nos causa, na desolação, sugestões, a que não podemos dar assentimento.

6. Ainda que na desolação não devamos mudar nossos propósitos, contudo é muito útil agir contra a mesma desolação, persistindo, por exemplo, mais tempo na oração, no exame de consciência e alargando-nos mais no uso das penitências.

7. Quem está na desolação considere que o Senhor, para o provar, o abandona a suas próprias forças naturais, a fim de que resista às várias tentações do inimigo; pois não lhe falta o auxílio divino, ainda que o não sinta; porque, se o Senhor lhe tirou o fervor primitivo, e sensível, e a graça superabundante, deixou-lhe todavia a graça suficiente para a sua salvação.

8. Quem está na desolação, trabalhe por levar com paciência as penas que lhe sobrevêm e pense que prontamente será consolado, tomando as medidas contra tal desolação como foi indicado na 6ª Regra.

9. São três as causas principais por que nos achamos desolados. A primeira é porque somos tíbios, preguiçosos ou negligentes em nossos exercícios espirituais e, por nossas faltas, se afasta de nós a consolação espiritual. A segunda porque Deus quer ver quanto podemos e até onde chegamos no seu serviço e louvor sem os auxílios da consolação. A terceira, porque Deus nos quer dar a conhecer que não está em nosso poder sentir grande devoção, amor intenso, lágrimas, nem qualquer outra consolação espiritual, mas que tudo é graça de Deus, Nosso Senhor, a fim de que não nos ensoberbecemos nem envaidecermos atribuindo a nós mesmos a devoção e outras manifestações da consolação espiritual.

10. Aquele que está em consolação pense como se portará na desolação que depois virá, armazenado novas forças para esse tempo.

11. Quem está consolado procure humilhar-se e abater-se quanto puder, considerando quão pouco vale no tempo da desolação sem a graça da consolação. Pelo contrário, quem está na desolação, pense que muito pode com a graça, que não lhe falta para resistir a seus inimigos, recebendo forças de seu Criador e Senhor.

12. O inimigo procede como uma mulher, mostrando-se fraco contra o forte, e forte contra o fraco. Assim como é próprio da mulher, quando luta com algum homem, perder a coragem e fugir, se o homem se mostra corajoso; e, ao contrário, se o homem se mostra covarde e tímido, a ira da mulher chega até ao excesso: do mesmo modo costuma o nosso inimigo enfraquecer e fugir, se aquele que se exercita nas coisas espirituais lhe resiste varonilmente e se opõe diametralmente às suas sugestões; se, pelo contrário, aquele que se exercita, começa a ter medo e a perder a coragem em lhe resistir, não há fera no mundo mais terrível, que este inimigo da natureza humana.

13. Porta-se também o demônio como um falso amante, que não quer ser descoberto. Assim como um homem que, procurando seduzir, com suas ilusórias palavras, a filha dum pai honesto, ou a esposa dum marido honrado, lhes propõe silêncio e pede segredo para que suas pérfidas insinuações não cheguem aos ouvidos do pai ou do marido, pois desfazer-se-ia toda a sua tentativa: assim quer o inimigo que as falazes propostas, que segreda à alma justa, fiquem ocultas e não sejam manifestadas ao confessor ou a uma pessoa espiritual que conheça bem seus embustes, pois perderia toda a esperança de consumar a sua malícia ao ver descobertos todos os seus artifícios.

14. Porta-se também o demônio como um general, quando quer apoderar-se duma fortaleza. Pois, à semelhança dum comandante ou chefe militar que, depois de assentar os arraiais, explora as fortificações e obras de defesa, para saber qual é a parte mais fraca, para começar por ela o ataque: assim o maligno espírito anda rondando em volta de nós para explorar as nossas virtudes teologais, cardeais e morais, a fim de começar por onde nos achar mais fraco, e nos render.

EXERCÍCIOS DE SANTO INÁCIO DE LOIOLA
Com práticas e meditações para oito dias de retiro pelo Pe. Alexandrino Monteiro, S.I.
– II Edição – Editora Vozes – 1959  – pp. 320-323.

Regras Para Discernimento Dos Espíritos

Segunda Parte

1. É próprio de Deus e de seus Anjos, quando entram numa alma, enchê-la da verdadeira alegria e gozo espiritual, e banir toda a tristeza que o inimigo procura introduzir nela. Ao contrário, é próprio do mau espírito combater esta alegria e gozo espiritual por motivos fúteis, sutilezas e contínuas ilusões.

2. Só a Deus pertence consolar a alma sem causa precedente, pois só Ele tem direito de entrar nela e sair quando quiser, movendo-a ao amor de sua divina Majestade. Digo sem causa precedente, isto é, sem nenhum aviso prévio ou conhecimento de qualquer objeto, que dê origem àquela consolação.

3. Quando a consolação é precedida de alguma causa, o bom e o mau anjo podem ser igualmente o seu autor; mas os fins são inteiramente contrários. O bom anjo tem por finalidade o aproveitamento da alma, que deseja ver crescer nas virtudes. O mau anjo, ao contrário, quer vê-la retroceder no bem, para a levar, enfim, a seus perversos intentos.

4. É próprio do mau espírito transformar-se em anjo de luz e entrar primeiramente nos sentimentos da alma piedosa e acabar por lhe inspirar os seus próprios sentimentos. Assim, começa por sugerir a esta alma pensamentos bons e santos conforme às suas disposições virtuosas; mas logo, pouco a pouco, procura prendê-la em seus laços secretos e levá-la a consentir em seus pecaminosos intentos.

5. É examinar com grande cuidado o curso de nossos pensamentos. Se o princípio, o meio e o fim são bons e tendem ao bem, é sinal de que vêm do bom anjo; mas se no decurso deles se encontram alguma coisa má, vã ou diferente do que tínhamos proposto fazer, é sinal evidente de que tais pensamentos procedem do mau espírito.

6. Quando o demônio for descoberto por sua cauda serpentina, isto é, pelo fim pernicioso a que nos quer levar, será útil considerar os pensamentos que nos sugeriu, examinar-lhes o princípio e ver como, pouco a pouco, nos fez perder a alegria espiritual até nos levar à sua perversa intenção. A fim de que, pela experiência alcançada, nos acautelemos para o futuro de suas costumadas fraudes.

7. Naqueles que vão de bem em melhor costuma o bom anjo insinuar-se docemente, como uma gota d’água que cai numa esponja. O mau anjo, ao contrário, entra bruscamente como água que cai em pedra. Naqueles, porém, que vão de mal em pior, entram os mesmos espíritos diversamente, conforme à disposição da alma lhes é contrária ou semelhante. Se lhes é contrária, entram ruidosamente; se semelhante, entram silenciosamente e como por casa de porta aberta.

8. Quando a consolação vem sem causa precedente, ainda que esteja livre de fraude, pois é de Deus, como foi dito na 2ª Regra, contudo a alma, que recebe esta consolação, deve atender bem e distinguir o tempo que se lhe segue. Pois neste segundo tempo, em que a alma se sente toda fervorosa e gozando ainda dos restos da consolação passada, acontece tomar várias resoluções, que não são inspiradas imediatamente por Deus, e por isso devem-se examinar bem antes de se lhes dar inteiro assentimento e por em execução.

EXERCÍCIOS DE SANTO INÁCIO DE LOIOLA
Com práticas e meditações apropriadas para oito dias de retiro pelo Pe. Alexandrino Monteiro, S.I.
II Edição – Editora Vozes – 1959 – pp. 324-325

Para Fazer Boas Opções

1. Matéria das opções – há matéria livre e não livre.

2. Objetivo da opção: Considerar o fim porque estou no mundo – servir a Deus.

3. Três tempos na opção ( o mais seguro é que os três coincidam).

a)      Deus move – é o meio mais seguro de fazer opção.

b)      Pelas consolações e desolações

c)      Pela razão iluminada pela fé – Rezar, pedir luzes

I. Condições ( 1ª forma de usar a razão)

– Elencar vantagens e inconvenientes

– Tirar conclusão

– Pedir a confirmação de Deus

II. Imaginar outrem ( o que lhe aconselhar)

– Eu na morte

– Eu no juízo

Satanás e Belzebu

Faço coro ao que o Murat disse hoje. O momento político que atravessamos exige, dos católicos, a determinação na defesa dos valores que são inegociáveis. Nosso apoio político precisa ter um preço. Não podemos vender os nossos votos para o primeiro monstro “menos feio” que aparecer em nossa frente, acusando a “falta de opções” do cenário político atual e arranjando mil e uma justificativas para esconder a realidade nua e crua: José Serra [ainda] não é um candidato que merece o voto católico.

A sra. Rousseff não o merece de forma alguma, e isso já está bastante claro para qualquer pessoa que tenha um mínimo de noção de política e de Doutrina Católica. Não vou insistir neste ponto. Os católicos não podem apoiar a ex-terrorista do Partido Totalitário. Quem “não concorda” com isso é porque, infelizmente, colocou a sua devoção partidária acima da Moral Católica. Tomo este assunto como já suficientemente concluído, pelo menos para efeitos deste post. Quero agora falar sobre outra coisa.

É fato inconteste que o PSDB é um partido mais aceitável do que o PT, porque aquele permite – ao menos! – a pluraridade das posições, enquanto que o PT obriga os seus afiliados a lutarem por uma agenda ideológica imoral e anti-católica, que inclui a defesa do aborto e de outras aberrações contrárias à Lei Natural. Se o pleito de outubro próximo fosse para votar simplesmente na legenda, PT ou PSDB, acredito que a opção por este último estaria já justificada. No entanto, não votamos somente nos partidos, mas também nas pessoas – e isso, ao contrário do que parecem querer fazer acreditar os entusiastas do sr. José Serra, precisa ser levado em consideração.

A militância pesada anti-PT e contra a sra. Rousseff é perfeitamente justificável: eu diria mais, é necessária, é obrigação moral de todas as pessoas que compreendem a gravidade da situação que o Brasil atravessa. Ela, no entanto, não pode ser confundida (a tentação é grande!) com o apoio entusiasta ao outro lado que também é inimigo da Igreja. Uma coisa é o sujeito que, com o coração na mão, com a consciência perplexa, em um eventual segundo turno entre a Dilma e o Serra, quando já esgotadas todas as possibilidades, vota neste último já pedindo perdão a Deus, justificando-se que é unicamente para que a ex-terrorista não seja eleita. Uma outra coisa, completamente diferente, é começar desde já a fazer campanha para o candidato do PSDB. Não se luta contra Satanás rasgando seda para Belzebu. O inimigo do meu inimigo nem sempre é meu amigo. Se as eleições de outubro forem (como parece que vão ser) Alien vs. Predador, não se pode simplesmente abraçar um deles e dedicar-se zelosamente à sua vitória. Depois que um monstro comer o outro, nós seremos as suas próximas vítimas. Isto é importante demais para ser esquecido.

Voltemos ao sr. José Serra. Alguém perguntou, certa vez, ao pe. Lodi qual seria o “mal menor” entre o PT e o PSDB. O reverendíssimo sacerdote falava especificamente sobre José Serra. Sobre o assunto, destaco:

Se você desejaria votar em José Serra (nem que fosse por exclusão), mas se vê impedido de fazê-lo por causa da triste Norma Técnica, clique no “link” abaixo. Você enviará uma mensagem instantânea, não apenas ao presidenciável, mas a sua equipe de “marketing”. Abrir-se-á uma janela com um texto, que você poderá modificar o quanto desejar.

JoséSerra: CompromissoRevogarNormaTécnica

Telefones úteis do Comitê José Serra:
Cristiane
(11)3646-1500 Bianca
(11)3646-1566 FAX

A data que tem no final da página é 21 de outubro de 2002 e, portanto, não sei se os telefones e emails apresentados ainda funcionam. No entanto, a questão moral permanece integralmente de pé. Um católico pode desejar votar em José Serra por “exclusão” mas, mesmo assim, ver-se impedido disso pelo fato do tucano ser abortista. Volto ao que disse acima: o candidato PSDBista, do jeito que as coisas estão hoje, não merece o apoio católico. E nós deveríamos valorizar o nosso apoio político, ao invés de o cedermos de bandeja para quem já tem culpa no cartório e não dá nenhuma garantia (de valor objetivo) de que não vai continuar a agir do mesmo modo. Abortista não merece confiança a priori. Isso deveria ser simples de entender.

Ao invés, portanto, de se engajarem em campanhas entusiastas a favor de um abortista notório, os católicos que não querem que a sra. Rousseff seja eleita deveriam – na minha modesta opinião – é pressionar o tucano (afinal, não dizem que ele é um democrata?) a assumir uma posição decente na defesa da vida humana, nas questões que são inegociáveis. Apoiá-lo alegremente, sem exigir nada em troca, é um erro de proporções monstruosas.

Zelo zelatus sum

Impressionou-me positivamente o artigo do pe. Zezinho publicado no mês passado, mas que só agora eu li. Leva por título “Por uma Igreja que pensa” (é o terceiro texto do link acima indicado – não tem link direto). Aliás, eu nunca diria que o texto saiu da pena do pe. Zezinho, se não estivesse disponível em um blog que, até onde pude perceber, não é fake. Não é do próprio pe. Zezinho, mas é “em [sua] homenagem”. Tomara que seja verdadeiro.

São verdadeiríssimas palavras! Vejam só: “Parecemos um hospital que, na falta de médicos na sala de cirurgia, permite aos secretários, porteiros e aos voluntários bem intencionados que operem o coração dos seus pacientes. Há católicos aconselhando, sem ter estudado psicologia. Há pregadores receitando, sem conhecer a teologia moral. E há indivíduos ensinando o que lhes vem na cabeça, porque, entusiasmados com sua fama e sua repercussão, acham que podem ensinar o que o Espírito Santo lhes disse naquela hora”. E tanto a analogia quanto os exemplos concretos apontam para uma mesma coisa: a falta de cuidado com os assuntos religiosos, tratando com desleixo e negligência coisas que são da mais alta importância. Estamos falando da Fé Católica, que – mutatis mutandis, óbvio, porque a chance de um porteiro “acertar” uma cirurgia cardíaca é muito menor do que a de um leigo bem intencionado acertar uma palestra – é mais importante e mais séria do que problemas cardíacos que exigem uma intervenção cirúrgica.

Trata-se de um fenômeno moderno que outras pessoas já tiveram a oportunidade de apontar: vivemos em um século onde a qualidade do conhecimento é continuamente questionada, onde existem (e exigem-se) especialistas sobre assuntos os mais diversos mas, no entanto, se o assunto for a Igreja Católica, todo mundo pode e deve emitir as opiniões mais disparatadas possíveis, sem que seja necessário para isso ter lido uma única linha de um único catecismo de crianças sequer. Trata-se a religião com uma displicência tão grande como não se usa para política, culinária ou futebol; para este último, exige-se que se conheçam ao menos as regras básicas do jogo e a escalação do time. Com relação à Igreja, a maior parte das pessoas que adora falar sobre catolicismo não é capaz de dar o nome de três dicastérios vaticanos ou de citar, em ordem, os últimos cinco papas. É impressionante: para discutir futebol exige-se mais!

E o problema começa “de dentro”, como apontou o pe. Zezinho no  texto acima citado. São pessoas sem nenhuma preparação que estão em posições-chave da Igreja! Se somos nós próprios, em nossas paróquias e arquidioceses, que tratamos as coisas sagradas como se tivessem pouca ou nenhuma importância, como poderemos exigir que os inimigos da Igreja tratem-nA como Ela merece?

Urge acabar com esta cultura de mediocridade. É fundamental que tratemos seriamente as coisas sérias, e é da mais alta importância que dediquemos o nosso melhor à Igreja, reservando para o Altíssimo a melhor parte daquilo que temos e somos. Zelo zelatus sum pro Domino Deo Exercituum – oxalá o sentido dessas palavras pudesse impregnar-se na alma de cada católico! Cuidai daquilo que é Vosso, Senhor. Olhai pela obra de Vossas mãos. Deus, in adjutorium nostrum intende; Domine, ad adjuvandum nos festina.

PT, votos e questões morais

Aproveitando uma discussão que está rolando aqui, gostaria de sugerir enfaticamente a leitura deste simples e didático artigo do pe. Lodi: “Posso votar no PT? – uma questão moral”. Destaco:

10. Que falta comete um cristão que vota em um candidato de um partido abortista, como o PT?

Se o cristão vota no PT consciente de tudo quanto foi dito acima, comete pecado grave, porque coopera conscientemente com um pecado grave. O Catecismo da Igreja Católica (n. 1868) ensina sobre a cooperação com o pecado de outra pessoa: O pecado é um ato pessoal. Além disso, temos responsabilidade nos pecados cometidos por outros, quando neles cooperamos: participando neles direta e voluntariamente; mandando, aconselhando, louvando ou aprovando esses pecados; não os revelando ou não os impedindo, quando a isso somos obrigados; protegendo os que fazem o mal.” Ora, quem vota no PT, de fato aprova, ou seja, contribui com seu voto para que possa ser praticado o que constitui um pecado grave.

E não venham rasgar as vestes dizendo que a Igreja não deve se meter em política! Gastem cinco minutos do seu tempo buscando entender o que significa isso antes de lançarem pedras. Sobre este assunto, aliás, recomendo também a leitura deste artigo do Carlos Ramalhete, escrito há muitos anos mas perfeitamente atual, disponível provisoriamente no link indicado. Destaco:

O essencial é que não se use nem o espaço físico nem o nome da Igreja para apoiar Fulano em detrimento de Beltrano. O padre tampouco pode envolver-se em apoio a candidaturas.

A não ser que Beltrano seja um candidato pró-aborto, pró-sodomia, etc. (caso em que é permissível fazer campanha *contra* Beltrano, mas não *a favor*  de Fulano dentro do ambiente eclesial), a comunidade eclesial deve manter-se igualmente aberta para todos os candidatos.

Dilma, a “companheira” terrorista

Este vídeo vale pela genialidade do sincronismo. Do meio para o fim, toca-se aquela música de Chico Buarque, “Cálice”. É, eu sei, é uma música de comunistas contra a “ditadura” militar brasileira; mas ipse venena bibas. Ver uma foto da Dilma surgindo aos 3:45, no exato instante em que Chico canta “ver emergir o monstro da lagoa”, arrancou-me grandes gargalhadas. Genial.

Aos 3:05, aparece uma foto do soldado Mário Kozel Filho. “Assassinado pelo grupo terrorista da Dilma”. Tinha 19 anos! Recentemente, recebi um email dizendo que, no Ibirapuera, uma das ruas se chama “Sargento Mário Kozel Filho”. E diz a mensagem:

Era filho de Mário Kozel e Therezinha Vera Kozel.

[…]

Kozel, fazia parte da 5ª Companhia de Fuzileiros do 2º Batalhão, no 4º Regimento de Infantaria Raposo Tavares, em Quitaúna teve a vida brutalmente ceifada, na madrugada de 26 de junho de 1968, em um atentado terrorista vil e covarde, posto em prática por grupos radicais de esquerda (…).

Dilma era uma das 2 mulheres que estavam dentro do carro que jogou a bomba em cima de Kozel. Que morreu sem a menor chance de defesa, pois estava de costas verificando se havia feridos dentro do outro carro que colidiu com um poste, após os tiros de advertência do soldado Rufino…

Talvez o corpo despedaçado de Kozel assombre a mente de Dilma Rousseff, talvez não… Mas cabe aos brasileiros usarem a consciência e não colocarem o país nas mãos dessa mulher, pois quem participou do assassinato de um verdadeiro servidor da pátria,  JAMAIS pode se tornar  presidente do Brasil.

É história, e não “estória”. O Carlos Alberto Brilhante Ustra conta-a, também, em seu livro “A Verdade Sufocada” (2ª edição revista e ampliada, Editora Ser, Brasília, 2006, pp. 207-208).

Na madrugada fria e nublada do dia 26 de junho de 1968, no Quartel General do II Exército, o silêncio e a tranqüilidade eram visíveis.

Oficiais, sargentos e soldados dormiam e descansavam. Nos seus postos, as sentinelas estavam atentas, zelando pela vida de seus companheiros e protegendo as instalações do QG, pois o período era conturbado.

[…]

Mal sabiam que um grupo de dez terroristas, entre eles duas mulheres, rodavam em um pequeno caminhão, carregado com 50 quilos de dinamite, e mais três fuscas, na direção do QG. Tinham a missão de causar vítimas e danos materiais ao Quartel General.

[…]

Às 4h30, a madrugada estava mais fria e com menos visibilidade. Nessa hora, uma sentinela atirou em uma caminhonete, que passava na Avenida Marechal Stênio Albuquerque Lima, nos fundos do QG, e tentava penetrar no quartel. Desgovernada, batera, ainda na rua, contra um poste. As sentinelas viram quando um homem saltou desse veículo em movimento e fugiu correndo.

[…]

O soldado Mário Kozel Filho, pensando que se tratava de um acidente de trânsito, saiu do seu posto com a intenção de socorrer algum provável ferido. Ao se aproximar, uma violenta explosão provocou destruição e morte num raio de 300 metros.

Passados alguns minutos, quando a fumaça e a poeira se dissiparam, foi encontrado o corpo do soldado Kozel totalmente dilacerado.

[…]

Consumava-se mais um ato terrorista da VPR.

Por questão de justiça, é preciso dizer que Brilhante Ustra não cita Dilma Rousseff entre os que participaram desta ação (as duas mulheres da VPR são Dulce de Sousa Maia e Renata Ferraz Guerra de Andrade). Mas, do grupo terrorista, a atual candidata do PT fazia parte sim – e, portanto, a situação dela não fica muito melhor por conta disso. E uma ex-terrorista comunista, que – até onde me conste – nunca se arrependeu dos seus crimes, naturalmente não pode ser presidente do Brasil.

“O motu proprio tem sentido transcendente à existência ou não de conflitos” – card. Cañizares

A notícia é antiga. A publicação no Oblatvs é de maio de 2009, mas – a julgar por alguns comentários que se ouvem por aí – creio que nem todo mundo a leu ainda. Vale a leitura. O cardeal Cañizares é prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos e, portanto, voz autorizada para dar a correta interpretação do Summorum Pontificum. Os destaques, s.m.j., são todos do pe. Clécio.

* * *

Prefácio do Cardeal Cañizares à edição espanhola de “A Reforma de Bento XVI”

Desde a publicação deste livro até a presente edição espanhola não passaram mais que uns poucos meses. Todavia, a transcendência de certos fatos ocorridos neste lapso de tempo modificou enormemente o “clima” em torno de sua temática, especialmente pelo ambiente de controvérsia que se criou em razão do levantamento das excomunhões dos quatro bispos ordenados há vinte anos por Dom Lefebvre. Este gesto de misericórdia gratuita do Santo Padre para tornar possível a sua plena inserção eclesial, que demonstra com fatos que a Igreja não renega sua tradição, fez com que a “Missa Tradicional” acabe ligada a um problema disciplinar e, pior ainda, político.

Como consequência, existe o risco de uma desfiguração do sentido profundo do Motu Proprio de 7 de julho de 2007; um gesto de extraordinário sentido comum eclesial pelo qual se reconheceu o valor pleno de um rito que nutriu espiritualmente a Igreja Ocidental durante séculos.

Não há dúvida de que um aprofundamento e uma renovação da liturgia eram necessários. Porém, com frequência, está não foi uma realização perfeitamente alcançada. A primeira parte da constituição Sacrosanctum Concilium não entrou no coração do povo cristão. Houve uma mudança nas formas, uma reforma, não, porém uma verdadeira renovação, tal e como pediam os Padres conciliares. Às vezes, mudou-se pelo simples gosto de mudar um passado percebido como totalmente negativo e superado, concebendo a reforma como uma ruptura e não como um desenvolvimento orgânico da tradição. Isto criou reações e resistências desde o princípio, que em alguns casos se concretizaram em posições e atitudes que levaram a soluções extremas, inclusive a ações concretas que implicavam penas canônicas. É urgente, entretanto, distinguir o problema disciplinar surgido de atitudes de desobediência de um grupo, do problema doutrinal e litúrgico.

Se cremos de verdade que a Eucaristia é realmente a “fonte e o ápice da vida cristã” – como nos recorda o Concílio Vaticano II – não podemos admitir que seja celebrada de um modo indigno. Para muitos, aceitar a reforma conciliar significou celebrar uma Missa que de um modo ou de outro devia ser “dessacralizada”. Quantos sacerdotes vimos ser tratados como “retrógrados” ou “anticonciliares” pelo simples fato de celebrarem de maneira solene, piedosa ou simplesmente por obedecerem cabalmente às rubricas! É peremptório sair desta dialética.

A reforma foi aplicada e principalmente vivida como uma mudança absoluta, como se se devesse criar um abismo entre o pré e o pós Concílio, em um contexto em que o termo “pré-conciliar” era usado como um insulto. Aqui também se deu o fenômeno que o Papa observa em sua recente carta aos bispos de 10 de março de 2009: “Às vezes se tem a impressão de que nossa sociedade tenha necessidade de um grupo, ao menos, com o qual não tenha tolerância alguma, o qual se pode atacar com ódio”. Durante este ano foi o caso, em boa medida, dos sacerdotes e fiéis ligados à forma de Missa herdada através dos séculos, tratados muitas vezes como “leprosos”, como dizia de forma contundente o então cardeal Ratzinger.

Hoje em dia, graças ao Motu Proprio, esta situação está mudando notavelmente. E em grande medida está acontecendo porque a vontade do Papa não foi unicamente satisfazer aos seguidores de Dom Lefebvre, nem limitar-se a responder aos justos desejos dos fiéis que se sentem ligados, por diversos motivos, à herança litúrgica representada pelo rito romano, MAS TAMBÉM, E DE MANEIRA ESPECIAL, ABRIR A RIQUEZA LITÚRGICA DA IGREJA A TODOS OS FIÉIS, TORNANDO POSSÍVEL ASSIM A DESCOBERTA DOS TESOUROS DO PATRIMÔNIO LITÚRGICO DA IGREJA A QUEM AINDA O IGNORA. Quantas vezes a atitude dos que os menosprezam não é devida a outra coisa senão a este desconhecimento! Por isso, considerado a partir deste último aspecto, o Motu Proprio tem sentido transcendente à existência ou não de conflitos: ainda quando não houvesse nenhum “tradicionalista” a quem satisfazer, este “descobrimento” teria sido suficiente para justificar as disposições do Papa.

Foi dito também que tais prescrições seriam um “atentado” contra o Concílio, isto, porém mostra um desconhecimento do mesmo Concílio, cuja intenção de dar a todos os fiéis a ocasião de conhecer e apreciar os múltiplos tesouros da liturgia da Igreja é precisamente o que desejou ardentemente esta magna assembleia: “O Sacrossanto Concílio, apegando-se fielmente à tradição, declara que a Santa Mãe Igreja atribui igual direito e honra a todos os ritos legitimamente reconhecidos e quer que no futuro sejam conservados e fomentados por todos os meios” (SC 4).

Por outro lado, estas disposições não são uma novidade; a Igreja sempre as manteve, e quando ocasionalmente não foi assim, as consequências foram trágicas. Não apenas foram respeitados os ritos do Oriente, mas também no Ocidente dioceses como Milão, Lyon, Colônia, Braga e diversas ordens religiosas conservaram pacificamente seus diversos ritos através dos séculos. Porém, o antecedente mais claro da situação atual é, sem dúvida, a Arquidiocese de Toledo. O Cardeal Cisneros usou de todos os meios para conservar como “extraordinário” na arquidiocese o rito moçárabe que estava em vias de extinção; não somente fez imprimir o Missal e o Breviário, como criou uma capela especial na Igreja Catedral, onde se celebra ainda hoje cotidianamente neste rito.

Esta variedade ritual não significou nunca, nem pode significar, diferença doutrinal, mas pelo contrário, põe em relevo uma profunda identidade de fundo. Entre os ritos atualmente em uso é necessário que se dê também esta mesma unidade. A tarefa atual, tal e como nos indica o presente livro de don Nicola Bux, é pôr em evidência a identidade teológica entre a liturgia dos diversos ritos que foram celebrados através dos séculos e a nova liturgia fruto da reforma, ou ainda, se esta identidade se houvesse desfigurado, recuperá-la.

A Reforma de Bento XVI é, pois, um livro rico em dados, reflexões e ideias, e dentre os múltiplos assuntos nele tratados gostaria de ressaltar alguns pontos:

O primeiro é acerca do nome com o qual chamar a esta Missa. O autor propões chamá-la, ao estilo oriental, “liturgia de São Gregório Magno”. É talvez melhor que dizer simplesmente “gregoriana”, pois pode prestar-se a um duplo equívoco (que poderia em todo caso evitar-se com a denominação “dâmaso-gregoriana”). Também é mais conveniente que “Missa tradicional”, onde o adjetivo corre o perigo de contaminar-se com uma carga ou bem polêmica ou bem “folclórica”; ou que “modo extraordinário”, que é uma denominação demasiadamente extrínseca. “Usus antiquior” tem o defeito de ser uma referência meramente cronológica.

Por outro lado, “usus receptus” seria muito técnico. “Missal de São Pio V” ou “do Beato João XXIII” são termos demasiadamente limitados. O único inconveniente é que no rito bizantino já há uma liturgia de São Gregório, Papa de Roma; a dos dons pré-santificados usado na quaresma.

Em segundo lugar, o fato de que o uso seja “extraordinário” não deve significar que deva ser usado somente por sacerdotes e fiéis que se ligam ao modo extraordinário. Como propõe o padre Bux, seria muito positivo que quem celebra habitualmente no modo “ordinário”, o faça também, extraordinariamente, no “extraordinário”. Trata-se de um tesouro que é herança de todos e ao qual, de uma maneira ou de outra, todos deveriam ter acesso. Por isso, poder-se-ia propor especialmente para ocasiões em que há alguma riqueza peculiar do antigo missal que se pode aproveitar (sobretudo se no outro calendário não há nada especialmente previsto): por exemplo, para o tempo da Septuagésima, para as quatro Têmporas ou para a Vigília de Pentecostes e, talvez, até no caso de certas comunidades especiais, tanto de vida consagrada como confrarias ou irmandades. A celebração “extraordinária” também seria de grande utilidade para os ofícios da Semana Santa, ao menos em alguns deles, pois todos os ritos conservam no Tríduo Sagrado cerimônias e orações que remontam a épocas mais antigas da Igreja.

Outro ponto que é necessário destacar é a atitude de Bento XVI; não constitui tanto uma novidade nem câmbio de rumo de governo, mas sim leva à sua concretização o que já João Paulo II havia empreendido como iniciativas tais como o documento papal Quattuor abhinc annos, a consulta à comissão de Cardeais, o Motu Proprio Ecclesia Dei e a criação da Comissão de mesmo nome, ou as palavras dirigidas à Congregação do Culto Divino (2003).

Algo que se deve urgentemente ter em conta é a repercussão ecumênica destas discussões; as críticas dirigidas ao rito recebido da tradição romana alcançam também a outras tradições e sobretudo a dos irmãos ortodoxos. Quase todos os ataques dos que se opõem à reintrodução do missal antigo são precisamente ataque aos lugares que temos em comum com os orientais! Um sinal que confirma este fato são as expressões positivas do recentemente falecido Patriarca de Moscou ao publicar-se o Motu Proprio.

Não é um dos aspectos menos importantes deste livro o fato de que nos ajude a tomar consciência dos diversos aspectos da situação em que nos encontramos atualmente. Nossa geração enfrenta grandes desafios em matéria litúrgica: ajudar toda a Igreja a seguir plenamente o que indicou o Concílio Vaticano II na constituição Sacrosanctum Concilium e o que o Catecismo da Igreja Católica diz sobre a liturgia, aproveitar o que o Santo Padre – quando ainda era o cardeal Joseph Ratzinger – escreveu sobre o tema, especialmente em seu belíssimo livro Introdução ao Espírito da Liturgia, enriquecer-se com o modo com que o Santo Padre – assistido pela Oficina das celebrações litúrgicas presidida pelo Mons. Guido Marini, e da qual é consultor o autor deste livro – celebra a liturgia. Estas liturgias pontifícias são exemplares para todo o orbe católico.

Por último, acrescento que seria de grande importância que tudo isto se expusesse com profundidade nos seminários como parte integrante da formação para o sacerdócio, para proporcionar um conhecimento teórico-prático das riquezas litúrgicas, não somente do rito romano, mas também, na medida do possível, dos diversos ritos do Oriente e do Ocidente, e assim criar uma nova geração de sacerdotes livres de preconceitos dialéticos.

Oxalá este valioso livro de don Nicola Bux sirva para conhecer melhor as intenções do Santo Padre e descobrir as riquezas da herança recebida e, desse modo, para iluminar-nos em nossa ação. Para isto, peçamos ao Senhor saber interpretar, como dizia Paulo VI, os “sinais dos tempos”.

+ Antonio, cardeal Cañizares

Prefeito da Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos

Administrador Apostólico de Toledo

8 de abril de 2009

Fonte: Subsídios Litúrgicos Summorum Pontificum

Tradução: OBLATVS

Aborto, PT, PSDB

Recomendo a extraordinária profusão de artigos importantes sobre as atuais conjunturas políticas brasileiras que o Taiguara disponibilizou no seu blog neste final de semana. As eleições de outubro próximo provavelmente serão dramáticas. É possível (aliás, provável) que cheguemos a um segundo turno entre a cruz e a espada, Satanás contra Belzebu, ou – como genialmente disseram na lista do Carlos Ramalhete – Alien vs. Predador. Que a Virgem Aparecida, padroeira do Brasil, tenha misericórdia de nós.

1. Em questão de aborto, não há “meio termo”. “Com o uso destes estratagemas, o PT tem comprado apoio à sua guerra contra as crianças brasileiras, em prol do abortismo e da morte. Cúmplices de uma autêntica política de pão e circo, católicos brasileiros se contentam com migalhas de dinheiro para a venda e prostituição de sua consciência. A situação mostra a que ponto chegou o materialismo: um reajuste salarial é suficiente para dar apoio ao morticínio de milhares de crianças indefesas, como o PT quer que se realize no Brasil”.

2. A hipocrisia do PT em questão de aborto e os idiotas úteis. “Mais que burro e estúpido, quem acredita e vota no PT é cúmplice de suas práticas criminosas e  será cúmplice do assassínio de crianças se este Partido da Morte – que Deus nos livre – conseguir aprovar o aborto no Brasil. Pronto, falei”.

3. José Serra e a Norma Técnica do aborto. “Assim, pois, a promessa do Sr. José Serra de que não tomaria a iniciativa pelo aborto se estivesse no Executivo é a priori inválida, dado que Serra já está em dívida com a sociedade e com as crianças brasileiras pela edição da Norma Técnica do Aborto. A pergunta que deve ser feita ao Sr. José Serra não é se ele vai tomar a iniciativa pelo aborto. A pergunta que deve ser feita é: se a Lei do Aborto for aprovada no Congresso, o senhor veta? […] Mais que isso, Serra deveria se comprometer – além de vetar qualquer Lei do Aborto – a reformular a Norma Técnica que ele editou e que facilitou o aborto no país. Porque, até o momento, em questão de aborto, o Sr. José Serra não está num nível melhor que a Sr.a Dilma Rousseff…”.

Defendendo o meretrício “a título de informação”

Após a polêmica, da semana passada, envolvendo a Pastoral da Mulher Marginalizada de Belo Horizonte e o aborto (cliquem no link para saberem mais detalhes), descobriu-se que esta não foi a primeira vez que a PMM-BH apresentou, em seu blog, textos (para dizer o mínimo) questionáveis.

Em postagem do dia 02 de junho de 2010, a Pastoral da Mulher de BH comemora o Dia Internacional da Prostituta. O sub-título do post: “na batalha contra a discriminação”. Citando – sem fazer nenhum comentário – um texto de um tal redeprostitutas.org.br, a PMM-BH conta-nos uma história ocorrida em Lyon, exatamente 35 anos atrás, quando “150 prostitutas ocuparam a igreja de Saint-Nizier, em Lyon, na França”. As rameiras protestavam contra a repressão policial que sofriam, e queriam que o seu trabalho fosse considerado “tão útil à França como outro qualquer”. E o texto disponível no blog da Pastoral da Mulher termina: “Por isso, o 2 de junho foi declarado, pelo movimento organizado, como o Dia Internacional da Prostituta”.

Terá sido somente “a título de informação” que este texto foi publicado? Dia 02 de junho, antes de ser o “Dia da Prostituta”, é o dia de São Marcelino e São Pedro, mártires. Isto, sim, seria esperado encontrar em um site de uma “entidade sem fins lucrativos vinculada à Arquidiocese de Belo Horizonte”. Sobre isto, no entanto, nem uma palavra. Na cabeça das responsáveis pela PMM-BH, ao que parece, no dia 02 de junho comemoram-se as prostitutas, e não os santos católicos.

Site divulgado pela PMM-BH
Site divulgado pela PMM-BH

No link apresentado pelo blog da Pastoral da Mulher Marginalizada de Belo Horizonte, antes de qualquer coisa, aparece um grande banner da “Putique – a loja da DASPU” (aliás, já falei sobre esta aberração aqui). “Compre roupas da grife Daspu e apoie a batalha pelos direitos das prostitutas”. Se algum desavisado clicar no tal banner – aconselho, aliás, veementemente que não o façam -, vai ser levado ao “Caberé Daspu”, site onde toca, em alto e bom som, funks de péssima qualidade com letras (não estou exagerando!) de fazer vergonha até mesmo a prostitutas. É também “a título de informação” que a Pastoral da Mulher divulga isso no seu site? Afinal de contas, essa pastoral existe para divulgar que tipo de informação?

A prostituição é, sim, uma violência contra a mulher, contra a sua dignidade, contra a sua feminilidade. A prostituição degrada a mulher, “coisificando-a”, transformando-a em mercadoria, em objeto pelo qual se paga, do qual se usa e, depois, se descarta. Por isso, não pode ser incentivada ou aplaudida. É um ultraje às mulheres que a PMM-BH “comemore” a violência contra a mulher ou reivindique a sua institucionalização. É um escândalo que uma pastoral católica ligada à Arquidiocese de Belo Horizonte venha comemorar o “dia da prostituta” e fazer a apologia da “profissão”.

Dom Luiz Bergonzini vs. CNBB – a repercussão

Alguns exemplos, entre muitos, da enorme repercussão que teve o artigo do bispo de Guarulhos censurado pela CNBB. Louvado seja Deus, porque os verdadeiros católicos não estão mais se deixando enganar pelos descalabros da Conferência Episcopal. A máscara está caindo. Está ficando cada vez mais evidente quem é que serve à Igreja de Cristo e quem é que serve, no fundo, à Sinagoga de Satanás. O conluio promíscuo entre os sucessores dos Apóstolos e os inimigos da Cruz de Cristo precisa ser desfeito, ad majorem Dei Gloriam. Rezemos pelo Brasil, rezemos pelos senhores bispos, rezemos pela Conferência Episcopal.

1. Dilma vs. Dom Luiz Bergonzini (En Garde!): “O fato de não ser a posição da CNBB não importa patavina nenhuma, porque a CNBB não faz parte da Hierarquia da Igreja, não é sujeito do poder magisterial, de ensinar a verdade e advertir sobre o erro. A CNBB, como toda Conferência Episcopal, é tão-somente uma estrutura jurídico-canônica, que não goza de poderes magisteriais. Um Bispo, ao invés, é parte da Hierarquia da Igreja, composta pelo Papa, os Bispos, os presbíteros e os diáconos. A Ordem do Episcopado – Papa e Bispos, sendo o Papa o Chefe dos Bispos – é sujeito do poder magisterial na Igreja, do poder de ensinar. Então, D. Luís Gonzaga Bergonzini tem, sim, o poder de ensinar para sua Diocese, em virtude de ser detenter do terceiro grau do Sacramento da Ordem, o Episcopado”.

2. O apagão da CNBB (O Possível e o Extraordinário): “O apagão da CNBB custou caro. Antes restrita à leitura dos fiéis mais assíduos aos blogs, sites e listas de discussão católicas, a mensagem de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini ganhou ampla repercussão ao ser divulgada nos noticiários de grandes portais brasileiros como O Globo, Terra, Estadão, G1. No artigo o bispo recomenda “a todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos que não dêem seu voto à Senhora Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam tais “liberações” [legalização do aborto, casamento gay…], independentemente do partido a que pertençam”. Artigo apagado, iluminou-se o debate entre todos que são contrários à legalização do aborto no Brasil: pode-se votar, para presidente do Brasil, em um candidato(a) comprometido com a legalização do aborto? É claro que não. E a razão é simples! O voto em um abortista legalizará o aborto em nosso país, tornará o crime um direito e abrirá as portas para que os verdadeiros direitos de cada ser humano possam ser cerceados por questões políticas, pressões de lobbies de grupos ideológicos, ou por mero capricho de autoritarismo. Afinal, quando o ser humano não tem seu principal direito respeitado, o direito de nascer, que outros direitos podem lhes ser garantidos?”

3. Mitras em conflito (Fratres in Unum): “Dom Bergonzini ainda declarou ao G1: “vou mandar uma circular para os padres da diocese pedindo que eles façam o pedido na missa, para que os nossos fiéis não votem na candidata do PT e em nenhum outro candidato que defenda o aborto. Desde o Antigo Testamento, temos que é proibido matar. Uma pessoa que defende o aborto não pode ser eleita. Eu tenho obrigação de orientar meus fiéis pelo que está certo e o que está errado”, disse o bispo, a um ano de atingir 75 anos, a idade limite para apresentar sua renúncia ao Papa. É certo: a CNBB e o senhor Núncio Apostólico já estão providenciando um sucessor digno da herança dos infelizes antístites vermelhos idolatrados pela corja modernista da CNBB”.

O fato de não ser a posição da CNBB não importa patavina nenhuma, porque a CNBB não faz parte da Hierarquia da Igreja, não é sujeito do poder magisterial, de ensinar a verdade e advertir sobre o erro. A CNBB, como toda Conferência Episcopal, é tão-somente uma estrutura jurídico-canônica, que não goza de poderes magisteriais.
Um Bispo, ao invés, é parte da Hierarquia da Igreja, composta pelo Papa, os Bispos, os presbíteros e os diáconos. A Ordem do Episcopado – Papa e Bispos, sendo o Papa o Chefe dos Bispos – é sujeito do poder magisterial na Igreja, do poder de ensinar. Então, D. Luís Gonzaga Bergonzini tem, sim, o poder de ensinar para sua Diocese, em virtude de ser detenter do terceiro grau do Sacramento da Ordem, o Episcopado.

Dize-me com o quê trabalhas…

Fazendo coro ao que o Gustavo Souza disse no Exsurge, Domine!. Ganha um doce quem adivinhar qual o profissional que se utiliza dessas ferramentas.

Citando o Gustavo:

As imagens acima, ao contrário do que o leitor poderia supor, não retratam ferramentas de trabalho de um encanador, nem de um serralheiro, nem tampouco de um pedreiro. Estes horrendos instrumentos são utilizados por médicos e outros “profissionais” durante a realização de um procedimento abortivo! Neste site [de onde eu tirei as imagens acima] há outras ferramentas [com “design” igualmente assustador] que a grande maioria das pessoas nem imagina que exista e que tenha este tipo de aplicação.

Advirto que o site contém imagens fortes. É para isto que serve a medicina? É esta a “profissão” cujo exercício queremos regularizar?