A verdadeira Igreja dos pobres

Estão particularmente excepcionais os dois últimos artigos de D. Fernando Rifan sobre a Igreja e os pobres. Valem uma leitura na íntegra; à guisa de destaque, trago os seguintes excertos:

1. A Igreja dos pobres: «Jesus, nascendo e vivendo pobre, não discrimina ninguém: no seu presépio vemos pobres e ricos, pastores e reis. Todos são bem-vindos ao berço do “príncipe da paz”. Com seu exemplo, ele prega a humildade e não a soberba, a caridade e não a inveja, o desapego e não a ambição, a paz e não a luta de classes. A desigualdade, quando não é injusta, é natural e normal, podendo ser suavizada e superada pela prática das virtudes cristãs. Amemos e consolemos os pobres, os preferidos de Deus, sem lançarmos no coração deles a amargura da inveja e ambição».

2. A riqueza dos pobres: «A riqueza dos pobres é a Igreja, sua rica doutrina e sua liturgia. As igrejas, os templos sagrados, são a casa dos pobres. Lá eles podem entrar sem serem impedidos. Lá eles podem se sentir bem, contemplar belas pinturas e arquiteturas, vasos sagrados, esplêndidas imagens, como não poderiam fazer em nenhuma outra casa ou palácio. Ali eles podem, pois é a casa deles. […] [O então cardeal Ratzinger assim se expressava sobre a beleza da Liturgia:] A riqueza litúrgica não é riqueza de uma casta sacerdotal; é riqueza de todos, também dos pobres, que, com efeito, a desejam e não se escandalizam absolutamente com ela. Toda a história da piedade popular mostra que mesmo os mais desprovidos sempre estiveram dispostos instintiva e espontaneamente a privar-se até mesmo do necessário, a fim de honrar, com a beleza, sem nenhuma avareza, ao seu Senhor e Deus».

Nestes nossos tempos em que uma certa retórica já putrefata de pauperismo teológico parece querer se aproveitar de algumas peculiaridades do Papa Francisco para se insidiar até mesmo em meios católicos, convém esconjurar o fantasma decrépito com a clareza da Doutrina da Igreja e a solidez da realidade dos fatos. Sim, é possível amar e defender os que nada têm sem excomungar os que têm alguma coisa; sim, é possível honrar a Deus com o que temos de melhor sem espezinhar os pobres e os pequeninos no caminho. Isto, aliás, é o Cristianismo de vinte séculos. A luta de classes tão tagarelada nos nossos dias é apenas uma excrescência pseudo-intelectual de cento e poucos anos para cá, é somente (mais) uma ideologia falida que perdeu o bonde da história e cujos asseclas parecem ter certa dificuldade patológica em compreender que já passou, e já vai tarde.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

2 comentários em “A verdadeira Igreja dos pobres”

  1. HÁ UMA FARSA DE DEFESA DOS POBRES MESMO APARENTEMENTE DENTRO DA IGREJA
    Sim, e pertence à esquerdista Teologia da Libertação fingindo amar e velar pelos pobres, mas na verdade por ser aliada de comunistas, como do PT, quer se aproveitar da ingenuidade deles, em geral pessoas sem instrução e só vivem de trabalho braçal, e se beneficiarem para obterem votos e subirem ao poder.
    Os regimes ditatoriais da Coreia do Norte e de Cuba são os melhores exemplos de que fazem com os povos que subjugam. Fidel Castro antes de subir ao poder dizia que queria livrar Cuba dos IMPERIALISTAS AMERICANIOS americanos, os cubanos cairam no golpe e cairam sob o IMPERIALISMO DO ESTADO, que os mantém estabulados no curral-Cuba e de focinheira na boca e os ditadores e sanguinarios vivendo do bom e do melhor.
    E o ainda o povo cubano vivendo no atraso total, sem conforto e quase numa vida do século 19, no tempo das diligencias.
    Isso é o que o PT quer para os idiotas que acreditam neles.
    Caos na saúde, educação, transporte, segurança…
    Quem vota no PT faz-se objeto de uso deles…

Os comentários estão fechados.