Para toda a vida

Esta eu vi no blog do Carmadélio. Lembrei-me de outra propaganda da KFC que já pusera aqui; objetivos bem diferentes (afinal, neste caso é uma figura representativa da fidelidade conjugal sem outro objetivo que não enaltecer a própria vida conjugal), mas um mesmo plano de fundo. Uma mesma idéia de comunhão de almas até o fim. Uma mesma defesa apaixonada daquela união que é, segundo a Doutrina Católica, imagem no mundo da união entre Cristo e a Igreja. Entrega total e fiel por todos os dias da vida, até que a morte imponha a terrível separação.

Ontem, lembrei-me também de uma outra propaganda de geladeiras (acho que era da Consul) que vi há alguns anos. Era uma câmera dentro da geladeira, que só mostrava a porta sendo aberta e fechada: abria e aparecia uma menina pequena pegando algo, depois fechava. Abria e aparecia uma adolescentezinha, depois fechava. E assim, sucessivamente, apareciam uma jovem, uma universitária, uma noiva nos braços do marido, uma mulher grávida, uma outra criança pequena. E o slogan dizia “Consul: para toda a vida”. E é um alento ver que “toda a vida” ainda tem uma conotação católica, ao menos no terreno do apelo popular: se as propagandas utilizam-se destes valores, é porque a população (ainda) lhes é bem receptiva. E isto é um reconfortante refrigério. Fica a (agradável) sensação de que ainda há esperança.

Tinha uma árvore no meio do caminho…

Perfeito! É quase uma parábola da Igreja, nos nossos dias: uma árvore caída no meio do caminho, o caos provocado por ela, a chuva que piora ainda mais a situação, os responsáveis por tirar a árvore do caminho sem fazer nada, as pessoas acomodadas, um menino que toma a iniciativa de mover a árvore, as demais pessoas despertando da letargia e arregaçando as mangas para mover a árvore caída, o caminho desobstruído, o sol que volta a brilhar…

A chuva é pior quando tem uma árvore no meio do caminho. O trabalho que está além das forças desanima. Mas tinha que ser uma criança – ou um jovem – para não saber que era impossível, ir lá e fazer. Vamos embora, que há muito por fazer. Há árvores a serem movidas, ad majorem Dei Gloriam. Que seja em nosso favor a Virgem Soberana.