Palhaçada anunciada

STF vai ouvir grupos sobre aborto de fetos anencéfalos. Como previu acertadamente o Rodrigo Pedroso num email enviado quando saiu a notícia do falecimento de Marcela de Jesus,

É de supor-se que agora o min. Marco Aurelio cumpra sua promessa de colocar em votação no STF a ADPF 54 (ação que pede a legalização do aborto no caso de anencefalia), já que não precisa mais temer a presença em plenário do “argumento-vivo”.

E a notícia publicada no Estadão cumpre à risca aquilo que já era de se esperar:

O ministro não pretende convidar parentes de bebês com anencefalia, como a mãe da menina Marcela de Jesus Ferreira, que, apesar de ter sido diagnosticada com anencefalia, viveu 1 ano e 8 meses.

Claro que ele não pretende convidar parentes de bebês com anencefalia. Ele quer é que as evidências que contrariam a mentira dele fiquem bem longe.

A notícia diz ainda:

A primeira audiência será religiosa. Serão convidadas a participar a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Igreja Universal e a Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família e Católicas pelo Direito de Decidir.

Isso tem, pelo menos, dois sérios problemas.

Primeiro, como já tive oportunidade de dizer aqui, não gosto nem um pouco da idéia de abordar sob um viés religioso uma posição que, absolutamente, independe de religião. Isso só vai fazer com que os irresponsáveis do Supremo Tribunal Federal possam atacar comodamente o boneco de palha por eles criado e, enterrando a verdadeira questão sob uma pilha de argumentos anti-religiosos e anti-clericais, da exata mesma maneira que foi feito no caso das células-tronco embrionárias, dêem prosseguimento ao processo de desconstrução da civilização aumentando o rol de crimes aprovados pela delinqüência estatal.

Segundo, o que raios as Abortistas pelo Direito de Matar estão fazendo numa audiência pública supostamente religiosa?? Elas são uma igreja? São uma “comunidade religiosa”? São representantes legítimos de alguma coisa? Ou o objetivo é somente passar a falsa impressão de que a posição da Igreja Católica sobre o assunto é dúbia ou indefinida?

Estejamos atentos. Que Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira dos nascituros, livre o Brasil da maldição do aborto.