Começou hoje a Peregrinação do Santo Padre à Terra Santa; o primeiro evento que consta na programação que está no site do Vaticano é a Cerimônia de boas-vindas no Aeroporto Internacional “Queen Alia” de Amã. Não está lá ainda a íntegra do discurso do Papa; o sr. Quintas, no entanto, já se antecipou e nos trouxe alguns trechos do pronunciamento de Bento XVI ao desembarcar.
Respeito aos muçulmanos – “oportunidade de expressar meu profundo respeito pela comunidade muçulmana” – e liberdade de credos – “[a] liberdade religiosa é naturalmente um direito humano fundamental”: eis o que a AFP julgou por bem destacar do discurso de Sua Santidade. Isso, para os católicos, tem um significado muito específico e que nada tem a ver com uma indiferença ou um relativismo doutrinal.
Hoje em dia, as pessoas têm mania de confundir “respeito” com “concordância total e irrestrita”. Uma pessoa que eu “respeito” seria alguém cujas atitudes eu subscrevo, pois “acho” que ela está absolutamente certa em tudo o que faz. O Papa sabe muito bem que a religião islâmica – permito-me aqui expressar-me de modo diferente daquele usado pelo Santo Padre porque as circunstâncias são também distintas – é uma falsa religião e, por conseguinte, é evidente que o Papa não concorda com tudo o que pregam os filhos de Maomé no âmbito teológico, e isso já ficou bastante claro, julgo eu, ao longo do seu pontificado.
Pode haver – e há – respeito entre inimigos, ou ainda respeito pela decisão (que se sabe errada) de outrem. Quando aquele jovem rico da Bíblia afastou-se de Nosso Senhor, Ele não o perseguiu nem o fulminou com um raio dos céus nem nada do tipo; a sua [errada] decisão foi respeitada. Há respeito entre São Francisco de Assis e o sultão a quem ele foi pregar o Evangelho, entre São Leão Magno e Átila a quem o Papa foi para tentar impedir o saque de Roma, entre Santo Tomás de Aquino e Averróis por ele refutado. E há respeito dos católicos para com os muçulmanos, sem que com isso o Islam precise se transmutar numa religião verdadeira. Respeito ao muçulmano concreto – ou, no caso do Papa, à comunidade muçulmana concreta – é diferente de respeito ao islamismo, que por sua vez é ainda diferente de concordância plena e irrestrita para com ele: as coisas não devem ser misturadas.
A liberdade dos credos vai na mesma linha; nos dizeres do Concílio Vaticano II, ela “nada afecta a doutrina católica tradicional acerca do dever moral que os homens e as sociedades têm para com a verdadeira religião e a única Igreja de Cristo” (Dignitatis Humanae, 1). Eximindo-me de comentar aqui mais do que já expus à exaustão no debate com o sr. Sandro Pontes, quero apenas salientar que – de novo – nada têm a ver estas palavras com uma suposta capitulação do Cristianismo frente ao Islam, nem com uma mudança [mínima que seja] no Extra Ecclesiam Nulla Salus.
As pessoas, porém, acho que não entendem isso. Li no Fratres in Unum que, diante da então iminente viagem do Santo Padre à Terra Santa, a sra. “Deborah Weissman, presidente do Conselho de Coordenação Inter-religiosa” de Israel, espera que a visita do Papa supere a “ambivalência” de suas posições teológicas porque, afinal, Sua Santidade “ainda não deixou absolutamente claro que os judeus não precisam abraçar a crença de que Jesus foi o Messias para serem redimidos”…! Bom, a doutora pode esperar sentada. E, os judeus, é bom que se convertam, o quanto antes. A visita do Doce Cristo na Terra bem que pode ser uma excelente oportunidade para isso. Oremus et pro Iudaeis.
Pode. Mas se assinou foi sob forte coação, e se assinou tal ensino não foi apresentado como Doutrina Oficial a toda a Igreja, e se assinou isso em nada muda a infalibilidade papal. Sugiro a leitura de todos os textos aqui linkados antes de comentar.
– Jorge
“Mas se assinou foi sob forte coação.”
Não entendi. O papa ser coagido e depois não haver nenhum documento confirmando e negando isso? A quem voce deseja convencer à pedradas?
Troll dos infernos,
A perseguição ao Papa Libério é um fato histórico muito bem documentado. Vá ler os textos indicados, e pare de falar asneiras!
– Jorge
Jorge,
Aposto que o Guerreiro do capeta aí é o próprio quintas.
Ele está sempre trocando de nome.
Exija dele que declare logo qual é a sua seitinha barulhenta.
Ele sabe o que nós somos (católicos, graças a Deus!), mas nós não sabemos o que ele é. Claro que ele tem até vergonha de revelar o nome do seu chiqueiro protestantoso. Mas se ele pode atacar a Igreja, nós também temos que ter o direito de atacar o seu muquifo. Peço a você que só libere os comentários dele depois que ele revelar o nome da sua heresia.
Um abraço,
Carlos.
interessante o sr ter usado da premissa da infalibilidade, promulgada pelo Vaticano. Ora, se o Papa é infalível, então é independente se o Papa Libério “assinou sob coação”. ele assinou e depois outro papa, em outro concílio, revogou o que fora dito antes…isso é sinal mas que suficiente para mostrar que houve mudança na Igreja, sendo os Cismas os sinais mais visíveis. Jorge, sua defesa é interessante, mas uma vez que me pede provas, qual prova me dá que os Ortodoxos são “hereges e dogmáticos” e não um grupo que se originou dentro da prórpia greja? qual provca me dá que apenas a Igreja Ocidental, Católica, é a certa? o sr pediu as provas e as dei. mesmo assim persiste em ignorar os fatos. no que me consta, não tenho conta alguma a acertar com o sr. o sr prefere continuar na cegueira, assim como o sr Carlos que não argumenta, só sabe insinuar e xingar. sr Carlos, vá procurar uma mulher, pois eu não estou interessado em seu amor platonico homossexual por mim.
ps: eu sou neopagão. e minha participação termina aqui. podem comemorar e façam uma oferta a Janus.
Sr. Quintas,
De novo, o senhor, como representante típico da estúpida técnica anti-clerical de atacar a Igreja por coisas nas quais Ela não acredita, vem falar sobre coisas que desconhece. A infalibilidade papal não se dá quando o Papa está preso e torturado e assina o que quer que seja, e sim quando o Papa deseja livremente ensinar a toda a Igreja que um determinado ponto doutrinário pertence ao Depósito da Fé e o seu contrário é errôneo.
O ponto em litígio não é que a Igreja Ocidental está certa, e sim a auto-evidência de que a existência de cismas não implica necessariamente em mudança na doutrina da Igreja, e sim na dos cismáticos. Mas o senhor parece não entender esta coisa óbvia, e insiste na alegação nonsense, paciência.
Por fim, lamento pelo senhor ser “neopagão”. E, querendo ir embora, a porta da rua é serventia da casa, passar bem.
– Jorge