Comunicado do Cardeal Patriarca de Lisboa

Fonte: belezaalma.blogspot.com

Comunicado do Cardeal Patriarca de Lisboa

Nos últimos dias fui surpreendido com a avalanche de notícias sobre as implicações dos cuidados de prevenção contra o vírus H1N1 (Gripe A), nas assembleias litúrgicas e nos actos de culto católico. Compreende-se que a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde queira colaborar, dando conselhos e orientações úteis para a colaboração dos cristãos no esforço nacional de prevenção. Mas não lhe compete alterar ritos nem dar normas de alterações das regras da Liturgia. Neste contexto, como Bispo Diocesano, dou as seguintes orientações pastorais:

1. Devemos colaborar, no âmbito da nossa missão, com o esforço nacional de prevenção, sobretudo ajudando a criar uma mentalidade de cuidados específicos e de respeito pelos outros.

2. As orientações da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde que, como foi anunciado, vão ser enviadas às Paróquias, devem ser consideradas simples sugestões e não normas decididas pela autoridade eclesiástica.

3. No momento actual do processo, considero não haver ainda necessidade de alterar regras litúrgicas e modos de celebrar. A Liturgia se for celebrada com qualidade e rigor, garante, ela própria, os cuidados necessários. É o caso, por exemplo, da saudação da paz que se for feita com a qualidade litúrgica, não constitui, normalmente, um risco acrescido.

4. Na actual disciplina litúrgica, os fiéis podem optar por receber a sagrada comunhão na mão. Mas não podem ser forçados a fazê-lo. Se houver cuidado do ministro que distribui a comunhão e de quem a recebe, mais uma vez fazendo as coisas com dignidade, a comunhão pode ser distribuída na boca sem haver contacto físico.

5. Se as condições da “pandemia” se agravarem, poderemos estudar novas atitudes concretas, na instância canónica própria a quem compete decisões dessa natureza: o Bispo Diocesano, na sua Diocese, a Conferência Episcopal Portuguesa para todo o País, sempre em diálogo com o Santo Padre e os respectivos serviços da Santa Sé.

Lisboa, 17 de Julho de 2009

† JOSÉ, Cardeal-Patriarca

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

5 comentários em “Comunicado do Cardeal Patriarca de Lisboa”

  1. Uma curiosidade: alguém sabe se, quando da infestação da Gripe Espanhola, no início do Século XX, a Igreja Católica chegou a mudar as regras das missas?

  2. Magnífica notícia!

    Num momento em que os Bispos brasileiros (será que é mesmo por medo da gripe? Ou há outra intenção?) querem proibir esta piedosa tradição cristã que é a recepção da Comunhão na boca, um Prelado da nação mãe de nossa Pátria brasileira vem dizer que não se deve utilizar a epidemia como desculpa para alteração dos ritos litúrgicos.

    Bravo, Dom José!

  3. Salve Maria!

    Olha que interessante:

    “2. As orientações da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde que, como foi anunciado, vão ser enviadas às Paróquias, devem ser consideradas simples sugestões e não normas decididas pela autoridade eclesiástica.”

    “devem ser consideradas simples sugestões e não normas decididas pela autoridade eclesiástica.”

    Simples sugestões! não normas!

    Não estou informado, mas observo que no Brasil não há esta mesma lucidez, como se pronunciou o Cardeal Patriarca de Lisboa.

    É importante ressaltar que “A Liturgia se for celebrada com qualidade e rigor, garante, ela própria, os cuidados necessários” e bem sabemos como a liturgia é celebrada em nosso país na maioria das dioceses. Por isso que estão surgindo diversos apostolados como o próprio “Deus lo Vult!” que tem contribuído com a promoção de uma Missa que seja celebrada com zelo e piedade.

    Deus nos defenda dos heréges que como lobos vestidos em pele de ovelhas, confundem o rebanho do verdadeiro pastor e promovem a destruição da Igreja.

    Mater Christi, ora pro nobis!

    Em Cristo,
    Pedro.

  4. “Durante a peste na Idade Média, tudo fechou. Mas as igrejas ficaram abertas. Em 1918, ocorreu o mesmo com a gripe espanhola” afirmou Karpf. “Desta vez, atuamos com base na ciência e estamos conseguindo de líderes religiosos que estabeleçam orientações aos centros espalhados pelo mundo sobre eventuais mudanças de comportamentos e rituais, além da possibilidade futura de fecharem suas paróquias.”
    Cristãos

    Cristãos também se adaptaram. Na Argentina, a Igreja Católica recomendou a padres que façam a comunhão sem colocar a hóstia na boca dos fiéis. A saudação de paz também foi suspensa. No Reino Unido, a Igreja Anglicana recomendou evitar água benta. Nos EUA, a Igreja Batista cancelou missas. (Jornal Diário do Nordeste. 15.08.09)

    Não será o inicio do poder do Anti-Cristo? E só uma pergunta? Desde quando Batistas celebra missa?

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