Evo Morales, o católico

Eu já tinha visto que o Evo Morales havia sido recebido pelo Papa Bento XVI, em audiência, na semana passada. O que eu ainda não lera foram as duas sandices que só hoje vi publicadas no Unisinos.

Primeira: Evo Morales disse que era católico, e que havia sido convidado pelo próprio Papa para esta audiência. Segundo o presidente da Bolívia: “Saúdo o pedido do núncio apostólico (o arcebispo Gianbattista Diquattro) da Bolivia – estou certo de que é uma mensagem do Papa – de me convidar. Em 2007, eu busquei uma audiência, me recusaram. Agora, ele pediu uma audiência. Eu saúdo. Será um encontro interessante”.

No entanto, uma agência de notícias católica apressou-se a desmentir. “Segundo fontes bem informadas do Vaticano – indicou a Infodecom –, não é certo – para não dizer ilógico – que o Papa Bento XVI tenha pedido uma audiência a Evo Morales”.

Segunda: na tal audiência, Evo Morales pediu a abolição do celibato. Conforme foi noticiado:

O presidente da Bolívia, Evo Morales, entregou nas mãos do Papa uma carta na qual pede a abolição do celibato, o acesso da mulher ao sacerdócio e a “humanização e democratização da estrutura clerical”.

Nela, Morales se apresenta como “membro da Igreja Católica” e “cristão de base” e propõe “muito respeitosamente” a Bento XVI “a necessidade de superar a crise da Igreja, que, como o senhor disse, está ferida e em pecado”.

Para superar essa crise, Morales considera “imprescindível democratizar e humanizar sua estrutura clerical”. E acrescenta: “Democratizá-la para que sejam reconhecidos a todas as filhas e filhos de Deus os mesmos direitos religiosos e que as mulheres possam ter as mesmas oportunidades que os homens para exercer plenamente o sacerdócio”.

É com coisas assim que eu vejo como é difícil ser Papa. Receber este tipo de proposta e, depois, ainda precisar agradecer as lembranças bolivianas… Rezemos pelo Santo Padre, para que Nosso Senhor lhe ajude a carregar a sua cruz. E pelo presidente da Bolívia, para que tenha noção da realidade. Que esta audiência possa, ao menos, alcançar graças para os cristãos da Bolívia. Esqueceram-se disso? Eu ainda lembro.

Conferências e Conferências

Conferência Episcopal do Uruguai, sobre a crise política de Honduras: “Hemos conocido con mucha satisfacción la toma de posición de la Iglesia, enunciada a través de su autorizada presencia en los medios de comunicación. Damos gracias a Dios por la profética palabra que ha resonado en su discurso, como mensaje de libertad, paz y justicia”.

Não é a primeira. A mesma notícia diz: La Conferencia Episcopal de Ecuador se suma a la de Venezuela y Bolivia en apoyo del Cardenal Oscar Rodríguez Maradiaga, Presidente de la Conferencia Episcopal de Honduras. (vid. NG 906, 907, 909, 912, 925, 958, 963, 974, 985).

E no Brasil? A única coisa que se encontra no site da CNBB é uma Nota do CNLB Regional Sul 1 em repúdio ao golpe de Honduras! Triste Terra de Santa Cruz… vergonha para o maior país católico do mundo. Miserere nobis, Domine!