Chico Alencar, o “católico”, é contra a liberdade dos homossexuais procurarem ajuda para mudar o seu comportamento

Um leitor do Deus lo Vult! entrou em contato com alguns deputados a respeito do PDC 234/2011, e recebeu a resposta abaixo da assessoria de comunicação do dep. Chico Alencar (PSOL/RJ). Não se trata de nenhuma novidade, uma vez que o senhor deputado é conhecido freqüentador de seminários LGBT e, junto com o Jean Wyllys e outros, anunciou com histrionismo a sua saída da CDHM após o dep. Pastor Marco Feliciano ser apontado para a presidência da comissão.

Publico a resposta para registro, a fim de que saibamos quem está do lado do povo e quem, ao contrário, serve a interesses escusos e prejudiciais à sociedade brasileira. Ainda mais porque o sr. Chico Alencar, dito «um pensador católico para quem a política é o amor em sua dimensão social», elegeu-se com uma quantidade expressiva de votos de católicos iludidos pelo prestígio do qual o então candidato gozava nos ambientes católicos cariocas. A expressividade dos votos de Chico Alencar, aliás, brindou-nos também com uma das maiores desgraças do Congresso brasileiro: o ex-BBB Jean Wyllys, detentor do desonroso título de deputado eleito menos votado em 2010, alçado à Câmara pelos mais de 200.000 votos do seu colega mais famoso do PSOL. Dados importantes a serem guardados para o ano que vem.

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Em consideração à sua mensagem, esclareço que nosso mandato não aprova o PDC 234/2011, da chamada “cura gay”, por considerar que:

1- De acordo com o Conselho Federal de Psicologia e a comunidade científica mundial, a homossexualidade não constitui distúrbio, perversão ou doença. Portanto, não demanda tratamento psíquico ou médico. A Psicologia pode e deve contribuir com seu conhecimento para o esclarecimento sobre as questões da rica sexualidade humana, permitindo a superação de preconceitos e discriminações.

2- O projeto viola os princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 (art. 1º, proteção da dignidade da pessoa humana; art. 3º promoção do bem de todos sem discriminação ou preconceito; art. 196º, direito à saúde).

3- Sustar exatamente estes artigos de uma Resolução do CFP não é simples exercício de atribuição do Poder Legislativo: é posicionamento quanto a diretrizes profissionais que não lhe dizem respeito, e abertura a que todas as distorções retrógradas, medievais mesmo, possam se manifestar, em nome de um falso ‘atendimento a angústias’.

“O Amor é essencial, o sexo é acidente: pode ser igual, pode ser diferente” (Fernando Pessoa)

Na esperança de sua reflexão sobre essas ponderações,

Chico Alencar

Uma questão mal colocada

Existe “cura gay”? Ou, refazendo a pergunta de um jeito melhor: quer ela exista, quer não, tem o Estado o direito de impedir os cidadãos de buscá-la junto aos psicólogos e estes de [tentar] atendê-los? A Gazeta do Povo abordou hoje esta polêmica e trouxe duas posições contrárias sobre o assunto.

O sr. Sergio Luis Braghini («psicólogo, doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP e conselheiro do CRP-PR») acha que isso é preconceito. Para ele, é tudo a respeito de uma tal «maquinaria do controle sobre a sexualidade» sobre a qual as religiões malvadas querem esmagar homossexuais felizes – ou aos quais só falta aceitarem-se gays para alcançarem a felicidade, a paz, a harmonia plena e absoluta.

Já a psicóloga Marisa Lobo ao contrário, defende que se trata «da liberdade profissional e pessoal do psicólogo, e do direito da pessoa humana de buscar ajuda para seu sofrimento psíquico em relação a sua condição homossexual não aceita». E vai além: diz que «[e]xistem homossexuais que se aceitam e são felizes com sua orientação, porém, há muitas pessoas que apresentam comportamento homossexual, mas que não aceitam tal condição e nunca o farão. E os profissionais de psicologia não podem ignorá-los. A psicologia deve ser uma ferramenta de auxílio, tanto para os que se entendem e querem viver como homossexuais, como para os que não o desejam».

No meu entender, a questão está mal colocada pelos opositores da “cura gay”. Não interessa saber se o homossexual é capaz de ser [terapeuticamente] levado a canalizar para o sexo oposto toda a libido que ele comumente devota a pessoas do mesmo sexo. A grande pergunta é se ele pode ser ajudado a controlar seus maus impulsos, a resistir às suas inclinações desordenadas e a levar uma vida [paulatinamente] livre de atos anti-naturais. E, nestes termos, a resposta me parece ser evidentemente positiva: sim, parece-me claramente possível – mesmo às ciências humanas – auxiliar um homem a praticar virtudes humanas. Negá-lo seria absurdo!

A mim, parece que este é o ponto fulcral que deve ser defendido contra a mistificação dos pró-gay: não nos deixemos confundir por sua retórica vazia! Estou até disposto a aceitar que, em certos casos, não seja possível a um psicólogo “inverter” o objeto de desejo sexual de uma pessoa. Mas daí a defender que ela não possa exercitar o controle dos seus desejos vai um passo enorme; daí a postular que ela está inelutavelmente fadada à intemperança é um salto inteiramente descabido.

Miscelânea de comentários ligeiros

Houve recentemente em Londrina uma caminhada pró-vida, à qual se fizeram presentes alguns jovens levando um cartaz. Nele se podia ler: “SOU CATÓLICO, não voto em partido abortista”. Mensagem mais sucinta e coerente impossível. Era de se esperar que algumas pessoas não gostassem da manifestação, mas o que causou espécie foi saber que um padre condenou o cartaz. Um padre! O comentário do Wagner Moura é bem pertinente:

Fico imaginando esses garotos do banner pró-vida, coitados, se sentindo repreendidos por serem meramente católicos. Se estivessem com um banner enorme do Che Guevara correriam sério risco de serem homenageados, hein?

Mas é o Brasil. É o campo – por cheio de abrolhos que se encontre – que o Senhor nos deu por partilha. É o combate que somos chamados a travar. Ele não nos deixará desamparados.

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– “A crença no sobrenatural é perigosa”, diz psicólogo. Contraditório, superficial e grosseiro; para ficar num só exemplo: o sujeito escreve que “presenciamos o declínio da crença no sobrenatural” para, duas linhas abaixo, afirmar que hoje “poucos abdicam de crenças sobrenaturais e aceitam a ciência como ferramenta para explicar o universo”. É um disparate que não se presta senão a atacar gratuitamente. Mas merece um pouco de reflexão a última frase do psicólogo:

Se há um Deus, ele me deu um cérebro para pensar. Meu pecado seria usá-lo para raciocinar e buscar explicações? Um ser benevolente não me puniria por utilizar bem as armas que me concedeu.

Ora, há hoje em dia (e aliás sempre houve) incontáveis homens de ciência que nunca julgaram necessário abandonar a sua crença em Deus – ao contrário, repudiaram com energia semelhante idéia. E isso muito tempo depois de que “se acreditou que a Terra viajava pelo cosmo no lombo de um elefante” (!), como diz o psicólogo em uma comparação totalmente anacrônica e sem sentido – a qual aliás dá a entender que, para o psicólogo, o mundo todo achava que estávamos em um safári cósmico sobre o lombo de um mastodonte até a Revolução Industrial. Como é possível que este sujeito acredite sinceramente que isto é “usar bem” (!!) a inteligência que o Todo-Poderoso lhe concedeu?

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A cruz de Cristo, a quem incomoda?, por Frederico Viotti. Fazendo (entre outras coisas) uma elegante e sutil alusão ao célebre artigo de Rui Barbosa (sobre o qual eu já falei aqui) que trata da Justiça moderna à luz dos julgamentos pelos quais passou Cristo, o articulista vai ao ponto fulcral aqui:

Na realidade, o “Estado-juiz”, ao pretender retirar os crucifixos, está demonstrando abraçar outros valores, diversos daqueles que estão representados no Crucifixo.

E é exatamente isto. Não existe “vácuo moral” na gênese da cultura de um povo; a Parede Vazia é um símbolo do ateísmo. A guerra travada contra os símbolos religiosos no Brasil, assim, não é (e nem nunca foi) uma questão de “respeito” aos que não comungam da Fé Católica; trata-se de um ferrenho combate travado contra a cultura ocidental, contra a moral judaico-cristã, contra enfim a própria civilização que nos foi legada por nossos antepassados e à qual devemos todos os bens que nos separam da barbárie.

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– Em tempos onde o nosso Governo planeja pôr em prática políticas de “redução de danos” (como se isto fosse possível…) para aborto ilegal, vale a pena ler esta carta publicada no ano passado na Revista PET Farmácia. As palavras do leitor aplicam-se com maestria à situação que vivemos hoje e bem que poderiam ser dirigidas aos nossos governantes:

A citada “política de redução de danos” (p. 34) é um acréscimo de eufemismo, um modo perverso de justificar a necessidade de se liberar o aborto provocado. Mostrando-o como inevitável, torna injustificável aplicar recursos em educação básica e em melhoria do atendimento médico e curativo. Simplesmente, se é inevitável, então vamos legalizar e apoiar. É um caminho para se destruir a sociedade e corromper os costumes.

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– 10 razões pelas quais o “casamento” homossexual é prejudicial e deve ser combatido, no IPCO. Destaco:

7. O “casamento” homossexual desvirtua a razão pela qual o Estado beneficia o casamento

Uma das principais razões pelas quais o Estado confere inúmeros benefícios ao casamento é que, por sua própria natureza e desígnio, o casamento proporciona as condições normais de uma atmosfera estável, afetuosa, e moral, que é benéfica para a educação dos filhos, frutos do mútuo afeto dos pais. Ele ajuda a perpetuar a nação e fortalecer a sociedade, o que é um evidente interesse do Estado.

O “casamento” homossexual não fornece essas condições. Seu desígnio principal, objetivamente falando, é a gratificação pessoal de duas pessoas, cuja união é estéril por natureza. Não tem direito, portanto, à proteção que o Estado concede ao casamento verdadeiro.

Ou seja: o Estado confere uma série de benefícios à Família não porque seja “bonzinho” ou para “alegrar” os apaixonados nem nada do tipo. Há uma série de direitos tradicionalmente conferidos à família porque ela é a célula-mater da sociedade e, como tal, tem uma série de deveres (em particular, a geração e educação da prole, produzindo cidadãos para o Estado) importantes para a vida em sociedade – que a dupla homossexual, absolutamente, não é capaz de assumir – cujo cumprimento o Estado deve facilitar. É isso. O resto é balela do movimento gay.

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– Vale a pena ler, mesmo que esteja em espanhol, esta história da conversão do filósofo Paul Williams do Budismo para o Catolicismo. Excerto:

Williams explica rapidamente a teoria do karma: alguns males e alguns bens que experimentas são [alegadamente] conseqüência do que fizeste em uma vida passada. Mas em qual sentido se pode dizer que o ditador cruel e maligno que foste em outra vida eras tu? “A idéia de que um bebê sofre uma doença dolorosa por algo que outra pessoa fez, incluindo se o bebê é de alguma maneira un renascimento desta pessoa, não pode ser vista como satisfatória. Não se pode dizer, como alguém já fez, que seja a resposta mais aceitável ao problema do mal. O bebê não é quem fez os atos malvados, da mesma forma que eu não sou uma barata após a minha execução.

Santo Agostinho já ofereceu resposta ao problema do mal. As fábulas reencarnacionistas, além de não explicarem nada, são grosseiras e sem sentido. Diante da vastidão da produção intelectual cristã sobre o assunto, as “explicações” baseadas em karma têm a profundidade teológica de um pires.

Zelo zelatus sum

Impressionou-me positivamente o artigo do pe. Zezinho publicado no mês passado, mas que só agora eu li. Leva por título “Por uma Igreja que pensa” (é o terceiro texto do link acima indicado – não tem link direto). Aliás, eu nunca diria que o texto saiu da pena do pe. Zezinho, se não estivesse disponível em um blog que, até onde pude perceber, não é fake. Não é do próprio pe. Zezinho, mas é “em [sua] homenagem”. Tomara que seja verdadeiro.

São verdadeiríssimas palavras! Vejam só: “Parecemos um hospital que, na falta de médicos na sala de cirurgia, permite aos secretários, porteiros e aos voluntários bem intencionados que operem o coração dos seus pacientes. Há católicos aconselhando, sem ter estudado psicologia. Há pregadores receitando, sem conhecer a teologia moral. E há indivíduos ensinando o que lhes vem na cabeça, porque, entusiasmados com sua fama e sua repercussão, acham que podem ensinar o que o Espírito Santo lhes disse naquela hora”. E tanto a analogia quanto os exemplos concretos apontam para uma mesma coisa: a falta de cuidado com os assuntos religiosos, tratando com desleixo e negligência coisas que são da mais alta importância. Estamos falando da Fé Católica, que – mutatis mutandis, óbvio, porque a chance de um porteiro “acertar” uma cirurgia cardíaca é muito menor do que a de um leigo bem intencionado acertar uma palestra – é mais importante e mais séria do que problemas cardíacos que exigem uma intervenção cirúrgica.

Trata-se de um fenômeno moderno que outras pessoas já tiveram a oportunidade de apontar: vivemos em um século onde a qualidade do conhecimento é continuamente questionada, onde existem (e exigem-se) especialistas sobre assuntos os mais diversos mas, no entanto, se o assunto for a Igreja Católica, todo mundo pode e deve emitir as opiniões mais disparatadas possíveis, sem que seja necessário para isso ter lido uma única linha de um único catecismo de crianças sequer. Trata-se a religião com uma displicência tão grande como não se usa para política, culinária ou futebol; para este último, exige-se que se conheçam ao menos as regras básicas do jogo e a escalação do time. Com relação à Igreja, a maior parte das pessoas que adora falar sobre catolicismo não é capaz de dar o nome de três dicastérios vaticanos ou de citar, em ordem, os últimos cinco papas. É impressionante: para discutir futebol exige-se mais!

E o problema começa “de dentro”, como apontou o pe. Zezinho no  texto acima citado. São pessoas sem nenhuma preparação que estão em posições-chave da Igreja! Se somos nós próprios, em nossas paróquias e arquidioceses, que tratamos as coisas sagradas como se tivessem pouca ou nenhuma importância, como poderemos exigir que os inimigos da Igreja tratem-nA como Ela merece?

Urge acabar com esta cultura de mediocridade. É fundamental que tratemos seriamente as coisas sérias, e é da mais alta importância que dediquemos o nosso melhor à Igreja, reservando para o Altíssimo a melhor parte daquilo que temos e somos. Zelo zelatus sum pro Domino Deo Exercituum – oxalá o sentido dessas palavras pudesse impregnar-se na alma de cada católico! Cuidai daquilo que é Vosso, Senhor. Olhai pela obra de Vossas mãos. Deus, in adjutorium nostrum intende; Domine, ad adjuvandum nos festina.

Um cardeal na mira da Gaystapo

“Há relação entre homossexualidade e pedofilia”, diz o número dois do Vaticano. A notícia foi publicada esta semana (também no Fratres in Unum) e causou um enorme rebuliço, com os grupos gays do mundo inteiro rasgando as vestes, histéricos.

[Cito as palavras do cardeal de segunda mão, a partir dos links acima, porque não encontrei o referido discurso na página do site do Vaticano que consolida os discursos do Secretário de Estado de Sua Santidade.]

O Movimento Gay protestou contra esta declaração. No entanto ela é bastante verdadeira e, como não dava para contestar, foi necessário à Gaystapo dar uma “maquiada” na declaração do cardeal, a fim de ficar mais palatável para o anti-clericalismo moderno. “Homossexuais são todos pedófilos! Diz Igreja Católica!” – manchete publicada em um portal Gay, com todas as exclamações no original. Completa cretinice: “Foi mais ou menos com estas palavras que o cardeal Tarcisio Bertone disse nesta semana a uma coletiva de imprensa”. Foi mesmo? Quer dizer que afirmar haver relação entre homossexualidade e pedofilia é a mesma coisa que esbravejar que os gays são todos pedófilos?

Clamam por “retratação”. E a Gaystapo, não vai se retratar por esta cretina e desonesta eclesiofobia, por esta gritante falsificação dos discursos alheios e evidente desonestidade intelectual?

Da Igreja Católica vieram as “retratações” (e saíram também no Estadão); na verdade, apenas esclarecimentos que em nada mudam a tese essencial do Cardeal Bertone e que é verdadeira. Afinal, segundo ZENIT, “[a]o analisar as denúncias de abusos sexuais apresentadas contra clérigos entre 1950 e 2002, nas diferentes dioceses dos Estados Unidos, o informe constatava que a maioria das vítimas – 81% – era constituída por homens”. A Igreja Católica apresenta dados estatísticos; e a Gaystapo, tem o quê para apresentar, além de falsificações grosseiras das declarações de um cardeal?

Retratação de cardeal não convence. Claro que não, porque não foram propriamente “retratações”. O que a Gaystapo deseja? Que a Igreja Católica negue a realidade, rasgue as estatísticas, tudo para satisfazer o ego dos homossexuais? Não é verdade que todos os homossexuais são abusadores, nem que todos os abusos são cometidos por homossexuais, mas há relação entre as duas coisas – fato (e fato extremamente previsível, aliás, dado que os atos homossexuais são intrinsecamente desordenados). A Gaystapo que conviva com isso.

Mais sobre o assunto: a confusão entre pedofilia e efebofilia. É muito oportuna esta diferenciação dos termos. “Certamente (…) o cardeal Bertone se referia à efebofilia, ou seja, à atração sexual por adolescentes, com idades entre 11 e 17 anos”. Neste sentido, diz o psicoterapeuta entrevistado por ZENIT, “a pedofilia não tem nada a ver com a homossexualidade”. Mas é precisamente neste sentido (de relações sexuais com adolescentes) que a imprensa lança a pecha de pedófilos sobre os padres católicos. Neste dilema entre absolver a Igreja ou condenar o gayzismo, quero só ver o que a mídia anti-clerical vai fazer.

Sobre espiritismo e catolicismo

Quero prestar a minha homenagem ao centenário do nascimento de Chico Xavier, transcrevendo algumas páginas de uma obra fundamental sobre o assunto: “Espiritismo – orientação para os católicos”, do frei Boaventura Kloppenburg. O texto é grande (quem tiver interesse, clique em “Leia o resto deste artigo”, abaixo, para lê-lo na íntegra), mas é muito rico de conteúdo.

Gostaria de transcrever, antes de tudo, algumas linhas que o bom franciscano coloca no prefácio da supracitada obra:

Não sou novato em matéria de espiritismo. Na década de 50 publiquei sobre a matéria livros, cadernos, folhetos e artigos sem conta. Era antes do Concílio Vaticano II (1962-1965), quando defendíamos nossa fé cristã e nossa Santa Igreja contra os ataques de seus adversários. E entre eles estava evidentemente o espiritismo. Era a apologética. Meus escritos, então, estavam sem dúvida marcados pelo ânimo de defesa da fé, para a orientação dos católicos. De um dos meus folhetos (“Por que o católico não pode ser espírita”) chegamos atirar, em sucessivas edições de cem ou duzentos mil exemplares, mais de um milhão de cópias.

Veio então o Concílio com seu apelo ecumênico para o diálogo e a união. Dizia-se que o Vaticano II acabara de vez com a apologética. Em conseqüência e obediente, afastei-me da liça. Meus livros sobre a matéria não foram mais publicados. Os espíritas respiraram então à vontade. Mas, de fato, depois não houve nem diálogo nem muito menos união.

É por este motivo que julgo importante rasgar o véu do silêncio pernicioso, e do tácito pacto de “não-agressão” que, em última instância, é hipócrita. O espiritismo é uma falsa doutrina. Espiritismo e Catolicismo são mutuamente excludentes. Ninguém pode ser, ao mesmo tempo, católico e espírita.

Quem quiser adquirir o livro na íntegra, pode comprá-lo no Submarino clicando aqui.

E, sobre o mesmo assunto, vale a pena ler também

1. ‘Chico Xavier exalava amor’, diz padre de Uberaba.

P.S.: (04-jun-2010): Resposta do padre de Uberaba à falsa matéria de G1.

2. As fraudes de Chico Xavier.

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4. ANÁLISE PSICOLÓGICA DE UMA MENSAGEM PSICOGRAFADA

Figuremos um fenômeno autêntico de psicografia, sem fraude nem simulação. Façamos mesmo a melhor suposição, do ponto de vista espírita: um médium, residente no Rio, sente repentinamente impulso estranho e involuntário na mão, pega de um lápis, coloca a mão e o lápis sobre uma folha de papel, a mão escreve nervosamente, sem que o médium tenha a menor idéia (é “médium mecânico”, segundo a terminologia de Kardec), e eis que aparece a seguinte mensagem: “Papai está doente. Alice”. – Mas o pai do médium mora em São Paulo e o médium ainda ontem recebera uma carta de casa informando que lá todos vão bem. “Alice” seria o nome do espírito “guia”. Imediatamente nosso médium pede uma ligação telefônica para São Paulo e de lá vem a informação clara e inegável: “Papai está doente”.

Eis o fenômeno. Kardec e seus seguidores o terão certamente como um bom e raro fenômeno espírita. Digo “raro” porque a grande maioria das mensagens psicografadas não traz nenhuma surpresa na mensagem; e também porque, segundo Kardec, os médiuns mecânicos são raros.

Tentemos agora uma serena análise psicológica deste fenômeno, de acordo com os conhecimentos de hoje. O fenômeno, como se vê, não é simples, mas complexo. Analisando-o e decompondo-o em suas partes constitutivas, teremos quatro elementos:

1. O movimento impulsivo e involuntário da mão do médium com o lápis;
2. a escrita inconsciente, mas inteligente, produzindo uma mensagem;
3. a mensagem surpreendente, com um conteúdo que o médium não podia conhecer;
4. o nome estranho que assina o recado.

Ora, não é difícil demonstrar, à luz dos atuais conhecimentos, que cada Um destes quatro elementos constitutivos está perfeitamente dentro do âmbito das potências e faculdades naturais da alma humana, sem precisar, para sua realização, do concurso de espíritos ou almas desencarnadas. Logo, também o seu conjunto, ou a conjunção dos quatro elementos num só fenômeno complexo, é natural ou, como diriam os espíritas, é “anímico” (segundo a terminologia não muito feliz de Aksakof e Bozzano). Para fazer esta demonstração basta recordar resumidamente o seguinte:

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Psicologia, índios e cigarros

– O enfoque faz toda a diferença. Lembram da notícia aqui publicada sobre a Associação Americana de Psicologia e o auxílio psicológico para pessoas que queriam refrear os seus impulsos homossexuais? Olhem só como G1 noticiou: Associação Americana de Psicologia repudia ‘conversão’ de gay para hétero! Somente lá no meio do texto é que se pode ler que o relatório “trata com detalhes a questão de como terapeutas devem lidar com pacientes gays que lutam para permanecer fiéis a crenças religiosas que desaprovem a homossexualidade”…

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Após 40 anos, índios do AM retomam cerimônia proibida por religiosos; triste, triste, triste! “A proibição [foi] dos missionários católicos que evangelizaram os índios no século passado. ‘Toda a coisa do índio, danças, vestimentas, a própria língua, era considerada como uma influência satânica’, explica Higino Tenório, líder do povo tuyuka. Com a modernização da igreja, o misticismo indígena deixou de ser pecado, e a cultura começa a ser resgatada”. Não importa o que diga o CIMI; é óbvio que uma cerimônia pagã “que tem chás alucinógenos, ervas estimulantes, benzeduras e invocação de espíritos da floresta” deve ser condenada como o paganismo que é. Infâmia! Beato José de Anchieta, rogai por nós!

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Até tu, São Paulo? Do João Pereira Coutinho, publicado na Folha do dia 18 de agosto. “A última pesquisa Datafolha é sinistra: a esmagadora maioria dos paulistas (88%) aprova a lei antifumo. Só 10% se opõem a ela. Só 2% lhe são indiferentes. Mais irônico é olhar para os fumantes: depois de anos e anos de propaganda e desumanização, eles olham-se no espelho, sentem o clássico nojo de si próprios e até concordam com a lei (77%). Razão tinha Karl Kraus quando afirmava, na Viena de inícios do século, que o antissemitismo era tão normal que até os judeus o praticavam. Péssimo presságio”.

O poder da tentação

[Esta interessante pesquisa indica algo que a Igreja desde sempre ensinou, sobre a importância de se fugir das ocasiões de pecado: as pessoas têm freqüentemente a mania de superestimar sua capacidade de resistir às tentações. O escopo do estudo é sobre comportamentos sexuais de risco, obesidade, dependência à nicotina, etc.; mas as conclusões são perfeitamente aplicáveis à vida espiritual.

Original: Kellogg School of Management.]

O poder da tentação

O professor Loran Nordgren descobriu que as pessoas acreditam terem mais resistência do que de fato possuem.

Como se pode ver [Whether it’s highlighted] quer nas principais manchetes sobre assuntos argentinos e Ponzi schemes, quer nas lutas pessoais contra obesidade ou uso de drogas, as pessoas geralmente sucumbem à ganância, luxúria e comportamentos auto-destrutivos. A nova pesquisa da Kellogg School of Management investiga por que este é o caso, e demonstra que as pessoas acreditam possuir mais resistência do que de fato possuem – o que as leva, em última análise, a tomar más decisões [poor decision-making].

O estudo, conduzido por Loran Nordgren, professor-assistente de Gestão e Organizações na Kellogg School, investigou como a crença de um indivíduo em sua habilidade de controlar impulsos como ganância, desejo por drogas e excitação sexual influencia sua resposta à tentação. A pesquisa descobriu que as pessoas, em média, possuem um “viés resistivo” [restraint bias], fazendo com que elas calculem mal quanta tentação podem verdadeiramente controlar, o que as leva por sua vez a uma maior probabilidade de serem indulgentes com comportamentos impulsivos ou viciantes.

“Pessoas não são boas em antecipar o poder de seus impulsos [urges], e aquelas que são mais confiantes em seu auto-controle são as que mais freqüentemente caem em tentação”, disse Nordgren. “O ponto chave é simplesmente evitar quaisquer situações onde vícios e outras fraquezas possam se desenvolver e, mais importante, que as pessoas mantenham uma visão humilde de sua própria força de vontade”.

Ao desenvolver seu estudo, os autores citaram pesquisas anteriores que demonstravam que as pessoas freqüentemente têm dificuldade em mensurar [appreciating] a força dos estados impulsivos. Pessoas em um “estado frio” [cold state] (sem experimentar fome, raiva, impulso sexual, etc.) tendem a subestimar como um estado “quente” [hot], impulsivo, irá influenciar seu comportamento. Para embasar estas conclusões, os autores do estudo decidira testar se

  • pessoas em um estado frio e não-impulso iriam superestimar sua capacidade de controlar impulsos;
  • pessoas em um estado quente e impulsivo teriam uma visão mais realista de sua capacidade de controlar seus impulsos;
  • pessoas que percebem terem uma grande capacidade de controlar seus impulsos iriam se expôr a mais tentação e – em última análise – exibir um comportamento mais impulsivo.

Para testar as suas hipóteses, os pesquisadores conduziram quatro experimentos, focados em fome, dependência e fadiga mental. Cada experimento resultou em um significante “viés resistivo”.

Por exemplo, um experimento focado em dependência de cigarros descobriu que aqueles que superestimaram sua capacidade de auto-controle foram muito mais propensos a fumar um cigarro após simplesmente assistir um filme sobre fumar. Outro experimento [foi] centrado em fome. Os resultados concluíram que um grupo satisfeito é significativamente menos propenso a voltar a lanchar do que um grupo faminto que limitou a sua tentação à escolha de lanches menos apetitosos.

“Um sistema que assuma que as pessoas vão se controlar está fadado a cair presa deste viés resistivo; nós nos expomos a mais tentação do que é prudente e, conseqüentemente, temos milhões de pessoas sofrendo com obesidade, dependência e outros estilos de vida pouco saudáveis”, disse Nordgren. “E, enquanto nosso estudo esteve focado em comportamentos pessoais como fumar e comer, é fácil aplicar as nossas conclusões a um contexto mais amplo. Entendendo o poder da tentação, você pode também questionar sobre a medida em que precisamos de supervisão ou mecanismos regulatórios para os líderes de negócios e políticos”.

Além disso, esta pesquisa sugere que os observadores devem pensar duas vezes antes de julgar aqueles que caem vítimas da tentação, porque a maioria das pessoas superestima sua capacidade de controlar os próprios impulsos, Nordgren concluiu.

Este estudo aparecerá em uma próxima edição da Psychological Science. Nordgren conduziu a pesquisa tendo como co-atuores Joop van der Pligt e Frank van Harreveld da Universidade de Amsterdam.

MAIS INFORMAÇÕES: Para ver o estudo completo, publicado em uma próxima edição da Psychological Sciente, ou para conseguir uma entrevista com o Professor Nordgren, entre em contato com Meg Washburn em m-washburn@kellogg.northwestern.edu.

Para ler sobre esta pesquisa no Kellogg Insight, clique aqui [N.T. Não tenho tempo de traduzir, mas recomendo; traz mais detalhes sobre os experimentos que foram realizados pela equipe do Prof. Nordgren.]

Curtas

– Boa notícia número 1: Hospital de NY é processado por obrigar a enfermeira católica a participar de aborto. “[A enfermeira] Cenzon-DeCarlo recordou a seus supervisores que não podia participar do procedimento [de aborto], mas lhe disseram que se não o fizesse seria acusada de ‘insubordinação e abandono do paciente’ que poderia resultar em uma ação disciplinadora e a possível perda de seu trabalho e sua licença de enfermeira. A ADF processou o Mount Sinai por violar o direito à objeção de consciência da enfermeira”. Vamos ver no que vai dar.

– Boa notícia número 2: Los psicólogos de EE.UU. podrán ayudar a combatir los impulsos homosexuales. “La Asociación Americana de Psicología (APA) acaba de admitir que es ético –y puede resultar beneficioso- que los terapeutas ayuden a sus pacientes a rechazar los impulsos homosexuales. Este cambio de rumbo resulta sorprendente, si se tiene en cuenta que hasta ahora la terapia más generalizada entre los psicólogos es la afirmativa, es decir, la que dirige a pacientes con estos conflictos a admitir y desarrollar su orientación sexual”. Enquanto isso, no Brasil, a patrulha da Gaystapo é forte e poderosa – vide Rozangela Justino…

– Convite recebido por email:  Lançamento do Livro do Prof. Elcias Ferreira da Costa (já aqui comentado), “Dom José Cardoso Sobrinho: A vitória da Fé”.

Data: 12/09/2009 (quarta-feira)

Local: Sede da CNBB

Endereço: Rua Dom Bosco, 908, Boa Vista, Recife-PE
(próximo da Rádio Recife FM e ao Supermercado Comprebem)

Horário: 19h às 21h

Censura Pública

Acabei de saber o resultado do julgamento da psicóloga Rozangela Justino pelo Conselho Federal de Psicologia. A profissional é acusada de oferecer serviços para pacientes que desejem se libertar do homossexualismo. Dentre as últimas notícias disponíveis no site do CFP não existe nada sobre o assunto até o momento, mas O Globo noticiou que a psicóloga foi punida com censura pública.

Foi pouco? O Globo diz que “[a] psicóloga estava sujeita à suspensão do exercício profissional por 30 dias ou, até mesmo, à cassação do registro”. Saiu uma extensa reportagem no Diário de Pernambuco hoje sobre o tema, onde um dos denunciantes da dra. Justino dizia ter “receio de que se repita uma penalidade tão branda [a censura pública já havia sido imposta à psicóloga pelo Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro em 2007] para uma postura gravíssima, que é fomentar, por meio de um ofício de grande importância, esse tipo de filosofia, de que a homossexualidade é uma doença”. Pois bem, os receios dele se concretizaram.

Mas não é surpresa; o próprio Portal Gay da UOL já havia dito antes que o mais provável seria mesmo a censura pública. “Antes de Rozângela, quatro processos semelhantes já chegaram às mãos dos conselheiros federais. Dois foram declarados nulos, um terminou arquivado e outro resultou em censura pública”. Se a ordem cronológica deles foi esta, é preocupante: percebe-se uma nítida gradação. Parece que não vai demorar para a Gaystapo conseguir proibir os psicólogos de tratarem os homossexuais, por mais que estes o desejem – vale lembrar que estamos falando de pacientes que procuram voluntariamente o profissional e se submetem ao tratamento por livre e espontânea vontade. No entanto, graças a Deus, ainda não foi desta vez.

P.S.: Vejam também uma reportagem mais extensa sobre o resultado do julgamento no site da Terra.