Os escombros da ideologia: sobre o abandono das CTEHs

Agradeço ao Alien por me ter mostrado esta auspiciosa notícia: USP vai desenvolver banco de células-tronco [adultas, naturalmente] para pesquisar doenças crônicas e novas drogas. Praticamente quatro anos após o iníquo julgamento do STF que autorizou a destruição de seres humanos em pesquisas científicas (eu já estava aqui), não dá mais para esconder que as tentativas de se encontrar alguma aplicação terapêutica para as células-tronco embrionárias humanas resultaram em um fragoroso fracasso. Como nós dissemos e cansamos de repetir à época, as promessas de revoluções medicinais eram quimeras enganosas (até a dra. Zatz já pulou fora do barco furado que ela se esforçou por vender). Como nós dissemos e nunca deixamos de repetir, o verdadeiro objetivo por detrás da aprovação da lei de Biossegurança era minar a inviolabilidade da vida humana e abrir caminho para a aprovação do aborto.

Desde o surgimento das células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) a discussão sobre o uso de embriões para obtenção de células-tronco se tornou anacrônica. A tecnologia já era conhecida quando o STF julgou, em 2008, pela destruição dos embriões humanos criopreservados – o que só vem dar mais um testemunho a respeito do viés político-ideológico (e nada científico) que pautou aquela decisão. Hoje, a debandada dos que apostaram nas CTEHs é geral – mas a que preço? Perdeu-se tempo, energia e dinheiro com pesquisas imorais fadadas ao fracasso. Foi arranhada a proteção jurídica à vida humana, e a rachadura produzida então resultou em consideráveis sangrias futuras – como a recente decisão em favor do aborto de fetos deficientes. Mas, principalmente, incontáveis seres humanos foram destruídos em lamínulas e  placas de Petri, como um holocausto silencioso e invisível oferecido a algum ídolo moderno irracional cuja voracidade é crescente e que, desde então, só faz exigir sacrifícios cada vez maiores. Agora que o monstro está criado não é suficiente criar banco de iPSCs. Os escombros da ideologia falida ainda se fazem presentes, ameaçadores, tornando a caminhada penosa e cheia de perigos. O horror está longe de ter terminado e, a despeito do lampejo de esperança que hoje reluz, é enorme a quantidade de sujeira que ainda precisa ser limpa.

O remédio prometido pela Mayana Zatz virá… das células-tronco adultas!

Eu vi na Canção Nova que o Brasil deve, ano que vem, testar um tratamento inédito com células-tronco. A boa notícia: este tratamento inédito é feito com células-tronco adultas, isto é, exatamente com aquelas células-tronco cuja utilização nós, católicos, passamos a vida inteira defendendo a despeito de vociferarem contra nós os inimigos da civilização e da humanidade – os que queriam destruir seres humanos em pesquisas científicas. A notícia surpreendente: a grande especialista entrevistada nesta matéria, e que recebe os louros pela notícia promissora, é… a Dra. Mayana Zatz!

Eu estava aqui quando a lei de Biossegurança foi aprovada. E me lembro da chantagem emocional barata da Dra. Zatz et caterva, usando pessoas doentes (inclusive crianças) para comover mentirosamente a opinião pública. O menino João Victor, aliás, tem hoje doze ou treze anos e desde os nove espera o remédio prometido após o julgamento do STF que autorizou a destruição de embriões humanos em pesquisas.

O interessante é que talvez o remédio agora venha. João Victor tem distrofia muscular, exatamente a doença cujo tratamento inédito está anunciado para o próximo ano. Com células-tronco adultas. E agora, quem vai dizer para o menino que o seu sofrimento foi instrumentalizado ideologicamente para a aprovação de uma lei iníqua que, ao fim, em nada o ajudou com o problema dele? E quem é que vai dizer a tantos doentes que a cura, afinal, não veio e nem vai vir de onde disseram que viria, mas de outro lugar? Quem vai dizer a eles que foram gastos tanto tempo, dinheiro e energias em um caminho que nós, católicos, desde o início dissemos que não deveria ser seguido?

Dona Zatz, vá falar com o João Victor. É o mínimo que ele merece após ter sido enganado por quase um quarto da sua vida. Aproveite e peça também desculpas públicas a todos – doentes ou não – os que foram enganados ao longo dos últimos anos. E aos embriões imolados nas placas de Petri – seres humanos sacrificados por uma promessa alquímica de panacéia universal -, as nossas orações e o nosso reconhecimento pela terrível injustiça sofrida, junto com o nosso compromisso de não cessarmos o nosso empenho em pôr fim a esta vergonha. É sobre o nosso século que recairá esta nódoa. Que ela não seja tão tenebrosa quanto se prenuncia.

USP, greve, estudantes e PMs

Recebi um email sobre a “violência da PM” no recente caso da greve da USP, em uma lista de emails católica (isso é relevante), onde em uníssono todos demonstravam a sua solidariedade aos alunos agredidos e o seu mais completo repúdio à atitude das autoridades (chegaram a citar Foucault!). O seguinte vídeo foi-me enviado, para mostrar a truculência dos policiais militares contra os indefesos estudantes:

Confesso não estar completamente a par do que acontece na Universidade de São Paulo. Mas vi o vídeo, onde os estudantes gritavam contra os policiais, tentavam expulsá-los do campus, faziam algazarra e debochavam da PM. E não pude deixar de questionar sobre o quê, exatamente, estava acontecendo em São Paulo.

Uma garota me respondeu rispidamente que eu lesse sobre o “direito à greve” na Constituição Federal. Retribuí dizendo-lhe que ela lesse sobre o direito à greve no Compêndio de Doutrina Social da Igreja. Sob a ótica católica, julgo ser este documento, e não o primeiro, que deva ser levado em consideração.

Sobre o caso específico da USP, ao que me conste, os estudantes ocuparam o prédio da reitoria [P.S.: esta ocupação ocorreu no final do mês passado, e não tem relação direta com o vídeo acima reproduzido; quando houve o conflito com a PM, terça feira passada, os policiais estavam no campus “para evitar que funcionários, em greve desde 5 de maio, [bloqueassem] a entrada de prédios”, e os estudantes estavam realizando um “protesto em frente à reitoria”.] e o final do vídeo mostra exatamente as “estratégias” adotadas por eles para “defenderem” a sua ocupação. Só duas perguntas sobre isso:

1) A ocupação de um prédio que não lhe pertence, à força, montando piquetes, impedindo a entrada dos funcionários, não caracteriza um pecado contra o sétimo mandamento?

2) A Constituição Federal citada legitima também o direito à ocupação violenta de patrimônio público?

O Estado de São Paulo publicou uma opinião sobre o assunto que considero relevante reproduzir:

Ao adotar medidas preventivas, pedindo à Justiça que autorizasse a Polícia Militar a dissolver piquetes nos prédios das principais coordenadorias e unidades de ensino da USP na Cidade Universitária, a reitora mostrou ter aprendido a lição da greve de 2007. Na ocasião, ela contemporizou com os líderes dos servidores e dos alunos e acabou tendo seu gabinete invadido por baderneiros que quebraram móveis, vidros e telefones, roubaram computadores e rasgaram documentos – inclusive os relativos a processos administrativos abertos contra funcionários. Os prejuízos foram estimados em R$ 346 mil. Desde o início da greve deste ano, em 5 de maio, a PM já teve de atuar duas vezes para impedir piquetes e coibir depredações. A última tentativa da invasão do prédio da Reitoria, ocorrida na semana passada, causou prejuízos de R$ 10 mil.

Até quando será que vamos ter que aturar a empulhação esquerdista da luta de classes, onde as autoridades são sempre “do mal” e os proletários [no presente caso, os “estudantes”] são a mais nobre expressão de elevados valores morais – mesmo que sejam vândalos baderneiros? Até quando esta praga vai se infiltrar até mesmo na juventude católica? É por causa desta picaretagem que o nível das universidades públicas cai a cada dia. Quando é que os jovens vão acordar e perceber que eles foram feitos para coisas muito mais elevadas do que isso?

Rápidas sobre o gayzismo

– Sobre os gays que estragaram a festa, a USP foi forçada a abaixar a cabeça em subserviência à agenda gayzista: “faculdade admite exagero”. Os dois homossexuais admitirem o exagero, não, isso é inconcebível – coitadinhos! Tão discriminados! Entretanto, implacáveis: os gays que se manifestaram contra o ato homofóbico “querem que os responsáveis pela cena de preconceito (sic) sejam punidos e não mais representem estudantes na organização”. Até quando ficaremos na tolerância de mão única, transformando os homossexuais numa “super-classe” de cidadãos acima de tudo e de todos?

– Aqui em Pernambuco, em Gravatá, uma dupla de homens – um garoto de 21 anos e um varão castrado e siliconizado (vulgo “cirurgia de transexualização”) de 39 anos – casou-se no civil. A notícia ainda informa que a cirurgia vergonhosa do sr. Enilson (que hoje atende por “Cinthia”) foi feita há quase dois anos no Hospital das Clínicas. E, zombando do povo de bem, o Ministério do Ataúde obrigou o SUS a realizar o serviço. Oras, e já existe casamento gay no Brasil? Segundo explica a notícia:

Segundo o corregedor-geral do Tribunal de Justiça de Pernambuco, desembargador José Fernandes, há pelo menos cinco casos de transexuais que conseguiram mudar o registro de nascimento e depois casar-se civilmente no Estado. “A lei só não autoriza casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas com a alteração do registro, a pessoa que se tornou mulher pode, sim, casar”, ressaltou. O processo de mudança dos documentos dura em média 30 dias.

É piada, ou não é?

Homossexual pedófilo estupra menina de quatro anos. Não, esta notícia nunca poderia ter uma manchete assim, porque o jornal seria acusado de homofobia. A reportagem diz que “homem é preso por estupro de menina de 4 anos”. Somente lá no meio da reportagem, como se fosse um “detalhe” insignificante, é dito que a menina “estava sob a guarda de um tio, que morava com o parceiro. Ao chegar em casa, o responsável encontrou o parceiro e a menina ensangüentada”.

Ou seja: a menina estava sob a guarda de uma dupla de pederastas e foi estuprada por um dos dois! Eu sei que os cegos de plantão vão dizer que isso não tem nada a ver e que homens heterossexuais também estupram familiares. É verdade; mas eu não conheço organizações heterossexuais “pelo direito à pedofilia”. Já homossexuais, existem sim, vide a NAMBLA. E Júlio Severo explica.

Os gays estragaram a festa!

E segue o processo de implantação da ditadura Gay no Brasil. Uma dupla de homossexuais foi expulsa de uma festa na USP e registrou queixa na “Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi)”, coisa que eu nem sabia que existia. Sinceramente, não sei o que é o pior: se a sem-vergonhice dos dois gays, se a existência de uma delegacia para receber este tipo de queixas, ou se a mentalidade “politicamente correta” de todos os envolvidos no episódio que, intimidados, apressam-se a proclamar a sua tolerância e a sua mais resoluta oposição a todo preconceito.

Não aceito a imposição politicamente correta. O que as pessoas costumam chamar de “preconceitos” existem e são necessários (recomendo enfaticamente esta leitura), na medida em que são o fruto de experiências anteriores e de maturação sobre assuntos quaisquer. Na grande maioria dos casos, inclusive, não nos deparamos com um “conceito prévio” injustamente inventado, e sim com um pós-conceito (com uma coisa na qual já pensamos e sobre a qual já emitimos um juízo de valor) aplicado a um caso concreto. Dizer que o homossexualismo é anti-natural, por exemplo, não é um axioma a priori, e sim o fruto de uma madura e sensata investigação antropológica feita por diversas pessoas ao longo dos séculos. Isto, definitivamente, não é “preconceito” no sentido pejorativo do termo – único sentido ao qual a novilíngua reinante nos dias de hoje reduziu a palavra.

Também há discriminações justas e injustas. É justíssimo que os alunos da universidade não sejam expostos à sem-vergonhice pública de uma dupla de homossexuais, porque é justíssimo que a imoralidade seja coibida (e dizer que o homossexualismo é imoral pode até ser classificado como “preconceito”, mas é um dado objetivo que independe dos gostos e preferências de quem quer que seja). Questionar isto e fazer uma absurda inversão de valores onde a defesa da virtude passa a ser passível de punição é um nonsense sem tamanhos, um abismo de irracionalidade para o qual a sociedade brasileira está sendo empurrada pelos militantes gayzistas.

E a parte engraçada pode ser vista na narrativa, feita pela reportagem, do que ocorreu na festa (grifos meus):

Os rapazes foram expulsos de uma festa da entidade [do CA de veterinária] porque se beijavam.

[…]

No dia 10 de outubro, durante um “happy hour” (…) o DJ interrompeu o som por volta de 1h30, as luzes foram acessas e o casal gay, repreendido. (..) A festa foi encerrada.

Ora bolas, então a dupla de homossexuais vai para uma festa do Centro Acadêmico, faz um escândalo, estraga a noite e encerra a festa, e ainda presta queixa na polícia contra a entidade?! Quer dizer, eu dou uma festa, duas bichas loucas entram lá, fazem escândalo, acabam com a festa e eu sou processado?! Por que a dupla não deixa para praticar as suas imoralidades nas suas próprias festas? Por que as pessoas decentes da Universidade seriam obrigadas a presenciar a indecência alheia? Haja paciência!

O início do genocídio silencioso

Foi noticiado ontem que as primeiras células-tronco embrionárias brasileiras foram desenvolvidas pela USP. O grupo da dra. Lygia Pereira – cuja “pesquisa continuou sendo desenvolvida enquanto a ilegalidade do uso de células embrionárias era discutida” com financiamento estatal – somente há três meses conseguiu produzir a primeira linhagem de células-tronco embrionárias. A notícia afirma ainda que as células obtidas “são pluripotentes, ou seja, têm capacidade de se tornar diferentes tipos de células”.

Bom, o que dizer? Antes do mais, considero no mínimo irresponsável que o governo tenha financiado uma pesquisa antes que fosse decidido se ela era legal ou não. Claro que, vindo do PT, não é nenhuma novidade, pois o governo que financia o que é manifestamente crime (como o aborto) certamente não teria escrúpulos nenhum em financiar o que ainda se estava discutindo se era ou não crime; mas não consigo evitar o incômodo que me causa a sensação de que o Governo, ao decidir pela continuidade das pesquisas, estava em parte legislando em causa própria devido aos investimentos que nelas vinha fazendo [*].

Depois, é digno ainda de nota o que foi publicado na UOL, sobre as células obtidas serem pluripotentes. Confesso que não entendi nada; “pluripotentes” não são exatamente as células-tronco adultas, sendo a grande alegada vantagem das embrionárias o fato de elas serem “totipotentes”? O alardeado grande resultado da destruição de embriões humanos é a produção de linhagens de células que poderiam ser obtidas a partir de células-tronco adultas, é isso mesmo? Claro está que a questão é de princípio e, por conseguinte, ainda que as células-tronco embrionárias fossem a cura da AIDS, a sua utilização não seria moralmente aceitável; no entanto, acho desonesto alardear um “avanço científico” sem deixar claro que o “avanço” não foi o originalmente alegado [*].

Não resisto ainda a um comentário, que ilustra bem a futilidade do júbilo pseudo-científico vigente; a dra. Lygia fez questão de frisar que nós estamos “dez anos atrasados”, pois as primeiras linhagens de CTEHs surgiram nos Estados Unidos em 1998. No entanto, nem um único resultado terapêutico foi obtido desde então e, por conseguinte, o Brasil está na contramão do verdadeiro desenvolvimento científico, comemorando o ingresso em uma área que só acumulou até agora dez anos de fracassos, sobre uma montanha de incontáveis pequenos cadáveres humanos, à qual a USP fez o favor de acrescentar trinta e cinco (o número de embriões destruídos pelo grupo de pesquisa da dra. Lygia): eis a lúgubre realidade.

Enquanto isso, a Nature publica que um grupo de pesquisadores americanos conseguiu obter células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) seguras, por meio de uma nova técnica que se mostrou bastante promissora nos testes realizados em animais, e que a obtenção de iPS para uso em humanos é apenas “uma questão de tempo”. E as iPS não completaram nem um ano ainda! Quanto sangue precisará ser derramado nos laboratórios, em busca de uma quimera imoral, às custas de seres humanos cujo grito silencioso ninguém pode ouvir, até que as pessoas recobrem o bom senso?