La vera storia dell’Inquisizione – em breve!

Foi com grande alegria que eu recebi uma proposta preciosíssima para o Deus lo vult!.

Dois amigos meus, daqui de Recife, para os quais a língua de Dante é tão familiar quanto a de Camões, tiveram a feliz idéia de estabelecer um frutuoso colóquio entre os dois insignes poetas, vertendo uma valiosa obra sobre História da Igreja do italiano para o português.

O livro é o “La vera storia dell’Inquisizione” (A verdadeira história da Inquisição), da autoria de Rino Cammilleri. Possui dezenove capítulos + uma introdução, o que totalizará – esta é a proposta – uma série de vinte posts publicados em primeira mão aqui no Deus lo vult!, seguida de uma edição eletrônica em .pdf que possa correr o mundo virtual. A tradução terá ritmo leve, mas esperamos poder apresentar esta obra aos internautas de língua portuguesa o quanto antes.

Os dois heróis que tomaram sobre as suas costas este encargo – rezem por eles! – são dois grandes amigos. O primeiro, Erickson Oliveira, estudante de Direito, membro do Regnum Christi e companheiro de discussões teológicas, de whisky, de charutos e de viagens; o segundo, Gustavo Souza, já possui alguns artigos aqui no blog publicados, é contador recém-formado e amigo de catequese, “pré-membro” do Regnum e presença constante nas discussões, nas listas virtuais, nas festas – embora não nos charutos e nem no whisky. Ambos católicos bem-formados e capacitados, os quais têm a minha inteira confiança em tanto quanto remeta à maior glória de Deus e à salvação das almas.

As traduções serão aqui publicadas com a assinatura de Erickson Oliveira; não obstante, serão realizadas a quatro mãos, ou às vezes a duas mãos, quer de um, quer de outro. Em breve, espero brindar os leitores do blog com a introdução do supracitado livro, o primeiro capítulo de um trabalho que servirá bastante à glória de Deus e à defesa da Santa Madre Igreja, nossa Mãe e nossa Mestra, tão injustamente caluniada nos nossos dias.

Até breve!

Mais uma audiência pública

Amanhã, quinta-feira, 04 de setembro de 2008, a partir das nove horas da manhã, ocorrerá a terceira (e última) audiência pública do STF sobre a ADPF/54 – referente à liberação do aborto de anencéfalos. Todos estão convidados a rezar pelos que defenderão a vida no meio da cova dos leões – por maior que seja a farsa, afinal, importa combater pela glória de Deus e em defesa de Suas Santas Leis:

Esta gente vem contra nós, com insolência e orgulho, para nos aniquilar, juntamente com nossas mulheres e nossos filhos, e para nos despojar; nós, porém, lutamos por nossas vidas e nossas leis.
(I Macabeus 3, 20-21)

Para esta audiência pública, segundo me informou uma amiga – e está no Acompanhamento Processual do site do Supremo Tribunal Federal -, temos duas novidades.

Em primeiro lugar, o Ministro do Ataúde, José Gomes Temporão, foi convocado. Ainda não sei se ele vai estar presente.

Em segundo lugar, a “Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade” requereu participação na Audiência, coisa que eu também não sei se foi concedida. Para quem não conhece, é a organização do Inri Cristo. E o maluco defende o aborto em qualquer situação até o momento do parto:

Reitero uma vez mais que o espírito só é acoplado ao corpo físico quando o nascituro aspira o primeiro hausto de ar vivificante; após aguardar durante toda a gestação o momento de reencarnar, o espírito se apossa do corpo no preciso momento em que a criança enche de ar os pulmões. E ainda assim, o espírito só adquire a individualidade quando é cortado o cordão umbilical. Isso é o que o SENHOR, meu PAI, me mostrou e não se aprende nas academias dos homens.

Vai ser uma coisa linda esta audiência! Tenha Deus misericórdia de nós todos, e Nossa Senhora da Conceição Aparecida livre o Brasil da maldição do aborto.

O carro na frente dos bois

O in dubio pro reo é um princípio do Direito cristalino que significa, literalmente, o seguinte: havendo dúvida, decide-se [uma ação judicial] em favor do réu. É um princípio para garantir, tanto quanto possível, que ninguém seja punido injustamente. No entanto, no Brasil, parece que as coisas mais óbvias passam longe do senso comum das pessoas que detêm a autoridade.

Demonstrar o óbvio é uma tarefa demasiadamente ingrata porque, segundo a boa filosofia, o que é evidente não é passível de demonstração. Prova-se o que não é evidente; o evidente, aceita-se. O raciocínio existe para as pessoas que têm apreço pela razão humana, de modo que é dificílimo demonstrar um raciocínio qualquer para pessoas que aceitam premissas e/ou conclusões irracionais.

Da premissa latina supracitada (que, ao que me consta, não foi (ainda) contestada por ninguém) segue-se, entre outras coisas, que uma determinada lei (justa ou injusta; passemos ao largo desta problemática por enquanto) em desfavor de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, ainda em julgamento, não pode ser aplicada, enquanto não for aprovada, às pessoas ou ao grupo de pessoas que ela punirá caso seja aprovada, porque, se ela ainda não foi julgada, não se pode saber com certeza (e, portanto, há dúvida sobre) se ela será aprovada ou não. A repetição maçante é necessária à enfadonha tarefa de argumentar sobre o óbvio.

No Brasil, entretanto, as coisas não funcionam assim. As coisas que estão ainda sendo julgadas são, amiúde, aplicadas como se já fossem cláusulas pétreas constitucionais. Um exemplo “saído do forno” desta aberração jurídica é a notícia que foi publicada ontem n’ O Globo Online, segundo a qual uma mulher em Ribeirão Preto foi autorizada a abortar uma criança anencéfala no quarto mês de gestação. Considerando que este tipo de aborto ainda está sendo discutido no Supremo Tribunal Federal, nada justifica que a Justiça de Ribeirão Preto tenha autorizado o assassinato da criança deficiente antes do STF dizer se é permitido ou não assassinar crianças deficientes.

Com relação ao aborto, entretanto, aquilo que é irracional (a aplicação de dispositivos jurídicos enquanto eles ainda estão sendo discutidos) revela-se um refinado plano de transformação da sociedade “na marra”, na medida em que o cínico descumprimento da lei transforma-se em motivo para se debater a lei e em lobby para ser utilizado a favor da mudança da legislação. Assim, por exemplo, o aborto é crime no Brasil, ponto. No entanto, é praticado, mesmo sendo crime, quer de maneira clandestina (que os poderes públicos coibem de maneira ineficiente), quer institucionalizado de maneira cínica pelo Estado (o famoso caso do inexistente aborto legal), e então – voilà! – os abortistas de todos os naipes “argumentam” a favor da mudança da lei com base no descumprimento da lei. É óbvio que isto é um raciocínio estúpido; mas quem disse que os abortistas são criaturas racionais?

A mesma técnica está sendo usada agora para o caso dos abortos dos anencéfalos, com as instâncias inferiores da Justiça concedendo pareceres favoráveis ao assassinato de crianças que ainda está em julgamento no Supremo. Não é (somente) irracionalismo, é tática deliberada de forçar o sistema jurídico a ser alterado. Se o carro consegue andar na frente dos bois, então para quê servem os ruminantes? Para manter a aparência de carroça, e mais nada. Quando as aparências não forem mais necessárias, o churrasco será marcado. Se o Supremo permite bovinamente que as instâncias inferiores da Justiça “antecipem-se” a ele, cedo ou tarde vai chegar a hora do abate. E aí estaremos tão no fundo do poço que eu não faço idéia de quando voltaremos a ver a luz do sol.

P.S.: Em Pernambuco, o aborto eugênico já tem jurisprudência. Kyrie, eleison.

Encerramento da Pergunte & Responderemos

É com pesar que comunico o encerramento da revista católica “Pergunte & Responderemos”, criada, escrita, editada e dirigida pelo saudoso Dom Estêvão Bettencourt, monge beneditino e maior teólogo católico brasileiro contemporâneo, falecido no dia 14 de abril último.

Durante meio século, Dom Estêvão esteve sozinho à frente do projeto, que tanto bem fez às almas sedentas de um oásis de Doutrina Católica no meio do relativismo dos nossos dias. A profícua atividade intelectual do monge contrastava com a sua compleição física, a ponto de maravilhar os que cotejavam o vigor dos seus escritos com a fragilidade de sua figura encurvada. Com a sua passagem à Casa do Pai, a Igreja Militante perdeu um valoroso general e, com o encerramento da revista, perdeu uma poderosa arma na defesa da Sã Doutrina.

O último número da revista – produzido, como as demais edições após a sua morte em abril, a partir dos artigos prontos que o monge deixou em sua escrivaninha – será o 555, de setembro de 2008; o Mosteiro de São Bento – e, acrescento eu, o Brasil como um todo – não possui ninguém com envergadura suficiente para dar prosseguimento à obra do santo teólogo.

Para quem não conhece a revista, o Veritatis Splendor disponibiliza uma edição eletrônica no seguinte endereço:

Pergunte & Responderemos On-Line

Que o legado de Dom Estêvão possa sucitar católicos dispostos a procurar, cada vez mais, o conhecimento das coisas de Deus, a fim de desempenharem o melhor possível o papel a ele assinalado pela Divina Providência na História.

A quem interessa a farsa?

Muita água rolou desde a primeira vez em que eu comentei aqui no Deus lo vult! sobre o (suposto) plano de esterilização “embutido” na campanha de vacinação contra a rubéola do Governo Federal. Engrossou a fileira dos que deram crédito, de uma ou outra maneira, à teoria da esterilização (veja-se, p.ex., o Requerimento de Informação do min. Martini ou o artigo de Dom Aloísio Roque). Aumentou consideravelmente o número dos que estão preocupados com a possibilidade dos rumores serem verdadeiros. E, no entanto, até agora nada foi provado e nem desprovado.

Há os que negam veementemente. Encontrei um blog (mal educado – cuidado) que, a despeito do estilo pouco recomendável, responde bem aos principais argumentos dos defensores da teoria da esterilização. Ele não está sozinho no seu “ceticismo”; muitas pessoas têm olhado com reservas para esta história toda, que – como eu sempre disse – está mal contada.

Em particular, tenho conversado com um amigo, médico, que me disse ter as seguintes dúvidas sobre o divulgado plano de esterilização:

– Foi detectado o HCG nas vacinas em forma livre ou de fato formando uma proteína complexa com o toxóide tetânico ou outro carreador?
– Por que o HCG, sendo um hormônio presente em todas a mulheres grávidas, provocaria resposta imunológica pelo simples fato de estar presente na vacina?
– Qual é a técnica usada para se conseguir os vírus atenuados da rubéola? As particularidades dessa técnica não justificariam a presença de HCG? E se esse hormônio está mesmo presente, estaria comprovado que se trata de Gonadotrofina Coriônica HUMANA?
– Tendo em vista a semelhança estrutural do HCG e do FSH, a ponto de testes clínicos menos específicos não conseguirem diferenciar um do outro, por que não há casos de reação cruzada, com os supostos anticorpos anti-HCG atacando o FSH presente em mulheres e homens, levando a sintomas de hipogonadismo?
– Estando a vacina Tríplice Viral (a mesma usada na campanha) presente no calendário vacinal de algumas regiões do Brasil há uns vinte anos, cobrindo quase toda a população com menos de 19 anos, por que ainda se vêem tantas adolescentes grávidas?

A despeito, portanto, da quantidade de pessoas sérias e de instituições dignas de crédito que nos alertam para os riscos desta campanha, é igualmente verdade que existem pessoas sérias e bem intencionadas a recomendar cautela sobre esta história. Enquanto isso, silêncio sepulcral sobre os aspectos que são realmente relevantes, e eu não vejo absolutamente ninguém fazer as coisas que poderiam ser feitas para se encerrarem de vez as especulações.

Quem conhece instituições sérias que possam fazer o teste de detecção dos hormônios? Quem solicitou amostras da vacina para serem analisadas? Quem examinou as pessoas que já tomaram a vacina para verificar se elas apresentam mesmo os hormônios anti-gravidez? Infelizmente, sobre as coisas que poderiam ser feitas para se dirimir definitivamente as dúvidas, pouco ou nada foi feito.

A quem interessa semear o pânico entre a população, deixando-a aterrorizada com a possibilidade de estar sendo esterilizada involuntariamente? Acaso são os católicos, os militantes pró-vida, os defensores da família? Por que não é feito nada para desmentir os boatos que já produziram inclusive requerimentos oficiais de informação ao Ministério da Saúde? Será que não é cômodo à canalhada abortista ter os seus maiores inimigos defendendo um hoax que os exporá à humilhação e ao escárnio quando for finalmente desmentido?

Respostas, já! Respostas sérias, respostas embasadas, respostas verdadeiras. Já se manteve o suspense por tempo demais.

Anencefalia tem cura?

Saiu no Catholic online:

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Criança curada de Anencefalia pela intercessão da Virgem?

5/6/2008

Catholic News Agency (www.catholicnewsagency.com)

Alega-se que uma criança tenha sido curada de anencefalia por meio da intercessão da Virgem de Lujan. A mãe diz: “minha mensagem para todo mundo é que milagres existem, e Deus está sempre conosco”.

BUENOS AIRES (CNA) – A revista católica “Cristo Hoy”, da Argentina, publicou um artigo de uma mãe que confiou sua filha à intercessão de Nossa Senhora de Lujan por ela ter sido diagnosticada com uma doença incurável antes de nascer. A pequena garota, Lujan, tem hoje três anos de idade e leva uma vida normal.

Marcela é oculista e mãe de três filhos. No oitavo mês de sua última gravidez, os médicos descobriram que sua filha sofria de anencefalia, uma doença na qual o cérebro não se desenvolve normalmente. Marcela foi informada de que sua filha morreria em questão de dias após nascer.

“Quando eu fui levada para a sala de parto, rezei à Virgem de Lujan e decidi batizar a minha filha em homenagem a Ela, e a coloquei em Suas mãos. A Virgem de Lujan apareceu-me em pensamento e em meu coração durante estes momentos difíceis, e eu rezei a Ela fervorosamente pela minha filha”.

“Graças a Ela, eu tenho a minha filha comigo e ela é como qualquer outra menina da sua idade, sorrindo e amando a todos que encontra. De acordo com os médicos, ela tem uma deficiência no sistema nervoso, mas é todavia uma menina normal”, Marcela disse.

O caso da pequena Lujan continua sendo inexplicável para os médicos que a trataram. “Eles não podem explicar a melhora extraordinária de nossa filha. Hoje ela é uma garota normal, exceto pela hemiparesia no seu lado esquerdo”, disse a sua mãe.

Ela disse ainda que a doença da sua filha fez com que a sua família apreciasse mais a vida. “Eu agradeço a Deus todos os dias da minha vida pelo milagre que Ele realizou em minha filha”, ela disse.

“Quando nos deparamos com a brutal realidade de gerar um bebê com problemas, tudo ao redor começa a desmoronar, a esperança se desvanece, os pensamentos negativos assumem o controle, tudo por causa de quão frágeis esses pequeninos parecem ser. Mas você precisa rezar pedindo um pouco de força, ter esperanças e, através da oração, tentar superar este momento difícil”, Marcela declarou.

“Minha mensagem para todo mundo é que milagres existem, e Deus está sempre conosco”, ela acrescentou. “Eu posso testemunhar isso porque eu experimentei. Eu espero que, contando minha história, eu possa ajudar outras pessoas em sua fé”, disse por fim.

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Comento eu: os céticos vão dizer – óbvio – que foi erro de diagnóstico. Ainda que tenha sido, este erro ia fazer com que uma menina saudável fosse assassinada no ventre da mãe! Importa respeitar a vida, desde a concepção até a morte natural. Afinal, nunca se sabe quando um milagre vai acontecer. Ou (na versão cética) quando um diagnóstico vai estar errado.