Semana Nacional da Vida

Ontem começou a Semana Nacional da Vida. Iniciativa altamente louvável da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a semana precede o Dia do Nascituro, que se comemora em 08 de outubro. A semana vai, portanto, do dia 01 (ontem) até o dia 07 (próxima terça-feira, festa de Nossa Senhora do Rosário), inclusive. A proposta é “celebrar anualmente o dia do Nascituro com a Semana de Defesa e Promoção da Vida, por meio de mobilização nas paróquias e dioceses de todo o país”, nos dizeres do padre Luiz Antônio Bento.

Gostei bastante do cartaz: uma família “dentro” do mapa do Brasil. Como afirmando que é de famílias que o país é feito e, por conseguinte, é necessário proteger a instituição familiar para que se proteja a nação. A família aparece, também, como se sintetizasse a Defesa da Vida, impedindo o tema de ser reduzido a questões de, p.ex., segurança pública: pois, como afirmou o Santo Padre João Paulo II, “não é possível construir o bem comum sem reconhecer e tutelar o direito à vida, sobre o qual se fundamentam e desenvolvem todos os restantes direitos inalienáveis do ser humano. Nem pode ter sólidas bases uma sociedade que se contradiz radicalmente, já que por um lado afirma valores como a dignidade da pessoa, a justiça e a paz, mas por outro aceita ou tolera as mais diversas formas de desprezo e violação da vida humana, sobretudo se débil e marginalizada” (Evangelium Vitae, 101). E, ainda: a família retratada no cartaz tem três filhos. Três! Num país que está em franco suicídio demográfico, o sutil incentivo às famílias maiores (afinal, famílias com três ou mais filhos são tão escassas…) é justo e necessário. Em suma, a imagem passa muito bem valores importantíssimos, que hoje em dia são ameaçados: ao “casamento gay”, contrapõe uma família; ao aborto, contrapõe um bebê; ao controle de natalidade, contrapõe os filhos do casal. Muito eloqüente!

Aniversário – Opus Dei

Hoje, o Opus Dei completa oitenta anos de fundação. E o presente recebido foi surpreendente: um artigo do prelado do Opus Dei, Dom Javier Echevarría, publicado na Folha de São Paulo de hoje! Como o artigo é só para assinantes, reproduzo-o na íntegra abaixo, como recebi por email.

São Josemaria Escrivá,
ora pro nobis!

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TENDÊNCIAS/DEBATES

Uma semeadura de paz e de alegria

JAVIER ECHEVARRÍA

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Hoje se completam 80 anos da fundação do Opus Dei. Peço a Deus que essa parte da igreja cumpra sempre a missão que Ele lhe confiou
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HOJE COMPLETAM-SE 80 anos da data em que são Josemaria fundou -por inspiração divina, como afirmou João Paulo 2º- o Opus Dei. Por isso, elevo meu coração em agradecimento à Santíssima Trindade, que quis abrir um caminho de santificação no trabalho profissional e nas circunstâncias comuns da vida que pode ser percorrido por mulheres e homens de todos os tempos. O papa Bento 16, quando ainda era o cardeal Joseph Ratzinger, numa homilia pronunciada em 1992, afirmava que “Josemaria Escrivá considerou essa chamada não só algo dirigido a si mesmo mas, sobretudo, uma tarefa a ser transmitida aos demais: estimular a santidade e reunir para Cristo uma comunidade de irmãos e irmãs”.

Consciente dessa responsabilidade -continuava Ratzinger-, “viajou incansavelmente por vários continentes estimulando as pessoas a serem santas, a viver a aventura de serem cristãos, fosse qual fosse o lugar de cada um na vida. Assim, chegou a ser um grande homem de ação, que vivia da vontade de Deus e estimulava os outros a fazer o mesmo”.

A Santa Sé, ao outorgar, no pontificado de Pio 12, as primeiras aprovações canônicas ao Opus Dei, fez sua essa afirmação: “Qualquer membro do Opus Dei, onde quer que esteja, leva sempre consigo a paz de Cristo e a alegria, plena e estável, no Senhor e as oferece amistosamente a todos os homens de boa vontade: além disso, esforça-se por contagiar a todos, sem exceção, com essa paz e essa alegria, e impulsiona com suavidade cada um a aceitar e saborear esses dons tão suaves da bondade divina”.

Bento 16 afirmou que, para aquele que crê, a palavra “paz” é um dos nomes mais belos de Deus, um pai que deseja a concórdia entre todos os seus filhos. Ao dizermos “a paz esteja convosco”, desejamos que Deus esteja com todos e com cada um e cada uma.

Como Cristo -no dizer de são Paulo- é a nossa paz, esse desejo se manifesta em apresentar Cristo aos outros, ajudando-os a compreender que o relacionamento pessoal com Jesus, a amizade com Ele, traz à alma aquela alegria e aquela paz que o mundo não pode dar.

Fui testemunha de como são Josemaria não só pregava e difundia o evangelho da paz mas também o levava constantemente no coração. Não faltaram, no decorrer da sua existência, temporadas de risco à sua integridade física ou de inquietação espiritual pelo destino da igreja e da sociedade civil; no entanto, nunca o vi perder a serenidade nem deixar de fazer algo para comunicá-la aos outros.Estava convencido de que anunciar o evangelho trazia consigo, necessariamente, uma semeadura generosa de paz e de alegria e estimulava o encontro com Cristo, sempre com o máximo respeito pela liberdade das consciências. Sabia que essa tarefa é benéfica para a humanidade, também porque o conhecimento da doutrina de Cristo e o compromisso cristão aperfeiçoam a liberdade humana e nos predispõem a servir os outros.

Dar a conhecer Cristo é também uma semeadura de alegria. O gozo dos filhos de Deus não provém de circunstâncias exteriores favoráveis nem tem uma origem meramente psicológica. Como qualquer outra pessoa, o homem e a mulher de fé experimentam o cansaço e a doença, a dificuldade e a aflição, a dúvida e a contrariedade. Mas, em todas essas situações, sabem-se filhos muito queridos de Deus, são conscientes de que podem se apoiar n’Ele e, com sua ajuda, recuperar a alegria, se chegarem a perdê-la.

Mesmo a experiência da própria fraqueza espiritual não é incompatível com a alegria, porque sempre pode ser sanada pela misericórdia divina. A parábola do filho pródigo acaba com a festa do reencontro do amor.

O humano e o divino se entrelaçam na tarefa de evangelização cristã: a preocupação pelos demais, a caridade, o respeito à liberdade alheia. Assim o propunha, mais uma vez, são Josemaria na Argentina, em encontro com milhares de pessoas em 1974: “Semeiem a paz e a alegria por todos os cantos; não digam nenhuma palavra desagradável a ninguém; saibam caminhar com os que não pensam como vocês. Não se maltratem jamais; sejam irmãos de todas as criaturas, semeadores de paz e de alegria”.

Cada aniversário é uma oportunidade de olhar para o futuro. Ao se completarem agora 80 anos da fundação do Opus Dei, peço a Deus que essa pequena parte da igreja, que é a Prelazia da Santa Cruz e Opus Dei, cumpra sempre, no seio da sociedade civil, a missão que Ele mesmo lhe confiou em 1928: realizar nas almas uma semeadura generosa da paz e da alegria do evangelho, que impregne também as estruturas da sociedade, tornando-as mais humanas.

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DOM JAVIER ECHEVARRÍA , 76, doutor em direito civil e em direito
canônico, consultor da Congregação para as Causas dos Santos e da
Congregação para o Clero, é o bispo prelado do Opus Dei.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal.
Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos
problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências
do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br

Comunicado importante – C-FAM

Reproduzo abaixo a tradução – disponibilizada pelo blog Palavras Apenas – de um importante comunicado do sr. Austin Ruse, presidente do Instituto da Família Católica e dos Direitos Humanos. Peço encarecidamente que todos reservem cinco minutos para a leitura do comunicado, e mais dois minutos para a sua divulgação. É realmente importante.

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29 de setembro de 2008

Caro amigo,

A ONU irá celebrar o 60° aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos no dia 10 de dezembro deste ano.

Para celebrar esta ocasião, grupos radicais pró-aborto pretendem apresentar à Assembléia Geral da ONU vários abaixo-assinados exigindo o direito universal ao aborto.

Os maiores, mais opulentos e mais poderosos grupos pró-aborto estão neste exato momento planejando seu ataque aos nascituros na Assembléia Geral.

Campanhas estão sendo promovidas hoje pela IPPF (International Planned Parenthood Federation) e pela Maire Stopes International, dois grupos que, juntos, são responsáveis por mais abortos do que qualquer outro grupo no mundo. Ambos os grupos são bastante estimados pelos poderes estabelecidos da ONU; e seus esforços em promover um direito internacional ao aborto são bem-vistos por muitos Estados Membros das Nações Unidas, talvez pela maior parte da burocracia da ONU, e por poderosas fundações norte-americanas que repassam milhões para promover o aborto na ONU e ao redor do mundo.

Nós precisamos pará-los em dezembro.

Eu estou escrevendo para lhe pedir que assine um abaixo-assinado exigindo dos Estados Membros da ONU, uma interpretação da Declaração Universal dos Direitos Humanos que proteja as crianças nascituras do aborto. Você sabia que a Declaração Universal exige o direito à vida? Você sabia que, hoje em dia, os comitês da ONU interpretam-na como favorecendo o direito ao aborto? Nós podemos pará-los.

Por favor, clique AQUI para assinar o abaixo-assinado que nós iremos apresentar à ONU no dia 10 de dezembro, dia da celebração do 60° Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. No mínimo, precisamos alcançar o número de signatários que aqueles que defendem o aborto conseguirão. Eles irão apresentar milhares e milhares de nomes. NÓS PRECISAMOS ALCANÇÁ-LOS!

Para assinar o abaixo-assinado, clique AQUI, e por favor, repasse esta mensagem para todos os teus familiares e amigos. Nossa meta é apresentar mais de 50 mil nomes à Assembléia Geral. Nós precisamos da tua ajuda desde já, para impedir os abortistas de fazerem seus planos progredirem na ONU.

Nós estaremos promovendo esta campanha pelas próximas seis semanas. Há tempo suficiente para fazer este abaixo-assinado chegar a todos os seus contatos, e ao redor do mundo inteiro. Este apelo é internacional. Por favor, ajude-nos.

Imagine o espanto estampado em seus rostos quando atirarmos sobre a mesa 50 mil nomes! Seja parte disso. Assine o abaixo-assinado AQUI e faça com que esta mensagem se espalhe ao redor do mundo.

Sinceramente seu,

Austin Ruse
Presidente
C-FAM – Catholic Family & Human Rights Institute
(O único grupo pró-vida trabalhando exclusivamente nas políticas sociais da ONU.)

O início do genocídio silencioso

Foi noticiado ontem que as primeiras células-tronco embrionárias brasileiras foram desenvolvidas pela USP. O grupo da dra. Lygia Pereira – cuja “pesquisa continuou sendo desenvolvida enquanto a ilegalidade do uso de células embrionárias era discutida” com financiamento estatal – somente há três meses conseguiu produzir a primeira linhagem de células-tronco embrionárias. A notícia afirma ainda que as células obtidas “são pluripotentes, ou seja, têm capacidade de se tornar diferentes tipos de células”.

Bom, o que dizer? Antes do mais, considero no mínimo irresponsável que o governo tenha financiado uma pesquisa antes que fosse decidido se ela era legal ou não. Claro que, vindo do PT, não é nenhuma novidade, pois o governo que financia o que é manifestamente crime (como o aborto) certamente não teria escrúpulos nenhum em financiar o que ainda se estava discutindo se era ou não crime; mas não consigo evitar o incômodo que me causa a sensação de que o Governo, ao decidir pela continuidade das pesquisas, estava em parte legislando em causa própria devido aos investimentos que nelas vinha fazendo [*].

Depois, é digno ainda de nota o que foi publicado na UOL, sobre as células obtidas serem pluripotentes. Confesso que não entendi nada; “pluripotentes” não são exatamente as células-tronco adultas, sendo a grande alegada vantagem das embrionárias o fato de elas serem “totipotentes”? O alardeado grande resultado da destruição de embriões humanos é a produção de linhagens de células que poderiam ser obtidas a partir de células-tronco adultas, é isso mesmo? Claro está que a questão é de princípio e, por conseguinte, ainda que as células-tronco embrionárias fossem a cura da AIDS, a sua utilização não seria moralmente aceitável; no entanto, acho desonesto alardear um “avanço científico” sem deixar claro que o “avanço” não foi o originalmente alegado [*].

Não resisto ainda a um comentário, que ilustra bem a futilidade do júbilo pseudo-científico vigente; a dra. Lygia fez questão de frisar que nós estamos “dez anos atrasados”, pois as primeiras linhagens de CTEHs surgiram nos Estados Unidos em 1998. No entanto, nem um único resultado terapêutico foi obtido desde então e, por conseguinte, o Brasil está na contramão do verdadeiro desenvolvimento científico, comemorando o ingresso em uma área que só acumulou até agora dez anos de fracassos, sobre uma montanha de incontáveis pequenos cadáveres humanos, à qual a USP fez o favor de acrescentar trinta e cinco (o número de embriões destruídos pelo grupo de pesquisa da dra. Lygia): eis a lúgubre realidade.

Enquanto isso, a Nature publica que um grupo de pesquisadores americanos conseguiu obter células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) seguras, por meio de uma nova técnica que se mostrou bastante promissora nos testes realizados em animais, e que a obtenção de iPS para uso em humanos é apenas “uma questão de tempo”. E as iPS não completaram nem um ano ainda! Quanto sangue precisará ser derramado nos laboratórios, em busca de uma quimera imoral, às custas de seres humanos cujo grito silencioso ninguém pode ouvir, até que as pessoas recobrem o bom senso?

O abortismo petista

O PT é – sem a menor sombra de dúvidas – o partido brasileiro que, nos dias de hoje, mais perfeitamente encarna o anti-cristianismo. O ferrenho combate travado pelo monstro vermelho contra a vida humana – em particular a mais indefesa – não é novidade para ninguém que tenha um mínimo de conhecimento do cenário político atual no Brasil.

Não dá, portanto, para ser ao mesmo tempo petista e católico. E ainda, não dá nem mesmo para ser ao mesmo tempo petista e pró-vida. É uma tremenda incoerência, uma incompreensível contradição. O partido que hoje governa o Brasil é o maior promotor da cultura da morte e da destruição sistemática de todos os valores católicos (não excluindo nem mesmo aqueles que não são especificamente católicos, por serem decorrentes da Lei Natural – são exatamente estes que nos interessam no presente momento). O PT defende e promove crimes escandalosos como o aborto! E isto não é uma característica acidental das pessoas que, dentro da pluralidade ideológica incentivada pelo partido, tomam iniciativas particulares neste sentido; é, antes, uma nota intrínseca ao partido, como é clara e inequivocamente dito oficialmente pelo maior partido do país.

Recentemente [dia 29 de setembro de 2008], o site do partido passou a defender abertamente a legalização do aborto no país. É importante reconhecer que isto não é novidade alguma, mas a insistência do partido no assunto e a clareza desavergonhada da sua apologia ao crime deveriam ao menos servir de aviso àquelas pessoas que acreditam ser possível trabalhar candidamente em defesa da vida marchando entre as fileiras do exército de Satanás. Não há comunhão possível entre luz e trevas. Não pode haver união entre Cristo e Belial. Não é possível a um político defender a vida humana em iniciativas privadas ao mesmo tempo em que o seu partido é aberta e oficialmente assassino.

Entre as sandices da explícita apologia ao crime publicada no site oficial do Partido dos Trabalhadores:

O aborto deve deixar de ser tratado na esfera penal no país, pois a criminalização não reduziu a sua incidência. Ao contrário, tem contribuído para aumentar a sua prática em condição de risco, com impactos graves para a saúde e a vida das mulheres. Além, é claro, de aumentar os custos do sistema único de saúde. É necessária a busca de soluções eficazes no âmbito da saúde pública, sem interferência de dogmas religiosos, como atribuição do Estado laico e democrático.

É vergonhoso que assistamos passivamente a este criminoso discurso de promoção da imoralidade; mas é ainda mais vergonhoso que alguns fechem os olhos às evidências e comprometam a defesa da vida que poderiam fazer ao marcharem sob o estandarte do inimigo, engrossando as suas fileiras, sujeitando-se ao seu domínio e deliberadamente cerceando a própria liberdade de ação. Isto é completamente inaceitável. É necessário que as pessoas saibam tomar as escolhas corretas; quando o que está em jogo são valores morais inegociáveis, importa cortar completamente os laços com o inimigo. Satanás não dorme, e nunca se ouviu dizer que houvesse algum dia saído algum fruto bom do conluio promíscuo entre os filhos de Deus e os filhos das Trevas.