Representação contra Ministro do STF

Repassando um email conforme recebi. A notícia está também no site da Frente Parlamentar pela Defesa da Vida. Há quase quatro meses, quando li a entrevista que o sr. Marco Aurélio de Mello concedeu à Veja e fiquei nauseado com a cretinice e horrorizado com a estupidez do excelentíssimo ministro do Supremo Tribunal Federal, escrevi aqui:

O povo brasileiro deveria fazer uma campanha: pela liberdade da Constituição, e pela aposentadoria compulsória dos Magistrados descerebrados.

Graças a Deus, parece que o meu pedido encontrou quem o acolhesse, pois os parlamentares pró-vida entraram com uma representação pedindo o afastamento do Ministro Marco Aurélio. A despeito do silêncio sepulcral que se observa sobre o assunto, ele é da mais alta importância, porque é uma voz a se levantar contra o viés ideológico que se instaurou no Supremo Tribunal do país – que deveria ser isento e julgar as coisas de acordo com a Justiça, e não com as concepções ideológicas distorcidas de eugenistas togados.

Salvo engano, nunca antes na história deste país uma representação deste tipo foi protocolada contra um Ministro do Supremo; nunca antes na história deste país os mais altos cargos da Justiça estiveram ocupados por esta corja de criminosos. Quanto mais grave é o escândalo instaurado no STJ, mais incompreensível é que ninguém pareça se importar e que ninguém dê notoriedade quando alguns parlamentares resolvem finalmente se manifestar. Divulguemos amplamente esta notícia: pelo fim da hipocrisia, e agora também pelo fim da cortina de silêncio.

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———- Forwarded message ———-
From: Dra. Maria Dolly
Date: 2008/12/11
Subject: Divulgação de notícia

Caríssimos: Peço-lhes que dêem a maior amplitude possível para a notícia abaixo.

FRENTES PARLAMENTARES EM DEFESA DA VIDA PROTOCOLAM REPRESENTAÇÃO AO PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA PEDINDO O AFASTAMENTO DO MINISTRO MARCO AURÉLIO DE MELO POR OFENSA A LEI ORGÂNCIA DA MAGISTRATURA NACIONAL,CÓDIGO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA E AO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL,POR PREVER E ESPERAR O RESULTADO FAVORÁVEL A APROVAÇÃO DO ABORTO DE ANENCÉFALOS.

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Brasília, 10 de dezembro de 2008

No dia 10 de dezembro mais de uma dezena de deputados federais de partidos políticos diferentes, protocolaram na Procuradoria Geral da República uma representação ao Procurador Geral do Ministério Público Federal, Dr Antonio Fernando de Souza solicitando que SEJAM adotadas medidas legais cabíveis no sentido de afastar o Ministro Marco Aurélio de Melo do julgamento da ADPF 54 em curso no STF.

Tal representação foi amparada na Lei Orgânica da Magistratura Nacional e em diversas entrevistas concedidas pelo Ministro em diversos jornais do país, incluindo a revista Veja, onde o relator da ADPF 54 informa esperar que o resultado do julgamento será “acachapante” de 11 a zero a favor do aborto dos anencéfalos e que está convencido de seu posicionamento a favor do aborto.

Na matéria da revista Veja o magistrado afirma ainda que: “depois que o Supremo bater o martelo não adianta recorrer ao Santo Padre”, praticando verdadeiro tripúdio quanto a participação da Igreja Católica no processo, convidada pelo mesmo a participar em audiência pública.

A representação destaca a importância constitucional do Ministério Público como parte na ADPF 54 e fiscal do cumprimento da lei, afirmando que o órgão tem no mínimo o dever de arguir exceção de suspeição do Ministro Marco Aurélio, além de requisitar ao CNJ instauração de processo administrativo disciplinar contra o referido ministro.

Caso o Procurador Geral acate os pedidos contidos na representação o presidente do Supremo deve convocar todos os ministros para julgamento da Exceção de Suspeição que pode afastar definitivamente o ministro do julgamento da causa, dada a nulidade de uma sentença com seu voto devido ao prejulgamento da causa já efetivado, assim como o demonstrado interesse na procedência do pedido, tudo antes do julgamento final.

A imprensa não tem demonstrado grande interesse em publicar tal fato jornalístico, por razões desconhecidas, razão pela qual impõe-se uma verdadeira mobilização social para que o povo brasileiro saiba cobrar do Ministério Público o exercício de sua função constitucional com presteza e eficiência.

Rápidas sobre o aborto

– Como comentei aqui, foi criada recentemente a “CPI do aborto”, com o objetivo de investigar o comércio de substâncias abortivas e a prática clandestina do crime no país.

– O dr. Rodrigo Pedroso escreveu um excelente texto sobre o assunto, do qual me permito extrair um trecho explicando os motivos que levaram à instauração da supradita CPI:

Desta vez, o fato determinado foi trazido à tona pelo próprio ministro da Saúde, sr. José Gomes Temporão, que não esconde a sua opção ideológica pela legalização do aborto. Em entrevista concedida em 16 de abril de 2007, ao programa Roda Viva, apresentado pela TV Cultura, o ministro afirmou que substâncias abortivas estavam sendo traficadas impunemente, numa flagrante confissão da incompetência do governo no cumprimento das leis penais do País. Efetivamente, não apenas o aborto é crime, como o simples anúncio de substância abortiva está capitulado como delito no art. 20 da Lei das Contravenções Penais. Se o ministro estivesse sinceramente preocupado com a saúde dos brasileiros, ele de imediato procuraria tomar as providências necessárias para coibir um tráfico ilegal e indiscriminado de substâncias que põem em risco a saúde pública, e não valer-se demagogicamente do fato para propalar a legalização do aborto, medida que fere o direito constitucional à vida.

– Os abortistas de todos os naipes não gostaram da história. Algumas mulheres (não se sabe quem… seriam “católicas” pelo direito de matar?) anunciaram uma mobilização em Brasília para a última terça-feira (ontem), na qual pretendem – pasmem! – “denunciar violações aos direitos das mulheres – a recente criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do aborto e o processo envolvendo quase dez mil mulheres em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, pelo crime de aborto”. Ou seja, para as abortistas, investigar crimes é violar os “direitos” das mulheres!!

– O presidente abortista – o que nunca sabe de nada e o que se diz contra o aborto apesar de o defender – repetiu a lenga-lenga do ministro do Ataúde e disse que o aborto era questão de saúde pública. A cretinice dá náuseas: “Sobre a questão do aborto, não se trata de ser contra ou a favor, mas de discutirmos com muita franqueza, porque é uma questão de saúde publica. Se perguntarem para mim, eu sou contra, mas, meu Deus do céu, quantas madames vão fazer aborto em outro país enquanto as mulheres pobres morrem na periferia dos centros urbanos?”. Não, senhor presidente, trata-se de ser contra sim, porque é assassinato, e assassinatos devem ser proibidos, e não “discutidos com muita franqueza”.

– Ainda sobre o Lula, a mesma notícia diz que “[a] declaração do presidente agradou a platéia, formada por militantes de movimentos sociais. Antes da fala de Lula, diversas vezes os manifestantes haviam gritado palavras de ordem pela legalização do aborto”. Ou seja, as declarações do presidente são abertamente abortistas, e a reação dos militantes pró-aborto o demonstram. Muito oportuno o artigo do Celso Coimbra sobre o ocorrido, do qual destaco:

O Presidente da República tem como condição “sine qua non” para ser empossado neste cargo e poder exercê-lo, o juramento de respeito à ordem constitucional do País, caso contrário ele se assume como um déspota. Lula jurou respeitar a Constituição Federal em sua posse como presidente e não cumpriu com seu juramento, mas obedece ao inconstitucional estatuto de seu partido e sequer conhece a Lei Maior do povo brasileiro.

O site “mulheres de olho” trouxe uma “moção de repúdio”, aprovada pela “Cúpulas dos Povos” (que se encerrou no dia 15 em Salvador), contra a instauração da CPI do aborto! Diz o texto: “[n]ós, sujeitas/os políticas/os, movimentos sociais, organizações políticas, lutadores e lutadoras sociais e pelos direitos humanos, reunidos nesta Cúpula dos Povos repudiamos a criação dessa CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito que penalizará ainda mais as mulheres pobres e negras e exigimos o arquivamento da mesma por entender que a criminalização das mulheres e de todas as lutas libertárias é mais uma expressão do contexto reacionário, criado e sustentado pelo patriarcado capitalista globalizado em associação com setores religiosos fundamentalistas”.

– Também a ABONG (Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais) emitiu uma nota pública condenando a CPI do aborto. Diz o texto:

[É] urgente que todos os segmentos da sociedade brasileira, movimentos sociais, organizações e em especial os partidos políticos que têm compromisso com a democracia, a justiça, a igualdade e os direitos das mulheres se mobilizem para impedir a instauração desta CPI.

Por fim, a ABONG se alia e solidariza com as mulheres e suas organizações e movimentos na defesa do direito de decidir sobre o seu corpo e sua história, afirmando não só a ilegitimidade desta CPI como de todas as leis que as oprimem e exploram.

– Ou seja: todo mundo está se articulando contra a investigação dos assassinatos que ocorrem impunemente no país! Como questionou um amigo de maneira muito pertinente, e nós, os pró-vida, vamos fazer o quê?

Conferência Magna – Card. Franc Rodé no EJF

Como não achei na internet, publico o pronunciamento do Cardeal Franc Rodé, pronunciado no IV Encontro de Juventude e Família, ocorrido no último final de semana em Brasília (e onde estive). Reproduzo conforme recebi por email.

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Cardeal Franc Rodé: “Vocês têm que crescer e florescer”

Chamado do Cardeal aos membros e amigos do Regnum Christi e Legionários de Cristo, durante o IV Encontro de Juventude e Família.

Neste domingo, 14 de dezembro, o Cardeal Franc Rodé fez um convite aos membros do Movimento Regnum Christi e aos Legionários de Cristo para que cresçam e floresçam, “pois a Igreja necessita de forças vivas para enfrentar o grande desafio da nova evangelização”.

O Prefeito da Congregação vaticana para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, dirigiu-se aos participantes do IV Encontro de Juventude e Família, que aconteceu de 12 a 14 de dezembro em Brasília, capital do Brasil.

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Estimados legionários, membros e amigos do Movimento Regnum Christi:

É com muita alegria que participo nestes encontros de Juventude e Família porque sei que servem para expressar o espírito de família que reina no Movimento, e constituem um forte impulso para o compromisso apostólico de vocês. São momentos muito especiais de graça que devem aproveitar, para crescer no compromisso pessoal com Cristo, e com o Movimento Regnum Christi, aprofundando-se na vivência do seu carisma, a serviço da Igreja.

Venho de Roma para dizer-lhes que os tenho muito apreço, e que os estimo muito. Deus fez florescer a Legião de Cristo e o Regnum Christi como obras suas nesta nova primavera da Igreja e isso nos enche de esperança e de agradecimento. Como toda obra querida por Deus vocês têm que crescer e florescer pois a Igreja necessita forças vivas para enfrentar o grande desafio da nova evangelização. Vocês têm que estar muito agradecidos com Jesus pelo dom que os fez ao convidá-los a seguí-lo mais de perto, mais intimamente, no Movimento Regnum Christi. Perseverem na sua entrega e saibam que vocês podem contar sempre com a estima e o apoio do Papa e a minha também.

Alegro-me por ver aqui ao Pe. Álvaro Corcuera, que leva nos seus ombros a responsabilidade de guiar este movimento evangelizador. Sei que ele quer que todo o esforço missionário do Regnum Christi se oriente a serviço da Igreja e ao bem da sociedade. Ajudem-lhe com a sua colaboração generosa.

Celebramos a festa da Virgem de Guadalupe, uma invocação muito querida para vocês porque nasceram aos seus pés, no seu seio. Colocamos nas suas mãos os frutos deste encontro, e especialmente um fruto que quero pedir-lhes: o compromisso pessoal na evangelização.

A Igreja, certamente hoje mais do que nunca, necessita evangelizadores: homens e mulheres dispostos a dedicar a sua vida, no seu ambiente ou onde os leve a providência, a pregar o nome de Cristo, a estender o seu Reino, a pregar aos nossos irmãos que Cristo é o Salvador e que a Igreja é a sua casa, a sua família. O Regnum Christi tem que ser agora mais do que nunca um movimento que se caracterize pela sua força evangelizadora, pelo seu ímpeto por levar a verdade revelada a todos os homens, por aproximá-los à graça, por semear a paz nos corações, a paz da união íntima com um Pai que nos amou até dar-nos o seu Filho em propiciação pelos nossos pecados.

Desde que conheci o Regnum Christi, vi nos seus membros este estilo de vida evangelizador. É parte do seu carisma e é algo que a Igreja necessita para manter-se viva e cumprir a missão que Cristo a encomendou . É um compromisso pessoal com Cristo e com a Igreja para estender no mundo a Boa Nova do Evangelho.

Um dia normal de trabalho no Vaticano veio cumprimentar-me um membro do Regnum Christi que conheci durante uma viagem ao México. Queria a minha bênção porque ele ia fundar um hospital no Chade, na África, dedicado especialmente aos enfermos de AIDS. O padre que o acompanhava disse a ele que o Chade estava em guerra e ele respondeu: “por isso tenho que ir agora”. Esse é o espírito dos membros do Regnum Christi: atuar porque faz falta, porque a missão não é um capricho ou uma iniciativa pessoal para preencher o tempo, mas um modo de acudir a uma necessidade vital para os irmãos, algo que agrada a Deus. E neste momento em que reina uma secularização profunda e um forte materialismo hedonista, o mundo necessita esta evangelização.

Temos que evangelizar nossos irmãos, temos que evangelizar as famílias , temos que evangelizar as empresas, temos que evangelizar a cultura . Não tratamos de impor uma ideologia ou uma doutrina, mas de apresentar Cristo como ideal do ser humano e como Salvador para humanizar e salvar nossos irmãos e as sociedades.

Estamos celebrando o ano de São Paulo; do Apóstolo, não da cidade. [Certo que aqui têm muitos paulistas: vocês têm um grande patrono]. São Paulo foi um homem que viveu só para o bem das almas, sem pensar em si mesmo; um homem lutador que experimentou o cansaço, a perseguição, a derrota, açoites, vários naufrágios, o fracasso, a traição, mas nada disso o deteve no seu único objetivo: evangelizar: “¡ai de mim si não pregasse o Evangelho!” .

Evangelizar é um serviço que se faz por amor, como os pais quando ensinam o filho a rezar. Estão dando-lhe o melhor que têm. Estão dando-lhe o fundamento da sua fé. Esse é o motivo que deve impulsar o crescimento do Regnum Christi: ser mais para evangelizar mais; crescer na santidade para ser melhores testemunhas de Cristo no mundo. Crescer na santidade, crescer no amor, crescer na esperança, para levar a outros a fé, o amor e a esperança.

O que nos diria hoje São Paulo se nos visse? O que nos pediria? O que  nos transmitiria? Certamente nos recordaria aquelas palavras que dirigiu à comunidade de Corinto: “Não sabeis que nas corridas do estádio todos correm, mas um só recebe o prêmio? Corrais de maneira que o consigais!” .

Com o exemplo das corridas (e este é um país de grandes corredores de fórmula um e jogadores de futebol), nos convida a lutar na nossa vida por uma coroa que não se corrompe : pela santidade. Essa é a base. A santidade de vida é o cimento do testemunho, do apostolado.

Este é o primeiro passo: a santidade à qual se chega pela fidelidade à graça; a santidade à qual todos estamos chamados; a santidade que se alimenta com os sacramentos; a santidade que é colocar-se nos planos de Deus, seguir a sua vontade nas nossas vidas. Que este seja o primeiro objetivo na vossa vida.

São Paulo, com seu vocabulário forte, provavelmente acrescentaria: “Tomai o elmo da salvação e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus; sempre em oração e súplica, orando em toda ocasião no Espírito, velando juntos com perseverança e intercedendo por todos os santos” . É um vocabulário que fala de combate a favor do Evangelho da paz, de militância, de luta, algo que é muito próprio da espiritualidade do Movimento. Como disse uma vez o Papa Paulo VI aos membros do Movimento, vocês são um Movimento que não está contemplando como sucedem as coisas, mas que luta por deixar uma pegada cristã no mundo, que se compromete com a causa do amor.

São Paulo insiste muito na oração. Dizia: “orar em toda ocasião”. A oração é o diálogo com Deus, e é o alimento do apóstolo, do evangelizador. Hoje, quando nos toca viver em ambientes tão adversos, a oração se faz ainda mais importante. A oração nos mostra que nosso compromisso evangelizador nasce de Cristo. Evangelizar é dar o que se tem recebido, é ir pregar o Cristo com o que me encontro na oração. São Paulo começa a sua tarefa evangelizadora depois de três anos retirado em oração no deserto da Arábia. Contemplação e apostolado vão sempre unidos.

A oração vos ajuda a “conhecer o amor de Cristo, que excede a todo conhecimento, para que possam ir completando-se até a total Plenitude de Deus”  e faz “que Cristo habite pela fé nos vossos corações, para que, possam viver arraigados e cimentados no amor” .

O lema deste encontro é muito bonito: “amar mais para servir mais”. Esta foi uma das claves da vida de São Paulo. Era um homem que vivia sua missão movido pelo amor; como um serviço aos demais, seus irmãos, aos quais amava em Cristo. Estava convencido de que sem amor não era nada . Sem amor não somos nada, não somos evangelizadores, não somos cristãos autênticos.

Sei que o amor é o centro do carisma apostólico de vocês, não deixem de crescer no amor de Deus que “foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” . Nada poderá separar-nos desse amor . Esse amor os guiará na sua vida e os levará a vivê-lo com seus irmãos, cada dia, em cada minuto. O amor é o distintivo do cristão, nisto conhecerão os homens e as mulheres de hoje que sois discípulos de Cristo .

São Paulo volta a repetir-nos o que dizia aos seus discípulos de Corinto: “Fazei tudo com amor” , ou aos gálatas: “servi-vos por amor  uns aos  outros” . Sejam, pois, imitadores de Deus, e vivam no amor como Cristo os amou e se entregou por nós . Que o amor de Cristo seja sempre a medida do seu amor.

Queridos membros do Regnum Christi, sei como estão apoiando a formação de sacerdotes através do seminário Mater Ecclesiae, ou do centro sacerdotal Bom Pastor. É um grande serviço que fazem à Igreja . Sei também que estão trabalhando a fundo com os jovens através dos clubes juvenis, das missões, dos colégios, do “Sonhar Acordado”, do “Gente Nova”,  iniciativas que se orientam ao compromisso social dos jovens e ao serviço e à cercania aos mais necessitados. Nunca deixem de trabalhar com os jovens ; eles são a primavera da Igreja, o futuro das nações e os que poderão construir um mundo mais humano, mais cristão.

Nunca esqueçam que evangelizar é servir; é entregar aos demais a experiência de vida em Cristo pessoal e comunitária. É dar e é dar-se, é entregar a vida a serviço do Evangelho, na vocação à que Deus os chame. Sejam generosos, a Igreja necessita de evangelizadores comprometidos. Não tenham medo: que o exemplo de São Paulo e o amor que existe nos seus corações os levem a dar ao Senhor um “sim” aberto e sincero.

A V CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINOAMERICANO E DO CARIBE, celebrada em Aparecida no ano passado, tem insistido muito na formação necessária para a missão . O compromisso na missão da Igreja exige uma formação integral  excelente, de qualidade. A Igreja necessita homens e mulheres muito bem preparados para poder dialogar com os homens e mulheres de hoje e poder transmitir-lhes Cristo. A Igreja sabe que “os novos movimentos e comunidades são um dom do Espírito Santo para a Igreja. Neles, os fiéis encontram a possibilidade de formar-se de maneira cristã, crescer e comprometer-se apostolicamente até serem verdadeiros discípulos missionários” . Para viver o compromisso apostólico é necessária a formação, imprescindível. Hoje, mais do que nunca, para poder desenvolver sua missão, a Igreja necessita contar com membros muito bem formados que saibam dar razão de sua fé e oferecer respostas aos homens e mulheres de hoje. Por isso peço-lhes que se formem a fundo, sem economizar esforços. Vivam o esforço contínuo de sua formação como um serviço a Cristo e à Igreja. A formação minuciosa de vocês é a melhor garantia de que serão missionários eficazes a serviço de Cristo e da Igreja.

Devem pôr especial atenção à formação de formadores, de modo que os membros do Regnum Christi contem com pessoas certas para guiá-los na vivência da própria vocação. Contar com bons formadores de formadores deve ser uma prioridade em ordem ao crescimento e à formação dos líderes para a transformação eficaz da sociedade.

Volto de novo meu olhar à Santíssima Virgem de Guadalupe. A Ela  confio os frutos deste encontro, a Ela peço pela santidade de todos os membros do Regnum Christi. Ela, na sua mensagem a Juan Diego, dizia: “Não estou eu aqui que sou a tua Mãe? Não estás sob a minha sombra? Não sou eu a tua saúde? Não estás por ventura no meu seio? Que mais necessitas?” , e assim o convida a confiar n´Ela. Também hoje nos convida a confiar n´Ela, a pôr nosso compromisso apostólico sob a sua proteção e a inspirar-nos no seu amor para viver nossa vocação evangelizadora.

Muito obrigado.

No final diz em espanhol:

Permito-me dizer algumas palavras em espanhol porque como vocês puderam ver, o meu português é de uma extrema deficiência. Mas, para falar livremente, é mais fácil para eu me expressar na língua de Cervantes e não na de Luis de Camões.

À metade do mês de novembro estive em audiência com o Santo Padre Bento XVI e lhe disse ao final da audiência que eu tinha programado uma viagem para o Chile e para o Brasil, na América Latina. E lhe disse que ia encontrar sobre tudo os membros do grande Movimento Regnum Christi. O Papa me disse: _ “Sim, os conheço, os estimo, os apreço, e diga-lhes que a minha benção lhes acompanha”. Assim que é o momento para dizer-lhes que lhes trago também a benção do Santo Padre Bento XVI.

Bem, quero dizer-lhes também que nesta viagem ao Chile e ao Brasil fiquei impressionado com o dinamismo apostólico, a vontade evangelizadora que encontrei nos membros do Movimento Regnum Christi, e isto é pra mim uma promessa de grande valor para o futuro da Igreja. “Ustedes” (Vocês, como se diz em português); vocês são uma grande chance, uma grande possibilidade, uma grande oportunidade que a Igreja tem para fazer deste grande povo brasileiro, um povo realmente, integralmente católico, fiel ao Evangelho e vivendo do amor a Jesus Cristo. Vocês devem ser os que levam a palavra da esperança, a palavra do amor de Cristo a todos os que encontrarem no caminho da sua vida.

E é a missão mais nobre, mais bela, a maior que vocês têm: levar a palavra de Cristo, levar a palavra do Evangelho a todos os que encontrem em seu caminho. Para isso, como dissemos, para isso é preciso ter uma identidade clara de ser católicos. Sejam felizes e agradecidos para com Deus de tê-los chamados a serem filhos e filhas da Igreja católica. É uma graça imensa que Deus lhes deu, de tê-los chamado à santa Igreja Católica. E que esta identidade os encha de alegria profunda, de um agradecimento continuo ao Senhor pela graça que os têm dado.

E que isto os encha de uma, como digo, de uma grande alegria com um sentimento de gratidão ao Senhor pela graça que os deu. Eu acho que se vocês refletirem esta alegria interior e este sentimento de gratidão, então serão realmente testemunhos do Senhor e da sua Igreja. Testemunhos credíveis, testemunhos que vão ser convictos e convencedores dos outros. Muito obrigado. MUITO OBRIGADO!

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E o Pe Alvaro Corcuera, L.C., diz no final em españhol:

Eminência, gostaríamos de agradecer-lhe muitíssimo. Agradecemos-lhe porque nos traz aquilo que mais queremos, que é o amor de Jesus Cristo. Como o senhor sabe, onde há um brasileiro há alegria. E há alegria porque realmente amam a Deus. Hoje é o que lemos na leitura de São Paulo: “Estais alegres, estais sempre alegres no Senhor”. E onde há um apóstolo há alegria. Um brasileiro, um membro do Movimento é sempre um apóstolo porque não pode conter todo o amor de Cristo no seu coração. Queremos agradecer-lhe muitíssimo, Eminência, pela sua proximidade, pela sua bondade, pelo ânimo que nos infunde. Somos muito conscientes da responsabilidade que temos.

Queremos muito a Cristo, queremos muito a nossa Igreja. E hoje vários dos presentes também se aderiram ao Regnum Christi e também queremos parabenizá-los. Queremos parabenizá-los, agradecê-los e dizer que formamos parte de uma maravilhosa família, uma família que está unida em Jesus Cristo e que nos sustenta o carinho, a proteção da Santíssima Virgem. Obrigado por terem vindo. Obrigado por serem o que são. Obrigado por nos fazerem crer cada dia mais. Que Deus vos abençoe!

DATA DE PUBLICAÇÃO: 2008-12-15

Dignitas Personae – sobre Bioética

Já está disponível no site do Vaticano o mais recente documento da Congregação para a Doutrina da Fé, a instrução Dignitas Personae, “sobre algumas questões de Bioética”. Documento assinado em oito de setembro, somente na última semana foi publicado; como se trata de um documento “de natureza doutrinal” (DP 1) e como o Papa “aprovou a presente Instrução (…) e ordenou a sua publicação” (DP 37), é fundamental que ela seja conhecida dos católicos, a fim de que estes possam pautar por ela a sua conduta e as suas posições. “Consta de três partes: a primeira recorda alguns aspectos antropológicos, teológicos e éticos de importância capital; a segunda enfrenta novos problemas em matéria de procriação; a terceira examina algumas novas propostas terapêuticas que comportam a manipulação do embrião ou do património genético humano” (DP 3). Aqui, vou apenas tecer alguns ligeiros comentários sobre os pontos que julgo mais relevantes. Os grifos são todos por minha conta.

O RESPEITO À VIDA DESDE A CONCEPÇÃO

Diz o documento, no seu número 4, citando a instrução Donum Vitae de 1987: “[o] ser humano deve ser respeitado e tratado como pessoa desde a sua concepção e, por isso, desde esse mesmo momento devem ser-lhe reconhecidos os direitos da pessoa, entre os quais e antes de tudo, o direito inviolável de cada ser humano inocente à vida”. À parte a problemática sobre a questão do momento em que a alma é infundida, o Magistério da Igreja é claro ao afirmar que, desde a concepção, o ser humano é sujeito dos direitos da pessoa – em particular do direito à vida. Deste princípio seguem-se diversas conseqüências, como a imoralidade da destruição de embriões – de pessoas humanas, portanto – em pesquisas científicas e a condenação do aborto (que a própria instrução vai declarar expressamente mais à frente): “[p]elo simples facto de existir, cada ser humano deve ser plenamente respeitado” (DP 8).

Quem, portanto, não acredita que a vida deva ser respeitada em todas as suas fases e que, desde a concepção, o ser humano possui direito inviolável à vida, não se pode pretender católico, pois está contrariando frontalmente o Romano Pontífice.

A IMORALIDADE DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

No seu número 12, o documento diz que “são de excluir todas as técnicas de fecundação artificial heteróloga e as técnicas de fecundação artificial homóloga que substituem o acto conjugal”. Ou, em outras palavras, a procriação não se pode dar por algum meio que substitua o ato conjugal. Isto fulmina diretamente a fertilização in vitro com posterior implantação dos embriões que foram gerados fora do relacionamento sexual, bem como a Intra Cytoplasmic Sperm Injection (ICSI) que a instrução condena expressamente (n. 17), bem como qualquer outra técnica existente ou por existir que substitua o ato conjugal entre os esposos.

Claro que a infertilidade pode ser tratada; a mesma instrução diz que são “certamente lícitas”, por exemplo, “a cura hormonal da infertilidade de origem gonádica, a cura cirúrgica de uma endometriose, a desobstrução tubárica ou a restauração microcirúrgica da perviedade tubárica” (DP 13). O critério está no ato conjugal, ao qual pertence com exclusividade a dimensão procriativa da natureza humana: qualquer método artificial que substitua este ato é ilícito e deve ser, por isso, condenado. “[É] eticamente inaceitável para a Igreja a dissociação da procriação do contexto integralmente pessoal do acto conjugal, pois a procriação humana é um acto pessoal do casal homem-mulher, que não admite nenhuma forma de delegação substitutiva” (DP 16).

Quem, portanto, não acredita que a procriação humana só pode ser realizada exclusivamente por meio do ato conjugal, e que por este motivo a inseminação artificial é inaceitável, não se pode pretender católico, pois está contrariando frontalmente o Romano Pontífice.

O RESPEITO DEVIDO AOS EMBRIÕES

Os embriões humanos, resultados dos processos (imorais, como já vimos) de fertilização assistida, não podem nem ser descartados (DP 14-15) e nem criopreservados (DP 18). Tampouco podem ser usados “para a investigação” ou destinados “a usos terapêuticos”, nem utilizados “para a pesquisa como se fossem cadáveres normais” – todas estas propostas são “claramente inaceitáveis” (DP 19).

O documento diz até que a adoção destes embriões “apresenta (…) diversos problemas” (id. ibid.). Por um lado não surpreende, uma vez que a inseminação artificial é claramente ilícita, como já se diz inclusive no Catecismo (§ 2376 -2377); mas, por outro lado, nos faz chegar à desoladora conclusão de que os embriões artificialmente criados e hoje abandonados – como diz o próprio documento – “determinam uma situação de injustiça de facto irreparável” (id. ibid.). É, portanto, urgente que se parem de produzir embriões artificialmente. “Por isso, João Paulo II lançou um «apelo à consciência dos responsáveis do mundo científico e, de modo especial, aos médicos, para que se trave a produção de embriões humanos, tendo presente que não se descortina uma saída moralmente lícita para o destino humano dos milhares e milhares de embriões “congelados”, que são e permanecem titulares dos direitos essenciais e que, portanto, devem ser tutelados juridicamente como pessoas humanas»” (id. ibid.).

Quem, portanto, não acredita que os embriões humanos – mesmo os criopreservados – devem ser respeitados, e que são gravemente imorais o descarte de embriões, as pesquisas com células-tronco embrionárias ou qualquer outra forma de violação dos direitos da pessoa humana dos quais o embrião é sujeito, não se pode pretender católico, pois está contrariando frontalmente o Romano Pontífice.

A CONDENAÇÃO DA “CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA”

O documento condena também a “pílula do dia seguinte” e outros tantos métodos que ele chama de interceptivos (se impedem a fixação do embrião já fecundado no útero) ou contra-gestativos (se provocam a expulsão do embrião já anidado). E é taxativo: “o uso dos meios de intercepção e de contra-gestação reentra no pecado de aborto, sendo gravemente imoral” (DP 23). “[O] aborto «é a morte deliberada e directa, independentemente da forma como é realizada, de um ser humano na fase inicial da sua existência, que vai da concepção ao nascimento»” (id. ibid.).

Quem, portanto, é a favor da “pílula do dia seguinte”, do DIU, ou de qualquer outro método que provoque ou se proponha a provocar a eliminação de seres humanos já concebidos – métodos também conhecidos como “microabortivos” -, não se pode pretender católico, pois está contrariando frontalmente o Romano Pontífice.

Condena ainda o documento a clonagem humana (n. 28), a obtenção de células estaminais por meio da destruição de embriões (n. 32), a criação de “seres humanos híbridos” (n. 33) e a utilização de “material biológico” de origem ilícita como, p.ex., tecidos de fetos abortados (n. 34). E termina o documento conclamando todos os fiéis católicos a acolher o ensino da Igreja:

Os fiéis empenhar-se-ão com força na promoção uma nova cultura da vida, acolhendo os conteúdos desta Instrução com o religioso assentimento do seu espírito, sabendo que Deus dá sempre a graça necessária para observar os seus mandamentos, e que, em cada ser humano, sobretudo nos mais pequenos, se encontra o próprio Cristo (cf. Mt 25,40).
[DP 37]

Quem, portanto, não acolhe o ensino moral da Igreja e não se empenha na propagação da cultura da vida não se pode pretender fiel católico, pois está em franca e aberta oposição ao que manda a Igreja de Cristo.

Que a Virgem de Guadalupe, protetora dos nascituros, cuja festa celebramos recentemente (na última sexta-feira), possa interceder por todos nós.

Impressões sobre o EJF

[corridas e de memória, senão acabo não fazendo isso nunca]

– É um mega-evento, sem dúvidas. Estrutura gigantesca, no Centro de Convenções, ocupando diversas salas, corredores, o auditório. Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo: “acolhida das crianças” (tinha uma “competição de robótica” que eu fiquei com água na boca para participar! Pena que era só até os 17 anos…), capela com adoração permanente, café com shows musicais, workshops, stands falando sobre os diversos apostolados do movimento… muita coisa.

– É uma bonita experiência de, digamos, “comunhão eclesial”, tanto dentro do movimento Regnum Christi (a presença do diretor geral e de vários membros do Brasil inteiro e até de outros países) quanto do movimento com a Igreja (ilustrada de maneira eloqüente pela presença do Cardeal Franc Rodé, CM). Muito bom rever amigos que eu não via há longa data, que me fazem falta e com quem eu tenho bem menos contato do que eu gostaria! Uma “imagem visível da comunhão dos santos”, poder-se-ia dizer do EJF.

– Muitas palestras primorosas. Sobre os mais variados assuntos: desde sexualidade (com ênfase nos efeitos deletérios das pílulas anticoncepcionais na feminilidade da mulher) até testemunhos de atletas paraolímpicos (que nos deixavam com uma incômoda e salutar impressão de como são pequenos os nossos problemas e como somos ingratos pelas coisas que temos). Não seria capaz de citar todas.

– O fotógrafo dos papas, Arturo Mari, contou-nos diversos relatos sobre a vida dos pontífices com os quais ele conviveu, desde João XXIII, com uma ênfase em João Paulo II. Deste último, falou-nos (como testemunha ocular) do atentado de 1981 e do segundo atentado que o papa sofreu a faca, pouco depois; do seu encontro com o presidente da (então) Tchecoslováquia e com Mikhail Gorbachev; de um encontro com leprosos numa ilha da África (se a memória não me falha) e de uma visita ao Peru na qual Sua Santidade subiu numa mesa e, por sobre um muro farpado, falou aos terroristas do Sendero Luminoso que ele estava ali, que eles (os terroristas) eram assassinos que um dia iam ser julgados por Deus, e que (o Papa) não tinha medo deles; enfim, contou-nos diversas coisas interessantes, muitas das quais eu nunca tinha ouvido falar.

– O ator de Hollywood convertido ao catolicismo, Eduardo Verástegui, produtor do filme Bella, contou-nos o seu testemunho. Como ele levava uma vida promíscua, como uma sua professora de inglês fê-lo ver um dia a incoerêncida da sua vida (ao ser perguntado com que tipo de homem ele gostaria que uma sua filha casasse, ele descreveu “um santo”; ao final, a mulher perguntou-lhe simplesmente se ele era assim e, diante da resposta negativa, por que ele exigia algo que ele próprio não era), como ele decidiu que, desde então, não participaria mais de nenhum filme que ofendesse sua fé, sua família ou seu país. Aconselhado por um legionário, abriu uma produtora – a Metanoia Films – com o objetivo de não produzir senão filmes que passassem valores morais verdadeiros. Bella (não assisti ainda) é fruto deste trabalho.

– Como cada coisa tem o seu lugar, ao lado dos aplausos eufóricos diante dos belos testemunhos que se sucediam, havia o silêncio reverente diante do Sagrado; em particular, registro o terço solene, rezado diante do Santíssimo que foi exposto ao som do Pange Lingua e recolhido enquanto se cantava o Adoremus in Aeternum. Majestoso.

– Não faz parte do evento, mas fui à gravação do DVD do Anjos de Resgate. Terceira fila, à esquerda do palco; não sou o maior fã da banda, mas até gosto de algumas músicas – que ficam muito bem longe da Liturgia. Acho válido que os meninos que gostem disso possam escutá-lo, contanto que as coisas não se misturem (p. ex., eu gosto de frevo, mas tenho horror à sua presença na Liturgia – quando a Campanha da Fraternidade teve aquela música em ritmo de marchinha de carnaval “Levanta-te, chega pra cá e vem para o meio…” eu manifestei aberta discordância e claro descontentamento). Boas músicas (não sei o nome de todas, mas foram cantadas “foi por você”, “peregrino do amor”, “tua família volta pra ela”, “estou aqui”, “o céu inteiro está rezando por ti”, “como uma rosa esmagada no chão” e outras tantas) no repertório, muitos simpáticos os músicos (entra e sai, falam conosco, troca cenário, passa pó de arroz, repete a música – gravação de DVD tem dessas coisas); por esses aspectos, foi uma boa noite.

– Não posso, no entanto, em consciência, deixar de falar sobre uma coisa terrível que presenciei neste show. Após uma excelente manifestação de um dos integrantes da banda sobre a radical oposição entre as exigências da mídia e as convicções do grupo – e da afirmação peremptória de que eles poderiam até não conseguir nunca gravar nada, mas não iam abrir mão de utilizar a banda como “ministério” para passar valores católicos -, eis que, no meio do show, da gravação do DVD, no palco, alguém tem a brilhante idéia de colocar um altar (!) e trazer o Santíssimo para uma adoração (!!). Francamente! Não saberia apontar agora os documentos da Igreja que restringem os lugares nos quais é lícito fazer adoração eucarística, mas é óbvio que [no mínimo] não convém levar o Santíssimo Sacramento para um palco de um show! Isto termina por “queimar o filme” das pessoas que eu tentava há pouco defender, porque revela uma radical incapacidade de separar o culto público da Igreja das músicas populares que elas gostam de ouvir e de tocar. Foi triste, muito triste.

– A viagem, por fim, deixa saudades. Não encontrei todas as pessoas que gostaria, mas encontrei algumas; é um verdadeiro oásis, no meio do mundo em que vivemos, ver um evento católico no qual existem dezenas de sacerdotes presentes, disponíveis o dia inteiro para ouvir confissões e dar direção espiritual, com uma capela onde há sempre muitas pessoas de joelhos diante de Cristo Eucarístico, com um cardeal celebrando a Missa de encerramento e um coral entoando o Sanctus, e tantas coisas mais que eu sem dúvidas estou esquecendo. Próximo EJF, esperamos que seja em Recife (ou, ao menos, no nordeste); já visitei muito os meus amigos de longe, e agora é minha vez de ser visitado.

Agradecimento

Voltei esta madrugada (cheguei em Recife pouco depois da meia-noite) da capital do país, onde estive desde a quinta-feira última. Há muitas coisas para escrever, mas não posso deixar de reservar um espaço – pequeno, muito aquém do que deveria ser – para agradecer à Luh Lena por todo o trabalho que nós lhe demos nestes quatro dias. Estou certo de que o Gustavo (ele poderá se manifestar aqui) também há de subscrever tudo isso.

Luh, sem você, não haveria Brasília. Obrigado por tudo!

Pela ligação atendida de uma hora da manhã (feita por nós) para dizer “chegamos”; por estar no hotel às oito e meia preparada para nos servir de cicerone, trazendo-nos mapas de brasília e chocolates de boas vindas; pelas explicações sobre a cidade, sobre as ruas e a catedral, sobre a torre e as flores do cerrado, sobre a Praça dos Três Poderes, a bandeira e a tocha, sobre o “meteoro” e os candangos, sobre a foice-e-martelo do monumento JK, sobre o eixão e o eixo dos monumentos, sobre as emas “comedoras-de-olhos” e os buritis e bacuris, sobre o sonho de Dom Bosco e o Paranoá que abraça Brasília, sobre a história da cidade no memorial Lúcio Costa, e por tantas outras coisas que nós lhe fizemos falar ininterruptamente estes dias.

Pela paciência de escutar discursos de deputados e senadores no plenário (ainda nos dando explicações oficiosas sobre as “cumbucas” viradas pra cima (deputados) e pra baixo (senadores)), pelo leite com canela, pelo almoço no prédio da Procuradoria, pelo sorvete “na sorveteria em que você gosta de tomar sorvete”.

Pelo Cabernet Sauvignon defronte ao lago no Pontão, pelo passeio no lugar, pelo violão e pelas músicas (umas clássicas, outras nem tanto – mas divertidas), pela ida à Praça da República de madrugada, subindo na tocha, olhando as palmeiras reais, dando voltas pela cidade e nos deixando no hotel.

Pelas visitas às igrejas, de vários formatos – da catedral “em forma de mãos abertas para cima” à Igreja Dom Bosco “em forma de caixa” (e com vitrais de céu estrelado), da Catedral Militar “em forma de tenda” à igreja “em forma de chapéu de freira”. Por me apresentar pessoas especiais como os seus pais (transmita-lhes os meus agradecimentos) e o padre Mário (é este mesmo o nome dele?), polonês “como estão em extinção hoje em dia”, chamando – em cinco minutos de conversa com pessoas que ele tinha acabado de conhecer – as seitas de seitas e dizendo que a religião existe para salvar as almas.

Pelas risadas ao longo dos dias com perguntas bestas e comentários sem sentido, pela companhia no show, por me ensinar as palavras brasilienses (que vocês chamavam munguzá de canjica eu já sabia, mas que chamavam azeitona roxa de “ameixa” foi-me novidade) e por se mostrar tão “afiada” nas expressões nordestinas (de “galega” a “pirangueira”, de “estiar” a “alma sebosa”), pelo tanque do carro vazio “porque, se estiver cheio, é ruim porque é sinal que nós não fizemos nada”, pelo álbum de fotos da formatura – “agora, sim, Brasília está completa” – e por quase nos colocar sentados na nossa poltrona no vôo de volta, a despeito dos nossos protestos de que já estávamos abusando demais da sua boa vontade.

Enfim, Luh, nem tenho palavras. Obrigado. Trago boas recordações de Brasília, mas estou certo de que não as traria tantas e nem tão boas se não fosse por você. Que Deus lhe abençoe muito, e a Virgem Santíssima possa lhe recompensar como eu não consigo fazer.

Padre Paulo Ricardo sobre a RCC

[Publico um trecho de uma palestra do pe. Paulo Ricardo do ano passado, que um amigo teve a gentileza de transcrever. O áudio original se encontra aqui; de acordo com outro amigo que escutou a palestra – eu ainda não tive tempo -, é só a partir dos 44min. que o assunto entra na parte que nos interessa.

Devo dizer que concordo integralmente com a posição do padre, referente à perseguição; o martírio é sem dúvidas uma virtude heróica, não exigida de ninguém para se salvar; no entanto, quando se quer fazer grandes obras, e se tem diante de si ou o martírio ou o conluio promíscuo, a última opção não é digna de um cristão.]

Vou dizer aqui: a renovação carismática, se ela é de Deus, e eu creio que ela é de Deus…chegará o momento em que a renovação carismática será colocada a prova. 40 dias de Jesus no deserto, 40 anos de renovação carismática. Satanás veio visitar Jesus, e virá também visitar a renovação carismática. Satanás virá visitar a renovação carismática e irá dizer…quem sabe Satanás irá se disfarçar…vai se disfarçar em POLÍTICO…quem sabe Satanás vai se disfarçar de bispo…quem sabe Satanás vai se disfarçar de sei-lá-o-que…e irá dizer: “Seu Marcos Volcan, o senhor pare de pregar essas coisas, o senhor entre nas nossas linhas, porque senão nós vamos perseguí-lo, o senhor vai perder número, a renovação vai diminuir, nós vamos fazer o inferno pra acabar com vocês!”

E a renovação deverá escolher: ou ela salva a própria pele e trai o seu Senhor, ou ele vai para a cruz e abraça o seu Senhor. Meus irmãos, saibamos que o verdadeiro carismático é aquele que põe o carisma de Deus, o dom de Deus, a missão de Deus, a vontade de Deus acima de usa própria pessoa, acima de seu próprio eu. E se a renovação carismática é carismática, Deus está acima da renovação carismática: a fidelidade a Deus, é mais importante que a instituição, o número, que as pessoas, que congregar milhares e milhares, porque a renovação carismática pode se resumir a duas ou três pessoas: desde que ela seja fiel até o fim, ela ser carismática, ela será aquilo que foi criado por Deus, ela será aquilo que começou a 40 anos atrás. Mas se a renovação carismática quiser prostituir, se a renovação carismática quiser vender sua alma ao diabo para salvar a instituição, ela terá o lugar q ela mercê no inferno.

É importante nós compreendermos isso, e isso vale pra todos nós. Isso vale não só pra renovação, isso vale pro meu seminário, isso vale pra Canção Nova, isso vale pra quem quiser. Seremos colocados a prova. Porque não vai faltar, por exemplo, raça de COMUNISTA nesse nosso Brasil, não vai faltar esse povo da heresia da libertação, que vai querer forçar a renovação carismática a se adaptar à sua agenda socialista. Não vai faltar bispos e padres, e isso eu digo com clareza, eu sei que isso está sendo gravado, eu isso está sendo transmitido, e não tenho medo não! Se quiserem me destituir agora, façam!

Não vai faltar bispo e padre traidor, servo de Satanás, que vai querer fazer com que a renovação deixe de servir ao seu Senhor. Porque satanás é esperto, ele sabe que não pode acabar com a Igreja por fora, ele já tentou isso uma vez. Ele já tentou lá no Império Romano, quando colocou todo o poder político contra a Igreja e a Igreja não cedeu. Agora ele é esperto, está tentando de outro jeito. Ele tenta acabar por dentro. Tenta acabar por dentro. Já existem teólogos da heresia da libertação, conclamando, conclamando gente da sua heresia a entrar nos grupos de oração para acabar com a renovação por dentro. Já existe gente mandando, já existe gente querendo, que agentes da heresia entrem dentro da renovação! Fica esperto, mané! Fica esperto! Não caia nessa não.

Se a renovação carismática tiver que ser perseguida, que seja! Que seja! Este é o termômetro de nossa fidelidade. (…) Não se assuste se depois de 40 anos da renovação satanás vier visitar a Renovação como visitou Jesus depois de 40 anos nos deserto.

Impressões sobre Brasília

– Brasília é uma cidade bonita. Pensei que iria achar a cidade mais feia; no entanto me surpreendi. É uma beleza toda particular, que não sei bem descrever e (infelizmente!) não tenho fotos para pôr aqui, já que o meu telefone descarregou e eu esqueci o carregador em Recife. C’est la viè.

– Sair de Recife para Brasília é uma coisa de outro mundo. Aqui, as pessoas saem à noite, andam a pé, vão até a praça, sobem na tocha, sentam diante dos candangos, param o carro e ligam o som… em uma palavra, aqui não existe (pelo menos não encontrei) o terror de se andar nas ruas que temos na minha terra natal. Isso faz com que sejam possíveis coisas que julguei só encontrar no primeiro mundo (p.ex., na Sacré Coeur): adoração perpétua a nível arquidiocesano. Há uma “escala” de paróquias e movimentos para que se revezem diante do Santíssimo exposto, que está assim permanentemente (manhã, tarde, noite e madrugada). Em Recife só temos adoração perpétua nas casas religiosas (como na Toca de Assis), e uma paróquia aberta vinte e quatro horas é uma idéia completamente inconcebível para um recifense (afinal de contas, de noite ninguém poderia ir até lá). Talvez seja ignorância nordestina minha, mas… isso existe em algum lugar?

– Recebi informações de que a catedral de Brasília, sim, havia sido originalmente projetada para ser um templo ecumênico, mas que depois passou a ser exclusivamente católica. Ela tem coisas interessantes, como as estátuas dos quatro evangelistas na entrada, em duas fileiras uma de frente para a outra, três de um lado (São Mateus, São Marcos e São Lucas) e um do outro lado (São João): são os sinóticos e o Quarto Evangelho. Tem uma bonita réplica da Pietà, e outra do Santo Sudário. A entrada dela é uma escada para baixo, ao invés de para cima (como em todas as igrejas que eu já vi na vida): para chegar até Deus é preciso se humilhar, e descer. A arquitetura é funcional e muitíssimo curiosa: pode-se falar em voz baixa na parede (fiz a experiência) que se escuta em alto e bom som no fim da parede, muitos metros adiante. É assombroso.

– Tem a parte negativa sobre a catedral: ela é, sim, completamente estranha à arte católica; é repleta de vitrais dos quais eu tenho ojeriza (vitrais “de nada” – que só têm riscos e cores); a construção circular faz com que não se olhe imediatamente para o altar (como acontece nas igrejas “normais”, onde a pessoa ao entrar tem a atenção automaticamente voltada para o altar e o presbitério); as paredes “lisas” com poucos quadros e pouquíssimas imagens  (não lembro se tem de santos; tem uns anjos pendurados que são bonitos, mas também são estranhos) não preenchem o espaço e não dão a “cara” de uma igreja católica ao prédio; o negócio de “descer” as escadas (de “se humilhar” para chegar até Deus) me parece afrontar as igrejas que têm escadas para cima (que são todas as outras); por trás do altar, fui informado de que o desenho é um óvulo sim, embora não lembre o motivo; não me falaram do útero, mas eu – assim que pus os olhos – disse que, se aquela “bola” era um óvulo, então aqueles “riscos azuis” embaixo dela eram certamente um útero; nos espermatozóides eu não reparei.

– O clima chega a ser quente como Recife (talvez um pouco menos), mas varia um pouco e, hoje, estava mais frio. O céu é bonito, com “as nuvens baixas” e de um bonito colorido no fim da tarde. Muita sede por causa da secura, e um pouco de cansaço por causa da altitude, mas nada de importante – deu para me adaptar bem.

– A história da cidade é interessante; o projeto (o “início” era simplesmente um sinal da cruz, o cruzamento do “eixão” com o “eixo dos monumentos”, onde hoje fica a rodoviária), a forma escolhida (forma “de avião”, com a Praça dos Três Poderes na “cabine” – são eles que dirigem a cidade), a construção (os “candangos” – que têm um monumento na praça – eram os trabalhadores que vieram de longe, muitos dos quais morreram durante a construção da cidade), a idéia das ruas (“tesouras” – retornos – para eliminar os cruzamentos e, assim, diminuir o número de semáforos), o tamanho das construções (“Por que os prédios não podem ter mais do que seis andares? Porque nenhuma pode ser mais alta do que o prédio do Senado”)… tantas coisas!

– Brasília é “a terra prometida”, já que Dom Bosco sonhou com a cidade (Entre os paralelos de 15º e 20º havia uma depressão bastante larga e comprida, partindo de um ponto onde se formava um lago. Então, repetidamente, uma voz assim falou: “…quando vierem escavar as minas ocultas, no meio destas montanhas, surgirá aqui a terra prometida, vertendo leite e mel. Será uma riqueza inconcebível…” – vide a História de Brasília) – disseram-me inclusive que já Dom Pedro II tinha planos de mudar a capital para cá, por causa do sonho do santo.

– As flores do cerrado são coisas curiosíssimas: um tipo de fruto que tem “pétalas” dentro (na verdade, são as sementes do fruto, mas elas têm realmente formato de pétalas, e vêm diversas delas em cada fruto), as quais são usadas com hastes para formar artesenalmente as flores. Comprei algumas para levar pra casa; perguntei ao vendedor: “se eu plantar, nasce em Pernambuco?”, “ah, em Pernambuco não, só nasce onde chove”… Eu mereço…

– É tarde e dormir é preciso. Boa noite.

Pisando no freio…

Num hotel em Brasília, após duas horas e meia de vôo. Recém-chegado; vim ao IV Encontro de Juventude e Família do Regnum Christi, que começa amanhã à noite. Mia prima volta na capital do país, onde até então só estive em conexões do aeroporto. Espero ter oportunidade de (re)encontrar algumas pessoas, conhecer um pouco a cidade… essas coisas.

Pretendo pôr algumas informações sobre o encontro, mas provavelmente serão sucintas, com atualizações só à noite e com horas roubadas ao sono (tenho por princípio ser comedido no sono durante as viagens, mas afinal de contas dormir – ainda que pouco – também é preciso). Volto a Recife na noite do domingo, se o bom Deus o permitir.

Que a Virgem Santíssima abençoe-nos a todos.

Direitos Humanos, Bento XVI e Paulo VI

O Papa diz que Deus é o fundamento verdadeiro dos Direitos Humanos, conforme notícia de ZENIT desta quarta-feira. Lembrança muitíssimo oportuna, pois o caráter anti-cristão da Organização das Nações Unidas – evidente de modo particular em questões como o aborto e o homossexualismo – apresenta-se hoje sem máscaras e sem subterfúgios. Quarenta e três anos atrás, o Papa Paulo VI disse algumas palavras num discurso proferido na ONU – data vênia, ingênuas e otimistas por demais – onde afirmava estar convencido “de que esta Organização representa o caminho obrigatório da civilização moderna e da paz mundial”. Creio que, se o Pontífice pudesse contemplar a degradação da ONU que hoje se apresenta sem máscaras e sem enfeites, choraria amargamente.

Hoje, Bento XVI é mais realista, e ataca o ponto nevrálgico da questão – o que transforma a Declaração Universal dos Direitos Humanos em uma coisa, na melhor das hipóteses, meramente naturalista, incapaz de se estabelecer como uma referência necessária a todos os povos e, na verdade, carregando em si uma incoerência intrínseca, na medida em que rejeita Aquele que é capaz de dar sustentação aos verdadeiros direitos humanos. A Declaração não fala uma única vez em “Deus”; o Papa Bento XVI vai dizer que “os direitos do homem estão fundamentados em última instância em Deus criador, que deu a cada um a inteligência e a liberdade. Quando se prescinde desta sólida base ética, os direitos humanos se enfraquecem, pois ficam sem seu fundamento sólido”.

Os tempos mudaram. Também Paulo VI, no final do já citado discurso à ONU, disse a mesma coisa:

Numa palavra, o edifício da civilização moderna deve construir-se sobre princípios espirituais, os únicos capazes não apenas de o sustentar, mas também de o iluminar e de o animar. E esses indispensáveis princípios de sabedoria superior não podem repousar —  é Nossa convicção, vós o sabeis —  senão na fé em Deus.

À época, no entanto, tenho a impressão de que ficou apenas o elogio feito pelo Papa, e não o chamado à necessidade de que os Direitos Humanos fossem em Deus radicados. Sempre ouvi críticas a Paulo VI por ele ter dito que a ONU era “o caminho obrigatório (…) da paz mundial”; em contrário, nunca ouvi ninguém defendê-lo dizendo que o mesmo papa, no mesmo discurso, chamou a atenção para aquilo que hoje recorda o Papa Bento XVI gloriosamente reinante: os verdadeiros direitos humanos se fundamentam em Deus e, sem Ele, enfraquecem-se necessariamente.

Os verdadeiros direitos humanos são, assim, o que a Igreja chama de lei natural, “escrita por Deus na consciência humana”; a primeira defensora e promotora dos verdadeiros direitos humanos é, portanto, a Igreja Católica Apostólica Romana, a quem Deus Nosso Senhor confiou a plenitude da Verdade Revelada e a missão de fazer esta Verdade conhecida de todos os homens e povos. Em sentido estrito e próprio, por conseguinte, é a Igreja Católica que é o “caminho obrigatório da civilização moderna e da paz mundial”, pois é somente a Igreja Católica a defensora dos verdadeiros direitos humanos em sua integridade e sem incoerências. Qualquer outra realidade existente – pessoas, nações ou organizações – só poderá apresentar-se como “um caminho para a paz” na exata medida em que estiver em estreita sintonia com a Igreja de Nosso Senhor. Esta regra aplica-se também à ONU; se as circunstâncias históricas fazem com que os papas tenham convicções diferentes – Bento XVI não recomenda hoje a ONU como caminho obrigatório de absolutamente nada, ao que me conste -, tanto na década de 60 como hoje os sucessores de Pedro afirmam em uníssono a mesma verdade incontestável: somente Deus é o alicerce seguro dos direitos humanos.