Vaticano II, Missa Nova, Crise da Igreja, etc

– Frase de Paulo VI, no blog Adversus Haereses: Quem quer que visse no Concílio [Vaticano II] um relaxamento dos compromissos anteriores da Igreja para sua fé, a sua tradição,a sua ascese, a sua caridade, o seu espírito de sacrifício e a sua adesão à palavra e à cruz de Cristo, ou ainda uma indulgente concessão à frágil e versátil mentalidade relativista de um mundo sem princípios e sem fim transcendente, a uma espécie de cristianismo mais cômodo e menos exigente, estaria cometendo um erro. Não sei qual é a referência original da frase; ela, no entanto, mostra exatamente aquilo que eu sempre tenho falado aqui com relação ao Vaticano II: aqueles que o tratam como se fosse uma ruptura com a Fé da Igreja – não importa de que lado estejam, ou o grau de importância na hierarquia eclesiástica que ocupem – simplesmente estão errados. Assim, o Santo Padre Bento XVI – gloriosamente reinante -, com o seu governo da Igreja, não está “traindo” o Vaticano II; ao contrário, o Concílio foi traído ao longo das últimas décadas e o Papa está colocando as coisas nos seus devidos lugares. Rezemos pelo Sucessor de Pedro.

– No site da FSSPX, “O Problema da Reforma Litúrgica”, uma síntese esquemática feita por Dom Williamson do livro de mesmo nome. Tem o seu valor porque a coluna da direita, chamada de “Teologia Nova”, encontra-se realmente disseminada pelo mundo “católico” e é realmente digna de atenção e censura; o problema é que esta “Teologia Nova” não é [obviamente] a teologia da Igreja Católica. Também o Rito de Paulo VI pode e deve ser celebrado com a mentalidade católica e, aliás, celebrá-lo segundo esta “Teologia Nova” é um erro. Diria até, é traí-lo, como – mutatis mutandi – interpretar o Vaticano II de maneira contrária à Fé da Igreja é uma traição ao Concílio.

– No Fratres in Unum: a humilhação do papado de Bento XVI. O Santo Padre enfrenta heroicamente – saibamos disso! – uma enorme resistência para governar a Igreja. Oremus pro Pontifice Nostro Benedicto. “Irmãos, rezemos pelo Papa. Nenhum de nós sabe o que ele deve estar passando. Dom Fellay afirmou outrora que o Papa encontra hoje uma Igreja impossível de se governar. Os reiterados pedidos de oração mostram, caríssimos, o quanto o Papa precisa de nossos clamores aos céus”. E rezemos pela humilhação dos inimigos da Igreja (que, hoje, ostentam báculos, vestem púrpura…), como na Litaniae Sanctorum: ut inimicos Sancte Ecclesiae humiliare digneris, Te rogamus, Domine, audi nos!

87 comentários em “Vaticano II, Missa Nova, Crise da Igreja, etc”

  1. Caríssimo

    O problema é que os próprios textos do CVII não são claros e dão margem às mais diversas interpretações… Isto não é católico! Olhe e leia com atenção todos os documentos anteriores ao CVII e você sempre verá a clareza a iluminar os caminhos das consciências e da fé! A catolicidade exige precisão e clareza e Gaudium et Spes, Lumen Gentium, Nostra Aetate e outros textos do CVII CARECEM PROPOSITALMENTE destes elementos essenciais!

    Então podemos dizer que, apesar de serem chancelados por um concílio PASTORAL legitimamente convocado, não podem ser considerados documentos católicos “stricto senso”! Isto é inquestionável! Estes documentos dão margem às mais heréticas e estapafúrdias interpretações, quer queiramos ou não! E o Papa agora sofre para arrumar a casa!

    Por que os documentos de Trento ou do Concílio Vaticano I não gereram esta polêmica e toda esta desordem? Porque, além de chancelados pela Autoridade Máxima da Igreja, são documentos que emanam do Magistério Ordinário! Além disto, são de uma clareza e precisão que saltam aos olhos!

    Lamento dizer isto, mas vai chegar o momento (e é agora) em que vai ser posta diante de todo o católico a seguinte alternativa: ou se segue os textos do CVII ou se segue o Papa! Não tem saída! Não haverá lugar para divagações…

    Quando ainda era apenas cardeal, Ratzinger CONDENOU o espírito do Concílio! Se o espírito é que move o corpo, então… Não preciso completar!

    Senhores, orações pelo Papa, pela Igreja e para que o joio apareça para ser ceifado e que o bom trigo de Deus esteja a postos para o combate! Sejamos o trigo, pois nosso lugar é nos celeiros do Pai! Ao joio, a condenação e o fogo eterno!

  2. Correção:

    “Então podemos dizer que, apesar de serem chancelados por um concílio ecumênico legitimamente convocado, não podem ser considerados documentos católicos “stricto senso”! Isto é inquestionável! Estes documentos pastorais dão margem às mais heréticas e estapafúrdias interpretações, quer queiramos ou não! E o Papa agora sofre para arrumar a casa!”

  3. Dionisio, caríssimo,

    “Não são claros” é uma acusação vaga. Quaisquer textos humanos são passíveis de diversas interpretações – eu já comentei que dá para tirar Feeneyismo da Unam Sanctam… – e isso não faz com que os textos sejam “intrinsecamente maus”.

    Do jeito que alguns falam, passa a impressão que é sempre necessário “fazer malabarismo”, quer para enxergar a Doutrina Catolica nos documentos do Vaticano II, quer para errar a interpretação dos documentos do Magistério Pré-Conciliar. Esta última opção é historicamente falsa. Se a primeira fosse verdadeira, então (pra ficar num só exemplo) Lefebvre não teria assinado os documentos do Concílio

    Que o problema de interpretação existe é fato, mas os Papas sempre se empenharam em combatê-lo! O que viria a ser um “documento católico strictu sensu”? O senhor poderia trazer o Concílio que definiu – com a “precisão e clareza” exigidas pela catolicidade, segundo o senhor – quais as características deste tipo de documento, anatematizando todo o contrário, bem como (óbvio) designando as autoridades competentes para fazer semelhante juízo?

    Sobre “vai chegar o momento (e é agora) em que vai ser posta diante de todo o católico a seguinte alternativa: ou se segue os textos do CVII ou se segue o Papa”, eu entendo que tal momento nunca vai chegar, porque o Papa vem, desde o início do seu pontificado, repetidas vezes e sempre que tem oportunidade, defendendo o Vaticano II…

    Rezemos pelo Papa, rezemos pela Igreja.

    Abraços, em Cristo,
    Jorge Ferraz

  4. Caro Dionísio:

    Acho que a clareza dos textos antigos é devida ao tempo de maturação.

    Depois de tantos séculos matutando esses concílios, é natural que tudo o havia para ser dito a respeito deles já tenha sido dito. Além disso, a distância no tempo facilita a compreensão das linhas gerais do concílio e faz com que os detalhes sejam olvidados.

    O Concílio de Nicéia é claro para você? Pois para mim não é, já que não sei ler grego antigo…

    :-)

    Sem dúvida, depois de passar pelas mãos de literalmente dezenas de tradutores, intérpretes, teólogos, historiadores, papas e santos, os concílios antigos chegam até nós bastante claros, destilados ao essencial e em inglês/português atual.

    Acho que podemos aplicar aos concílios a regra da salsicha: coma sem medo mas não queira saber como foi feita.

  5. Caro Dionísio:

    Outro ponto a considerar é que os concílios antigos eram feitos por clérigos e para clérigos.

    Não passaria pela cabeça de um padre-conciliar do século XVI que os textos do Concílio de Trento seriam lidos por leigos que sequer sabem latim, quanto mais teologia.

    Nessa época, nos anos 1960s, já havia leigos católicos formados em teologia (Maritain, Balthazar etc.) cujos livros vendiam milhões de cópias. Já havia um apostolado leigo numeroso (No Brasil: Alceu Amoroso Lima, Jackson de Figueiredo, Plínio Corrêa de Oliveira, João Camilo de Oliveira Torres etc. No Mundo: Chesterton, Belloc, C.S. Lewis etc.) que convertiam milhões de fiéis.

    Veja que, ao contrário de épocas remotas, no século 20, tornou-se comum a figura do leigo católico culto, “teológo” amador. Mais ou menos como todos aqui neste blog são.

    Para atender à demanda desses leigos, os padres-conciliares ingenuamente concordaram com a sugestão da ala modernista de utilizar uma linguagem menos técnica no CVII.

    O resultado é bem conhecido.

  6. OOps!

    Cometi um sacrilégio.

    Esqueci-me de lembrar o nome de Gustavo Corção.

    Corção era uma espécie de Prof. Felipe Aquino dos anos 40, 50 e 60. Era engenheiro de telecomunicações, participante ativo do Centro Dom Vital, e um dos autores católicos mais lidos no Brasil até os anos 70s. Um de meus autores preferidos.

    Também poderia falar em Plínio Salgado, mas esse é mais complicado.

    Enfim, havia muitos leigos falando sobre catolicismo nos anos 50 e 60. Deu no que deu.

  7. Citando Sr. Dionísio:

    “Por que os documentos de Trento ou do Concílio Vaticano I não gereram esta polêmica e toda esta desordem? Porque, além de chancelados pela Autoridade Máxima da Igreja, são documentos que emanam do Magistério Ordinário! Além disto, são de uma clareza e precisão que saltam aos olhos!”

    Ledo engano, Sr. Dionísio, ouve também confusão sobre os documentos do Concílio Vaticano I que deu origem à Igreja Vetero Católica através de um grupo de padres e bispos que se separaram da Igreja de Cristo:

    Cf. em: http://www.veritatis.com.br/article/4090

    Eles não aceitavam o Concílio Vaticano I porque o achavam muito diferente da Sagrada Tradição da Igreja (sic).

  8. Rezemos pelo Papa, rezemos pela Igreja. [2]

    Abraços e fiquem com Deus,

    Léo

  9. Quero deixar uma sugestão para todos daqui.
    Começa hoje no ótimo blog, Tradição Católica, um debate/estudo sobre o CVII.
    O debate promete muito e acredito que será interessantíssimo e muito útil para quem deseja conhecer um pouquinho mais sobre esse concílio tão polêmico.

    Fica a sugestão.

    Abraços em Cristo.

  10. “Ledo engano, Sr. Dionísio, ouve também confusão sobre os documentos do Concílio Vaticano I que deu origem à Igreja Vetero Católica através de um grupo de padres e bispos que se separaram da Igreja de Cristo”

    Sim, mas tais documentos não geraram a miríade de interpretações que possui o CVII. Frise-se que após o CVII a colegialidade saiu muito fortalecida e olhem no que está rendendo: Papa lança o Motu Proprio liberando a Missa Tridentina – muitos bispos não aceitam (inclusive o daqui de Salvador/BA);
    Papa retira as excomunhões que paraivam sobre a FSSPX – bispos chiam;
    Papa eleva a bispo auxiliar de uma diocese da Áustria um padre tradicional, anti-aborto e anti-homossexualismo, bispos se revoltam e dizem que não aceitarão…

    São os maravilhosos frutos da Primavera Pós-Conciliar… E não me venham dizer que tudo isto está acontecendo pelos eventos q

  11. que ocorrem no mundo… que o mundo é o responsável… É tapar o Sol com a peneira…

    Paz e Bem

  12. Caro Jorge,

    Ainda que se possa, com grande esforço e com limitados resultados, acrescentar alguma sacralidade e catolicidade ao rito de Bugnini/Paulo VI, sempre restarão certas características de rito e de culto objetivamente coincidentes com a doutrina protestante da “Ceia do Senhor” e com a Nova Teologia — teologia não apenas reforçada pela Missa Nova, mas também gênese-inspiração de sua própria fabricação. Sugiro a leitura do seguinte artigo:

    http://www.permanencia.org.br/revista/atualidades/JesusMariaMestre.pdf

    Quanto a sua afirmação de que até a má interpretação de um excerto da Unam Sanctam (ou de qualquer outro documento magisterial infalível e/ou de autoridade e forma catolicamente inconfundíveis) pode alimentar erros como o feeneyismo, e que, portanto, essa é uma acusação que não recai somente sobre os documentos do Vaticano II, pondero: 1) O Vaticano II dá muito mais oportunidade para isso do que a Unam Sanctam; 2) Dessa bula o feeneyismo só falsamente se alimenta desvirtuando-se aquele pequeno excerto, enquanto que no Vaticano II o erro é por vezes apresentado nas autocontradições ao longo de suas páginas ou mesmo nas orações adversativas; 3) O feeneyismo, que de uma má interpretação daquela bula pode surgir, não prejudica os adeptos ignorantes desse erro tal como o faz o erro oposto do irenismo relativista, não condenado e até insinuado pelo texto e pelo espírito ecumenista do Vaticano II; 4) Ao contrário do espírito geral de compromisso e ambigüidade para fazer aprovar por vasta maioria de votos os documentos do Vaticano II, e para depois interpretar à maneira querida por muitos de seus redatores, a bula Unam Sanctam não foi escrita para, nem pensando em, o erro que depois a instrumentalizou; 5) O Vaticano II possibilita uma matiz tão mais vasta de interpretações, desde aquela dita “conservadora” (modernismo light) até aquela mais progressista, que condenar uma concede até força para as demais e também erradas interpretações, mesmo que mais brandas ou parcialmente erradas. Para o erro causar males, e mais males ainda, basta-lhe um confundível espaço ao lado da Verdade. Enfim, por esses e outros mais argumentos, penso que a dificuldade e limitação de uma hermenêutica católica dos documentos do Vaticano II é, com justiça, incomparável a de tantos outros documentos pré-conciliares dos quais alguém pôde um dia tirar alguma interpretação heterodoxa. Tanto que a maioria dos erros e heresias surgidos ao momento ou após Trento negam a letra desse concílio (tridentino), enquanto que aqueles erros e heresias mais inaugurados, reforçados ou reeditados a partir do concílio Vaticano II defendem a letra desse último a todo custo, como se super-dogma fosse. Porque precisamente a partir dele conseguem fazer as tão possíveis e úteis interpretações, por vezes com pouco ou nenhum esforço!

    Finalmente, a respeito de sua afirmação de que o fato de D. Lefebvre ter assinado os documentos do concílio seria uma evidência histórica de que não se precisaria de malabarismo hermenêutico para tirar ortodoxia de todos esses textos, deixo-lhe a refutação, também histórica, reproduzindo um excerto de uma recente entrevista de D. Tissier de Mallerais publicada hoje (em inglês mesmo, por falta de tempo em traduzi-la):

    “…
    JV: What about the fact that Archbishop Lefebvre signed all the documents of Vatican II, which means, some believe, that he saw no problems with the entire Council?

    BTM: I have demonstrated in my biography of Archbishop Lefebvre – in the chapters on the Council – that the Archbishop felt at the time he could not refuse a decision of a general Council without separating himself from the Church. The great majority of the bishops signed the documents of Vatican II. Bishop de Castro Meyer signed all the documents of the Council. It was a collegial decision, and in a collegial decision, even if you do not agree with the decision, you have to sign it. For example, in the decree of nullity of marriage, there may be three or five judges deciding. If one judge does not agree, he will sign the decree anyway because the decision is taken as from the majority. Same thing with a general Council. It does not mean that Archbishop Lefebvre accepted all the decisions of the Council. For example, he voted to the very end against the document on Religious Liberty, and continued to publicly oppose Religious Liberty until his death in 1991.

    Rather than read Vatican II in light of Tradition, we really should read and interpret Vatican II in light of the new philosophy. We must read and understand the Council in its real meaning, that is to say, according to the new philosophy. Because all these theologians who produced the texts of Vatican II were imbued with the new philosophy. We must read it this way, not to accept it, but to understand it as the modern theologians who drafted the documents understand it. To read Vatican II in light of Tradition is not to read it correctly. It means to bend, to twist the texts. I do not want to twist the texts.
    …”

    (http://www.cfnews.org/Tissier-SyracuseInterview.htm)

    Abraços,

    Antonio

  13. Prezada Emanuelle,

    Não bastando sua pueril birra na tradução do “remittere” –que até o próprio e, talvez, único bispo tradicionalista que você agora passou a venerar, D. Rifan, o traduz como “levantar” (mais um milagre do concílio!) –, vem de novo com mais essa falaciosa comparação entre as confusões doutrinárias geradas pelos concílios Vaticano I e Vaticano II, e insinuando, portanto, que os vétero-católicos comparar-se-iam com os ditos, hoje, tradicionalistas.

    Pergunto: Acaso têm esses dois concílios os mesmos níveis de autoridade, a mesma natureza dos assuntos ensinados e, portanto, merecem a mesmíssima e incondicional obediência de fé?

    Objetivamente, na matéria, por absurdo, e por um breve exercício intelectual de que a infalibidade papal ensinada no Vaticano I não seria nem poderia ser dogma, os argumentos dos vétero-católicos seriam verdadeiros? A Igreja nunca teria sistematicamente creditado infabilidade a fórmulas dogmáticas em assuntos de fé e moral?

    Enquanto espero que vc chegue às corretas respostas a essas perguntas, afirmo por agora que suas comparações, explícitas ou insinuadas, são fruto de sua atual cegueira carismática, em prol da qual vale tudo para atacar as coisas defendidas por aqueles que tacha de pseudo-tradicionalistas, e que desafiam, porque não toleram nem concedem espaço, a seu carismatismo neopentecostal.

    Em tempo, para sua derradeira conversão, e presumindo esperançosamente que vc esteja mesmo em situação de ignorância e boa-fé, recomendo a leitura inteira, sincera e desarmada desse recente texto:

    http://doctorisangelici.blogspot.com/2009/02/porque-o-vaticano-ainda-nao-condenou.html

    Como também o próprio motu proprio Doctoris Angelici, de S. Pio X, do qual o blog tomou emprestado para seu nome:

    http://doctorisangelici.blogspot.com/2008/03/motu-proprio-do-papa-so-pio-x.html

    Cordialmente,

    Antonio

  14. Citando Dionísio

    “Sim, mas tais documentos não geraram a miríade de interpretações que possui o CVII.”

    O Sr. diz isso porque não viveu na época do cisma do Concílio Vaticano I.

    Além do mais, não é a primeira vez que documentos da Igreja criam miríades de polêmicas e diversas interpretações. Soube de um caso semelhante, no papado de Pio IX, quando o mesmo editou a “Syllabus” que criticava os erros daquele tempo que não mudaram muito dos de hoje – disponívem em:

    http://www.ewtn.com/library/PAPALDOC/P9SYLL.HTM

    Pessoas de dentro e fora da Igreja posicionaram-se em contrário, afirmando que o documento ia contra o progresso, a liberdade e a ciência tal como alguns dizem, em extremo oposto, que o CVII tem posicionamentos libertinos.

    Para dirimir tal controvérsia foi editado um livrinho francês que explicava didaticamente tudo o que o “Syllabos” comentava. Livrinho que, para os de má vontade, nunca iria surtir efeito.

  15. Citando Sr. Antônio,

    “Pergunto: Acaso têm esses dois concílios os mesmos níveis de autoridade, a mesma natureza dos assuntos ensinados e, portanto, merecem a mesmíssima e incondicional obediência de fé? ”

    O ponto em questão era que o Sr. Dionísio dizia que não havia acontecido algo semelhante na história da Igreja porque os outros concílios eram muito claros e o CVII não. Eu apenas o mostrei que ele não tinha posse de todas as informações sobre essa afirmação e que, inclusive sobre o Concílio Vaticano I citado pelo mesmo, ele estava muito equivocado.

    Respondendo pessoalmente a sua pergunta e segundo a autoridade que a Santa Igreja possui na minha vida, a resposta é: sim. Porque não existe documento da Igreja Católica que disponha sobre a seleção da obediência de um católico ao magistério da Igreja (seja ordinário ou extraordinário), ele tem de obedecer aos dois por submissão ao Papa. Não que a tentação de obedecer somente ao que se goste esteja extinta, afinal fomos corrompidos pelo Pecado Original de modo que por toda a vida temos de lutar contra essas tendências de fraqueza que existem em nossas almas. O que é mais um motivo para confiar na Igreja Católica incondicionalmente.

  16. Os papistas de conveniência querem fazer do CVII um superdogma, quando o PRÓPRIO CV II se declarou “pastoral”.
    Qual é o documento do CVII que condena alguém por não aceitar seu “aggiornamento”??? O CVII apresentou PROPOSTAS e não dogmas.
    Fazer do CVII um dogma de fé sem o qual não se está em comunhão com a Igreja é leviandade ou má fé.
    Não existe dogma da infalibilidade dos Cosncílios. O que existe é dogma da infalibilidade do PAPA. Ao Magistério Ordinário só é devida obediência na medida em que ele expressa os ensinamentos da Sagrada Tradição da Igreja (como foi Trento e os demais). Mas falar em “unificação do gênero humano” (Gaudium et Spes) e que “hereges podem ser inspirados pelo Espírito Santo” (Lumen Gentium) não é Magistério Ordinário.

  17. Peço licença para discordar do sr. Jorge Feraz e da Sra. Emmanuelle ao comparar falhas redacionais de outros concílios com as ambiguidades patentes do CVII.
    Até onde se sabe, nenhum concílio ecumênico introduziu termos CONSCIENTE E PROPOSITALMENTE ambíguos de modo a ganhar a adesão simultânea da corrente hortodoxa e heterodoxa. Há alguma evidência de que Trento e Vaticano I tenham englobado termos PROPOSITALMENTE ambíguos para agradar os seguidores de Lutero ou os vetero-católicos???
    Pois o que aconteceu nas votações dos esquemas do CVII foi exatamente a introdução de termos VAGOS E IMPRECISOS para obter a tão difícil aprovação da maioria. Só assim os teólogos da Nova Teologia conseguiram CAMUFLAR as teses modernistas dentro de textos com aparência ortodoxa. E isto articulado e financiado pela Aliança Européia, é claro. Com o apoio de uma poderosíssima máquina de propaganda sustentada pela maçonaria européia.
    Quem quiser saber mais sobre os “bastidores” do CVII recomendo que leia o testemunho de quem viveu e participou de seus debates e esteve presente lá.

  18. Sr. Cleir,

    O Papa se pronuncia de modo infalível nas questões referentes à fé e à moral (magistério extraordinário). No magistério ordinário, o Papa nos ensina o caminho mais seguro a tomar diante da situação em que se encontra o mundo de hoje.

    O Magistério da Igreja é a vontade do Papa (hoje o nome de Pedro é Bento XVI), seja ele ordinário ou extraordinário. Os católicos devem obediência ao Papa. Logo, os católicos devem obediência ao Magistério da Igreja, seja ele ordinário ou extraordinário.

    Não existe documento na Igreja Católica que diga que documentos conciliares não fazem parte da Tradição da Igreja e que o fiel tem o direito de escolher o que vai obedecer. Uma vez promulgado o Concílio Vaticano II, ele passa a fazer parte da Tradição da Igreja. Confira os concílios ecumênicos da Igreja Católica Apostólica Romana ao longo da história:

    325 até 875 d.C: em cidades do oriente

    1. O Primeiro Concílio de Nicéia;
    2. o Primeiro Concílio de Constantinopla;
    3. o Primeiro Concílio de Éfeso;
    4. o Concílio de Calcedônia;
    5. o Segundo Concílio de Constantinopla;
    6. o Terceiro Concílio de Constantinopla;
    7. o Segundo Concílio de Nicéia;
    8. o Quarto Concílio de Constantinopla.

    1123 até 1563 d.C: em cidades do ocidente

    9. o Primeiro Concílio de Latrão;
    10. o Segundo Concílio de Latrão;
    11. o Terceiro Concílio de Latrão;
    12. o Quarto Concílio de Latrão;
    13. o Primeiro Concílio de Lião;
    14. o Segundo Concílio de Lião;
    15. o Concílio de Viena;
    16. o Concílio de Constança;
    17. o Concílio de Florença;
    18. o Quinto Concílio de Latrão;
    19. o Concílio de Trento.

    Os dois últimos Concílios

    20. o Concílio Vaticano Primeiro,
    no ano de 1870;
    21. o Concílio Vaticano Segundo,
    que durou de 1962 a 1965.

    Cf. em Introdução Histórica ao Cristianismo:

    http://www.cristianismo.org.br/hist-01.htm

  19. Citando Sr. Clear

    “Até onde se sabe, nenhum concílio ecumênico introduziu termos CONSCIENTE E PROPOSITALMENTE ambíguos”.

    Comentário:

    Nem eu.

  20. Sra. Emannuelle,
    então a senhora está contradizendo S. Tomás de Aquino e Papas da antiguidade. Não é porque um documento foi assinado pelo Papa que ele se torna automaticamente ortodoxo e exige obediência incondicional. Uma doutrina não se torna parte da Tradição do dia para noite só porque foi assinado pelo Papa.
    Convém ler o que alguns doutores e papas disseram:
    “Havendo perigo para a fé, os prelados devem ser arguidos inclusive publicamente.” S. Thomás.(Sum. Teol. II-II.ª, XXXIII, IV, ad 2)

    Papa São Leão II: “Anatematizamos (…) Honório (Papa),
    que não ilustrou esta Igreja apostólica com a doutrina da
    tradição apostólica, mas permitiu, por uma traição sacrílega,
    que fosse maculada a fé imaculada” (…) e “não extinguiu,
    como convinha à sua autoridade apostólica, a chama incipiente da heresia, mas a fomentou por sua negligência” (Denz.-Sch.
    563 e 561).

    Papa Adriano II: “Honório foi anatematizado pelos
    orientais, mas deve-se recordar que ele foi acusado de heresia, único crime que torna legítima a resistência dos inferiores aos superiores, bem como a rejeição de suas doutrinas perniciosas”

    Guido de Vienne (futuro Calixto II), São Godofredo de
    Amiens, Santo Hugo de Grenoble e outros Bispos reunidos
    no Sínodo de Vienne(1112) enviaram ao papa Pascoal II as
    decisões que adotaram, escrevendo-lhe ainda: “Se, como
    absolutamente não cremos, escolherdes uma outra via, e vos negardes a confirmar as decisões de nossa paternidade, valha-nos Deus, pois assim nos estarei afastando de vossa obediência” (Citado por Bouix, “ Tract. De Papa”, tom. II, p.
    650).

    São Roberto Belarmino: “Assim como é lícito resistir ao pontífice que agride o corpo, assim também é lícito resistir ao que agride as almas, ou que perturba a ordem civil, ou,
    sobretudo, àquele que tentasse destruir a Igreja. Digo que é lícito resistir-lhe não fazendo o que ordena e impedindo a
    execução de sua vontade” (De Rom. Pont., Lib. II, c. 29).

    Dom Guéranger: “Quando o pastor se transforma em lobo,
    é ao rebanho que, em primeiro lugar, cabe defender-se.
    Normalmente, sem dúvida, a doutrina desce dos Bispos para o povo fiel, e os súditos, no domínio da Fé, não devem julgar seus chefes. Mas há, no tesouro da Revelação, pontos essenciais, que todo cristão, em vista de seu próprio título de cristão, necessariamente conhece e obrigatoriamente há de defender” (L’Année Liturgique, festa de São Cirilo de
    Alexandria, pp. 340-341).

    Suarez: “E deste segundo modo o Papa poderia ser
    cismático, caso não quisesse ter com todos o corpo da Igreja a
    união e a conjunção devida, como seria (…) se quisesse
    subverter todas as cerimônias eclesiásticas fundadas em
    tradição apostólica” (De Caritate”, disp. XII, sect. I, nº 2, pp.
    733-734).
    “Se (o Papa) baixar em ordem contrária os bons costumes,
    não se há de obedecer-lhe; se tentar fazer algo manifestamente oposto à justiça e ao bem comum, será lícito resistir-lhe (…)”
    (De Fide, dist. X, sect. VI, nº 16).

    Cardeal Journet: “Quanto ao axioma ‘Onde está o Papa
    está a Igreja’, vale quando o Papa se comporta como Papa e chefe da Igreja; caso contrário, nem a Igreja está nele, nem ele está na Igreja (Caietano, II-II, 39,1)” (L’Elglise du Verbe Incarné”, vol. II, pp. 839-840).

    Fonte: site da FSSPX.

  21. A colegialidade dos bispos, um dos frutos do Concílio está mostrando agora seus efeitos devastadores, basta vermos toda a onda de rebelião contra a autoridade papal, desencadeada pelo recente levantamento das excomunhões. Isto está bem claro na Áustria, por conta da nomeação de um sacerdote conservador para a liberalíssima diocese de Linz, o que causou protestos e pressões que levaram ao sacerdote a pedir a suspensão dessa nomeação. Um cisma se avizinha. S.S. Bento XVI está diante de um combate seríissimo.
    Rezemos pelo Santo Padre, rezemos pela unidade da Igreja.

  22. Sr. Cleir,

    Não vejo como posso estar contradizendo a sua citação de Santo Tomás de Aquino porque não pode haver perigo para fé em um Concílio (Vaticano II) que foi convocado, presidido, encerrado e aprovado pelo Papa em presença do episcopado do mundo inteiro.

    A Bula “Unam Sanctam” de Bonifácio VIII – 18 nov. 1302 – nos ensina que:

    “O poder espiritual deve superar em dignidade e nobreza toda espécie de poder terrestre. Esta autoridade, ainda que tenha sido dada a um homem e por ele seja exercida, não é humana, mas de Deus. Foi dada a Pedro pela boca de Deus e fundada para ele e seus sucessores n’Aquele que ele, a rocha, confessou, quando o Senhor disse a Pedro: ‘Tudo o que ligares…’ (Mt 16,19). Assim, quem resiste a este poder determinado por Deus ‘resiste à ordem de Deus’ (Rom 13,2). Por isso, declaramos, dizemos, definimos e pronunciamos que é absolutamente necessário à salvação de toda criatura humana estar sujeita ao Romano Pontífice.”

    Suas insinuações sobre o Papa de Roma são um desrespeito a Jesus Cristo que concedeu o poder de Vigário de Deus ao Papa que, no caso, não estava fazendo sermões a serem postados na ZENIT, mas editando um Concílio com toda seriedade e santidade que convém.

    Enquanto o próprio Papa, ou um outro Concílio ecumênico, não reformar os ensinamentos do Concílio ecumênico Vaticano II, estes permanecem válidos e obrigatórios como magistério autêntico da Igreja, embora não dotados de infalibilidade (exatamente por isso é que o Papa, ou outro concílio ecumênico, pode reformá-los).

  23. Sra. Emanuelle,
    então você deve negar a Bíblia e os ensinamnetos de Cristo e dos Apóstolos para considerar como “ortodoxos” os textos do CVII.
    Como eu poderia considerar válida a tese de que o “gênero humano caminha para a unificação”? (ensino da Gaudium et Spes). Cristo não veio unificar o gênero humano. Ele veio trazer a espada. Ele veio para SEPARAR o joio do trigo. No juízo final ele vai separa as ovelhas (para o Céu) e os cabritos (para o inferno). Que unificacação é esta de que fala a “ortodoxa” Gaudium et Spes??? Está se unificando em torno de quem?? De Deus é que não é pois o mundo vive uma apostasia comparável à Roma antiga. A senhora já leu os textos do CVII?
    Qual a validade doutrinária da tese de que “os hereges são guiados pelo Espírito Santo até o martírio”? Trento ensinou isso? Nicéia? Latrão? Vaticano primeiro? Quem ensinou? Como dizer então que isto é ortodoxo?
    Qual concílio ou santo doutor ensinou que “neunhuma religião pode ser discriminada”? A Inquisição de S. Pio V ensinou isto???
    A senhora, num esforço obsessivo por querer demonstrar uma ortodoxia duvidosa e suspeita ao CVII, simplesmente ignora o perigo que estas teses tiveram sobre a profunda crise de Fé que impera sobre a Igreja atual.
    Sugiro que a senhora leia O RENO SE LANÇA SOBRE O TIBRE – O CONCILIO DESCONHECIDO. de Ralph W.

  24. Não adianta agora lamentarmos os frutos podres do Concílio, eles estão aí para que todos vejam e avaliem, mas sim rezar para que S.S. Bento XVI possa assegurar a Ortodoxia da Fé e prosseguir com as reformas necessárias para que a “auto-demolição da Igreja” como constatou e declarou o Papa Paulo VI em 1968 seja impedida.

  25. Citando Sr. Cleir:

    “Ele veio para SEPARAR o joio do trigo”

    Numa plantação de trigo, o joio tem a mesma aparência do trigo, por isso é imprudente arrancá-los antes da colheita. A diferença essencial é que o trigo produz frutos e o joio não.

    O trigo na Igreja foi semeado por Cristo, o joio pelos demônios.

    Nosso Senhor não se enganou sobre a história da Igreja, ele
    sempre soube, e essa parábola bíblica comprava:

    “Que logo após a sua pregação a Igreja atravessaria até o fim de sua história sérios problemas internos, que a ela pertenceriam homens bons e maus, e que não seria possível uma purificação radical dentro da Igreja porque a planta daninha que foi semeada às escondidas seria exteriormente de muito difícil distinção daquela que Ele mesmo havia semeado a não ser, segundo a parábola parece querer dar a entender, próximo ao fim dos tempos, quando esta distinção começaria enfim a se tornar evidente. Até lá só o Senhor sabe, com certeza – quem são seus – (cf. Tim. 2,19)”

    Jesus Cristo, no entanto, nos fez três promessas sobre a Igreja que Ele fundou, duas das quais:

    1ª: “As portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja construída sobre a pedra que é Pedro e, na sua pessoa, aos Sumos Pontífices que lhe sucederiam”;

    2ª: “Ele próprio daria a Pedro e aos seus sucessores no Supremo Pontificado as chaves do Reino dos Céus, de tal maneira que tudo o que fosse assim ligado na terra seria ligado no Céu, e tudo o que fosse desligado na terra seria também desligado no Céu”.

    Do que se conclui que: “Se alguma coisa essencial ao Evangelho fosse perdida com o decorrer da história entre aqueles que estão unidos ao Soberano Pontífice, de tal maneira que aqueles que estivessem buscando a plenitude do Evangelho se vissem obrigados a procurá-la em outros lugares, sabe-se lá onde, esta promessa não teria sido cumprida. (…) Isto significa que Jesus quis garantir que jamais poderia vir a introduzir-se algo que destruísse o que Ele próprio havia instituído e desejado preservar integramente até o fim dos tempos com qualquer decisão que os Sumos Pontífices tomassem introduzindo alguma norma disciplinar dentro da Igreja, alterando algum rito, ou dando algum ensinamento em assuntos que dissessem respeito ao Evangelho com a clara intenção de passarem a ser algo ‘ligado entre o Céu e a terra’.”

    A terceira e última promessa de Cristo era que:

    “Ele permaneceria com ela todos os dias até o fim dos séculos; os bons não seriam separados dos maus mas, apesar disso, Cristo estaria sempre presente na Igreja”.

    Cristo somente separará o Joio do Trigo no dia do Juízo Final. E o Sr. deveria temer isso, como todo bom cristão, não acusando as pessoas de “papistas de conveniência” e outros impropérios.

    Somente sendo obediente ao Magistério da Igreja se pode estar em caminho seguro.

    As informações citadas por mim estão disponíveis em:

    http://www.cristianismo.org.br/hist-03a.htm

  26. Cara Sra. Emanuelle,
    obrigado por confirmar que a spalavaras de Cristo contradizem e

  27. Cara Sra. Emanuelle,
    obrigado por confirmar que as palavaras de Cristo contradizem e negam o CVII e sua herética “unificação do gênero humano”a senhora prestou um grande serviço à VERDADE.
    Deus lhe pague.

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