A Idade Média e as fogueiras

[Baseado em comentários feitos em outro assunto aqui no Deus lo Vult!.]

O preconceito histórico contra o Cristianismo encontrado amiúde nos nossos dias é uma das coisas que mais impede que se tenha uma visão equilibrada sobre a Igreja Católica e o Seu papel na construção da civilização ocidental. A repetição de clichês e de mentiras, de visões simplistas e de reconhecidos preconceitos iluministas, de lendas negras e de anacronismos, tudo isso parece ter se transformado em uma espécie de teste de aferimento intelectual. Parece que ninguém é bom o bastante se não nutrir um grande preconceito contra a Igreja Católica; e, quanto maior for este preconceito, mais inteligente é o preconceituoso em questão.

A Idade Média é evocada como uma época de trevas iluminada tão somente pelas terríveis fogueiras da Inquisição. O cristão-médio é um intolerante truculento que está disposto a trucidar qualquer um que apareça no seu caminho, pregando qualquer coisa que não esteja de acordo com a Doutrina Cristã. O obscurantismo e a superstição tomam o lugar da Ciência, e os cientistas levam uma espécie de vida nas catacumbas, diuturnamente escondidos dos terríveis inquisidores, os quais são, por sua vez, ambiciosos ávidos de riqueza e de poder. Os cristãos são retratados como se fossem o compêndio de todos os vícios.

É tão imponente o edifício preconceituoso que não se sabe muito bem sob qual ponto deve-se começar a demoli-lo. Não tenho a pretensão de esgotar o assunto, até porque é uma tarefa humanamente impossível de ser realizada em um simples texto curto de blog. Já disse outras vezes aqui que é muito mais fácil jogar a calúnia barata do que desmentir a calúnia barata; é muito mais fácil lançar mão da mentira que da verdade. Acontece que a mentira tem pernas curtas, e já está mais do que na hora de ajudá-la, ao menos, a tropeçar.

À Idade Média – e, em particular, à Igreja Católica – coube o incrível milagre de transformar o caos em que se havia transformado a Europa com a queda do Império Romano e as invasões bárbaras na civilização onde nascemos e vivemos. Seria realmente espantoso se esta cruel religião cristã tivesse conseguido um tão extraordinário prodígio, seria verdadeiramente admirável se estes cristãos repletos de defeitos e totalmente carentes de qualidades tivessem operado tão portentosa transformação: portanto, há uma verdadeira ruptura entra a Idade Média e a Idade Moderna, e é esta a tese defendida pelos anti-clericais de todos os naipes. Agem como se todos os bens – inegáveis – da civilização ocidental tivessem brotado ex nihil, aparecido por geração espontânea dos escombros nos quais a Igreja lançou a Europa durante a Idade Média.

Porque a Idade das Trevas não pode ter produzido – não, jamais! – nada de bom, nada de civilizado, nada de minimamente aproveitável pelas gerações futuras. Estas tiveram que, sozinhas, reconstruir tudo o que a Igreja destruiu em mil anos. O Renascimento e o Iluminismo, assim, apresentam-se não como simples fenômenos históricos, mas como verdadeiras revelações sobrenaturais: após mil anos de trevas, uma luz resplandeceu, e uma luz tão fulgurante que, em duzentos ou trezentos anos, conseguiu reerguer tudo o que a Igreja tinha Se esforçado para lançar por terra ao longo do último milênio. Eis como pessoas “inteligentes” explicam a história!

É muito difícil argumentar contra pessoas que sustentam uma visão preconceituosa da realidade. Não adianta dizer que a tese deles é absurdamente ridícula, e que é completamente inverossímil que, um belo dia, alguns iluminados tenham resolvido sacudir dos ombros o jugo da tirania eclesiástica e construir o mundo. Eles começarão a ter um ataque histérico e a falar em fogueiras, em trevas, em cruzadas, em obscurantismo, e em meia dúzia de outros chavões que, na cabeça confusa deles, confundem-se com argumentos ou – pior ainda – com fatos históricos. Quando, na verdade, a História é bem mais complexa do que a caricatura ideológica dos anti-clericais os permite enxergar.

As fogueiras! “Milhões de bruxas queimadas” – é a primeira frase dita por um anti-clerical. A segunda, é acrescentar que essas bruxas eram na verdade cientistas (já que bruxas não existem). E então emendam com o “obscurantismo institucionalizado”, com a “hierarquia ávida por poder que tinha medo de perder o domínio exercido sobre o povo”, com a “perseguição de cientistas e proscrição da Ciência”… e, diante do ataque histérico raivoso, você não consegue mais argumentar. Ad baculum, é o modus operandi dos anti-clericais quando estão pontificando história.

Não adianta lembrar que a Inquisição foi instituída com o propósito muito claro e específico de combater os cátaros, que eram vere et proprie uma ameaça à civilização medieval. Não adianta mostrar que não há registro de que as fogueiras tenham extrapolado a casa dos milhares [muito menos dos milhões!] como pretendem os raivosos historiadores anti-clericais. Não adianta nem mesmo lembrar que não foi a Igreja a inventar as fogueiras, sendo esta modalidade de pena capital já amplamente utilizada antes mesmo de que o primeiro inquisidor entregasse ao braço secular o primeiro herege cátaro. Não adianta, porque os anti-clericais não estão preocupados com fatos, e sim com a ideologia deles. Já puseram na cabeça que a Idade Média foi a Idade das Trevas, e qualquer coisa que abale, um mínimo que seja, esta íntima convicção dogmática é sumariamente descartada.

A Idade Média viu levantarem-se na Europa as cúpulas das catedrais, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu as Universidades serem fundadas pela Igreja, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu os filósofos escolásticos lançarem as bases da ciência experimental, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu a Inquisição proporcionar indiscutíveis avanços ao Direito Penal, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. Quando uma pessoa só quer ver uma coisa, não adianta mostrar mais nada. “Intolerância medieval!”, é só o que eles sabem gritar.

Na verdade – e, aqui, rasguem as vestes os inimigos da Igreja de todos os naipes -, a Idade Média foi um excelente exemplo de uma sadia intolerância, da intolerância contra o vício e contra o pecado, da intolerância que é a única capaz de construir e manter alguma coisa duradoura. Na verdade, os pecados são avessos à civilização, e a forma mais eficaz – aliás, a única forma da qual temos conhecimento – de criar e manter alguma sociedade minimamente civilizada é apontando claramente o que deve ser feito e o que deve ser evitado. Não poderia subsistir uma sociedade onde as pessoas roubasssem umas às outras, nem uma onde as pessoas matassem umas às outras. E, sim, qualquer civilização que se proponha a ser duradoura, que tenha um mínimo de “instinto de sobrevivência”, precisa ser intolerante para com aquilo que a pode destruir. Isto é óbvio; tão óbvio que os medievais o entenderam perfeitamente (o que fica mais do que demonstrado pelos excessos – pontuais – cometidos pelos homens daquele tempo), ao passo em que os tolerantes modernos nunca conseguiram fazer com que as suas teses fossem abraçadas pela grande massa da população. Mas, claro, isto deve ser culpa da influência católica!

A “intolerância” da Idade Média, combatida pelos auto-intitulados “livres-pensadores” (que, no entanto, de livres não têm nada, porque só repetem chavões e perconceitos anti-clericais), foi o que construiu o mundo moderno onde estes mesmos livres-pensadores podem vomitar o seu ódio à Igreja Católica. Quer eles gostem, quer não. A despeito da ideologia preconceituosa dos anti-clericais, entre as fogueiras da Idade Média levantaram-se campanários e cúpulas de catedrais aos céus, ergueram-se universidades e lançaram-se as bases do mundo moderno, de modo que resumir os mil anos nos quais “a filosofia do Evangelho guiava as nações” às fogueiras da Inquisição é de um simplicismo criminoso. Mas contra preconceitos – insisto – não há argumentos possíveis. E o preconceito do século XXI parece ser o pior de todos os preconceitos que já se abateram sobre a humanidade.

Audiência Pública sobre o aborto – Recife/PE

Estive agora pela manhã na audiência pública sobre o aborto realizada na Câmara dos Vereadores do Recife, que foi aqui noticiada. Nós fizemos o nosso dever de casa. Houve ontem uma reunião do movimento pró-vida, à qual infelizmente não pude participar; hoje, no entanto, chegamos cedo, ocupamos o plenário, levamos cartazes, faixas e banners. Distribuímos entre os presentes textos, calendários, DVDs de The Silent Scream, folders explicativos; faltando pouco para começar a audiência, éramos quase todos pró-vida.

A audiência foi iniciada pelo presidente da mesa, o vereador Vicente André Gomes, “com a graça de Deus e a proteção do Divino Espírito Santo”. Já ao entrar havia percebido o crucifixo que ficava por detrás da mesa. Esperamos a composição daqueles que iam usar a tribuna; por diversas vezes o presidente da mesa chamou as pessoas para se inscreverem, mas teve que registrar ao final: “não aparece ninguém inscrito para falar em defesa da legalização do aborto”.

Não apareceu ninguém para falar em defesa da legalização do aborto – registre-se. Os abortistas não tiveram coragem de mostrar a cara numa audiência promovida para (nos dizeres da mesa) “ampliar e discutir este tema [o aborto] profundamente delicado”. Na verdade, os abortistas não têm coragem de sustentar a sua posição em um debate público, porque sabem que ela não é sustentável; esta raça de gente só aparece em lugares onde tem certeza de que grande parte do público é a seu favor, ou onde não haja debate e eles sejam somente chamados para pregar os seus descalabros diante dos “companheiros” de militância. Por diversas vezes, do início ao fim da audiência, o presidente da mesa facultou a palavra aos presentes, perguntando com insistência se havia alguém que desejava falar em defesa do aborto; não apareceu ninguém.

Havia abortistas. O médico do CISAM, dr. Sérgio Cabral, estava lá, bem à minha frente; não teve coragem de falar. Havia algumas senhoras da ONG abortista Curumim: tampouco tiveram coragem de subir à tribuna para defenderem a sua causa, a despeito dos rogos do vereador Vicente Gomes. Como baratas que fogem à vista da luz, como morcegos a quem o sol é odioso, eles simplesmente não apareceram. Então, falamos nós.

O Dr. Lamartine falou sobre a novilíngua abortista, aplicada na substituição do termo “aborto” por coisas como “antecipação terapêutica do parto”; como – disse o médico – “se, chamando um leão de gatinho, ele diminuísse de tamanho ou de ferocidade”. Empolgou-se e falou contra o CISAM, dizendo que a sigla bem que poderia significar “Cabeças Inocentes São Amputadas Monstruosamente” – o que fez com que a mesa se sentisse obrigada a, no fim de sua fala, registrar o “órgão sério que é o CISAM”. Após, falou a Dra. Dolly – “como mulher, para defender os nossos direitos”, falando sobre a população brasileira que é majoritariamente (97%) contrária ao aborto, sobre controle populacional e o relatório Kissinger, e sobre a possibilidade de que a garota de Alagoinha tivesse um acompanhamento de sua gravidez sem que os seus gêmeos precisassem ter sido assassinados. A Dra. Gisela Zilsch, por sua vez, lembrou que “liberdade e responsabilidade caminham juntas”, que o feminismo não podia reivindicar o “direito de matar”, que o aborto era inconstitucional – “se nós não garantimos o direito à vida, vamos garantir o quê?” -, que a Curumim e a SOS Corpo cometeram crime de incitação ao aborto, e terminou convidando “o Ministério Público a se manifestar (…) que seja averiguado tudo pelo Ministério Público”. Chuva de aplausos.

Claro, não poderia ser perfeito. Havia uma pessoa que estava do lado do CISAM no plenário: a promotora do Ministério Público, Maria Ivana Botelho. Ao final, ela disse muito claramente que “no caso dela [da menina de Alagoinha], havia respaldo legal para que o CISAM fizesse o procedimento”, porque o artigo 128 do Código Penal admite a exclusão de ilicitude em caso de estupro e o fato da menina ser menor de idade, por si só, já configura estupro, não havendo necessidade de investigar mais absolutamente nada. No meio de suas “ponderações de ordem legal”, fez questão a promotora de frisar que o CISAM “agiu no estrito cumprimento do seu dever”. Dois advogados inscreveram-se para falar neste momento, mas o Dr. Sérgio Cabral retirou-se: após ter ouvido do Ministério Público que ele estava cumprindo o seu dever, não quis mais ouvir as argumentações em contrário.

Basicamente, falou-se o seguinte do artigo 128 do Código Penal: primeiro, que não é uma exclusão de ilicitude e, segundo – e mais importante -, que é preciso investigar sim. As duas condições exigidas (uma ou outra) para que o aborto não se puna são (1) não haver outro meio de salvar a vida da gestante – o que é bem diferente do “risco de vida para a mãe” apregoado a torto e a direito ao grande público e (2) ser gravidez decorrente de estupro, desde que com consentimento da gestante ou de seu representante legal. Quanto ao primeiro, não cabe discutir, porque obviamente o aborto não era a única forma de salvar a vida da mãe. Quanto ao segundo, sim, a gravidez foi fruto do estupro, mas há que se verificar o consentimento do representante legal. O Conselho Tutelar em momento algum autorizou o procedimento; o pai da criança não autorizou até que uma assistente social trancou-o numa sala e disse que a filha dele ia morrer caso ele não autorizasse, o que caracteriza coação e, portanto, faz com que seja fraudulento o consentimento. Há, por conseguinte, o que investigar sim: como disse o professor Barreto Campelo, “as autoridades são omissas”. Não basta que haja estupro. É preciso que haja estupro e consentimento e que o consentimento não seja obtido mediante fraude, obviamente.

SOLICITE INVESTIGAÇÃO!

Conforme email recebido do pe. Lodi:

No dia 4 de março, dois gêmeos foram abortados. A menina de nove ano e a mãe estão incomunicáveis. O crime permanece sem investigação. Para maiores informações, veja

http://www.providaanapolis.org.br/aborecif.htm

TELEFONE GRATUITAMENTE PARA O SEU DEPUTADO OU SENADOR

Use o Disque-Câmara – 0800 619 619
e o Alô Senado – 0800  12211

Diga à telefonista que você quer enviar uma mensagem a todos os deputados (ou senadores) do seu Estado. A mensagem pode ser, por exemplo:

Peço a Vossa Excelência que use a tribuna para cobrar da Polícia, do Ministério Público e do Poder Judiciário a investigação sobre o crime de aborto de dois gêmeos praticado em Recife (04.03.2009) em uma menina de nove anos, contra a vontade expressa do pai biológico e sem risco iminente de vida para a gestante. Peço ainda que proteste contra a ocultação da menina e da mãe, que permanecem incomunicáveis até hoje.

MANIFESTE-SE USANDO O SÍTIO DO SENADO FEDERAL

Você pode também ir até o sítio do Senado para se manifestar. Navegar até

http://www.senado.gov.br/sf/senado/centralderelacionamento/sepop/?page=alo_sugestoes&area=alosenado

Preencher o campo “Remeter para” com “Comissão e Liderança”. Preencher o campo “Destinatário” com “Todos os Senadores”. Clique em “Solicitação”. Preencha os campos “Remente”, “E-mail”, “Telefone”, “Cidade” e “UF” (obrigatórios). Escreva a mensagem no campo “Sua mensagem”. Pode ser, por exemplo:

Peço a Vossa Excelência que use a tribuna para cobrar da Polícia, do Ministério Público e do Poder Judiciário a investigação sobre o crime de aborto de dois gêmeos praticado em Recife (04.03.2009) em uma menina de nove anos, contra a vontade expressa do pai biológico e sem risco iminente de vida para a gestante. Peço ainda que proteste contra a ocultação da menina e da mãe, que permanecem incomunicáveis até hoje.

Preencha os dados pessoais marcados com asterisco. Clique em Enviar.

MANIFESTE-SE USANDO O SÍTIO DA CÂMARA DE DEPUTADOS

Navegue até:

http://www2.camara.gov.br/canalinteracao/faledeputado

Marque a opção “Solicitar”. Em “Nome do Deputado”, vá até o fim da lista e clique em TODOS. Preencha os campos “Nome”, “E-mail”, “UF” (obrigatórios). Escreva a mensagem no campo “Seu comentário”. Pode ser, por exemplo:

Peço a Vossa Excelência que use a tribuna para cobrar da Polícia, do Ministério Público e do Poder Judiciário a investigação sobre o crime de aborto de dois gêmeos praticado em Recife (04.03.2009) em uma menina de nove anos, contra a vontade expressa do pai biológico e sem risco iminente de vida para a gestante. Peço ainda que proteste contra a ocultação da menina e da mãe, que permanecem incomunicáveis até hoje.

Finda a audiência, era próximo ao meio-dia; ainda conversamos alguma coisa, e depois saímos para almoçar. Com a agradável sensação do dever cumprido por hoje. Mas com a certeza de que ainda há muita – muita – coisa por fazer. Que Nossa Senhora da Conceição Aparecida livre o Brasil da maldição do aborto; que Ela marche à nossa frente e nos consiga a vitória.

Três curtas

Metade do Brasil será evangélica? É a pergunta feita por ÉPOCA. “Em 1960, os evangélicos eram apenas 4% da população. Hoje, na falta de estatísticas recentes, estima-se que sejam quase 24%. Agora os estudiosos do Sepal preveem que em 12 anos essa proporção poderá dobrar”. Sinceramente, eu não acho que isso seja uma novidade preocupante. O Brasil não é um país de maioria católica, é um país onde a maioria das pessoas é batizada; são duas coisas muito diferentes.

A pobreza teológica do protestantismo faz com que seja impossível que o número de protestantes “cresça”. O que pode acontecer – e, a meu ver, é exatamente o que está acontecendo – é que haja um “inchaço”, digamos assim, no número de protestantes. A reportagem fala no surgimento de “evangélicos não praticantes”; juntando-se a estes os “mal praticantes” [i.e., adeptos de teologias da prosperidade et caterva], o que temos é um grande número de “religiosidade de superfície”, sem raízes, sem profundidade, sem efeito algum. São agnósticos de paletó, que vivem como se Deus não existisse. “Os evangélicos adotaram regras menos rígidas e passaram a buscar a religião não só como forma de subir aos céus, mas também de alcançar a prosperidade”, diz ÉPOCA. Ora, isso não é propriamente um maior número de protestantes, e sim um igual número de “self-servicers” [aquelas pessoas que escolhem, dentre os preceitos de cada religião, o que lhe apraz] usando chapéu de protestante. Na verdade, de um católico self-service para um protestante self-service, a mudança é mínima. Mudar de um para outro é não mudar praticamente nada.

Professora é acusada de aliciar alunas em escola na zona leste de SP, diz a Folha de São Paulo. “Segundo a polícia, dez alunas de uma mesma sala, entre 14 e 16 anos, confirmaram em depoimento que participavam de festas e passeios com as duas [uma professora e uma estagiária] e que normalmente “ficavam” entre si. O grupo tinha até uma comunidade em um site de relacionamentos”. Alguma surpresa? Se a política do Governo é a de impôr o gayzismo nas escolas, como podem as pessoas se espantar quando as professoras desejam fazer uma, digamos, aula prática extra-curricular da política oficial do ensino público? Hoje em dia, quando ser “bi” está na moda – João do Morro diria que hoje em dia o mundo é gay – e o “gay-way-of-life” é envolto em glamour, poderíamos esperar alguma coisa diferente? Aliás, no caso noticiado pela Folha, não houve violência: as menores foram por livre e espontânea vontade. Em perfeita consonância, portanto, com o Gayzismo, não?

Enquanto isso, alguns irresponsáveis levam crianças de colo para o meio das brigas da Parada Gay de São Paulo (o “supervisor de atendimento médico da Parada” disse que “houve um aumento no número de brigas e ocorrências similares neste ano”…). Estes pais e mães poderão acaso se escandalizar quando, aos quinze anos, as suas filhas – criadas no meio da imoralidade gay desde a mais tenra idade – resolverem “ficar” entre si?

A Igreja e os padres, artigo do pe. Ivanor Macieski. Publicado n’O Povo, jornal de Fortaleza, o público do artigo é bem amplo, e certamente passa longe do católico bem-formado. Achei, no entanto, interessante a menção da seguinte estatística na mídia laica: “Algumas questões que tocam a realidade dos padres. Primeiramente o fato da diminuição do número de padres, diante do crescimento da população. Somos em torno de 407 mil padres no mundo todo. Outro dado é o envelhecimento dos padres. A idade média está mais alta, principalmente na Europa. Outra questão é uma certa campanha feita na mídia para desmoralizar os padres. Os dados dizem totalmente o contrário: 96% dos padres cumprem com zelo e dignidade sua missão”. É coisa rara ver um artigo desses [não é excelente, mas, nas atuais conjunturas…] publicado na mídia secular. Aproveitemos.

Urgente: terça-feira pode ser detido o aborto na Espanha

[Fonte: email enviado por HazteOir]

Estimado(a) amigo(a),

O deputado da Unión del Pueblo Navarro, Carlos Salvador Armendáriz, apresentou uma moção no Congresso dos Deputados para que se retire o projeto de lei do aborto apresentado pelo Governo.

Temos em nossas mãos apoiar a moção de Salvador para tentar conseguir sua aprovação por uma maioria dos deputados, o que implicaria na retirada imediata do projeto de lei do aborto do Governo de Zapatero.

Em breve informaremos as próximas iniciativas, porém enquanto isso é URGENTE que assines tua petição para todos os deputados, a fim de que apoiem a moção de Salvador Armendáriz. Isto pode ser feito facilmente, como sempre, clicando aqui:

http://www.hazteoir.org/node/21443

Não esqueças de enviar esta mensagem a todos os teus contatos. Desta vez, mais do que nunca, devemos conseguir que dezenas de milhares de cidadãos façam ouvir a sua voz.

Muitas graças por tua inestimável ajuda.

Un saludo,

Alejandro Campoy y todo el equipo DAV

Santo António de Pádua

[Excerto de sermão de Santo António de Pádua, “O Bom Cristão segue o exemplo das abelhas”]

Lê-se na história natural que as abelhas pequeninas trabalham sem descanso. Têm asas fininhas e são de cores mais escuras, como se fossem queimadas.

Abelhas pequenas são os bons cristãos sem pretensões que só se ocupam de boas e úteis obras, de forma que o diabo não os encontra nunca de mãos vazias ou desocupadas.

Têm asas finas, isto é, desprezam as vaidades e os prazeres do mundo e se inflamam de amor pelo Reino Celestial. Com essas asas sobem alto, voando livres no ar puro, com o coração fixo na Glória de Deus.

As abelhas trabalhadeiras são de cor escura, como se fossem queimadas. A respeito disto, a alma cristã exclama no Cântico dos Cânticos (1.5-6): “Sou morena, mas formosa, ó filhas de Jerusalém, sou como as tendas de Cedar, como os pavilhões de Salomão. Não repareis na minha tez morena, pois foi o sol que me queimou!” Oh! anjos do céu, oh! almas santas, sou morena porque as abstinências, os jejuns, as vigílias e outras penitências me tomaram assim. Porém, sou bela na alma pela pureza da mente e pela integridade da fé. Sou morena como as tendas de Cedar, que quer dizer nômade; habito de fato em tendas móveis que se transportam de um lugar para o outro, das quais os soldados atacam ou nas quais são atacados, “porque não temos aqui embaixo nenhuma cidade permanente, andamos em busca da que há de vir” (Hb 13,14).

Não deis importância ao fato de eu ser morena, pois sou morena porque o sol me queimou. O sol em eclipse descora todas as coisas. Assim Jesus Cristo, o verdadeiro sol, “que conheceu seu ocaso” (SI 103,19) quando na cruz padeceu o eclipse da morte, deixou a atração das vaidades, as falsas glórias, todas as honras mundanas.

Por isso, a alma cristã pode afirmar com razão: “Sim, sou morena, minha pele é escura, o sol me queimou”. Enquanto, com efeito, com os olhos da fé eu contemplo a meu Deus, meu esposo, meu Jesus, pregado na cruz, atravessado por cravos, alimentado com fel e vinagre, e coroado de espinhos, toda a beleza, toda a glória, toda a honra, toda a pompa mundana empalidece a meus olhos e perde todo o valor… Eis aqui, estas são as abelhas pequenas e escuras, como se fossem queimadas. Assim pensam e atuam os verdadeiros cristãos.

Abelhas de bela aparência são ao contrário todos os cristãos inautênticos e todos os que não sabem fazer outra coisa senão agitar aos quatro ventos as falsas credenciais de sua falsa honestidade e bondade, enquanto na realidade são somente sepulcros, de aparência bela e solene, porém cheios por dentro de podridão e ossos ressequidos…

* * *

[Trecho de Biografia de Santo António de Pádua]

Na solidão do claustro, Santo Antônio entregou-se com empenho à oração e ao estudo. Aprofundou-se na doutrina do grande doutor da igreja, santo Agostinho, e começou a saborear a doçura e a suavidade do Senhor. Dedicou sua aguda inteligência a conhecer mais profundamente as Sagradas Escrituras, que, sendo livros inspirados por Deus, contêm, “a plenitude da sabedoria”- expressão muito usual entre os mestres de teologia da Idade Média. Vale destacar que, na leitura dos Santos Padres da Igreja, guardava na memória tudo o que lia, levantando a admiração dos monges que o cercavam. Os anos que permaneceu em Coimbra foram determinantes para o conhecimento das ciências sagradas. Entretanto, esses progressos eram mais frutos da graça de Deus e de seu esforço pessoal do que do ambiente monacal e do trabalho dos mestres competentes, pois naqueles anos os monges do mosteiros estavam envolvidos nas intrigas políticas de seu país, muito nefastas e cruéis. Foi chamado “arca do Testamento” pelo Papa Gregório IX e Tomás de Vercelli, por causa de seu método de exegese e também “Martelo dos hereges”. Foi considerado exímio teólogo, peritíssimo exegeta e perfeito frade menor, porque num tempo de grave crise da Ordem, fez da pregação como que uma cátedra itinerante, considerando-a como uma lição de teologia.

Passava muitos dias em meditação e oração e enquanto rezava em um desses eremitérios, recebeu a visita do Menino Jesus. Em razão dessa aparição, Santo Antônio é representado carregando o Menino Jesus nos braços. O lírio que aparece nos braços ou nos pés, é o símbolo da pureza. A sua mensagem de fé e de amor para com Deus e a sua caridade para com os pobres continuam atuais. Sal da terra e luz do mundo, Santo Antônio é tão procurado pelas pessoas que se tornou um dos santos mais populares do mundo.

* * *

[Trecho de mais um texto sobre Santo António]

Segundo alguns de seus biógrafos, na adolescência Fernando foi acometido por violenta tentação contra a pureza. Para aplacá-la, estando na catedral, o jovem traçou uma cruz com os dedos, numa coluna de mármore, ficando nela impressa como em cera. Avaliando nessa ocasião os perigos que corria, o adolescente quis entrar para o mosteiro de São Vicente de Fora, dos Clérigos Regulares de Santo Agostinho, nos arredores da capital portuguesa, quando contava 19 anos de idade.

[…]

Um dos milagres mais conhecidos de Santo Antonio foi sua pregação aos peixes. Em Rimini, durante seu sermão, o povo se mantinha indiferente. Abandonando seus ouvintes, foi pregar à beira-mar. Milhares de peixes de vários tipos e tamanhos puseram a cabeça fora da água para ouvir o santo, que tinha sido seguido pela população da cidade, testemunha do milagre.

Santo Antonio foi cognominado “Martelo dos Hereges”, porque a heresia não teve inimigo mais formidável. Sua mais antiga biografia, conhecida pelo nome de Assídua, relata: “Dia e noite tinha discussões com os hereges; expunha-lhes com grande clareza o dogma católico; refutava vitoriosamente os preceitos deles, revelando em tudo ciência admirável e força suave de persuasão que penetrava a alma dos seus contrários”.

* * *

Santo António de Pádua,
rogai por nós!

Memorandum enviado a Roma

Consegui uma cópia do documento enviado a Roma pela Arquidiocese de Olinda e Recife, sobre as atitudes de Sua Excelência Reverendíssima Dom José Cardoso Sobrinho no caso do aborto dos gêmeos da menina de nove anos de Alagoinha:

Clique aqui para baixar o relatório em português

Pensávamos que a imprensa haveria de relatar fielmente o esforço pastoral empreendido pelo Pároco e pelo Conselho Tutelar de Alagoinha e o enorme trabalho desenvolvido por Dom José Cardoso Sobrinho para impedirem o aborto.

Infelizmente tal não ocorreu, em grande escala, por parte da mídia. E o Sr. Arcebispo, por ausência ou deturpação de informações, passou a ser falsamente considerado, até em certos meios católicos, culpado por uma atitude antipastoral e desumana para com a menina e sua mãe.

Diante dos fatos acima expostos, seria necessário que os críticos do Sr. Arcebispo refletissem e reconhecessem seus apressados e infundados juízos, reparando o mal perpetrado, fazendo, assim, justiça a Dom José Cardoso Sobrinho.

Em inglês, a repercussão em LifeSiteNews.com:

L’Osservatore Romano Won’t Let me Defend Myself Says Brazil Archbishop

EXCLUSIVE: Battle of the Archbishops Heats up as Legal Document Sent to Vatican Officials by Brazilian Archdiocese

Distinguished Philosophy Prof Accuses Head of Pontifical Academy for Life of “Total Relativism”

USP, greve, estudantes e PMs

Recebi um email sobre a “violência da PM” no recente caso da greve da USP, em uma lista de emails católica (isso é relevante), onde em uníssono todos demonstravam a sua solidariedade aos alunos agredidos e o seu mais completo repúdio à atitude das autoridades (chegaram a citar Foucault!). O seguinte vídeo foi-me enviado, para mostrar a truculência dos policiais militares contra os indefesos estudantes:

Confesso não estar completamente a par do que acontece na Universidade de São Paulo. Mas vi o vídeo, onde os estudantes gritavam contra os policiais, tentavam expulsá-los do campus, faziam algazarra e debochavam da PM. E não pude deixar de questionar sobre o quê, exatamente, estava acontecendo em São Paulo.

Uma garota me respondeu rispidamente que eu lesse sobre o “direito à greve” na Constituição Federal. Retribuí dizendo-lhe que ela lesse sobre o direito à greve no Compêndio de Doutrina Social da Igreja. Sob a ótica católica, julgo ser este documento, e não o primeiro, que deva ser levado em consideração.

Sobre o caso específico da USP, ao que me conste, os estudantes ocuparam o prédio da reitoria [P.S.: esta ocupação ocorreu no final do mês passado, e não tem relação direta com o vídeo acima reproduzido; quando houve o conflito com a PM, terça feira passada, os policiais estavam no campus “para evitar que funcionários, em greve desde 5 de maio, [bloqueassem] a entrada de prédios”, e os estudantes estavam realizando um “protesto em frente à reitoria”.] e o final do vídeo mostra exatamente as “estratégias” adotadas por eles para “defenderem” a sua ocupação. Só duas perguntas sobre isso:

1) A ocupação de um prédio que não lhe pertence, à força, montando piquetes, impedindo a entrada dos funcionários, não caracteriza um pecado contra o sétimo mandamento?

2) A Constituição Federal citada legitima também o direito à ocupação violenta de patrimônio público?

O Estado de São Paulo publicou uma opinião sobre o assunto que considero relevante reproduzir:

Ao adotar medidas preventivas, pedindo à Justiça que autorizasse a Polícia Militar a dissolver piquetes nos prédios das principais coordenadorias e unidades de ensino da USP na Cidade Universitária, a reitora mostrou ter aprendido a lição da greve de 2007. Na ocasião, ela contemporizou com os líderes dos servidores e dos alunos e acabou tendo seu gabinete invadido por baderneiros que quebraram móveis, vidros e telefones, roubaram computadores e rasgaram documentos – inclusive os relativos a processos administrativos abertos contra funcionários. Os prejuízos foram estimados em R$ 346 mil. Desde o início da greve deste ano, em 5 de maio, a PM já teve de atuar duas vezes para impedir piquetes e coibir depredações. A última tentativa da invasão do prédio da Reitoria, ocorrida na semana passada, causou prejuízos de R$ 10 mil.

Até quando será que vamos ter que aturar a empulhação esquerdista da luta de classes, onde as autoridades são sempre “do mal” e os proletários [no presente caso, os “estudantes”] são a mais nobre expressão de elevados valores morais – mesmo que sejam vândalos baderneiros? Até quando esta praga vai se infiltrar até mesmo na juventude católica? É por causa desta picaretagem que o nível das universidades públicas cai a cada dia. Quando é que os jovens vão acordar e perceber que eles foram feitos para coisas muito mais elevadas do que isso?

Corpus Christi

ECCE PANIS ANGELORUM
FACTUS CIBUS VIATORUM
VERE PANIS FILIORUM
NON MITTENDUS CANIBUS

Hoje a Igreja celebra a festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. É uma festa móvel, que sempre cai numa quinta-feira: a primeira quinta-feira após a Oitava de Pentecostes (i.e., após a Solenidade da Santíssima Trindade). Pentecostes também é móvel, porque é celebrado no 50º dia após a Páscoa. A festa de hoje, portanto, é celebrada 60 dias após o Domingo de Páscoa.

A solenidade de Corpus Christi remete à Idade Média, ao século XIII; vale a pena ler o texto escrito pelo pe. Elílio sobre o dia de hoje, é um excelente resumo. Foi Santo Tomás de Aquino quem compôs a liturgia do dia de hoje, em particular a seqüência – o Lauda Sion – de onde foi retirada a estrofe em epígrafe.

“Eis o Pão dos Anjos, feito alimento dos peregrinos”: de nós, degredados filhos de Eva, que estamos neste mundo em peregrinação rumo à Pátria Celeste. O Pão dos Anjos, a Santíssima Eucaristia, o Santíssimo Corpo de Nosso Senhor é alimento para a nossa alma, que tem absoluta necessidade de se fortalecer para que possa vencer o mundo, o demônio e a carne. O Catecismo de São Pio X elenca cinco efeitos da Eucaristia naqueles que A recebem dignamente (dos quais os dois primeiros são os principais – cf. Catecismo Maior de São Pio X, q. 623-624):

  1. conserva e aumenta a vida da alma, que é a graça, como o alimento material sustenta;
  2. perdoa os pecados veniais e preserva dos mortais; produz consolação espiritual;
  3. enfraquece as nossas paixões, e em especial amortece em nós o fogo da concupiscência;
  4. aumenta em nós o fervor e ajuda-nos a proceder em conformidade com os desejos de Jesus Cristo;
  5. dá-nos um penhor da glória futura e da ressurreição do nosso corpo.

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Há uma curiosa história de Santo Antônio de Pádua associada à Eucaristia. Um incrédulo daqueles tempo – porque incrédulos sempre houve – disse ao santo que só acreditaria que Cristo estava realmente presente na Eucaristia caso a sua mula se ajoelhasse diante dela. O santo aumentou o desafio: disse que deixasse a mula três dias sem comer e, ao cabo deles, colocasse diante dela um feixe de feno e a Hóstia Consagrada, que a mula iria deixar o feno para se prostrar diante do Deus escondido sob as espécies do pão. Dito e feito: diante do povo, a mula – após três dias de jejum – “fez genuflexão” quando foi apresentada à Santíssima Eucaristia, desprezando o alimento físico que lhe era oferecido. Até as mulas são menos teimosas do que alguns incrédulos; até uma mula reconheceu Deus no Santíssimo Sacramento!

Visitemos uma Igreja hoje [aliás, a missa é de preceito, como a dominical], e ofereçamos a Nosso Senhor um pouco do nosso tempo, “em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido”, como pediu o Anjo em Fátima. Nas condições habituais (confissão, comunhão e oração pelas intenções do Santo Padre), adoração eucarística de meia hora pelo menos é ação por meio da qual pode-se lucrar indulgência plenária (não só hoje; qualquer dia). Hoje é um dia propício para visitarmos Jesus Eucarístico. Que Ele tenha misericórdia de nós, e nos dê sempre forças para continuarmos na nossa peregrinação rumo ao Céu. Como canta a piedade popular:

Que o Santo Sacramento
que é o próprio Cristo Jesus
seja adorado e seja amado
nesta Terra de Santa Cruz!

Bendito seja Deus, no Santíssimo Sacramento do Altar.

De nonnullis sententiis et erroribus

[Tomo a liberdade de publicar o documento abaixo. Ele não está no site da Santa Sé, embora esteja lá citado: é o último da página, n. 67 (AAS 58 (1966) 659-661; Nuntius 1 (1967) 17-19; DOCUMENTA 3). Trata-se de uma carta da Congregação para a Doutrina da Fé escrita pelo então prefeito, o Cardeal Ottaviani, e que chegou-me às mãos em um grosso volume de “Documentos Doutrinais” enviado por um sacerdote amigo. O texto vai em espanhol, como o recebi. É interessante porque ilustra (a) a existência de más interpretações do Concílio Vaticano II já no pós-concílio imediato, e (b) a posição constante das autoridades da Igreja quanto à causa delas, referente à qual destaco: “los abusos en la interpretación de la doctrina del Concilio“. A lista de erros é atualíssima; que as sábias palavras do velho cardeal possam nos ajudar a encontrar a melhor forma de saná-los, para a maior glória de Deus e exaltação da Santa Madre Igreja.]

Carta sobre algunas opiniones erróneas en la interpretación de los decretos del Concilio Vaticano II

[Epistula ad Venerabiles Praesules Conferentiarum Episcopalium et ad Superiores Religionum: De nonnullis sententiis et erroribus ex falsa interpretatione decretorum Concilii Vaticani II insurgentibus]

Habiendo promulgado el Concilio Ecuménico Vaticano II, felizmente concluido en fecha reciente, sapientísimos documentos, tanto sobre cuestiones doctrinales, como sobre cuestiones disciplinares, para promover eficazmente la vida de la Iglesia, incumbe a todo el Pueblo de Dios la grave obligación de luchar con todo empeño para que se realice todo lo que, con la inspiración del Espíritu Santo, fue solemnemente propuesto o decretado en aquel amplísimo sínodo de Obispos, presidido por el Romano Pontífice.

A la Jerarquía compete el derecho y el deber de vigilar, dirigir y promover el movimiento de renovación que el Concilio ha comenzado, de modo que los Documentos y Decretos del referido Concilio reciban una recta interpretación y se lleven a efecto con exactitud según la fuerza y el sentido de los mismos. Por tanto, esta doctrina ha de ser defendida por los Obispos, ya que, como tales, gozan de la potestad de enseñar estando unidos con la cabeza de Pedro. Es encomiable el que muchos Pastores del Concilio ya hayan tornado sobre si la obligación de explicarla convenientemente. Sentimos, sin embargo, el que desde diversas partes nos hayan llegado desagradables noticias de como no solo van pululando los abusos en la interpretación de la doctrina del Concilio, sino también de como aquí y allí van surgiendo opiniones peregrinas y audaces, que perturban no poco las almas de muchos fieles. Hemos de encomiar los trabajos o intentos de penetrar más profundamente la verdad, distinguiendo rectamente entre lo que ha de ser creído y lo que es opinable; pero, por los documentos examinados en esta Sagrada Congregación, consta que existen no pocas sentencias que, pasando por alto con facilidad los limites de la simple opinión, parecen afectar un tanto al mismo dogma y a los fundamentos de la fe.

Conviene que expresemos, a modo de ejemplo, algunas de estas sentencias y errores, tal como son conocidas a través de las relaciones de los doctores y de las publicaciones escritas.

1) En primer lugar, nos referimos a la misma Sagrada Revelación: hay quienes recurren a la Sagrada Escritura, dejando a un lado intencionadamente la Tradición, pero coartan el ámbitoo y la fuerza de la inspiración y de la inerrancia, a la vez que piensan equivocadamente acerca del valor de los textos históricos.

2) En lo que se refiere a la doctrina de la Fe, se dice que las formulas dogmáticas han de estar sometidas a la evolución histórica, de tal manera que el sentido objetivo de las mismas queda expuesto a cambios.

3) Se olvida o se subestima el Magisterio ordinario de la Iglesia, principalmente del Romano Pontífice, de tal manera que se relega al plano de las cosas opinables.

4) Algunos casi no reconocen la verdad objetiva absoluta, firme e inmutable, y todo lo exponen a un cierto relativismo, aduciendo el falaz argumento de que cualquier verdad ha de seguir necesariamente el ritmo de evolución de la conciencia y de la historia.

5) Es atacada la misma adorable Persona de Nuestro Señor Jesucristo, cuando, al reflexionar sobre la cristología, se utilizan tales conceptos de naturaleza y de persona, que apenas pueden conciliarse con las definiciones dogmáticas. Se insistía un cierto humanismo por el que Cristo es reducido a la condición de simple hombre, que fue adquiriendo poco a poco conciencia de su filiación divina. Su concepción virginal, sus milagros y su misma Resurrección se conceden de palabra, pero a menudo se reducen a un mero orden natural.

6) Igualmente, al tratar de la teología de los Sacramentos, algunos elementos son ignorados o no se les presta la suficiente atención; sobre todo, en lo que se refiere a la Santísima Eucaristía. No faltan quienes discuten acerca de la presencia real de Cristo bajo las especies de pan y de vino, defendiendo un exacerbado simbolismo, como si el pan y el vino no se convirtiesen en el Cuerpo y la Sangre de Nuestro Señor Jesucristo por la transubstanciación, sino que simplemente fuesen empleados como cierta significación. Hay quien insiste más en el concepto de agape con respecto a la Misa, que en el de Sacrificio.

7) Algunos desean explicar el Sacramento de la Penitencia como un medio de reconciliación con la Iglesia, sin explicar suficientemente la reconciliación con Dios ofendido. Pretenden que, al celebrar este Sacramento, no sea necesaria la personal confesión de los pecados, sino que solo se preocupan de expresar la función social de reconciliación con la Iglesia.

8) No faltan quienes menosprecian la doctrina del Concilio de Trento acerca del pecado original o quienes la interpretan oscureciendo la culpa original de Adán, o, al menos, la transmisión del pecado.

9) No son menores los errores que se hacen circular en el ámbito de la teología moral. En efecto, no pocos se atreven a rechazar la razón objetiva de la moralidad; otros no aceptan la ley natural y defienden, en cambio, la legitimidad de la llamada moral de situación. Se propagan opiniones perniciosas acerca de la moralidad y de la responsabilidad en materia sexual y matrimonial.

10) A todos estos temas hemos de añadir una nota sobre el Ecumenismo. La Sede Apostólica, ciertamente, alaba a todos los que en el espíritu del Decreto Conciliar sobre el ecumenismo promueven iniciativas para fomentar la caridad con los hermanos separados y atraerlos a la unidad de la Iglesia; pero lamenta que no faltan quienes, interpretando a su modo el Decreto Conciliar, exigen una acción ecuménica que va contra la verdad, así como contra la unidad de la Fe y de la Iglesia, fomentando un peligroso irenismo e indiferentismo, que es totalmente ajeno a la mente del Concilio.

Esparcidos por aquí y por allá esta clase de errores y peligros, los presentamos recogidos sumariamente en esta carta a los Ordinarios de lugar, para que cada uno, según su cargo y oficio, cuide de frenarlos y prevenirlos.

Este Sagrado Dicasterio ruega encarecidamente que los Ordinarios del lugar traten de ellos en las reuniones de sus Conferencias Episcopales y envíen relaciones a la Santa Sede, aconsejando lo que crean oportuno, antes de la fiesta da la Navidad de Nuestro Señor Jesucristo del año en curso.

Esta Carta, que una obvia razón de prudencia nos impide hacer del dominio publico, ha de ser guardada bajo estricto secreto por los Ordinarios y por todos aquellos a los que con justa causa la enseñen.

Roma, 24 de julio de 1966.
A. Card. Ottaviani

Clínica de abortos fechada

A família do dr. Tiller – assassinado no final do mês passado – anunciou que a clínica de abortos que era mantida pelo falecido abortista vai continuar fechada, em definitivothe Tiller family is ceasing operation of the clinic and any involvement by family members in any other similar clinic. Deo Gratias. De acordo com um comunicado feito pela família:

Estamos orgulhosos pelo serviço e pela coragem mostrados pelo nosso marido e pai, e sabemos que as necessidades de saúde das mulheres foram atingidas graças à sua dedicação e serviço. Este é um legado que nunca vai morrer. A família vai honrar a memória do dr. Tiller através de atividades caritativas privadas.

“Atividades caritativas privadas”… que mudança! Ao contrário do doutor Stojan Adasevic (lembram dele?), o dr. George Tiller não teve tempo de reparar em vida todo o mal que provocou. Que ele possa ter se arrependido ao menos no instante derradeiro, é o que eu desejo; e que as boas obras que os seus familiares desejam doravante praticar possam servir para apagar a nódoa que pesa sobre a família Tiller.