Alguns pontos sobre a Anglicanorum Coetibus

1. A iniciativa do retorno dos anglicanos à comunhão com a Igreja Católica partiu dos próprios anglicanos – “Nestes últimos anos, o Espírito Santo conduziu grupos de anglicanos a pedir repetida e insistentemente para serem recebidos na plena comunhão católica individual e coletivamente” (AC, preâmbulo).

2. A ereção dos Ordinariatos Pessoais estará sob a responsabilidade da Congregação para a Doutrina da Fé (AC I §1), e eles estão sujeitos a este Dicastério (NC 1); exatamente para que seja feito um acompanhamento mais próximo dos possíveis desvios doutrinários nos quais podem incorrer aqueles recém-saídos da heresia.

3. Estes grupos de anglicanos professam a Fé Católica, expressa no Catecismo da Igreja Católica (AC I §5), o qual foi assinado pelos convertidos como sinal de profissão de Fé e abjuração dos erros passados.

4. Só é possível aos fiéis anglicanos fazerem parte destes Ordinariatos “após ter[em] feito sua Profissão de Fé e recebido os Sacramentos da Iniciação” (NC 5 §1). Aqueles que foram batizados como católicos só podem fazer parte de um destes Ordinariatos se forem “membros de uma família que pertença ao Ordinariato” (id. ibid.).

5. Os ministros anglicanos serão ordenados sacerdotes católicos após uma análise caso a caso. Somente aqueles “que cumprem os requisitos estabelecidos pelo direito canônico e não estão impedidos por irregularidades ou outros impedimentos” poderão ser admitidos “como candidatos às Ordens Sagradas na Igreja Católica” – o grifo é meu (AC VI §1).

6. Os ministros anglicanos não-casados deverão abraçar o celibato (AC VI §1).

7. Apesar de poder celebrar “segundo os livros litúrgicos próprios da tradição anglicana aprovados pela Santa Sé”, o Ordinariato não pode “excluir as celebrações litúrgicas segundo o Rito Romano” (AC III).

8. Os sacerdotes católicos que tenham abandonado a Fé e abraçado a heresia, caso retornem à Igreja, “não podem exercer o ministério sagrado no Ordinariato” (NC 6 §2).

9. Os seminaristas do Ordinariato estudarão junto com os seminaristas católicos da diocese, “especialmente nas áreas de formação doutrinal e pastoral” (AC VI §5); exatamente para garantir que a formação teológica destes futuros sacerdotes seja católica, afastando-se do anglicanismo.

10. A formação dos seminaristas do Ordinariato “naqueles aspectos do patrimônio anglicano que são de particular valor” deve ser feita “em completa harmonia com a tradição católica” (NC 10 §1).

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

14 comentários em “Alguns pontos sobre a Anglicanorum Coetibus”

  1. Anglicanorum coetibus é demoníaca. Ou converte-se ao Catolicismo ou permanece anglicano. Agora, anglicanos, mesmo que de boa reputação, segundo o caso, poderão ser ordenados às ordens sacras da Igreja de Roma. Quer dizer, seria como uma nova identidade na Igreja. Sou anglicano-católico-Romano. Ora, anglicano, em pleno comunhão com Roma, podendo usar os dois missais, que CONFUSÃO! Ninguém se afastará do anglicanismo, mesmo estudando junto aos seminaristas diocesanos. Como opróprio documento diz: O rito anglicano não cairá em desuso e o patrimõnio deles estará em plena harmonia com a tradição católica. Que coisa sem nexo. Sinceramente, uma conversão ao catolicismo desta forma não é viável. Diferente é o caso dos Ortodoxos em união com Roma, bem diferente. Mesmo aceitando o novo catecismo, que por sí só, não têm as mesmas características do antigo catecismo, no caso dos anglicanos, o correto seria um abandono total de tudo quanto diz respeito ao anglicanismo, até mesmo suas tradições litúrgicas. Como é apresentado aqui, o pensamento anglicano não mudará muito.

  2. Pelo que vi, em um videos do Rito Anglicano tradicional ou o chamado o Uso Anglicano, prefiro mil vezes este do que as missas novas celebradas após o Vaticano II.

  3. André,

    Você poderia explicar porque para você o caso dos anglicanos é tão diferente do caso dos “ortodoxos unidos a Roma”?

  4. Porque o Anglicanismo é de raíz protestante e data do reinado do libertino Henrique VIII. No caso da Ortodoxia, a questão é bem diferente, apesar do cisma. A raíz da ortoxia é muitíssimo mais próxima do Catolicismo Romano; o patrimônio litúrgico é de maior riqueza, muitos santos nutriram sua espiritualidade com a venerável e tradicionalíssima Divina Liturgia de São João Crisóstomo, por exemplo. A história da ortodoxia é muito diferente do Anglicanismo.

  5. Senhor Francisco, O uso Anglicano é evidentemente mais elegante que a Missa de PAULO VI, ao menos as celebradas em vernáculo e de modo bagunçado evidentemente. Todavia, nada como a Missa Tridentina.

  6. Ora, ora, Gilberto. De uma religião que sempre misturou política com fé, voce queria o quê? Isso vem desde o princípio, bem antes, ainda, que de Constantino.

    Uma religião que apropriou-se de muitos símbolos pagãos apenas para tornar-se mais palatável às inúmeras diversidades dentro do Império Romano, claro que arranjará um modo de apropriar-se oficialmente das crendices populares do nordeste e depois dirá que são suas. Já está fazendo um teste com os costumes indígenas da Amazônia. Esperem e verão.

  7. Lendo críticas à Igreja como as expressas pelo Gilberto e pelo Herckener, vem-me à memória os argumentos pelos quais Chesterton se converteu ao catolicismo, conforme ele relata em seu “Ortodoxia”.

    No caso daqui, ora criticam a Igreja por inculturar os povos destruindo suas tradições, ora critican-nA porque mantem essas mesmas tradições dando-lhes uma interpretação católica.

    Vai entender essa turma…

  8. Pois é Lampedusa, o que alguns enxergam como manobras políticas eu enxergo algo como dar ouvidos ao povo pela fé que estas pessoas tem em padre Cícero por exemplo, o qual o Papa Bento XVI em uma atitude de caridade e não de política em meu ponto de vista, resolveu atender ao anseio do povo nordestino que tanto amam e honram ao padre Cícero, e quanto a Igreja se apropriar dos símbolos pagãos para disseminar sua fé é como você mesmo disse Lampedusa, alguns criticam pela Igreja destruir os símbolos, tradições e fé dos povos pagãos, outros criticam por ela manter estas tradições e dar uma interpretação cristã delas, não adianta Lampedusa, as pessoas que odeiam a Igreja sempre vão arrumar alguma desculpa para atacá-la, mas fazer o que, faz parte da missão da Igreja ser atacada, pois se fosse ao contrário não seria Igreja de CRISTO mas do mundo, assim como perseguiram a CRISTO perseguirão a Igreja.

  9. …e os Anglicanos recusaram a oferta do Don Corleone de Cristo.
    Ao menos eles tem coragem.

  10. “As pessoas que odeiam a Igreja sempre vão arrumar alguma desculpa para atacá-la”.

    Meu caro Sidnei, a Igreja fora atacada sim, nclusive pelas diretrizes do próprio Concílio Vaticano II. Foi atacada em sua Liturgia & em suas tradições por ela própria, ou seja, o patrimônio que levou séculos para ser construído foi derrubado por um trator chamado Vaticano II. Tudo quanto procede dele ou inspirado por ele não é senão ódio daqueles que se dizem católicos e permitem a Teologia da Libertação, Renovação Carismática Católica, o pentecostalismo bem como do repúdio ao belo e assimilação do moderno e grotesco. A Igreja assimilou outras culturas em detrimento de sua própria cultura. A Igreja, anterior ao Concílio, se por um acaso possibiltou, por exemplo, através dos padres Jesuítas que índios cantassem em Latim, os cantos Gregorianos e polifônicos, conseguiram que aprendessem o Catecismo Romano e mudassem (alguns) antigos hábitos cumpriu sua missão evangelizadora, ide ao mundo (em toda parte) e pregai o Evangelho à (toda) criatura, segundo o mandato de Jesus. Agora, faz parte da missão da Igreja assimilar uma novidade em detrimento da Tradição? Não é a Igreja, enquanto Cabeça que destrói símbolos, é a Igreja enquanto membros, (principalmente) muitos do Clero. Os leigos não teriam tanto poder neste aspectos, mas, contribuem muito devConido à excessiva liberdade de ação que o Vaticano II os outorga.

    Em relação ao Padre Cícero, devo dizer que Ele faz parte do rico patrimônio da Igreja.

    Manter tradições, depende de quais tradições. Por exemplo, o uso do Incenso data do Antigo Testamento. O incenso em si, é muito bom e salutar e a Igreja o utiliza no culto Divino em algumas cerimônias não só para dar realçe como para encaminhar nossas orações a Deus qual suavíssimo perfume. Nada tem haver com os aromas oferecidos aos deuses.

    Infelizmente desculpas para atacar a Igreja não faltam. Mas, quamdo ela é atacada por manter a fé e combater o bom combate, como diz as escrituras é útil e salutar. Mas quando é atacada por algumas atitudes ridículas, por parte de nós membros é para lastimar.

    “De Anglicanorum coetibus” é exemplo clássico disto: “Bispos Anglicanos recusam proposta da Igreja”. Segundo eles mesmos, são “opostos à linha liberal da Igreja”, segundo informações fornecidas pelo prório Deus lo vult, de acordo com a opinião dos Bispos Anglicanos. Segundo essa gente a Igreja por parte defende o <> e não só o defende. Uma coisa é usar de misericórdia.Agora, qual seria esta linha liberal da Igreja? Não conheço esta linha, porque a Santa Igreja Católica Apostólica Romana não possui esta linha. Não a Igreja de Cristo, não!

    Mas, para aqueles que estão na Igreja, contudo, contradizem a própria doutrina com as falsas novidades. O Papa tentou usar de misericórdia para co os Anglicanos, tentou outrossim mantê-los emComunhão plena com Roma, podendo salvaguardar seus patrimônios, todavia, assimilar coisas pr´prias do Anglicanismo e dar à elas uma interpretação cristã, não é igual ao simples uso de incenso que data do AT. Eles , OS Anglicanos são de raízes protestantes e fizeram o mesmo que Martinho Lutero, perverteram muitas almas. Parece que para uma união, seria necessário muito mais do que prev~e a “De Anglicanorum coetibus”, ou seja, uma salutar conversão, conversão total.

    Quanto ás críticas infundadas de alguém que disse que o Uso Anglicano parece ser mais elegante que o atual Rito Romano, de fato, não erra se leva em consideração as celebrações bagunçadas e em vernáculo de tradução traidora. Mas, nada como a Missa Tridentina, e depois a Divina Liturgia de São João Crisóstomos e alguns ritos preciosos como o Bacarense, etc.

    Manobras políticas, já ocorreram e ocorrem, não sejamos hipócritas. Erros, INFELIZMENTE fazem parte de nosso quotidiano. Todavia, a Igreja enquanto grande conselheira junto ao estado (não laicizado) salvaguardou a sociedade Cristã de muitos males.

    De fato, como Cristo foi perseguido foram e são perseguidos todos os que direta ou indiretamente lutaram e lutam pela manutenção da Fé e pelo zelo da ortodoxia refutando tudo quanto “non clericat”.

  11. Infelizmente, Sidnei, manobras políticas envolvendo a Igreja sempre existiram, todavia a Igreja como grande conselheira do Estado não laicizado salvaguardou a sociedade Cristã de muitos males. Até mesmo em regimes nazistas, a Igreja salvaguardou sua Fé, sua santa identidade.

    o Reverendíssimo Padre Cícero foi um grande sacerdote e faz parte indubitavelmente do patrimônio da Igreja. Segundo alguns pensam, a Igreja nunca se apropriou de símbolos pagãos para disseminar a sua Fé, pelo contrário, a Igreja anterior ao Concílio Vaticano II sempre teve o sumo cuidado em proteger seu patrimônio litúrgico, Espiritual, Histórico, Doutrinal e Cultural.

    Um exemplo simples de que a Igreja nunca se apropriou de símbolos pagãos é o incenso abençoado usado liturgicamente em algumas cerimônias solenes, este, por sua vez é relíquia do Antigo testamento e em nada se parece aos aromas que se oferecem aos deuses. A Igreja que fora erguida no lugar PANTHEON satiriza a ineficácia dos ídolos, derrubando o culto aos deuses e dando lugar de honra a Jesus Cristo Redentor, à Santíssima Virgem e aos santos do Senhor.

    Porém, a Igreja Pós-conciliar, enquanto membros, não a Igreja enquanto Cabeça, apropriou-se do pentecostalismo protestante e fundou a Renovação Carismática Católica, linhas e correntes de pensamento como Teologia da Libertação e assimilação da cultura Afro foram patentes da Igreja pós-conciliar. Dar uma interpretação Cristã a tudo isto é romper com a Tradição de modo drástico, porque se adere uma nova doutrina dando uma disformidade à Igreja, e com isto, causando muita dor, rixas e dissenções.

    A Igreja, Mãe e mestra da verdade levou muitos ao conhecimento de Deus, por exemplo, quando auxiliados pelos reverendíssimos padres e religiosos Jesuítas conseguiu fazer com que nativos cantassem em latim os cantos gregorianos e polifônicos, aprendessem Catecismo Romano. Este é um exemplo clássico de que a Igreja sempre cumpriu o mandato do Senhor: “Ide ao mundo e pregai o Enagelho à toda criatura!”.

    A Igreja não precisa assimilar nada, Ela é perfeita em sua doutrina e maravilhoso é seu patrimônio que levou séculos para ser construído. Deus lo vult cita que “Bispos Anglicanos recusam proposta do Papa” estão opostos à “linha liberal da Igreja” no que diz respeito ao homossexualismo.

    A “linha liberal da Igreja” se é que ela existe, ao menos em pequena parcela de membros, não está em consonância com a verdade. A IGREJA (m sua pureza) não possui linhas liberais. Homens criam linhas liberais. Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre, como diz a Bíblia Sacra.

    A Igreja é atacada quando um Padre de boa reputação deseja celebrar Missa Tridentina e pregar o antigo Catecismo Romano e um Bispo repudia. Quando se afasta do espírito pós-concilar,salvaguardando a ortodoxia a Igreja é atacada. Quando um Bispo escreve um livro sobre a necessidade, utilidade e honorificência da Comunhão na boca e de joelhos e é ridcularizado por alguns membros do Magistério. É bombardeada Quando o Papa libera a Missa Tridentina aos padres de boa reputação e um Bispo detesta a idéia de não poder censurar caso algum padre se atreva a cumprir a voz do Papa. A Igreja é perseguida quando Anglicanos acusam-na injustamente.

    Uma crítica (fundada) não é tomada como perseguição. É um alerta. Quando se adere à correntes como as supracitadas é senão uma conditio vital para perseguir a Igreja de Cristo, pois fere a antiga ordem estabelecida, é falta de zelo pela ortodoxia.

    O Anglicanismo é de raízes protestantes, e quanto ao uso Anglicano é necessário e exaustivo salientar que tudo é mais belo que a Liturgia de Paulo VI, sobretudo em vernáculo, em que se aumenta as ambiguidades e equívocos linguísticos.

    Uma mais nova forma é o que a Igreja não precisa neste momento, nem de assimilações culturais, precisa manter viva sua identidade tão maculada.

  12. Os comentários acima ficaram parecidos porque meu computador está com problemas. Digitei o primeiro e teclei o botão submit, mas, não aapreceu logo. Fiz outro comentário no lugar, e, ao tocar o botão apareceu a mensagem de comentário duplicado. Seja como for, ambos tem o mesmo pensamento.

    No primeiro comentário o correto é defende o 4°parágrafo – De anglicanorum…

    no lugar de “devconido” que foi um problema de digitação, lê-se devido.

  13. A “tradição” litúrgica anglicana é senão uma tradição caduca inspirad[issima na verdadeira tradição Católica. Eles não tem tradição, imitam a Igreja nos ritos solenes, através de rubricas, cantoas polifonicos e em alguns casos até do latim. Só que eles imitaram grotescamente o que já conheciam do Catolicismo antes do cisma.

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