Pe. Demétrio no “Trocando idéias” – Moral conjugal

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Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

68 comentários em “Pe. Demétrio no “Trocando idéias” – Moral conjugal”

  1. Nessas e outras a mulher sempre sai prejudicada. Métodos anticoncepcionais naturais ou artificiais prejudicam a mulher, de um lado porque lhes rouba o melhor período do mês, o fértil, aquele em que seu desejo é maior; do outro lado a mulher, em tese ganha o período fértil ao preço da integridade do corpo.

    A laqueadura e a vasectomia são aceitáveis pela doutrina?

  2. O “povo católico”, desinformado, tem medo de usar o Método Billigns porque o associa ao método da tabelinha – que é mesmo muito falho.

  3. Bee,

    A laqueadura e a vasectomia são aceitáveis pela doutrina?

    Não, não são!

    Nessas e outras a mulher sempre sai prejudicada

    Na tua distorcida opinião, meu caro. Mas é bom ver que também sentes ojeriza à moral da Igreja no que concerne ao Sagrado Matrimônio. Bem-vindo à doutrina católica. :)

    Abraços,
    Jorge

  4. só não entendo porque a igreja romana não permite a vasectomia. Conheço muitos evangélicos fervorosos (Incluindo Pastores) que fizeram vasectomia depois de ter o numero de filhos desejado pelo casal.

  5. Bee, uma correção: sou casado e minha esposa, como não pode ter mais filhos, não toma pílula. E te digo de “experiência” que seu desejo sexual independe de estar no período fértil ou não… modéstia a parte, comigo a coisa rola em qualquer época (descontando o período menstrual, claro)… rsrsrs…

    P. S. – Com todo o respeito! ;)

  6. Rick,

    só não entendo porque a igreja romana não permite a vasectomia.

    Porque é mutilação, é esterilização voluntária, e o ato conjugal possui um duplo fim – unitivo e procriativo -, de tal modo que não é lícito torná-lo deliberadamente infecundo.

    Conheço muitos evangélicos fervorosos (Incluindo Pastores) que fizeram vasectomia depois de ter o numero de filhos desejado pelo casal.

    Sim, e…?

    Hereges não são referência moral, meu caro. Você vai encontrar “pastores” fazendo qualquer coisa.

    Abraços,
    Jorge

  7. Alien, mas a força máxima do desejo, aquela que conduz à posição vertiginosa acontece no período fértil. Assim é a natureza. Fora do período fértil as fêmeas são naturalmente menos receptivas. Não é assim?

  8. Bee,

    Mas o metodo “natural” é usado para tornar o “ato” conjugal deliberadamente infecundo. Como é que fica?

    Não, não é feito para tornar, porque absolutamente nada é feito. Não existe aqui nenhum ato humano que, provocado, tenha o efeito de tornar o ato conjugal infecundo.

    Alien, mas a força máxima do desejo (…)

    Irrelevante. Seres humanos são racionais e, como tais, podem e devem ordenar as suas paixões e desejos. Não somos animais escravos de nossos instintos.

    Ademais, o ato conjugal no período fértil, absolutamente, não é proibido.

    E o sexo durante a gravidez?

    Permitido (e, adiantando-me, após a menopausa também, e nos casos em que um dos cônjuges é estéril também), pelos exatos mesmos motivos explicados acima: aqui não há nenhuma ação humana tornando o ato conjugal infecundo.

    Abraços,
    Jorge

  9. Jorge, te lembra ano passado (ou foi antes?), quando discutiamos a questão de se uma dos conjugues pegar AIDS (numa transfusão, por exemplo) seria lícito se usar preservativos (masculino ou feminino) durante a relação? Ou a única solução seria um “celibato compulsório”? Como será a posição oficial da Igraja nesses casos?

  10. Alien, há quem defenda ser lícito por constituir uma causa de duplo-efeito, mas a meu ver tal posição é completamente insustentável porque não existe duplo-efeito possível no onanismo.

    Parece-me que foi encaminhado um estudo a um dicastério da Santa Sé sobre o assunto que, até onde me conste, ainda não teve resposta.

    Abraços,
    Jorge

  11. Fazemos o método billings há 10 anos. E estamos satisfeitíssimos com o resultado fisiológico do método. Por causa da abstinência, o corpo da mulher se prepara todo o mês para o ato conjugal. Da minha parte, favorece um tipo de afeto que – ordinariamente – não me é muito comum. Tudo como na primeira vez, só que com mais experiência.

    Quanto à abstinência no período fértil, os homens não são como os outros animais, que são regidos pelos seus instintos. Com fome, ele não se alimenta de qualquer coisa; com sede, escolhe o que beber. E até adverte se é conveniente a comida e a bebida em certa circunstância. Por isso, a afirmação de que seria anti-natural a abstinência sexual no período fértil não é de todo aceita.

    No entanto, há certa verdade no argumento: o desejo sexual visa naturalmente a prole e, portanto, aumenta no período fértil. Por isso, só por razões graves o ato sexual pode espaçar o nascimento dos filhos. Mas entender essa racionalização do ato conjugal como algo anti-natural não é razoável, assim como a organização nutricional para manutenção do peso e da saúde não é uma subversão do instinto de preservação da espécie. Afirmar que o casal tem que fazer sexo quando a esposa está no cio é o mesmo que afirmar que tem que se comer quando se tem fome. A educação e a cultura humanas já ensinaram que, muitas vezes, é útil não comer e até comer menos para a manutenção da vida.

    Quanto à acusação de que seria contraditório afirmar que o ato conjugal deve ser aberto à vida e, ao mesmo tempo, permitir os métodos naturais, deve-se dizer que os homens não inventam as leis. Ele as interpreta da natureza. Se a natureza quisesse que o homem usasse do desejo sexual apenas para a reprodução, a mulher seria fértil durante todo o mês. Ora, como não é assim, é razoável que se usem os períodos inférteis também para o ato conjugal. Do mesmo modo que, ao terminar o jantar, alguém aceita uma sobremesa sem que se peque ordinariamente por gula.

    Abração!

  12. Olá Jorge, estou escrevendo pela primeira vez no seu blog e espero que não interprete mal que logo de cara eu já venha discordando e contestando um pouco…
    É que ao usar o método Billings, não podemos dizer que não há nada sendo feito pelo casal para tornar o ato infecundo, como você disse, pois o simples fato de deliberadamente escolher esse período, com o objetivo de não fecundar, mas sim de somente usufruir do prazer nada mais é do que o desejo do casal de que esse ato seja sim infecundo. Eles já não estão nem um pouco abertos à vida coisa nenhuma!
    Esse é o mesmo desejo de não fecundar é manifestado nas pessoas que usam outros métodos. É uma forma de viciar a natureza como qualquer outra disponível hoje em dia, sem levar em consideração outros agravantes de natureza bioquímica.
    O tempo de infecundidade é bom pois não seria conveniente que toda relação sexual fecundasse, contudo tudo indica que todo intercurso sexual sempre busca a fecundação. Se isso não fosse verdade, não seria necessário um método, não precisaria ser metódico para não fecundar, certo? Portanto para quem não está aberto aos frutos naturais do ato sexual é necessário ser metódico e usar alguma estratégia para que não se cumpra o curso natural: No caso do homem para que o espermatozoide não atinja aquilo que ele sempre busca que é fecundar; e no caso da mulher, a natureza de receber, gerar, etc.
    Pio XI e Pio XII e outros condenaram de uma vez por todas esse tipo de prática. E Santo Agostinho então, o que dizia disso? Para eles a única forma aceitável de se evitar filhos, seria por meio da abstinência de um ato que tem por meta gerar filhos. Não existe portanto um método natural de contracepção, pois todo ato sexual sempre busca conceber. O que existi são métodos de burlar a fecundação para o exercício e afloramento da sensualidade. Segundo Pio XI qualquer método que pretenda isso, vicia o ato sexual ao inverter a ordem das coisas, colocando os meios no lugar do fim último e principal.
    Ademais esse tipo de método abre outras portas: Por exemplo, os jovens noivos vão se sentir encorajados a esperar até o casamento para ter relações sexuais, ou vão se sentir encorajados a esperar até o próximo período infértil? Já pensaram nisso? Eu penso todos os dias e sinceramente não consigo enxergar nenhuma barreira para o sexo antes do matrimônio a não ser que este ato seja exclusivamente para a geração de filhos, como diz a Casti Connubii.
    Poderia dizer muito mais, mas como não tenho mais tempo, deixo um texto com citações importantes para complementar meu raciocínio: http://www.beneditinos.org.br/atualidades/textos_escolhidos/procriacao.htm

  13. olá,
    Salve Maria!

    Vitor, gostei muito do que vc postou, pois por incrível que pareça eu estava pensando essa semana no que vc aqui postou… método natural e a doutrina Santa da Igreja!

    eu estou ficando meio paranóico, e por favor me ajudem…

    estou prestes a me casar, muito provavelmente ano que vem, se Deus quiser estarei casado nessa época do ano.

    e o que me vem a mente é essa situação da sexualidade matrimonial…

    sexo é bom! e disso todo mundo sabe, senão ninguém faria…, no entanto se a sexualidade matrimonial ficar reduzida apenas a concepção, e se assim não for, Meu Deus… fica mais fácil perder a Graça de Deus no Matrimõnio do que estando solteiro!

    é algo aflitante (nem sei se essa palavra existe), mas isso tem me deixado em dúvidas… viver assim é uma tortura. não poder tocar em sua mulher, não poder satisfazer os desejos dela… é algo bastante duro!

    alguém pode acabar levando um chapéu de touro!

    vejam, não estou contestando Nossa Sã Doutrina, apenas desabafando aquilo que tem me afligido.

    se devemos espaçar a natalidade apenas por motivos justos… que segundo me consta seriam apenas em casos extremos como a guerra, ou uma doença de risco de morte para a mulher, como é que fica a situação de vida da maior parte das famílias Brasileiras?

    e a noção da realidade?
    salário Mínimo, crianças abandonadas, má catequese, destruição familiar… música ruim, educação ruim, contas e mais contas, vida cara, saúde pública igual a entrada do Inferno, e por aí vai…

    quer dizer então que todas as famílias devem ser numerosas fazendo assim que se aumente o nível de pobreza de nossas camadas sociais?

    fico pensando eu, com meu salariozinho mirrado tendo que sustentar meus dezenove filhos… sobrevivendo da caridade (Cristã?) dos outros.

    ou então, sem poder tocar em minha mulher, mesmo estando cheio de desejos por ela e ela por mim, o que é muito lícito por sinal, só pra evitar a vinda de mais um filho que não poderemos criar.

    bom, entendo muitos que dizem que no passado as mulheres tinha tantos e tantos filhos… e todos se criavam!
    entendo sim, minha vó da parte de mãe teve oito, e minha outra vó teve doze, conheço uma senhora de minha Paróquia que teve dezenove!

    bom, nequele tempo os tempos eram outros!
    naqueles tempos a vida era mais rural, era mais comunitária, mais unida, mais simples, mais Cristã!

    hoje vivemos num mundo egoista, as famílias viraram fami-ilhas, vivem todos ilhados e afastados, desunidos, consumistas e anticristãos!

    o que fazer?

    casar e depois fazer voto de castidade para não pecar?
    como muitos Santos casais fizeram ao longo do tempo e acabar ir cada um para um convento?

    como pode um casal viver uma vida plenamente saudável sexualmente falando sendo que com isso não peque?

    pois ao que vejo de um lado temos a Igreja mais tradicionalista que vem nos dizer que o método natural também não pode…

    de outro vem a Igreja da parte mais conservadora dizendo que pode…

    e ainda temos a parte mais modernista dizendo que tudo pode!

    bom, talvez eu faça assim, farei sexo uma ou duas vezes por ano com minha esposa e somente para que ela seja fecundada, dormiremos em quartos separados para que o calor de nossos corpos não nos tentem e nas horas de grandes tentações iremos usar de cilícios e disciplinas drásticas e é claro também não teremos TV!

    ah, também poderemos fazer de outra forma, iremos utilizar o método natural… mas primeiro iremos fazer um desses cursos… onde sabemos que sai cada doideira…
    só pra aprender a usar esse método.

    Porém segundo meus amigos tradicionalistas… e segundo muitos Padres também, Santo Agostinho que o diga (né caro Vitor?), eu e minha futura esposa estaremos pecando gravemente, pois isso nos faria um casal sensual, e assim estaríamos longe da Graça de Deus?

    pergunto caro Vitor, tu és casado? se for como fazes?

    e antes que alguém me atire pedras, digo com toda clareza: Não estou contestando de nenhuma forma a Sã Doutrina de Nossa Santa Igreja, pela qual eu pretendo viver e morrer se preciso for!

    no entanto, como diz um Santo: ” A virtude está no meio”,
    peço que quem tenha mais conhecimento que eu nessa area me ajude, pois se mesmo solteiro vivo sendo tentado (e garanto que não sou só eu) contra a virtude da Castidade e da pureza, e fraco que sou as vezes caio… imagina quando casado for.

    então por favor como devo fazer?

    devo me casar e usar o método natural?

    devo me casar e manter relação sexual somente pra procriar?

    devo me casar e manter relaçoes não me preocupando com a quantiade de filhos que Deus me der e dando muito trabalho pro meus pais, sogros e irmãos e irmãs e vizinhos e a comunidade da Paróquia para me ajudar a criá-los?

    devo me casar e depois fazer um voto de castidade com minha esposa e viver uma vida santa e religiosa?

    ou será que devo fugir do casamento e me meter num mosteiro pro resto da vida?

    o que os amigos misericordiosos me dizem?

  14. Primeiramente quero dizer que não tenho “ojeriza à moral da Igreja no que concerne ao Sagrado Matrimônio.” Só questiono alguns aspectos, e para meu entendimento.

    [Mas o metodo “natural” é usado para tornar o “ato” conjugal deliberadamente infecundo. Como é que fica?]

    “Não, não é feito para tornar, porque absolutamente nada é feito”

    Como assim? Faz-se uma escolha de data infecunda, que é o mesmo que tornar o ato infecundo.

    “Seres humanos são racionais e, como tais, podem e devem ordenar as suas paixões e desejos.”

    Controlar a produção de hormônios naturais??

    [E sexo durante a gravidez?]

    “Permitido (e, adiantando-me, após a menopausa também, e nos casos em que um dos cônjuges é estéril também), ”

    Aqui, de fato “não há nenhuma ação humana tornando o ato conjugal infecundo”.
    Porém, em ambos os casos a produção de hormônios na mulher não deve predispô-la ao sexo. Ela o faz para atender à demanda do marido monogâmico. Um serviço?

    Humanitatis. Longe de mim “afirmar que se tem que fazer sexo quando a esposa está no cio”.

    Ops! Agora é que vi o argumento do Victor…

    Anonimous… Relaxa [CENSURADO]! Que que é isso? Que neura! :)

    E aí? Só os homens se manifestam? O que eu quero é ouvir as mulheres. A primeira frase dos comentários deste post é minha e eu disse: “Nessas e outras a mulher sempre sai prejudicada.” Então, essa discussão toda para mim não tem sentido pleno sem a participação da mulher católica e de preferência casada. Os homens estão aqui em causa própria. ;)

    PS – Jorge, qual a tag HTML que se usa para o quote? E como se aplica?

  15. Eu concordo com o Victor.

    O que o Padre e o Professor Aquino “esqueceram” de contar foi que esses métodos naturais só se admitem em situações extremas (guerra, miséria, doença etc), e não como uma coisa normal para a vida rotineira de um casal casado.

    Para tempos normais, o controle de natalidade da Igreja é só este: TENHA FILHOS! TENHA MUITOS FILHOS!!

    Caro Anonimus (por motivos justos),

    Você diz o seguite:

    “[…] no entanto se a sexualidade matrimonial ficar reduzida apenas a concepção, e se assim não for, Meu Deus… fica mais fácil perder a Graça de Deus no Matrimõnio do que estando solteiro”

    Você está equivocado. A sexualidade matrimonial nunca ficou reduzida apenas à concepção.

    O ato conjugal, além do aspecto procriativo, tem também a função unitiva e satisfativa. O que não se pode é separar essas funções. O aspecto unitivo serve para manter ou aumentar o vínculo afetivo e o amor entre os cônjuges; o aspecto satisfativo tem a função de satisfazer a libido e controlar a concupiscência.

    O pecado estaria em colocar meios artificiais para alcançar só uma ou duas dessas três funções. O casal não precisa desejar uma concepção toda vez que se une. Na verdade, pode até desejar que não haja a concepção naquele momento. O que ele não pode é agir artificialmente para que não ocorra a concepção.

    Não acredite no que os inimigos e ignorantes contam acerca da doutrina moral católica.

    Na dúvida, procure a orientação de um bom padre, ortodoxo e moralista (o difícil é encontrar um hoje em dia. É difícil, mas não é impossível. Eu mesmo conheço alguns).

    Um abraço.

    Carlos.

  16. Amigos, sobre o sexo na gravidez, não sou mulher, mas posso dizer que minha mulher me procurava, não para me satisfazer somente, mas porque desejava.

    Durante a gravidez o desejo por sexo na mulher muitas vezes é até maior.

    Sobre a questão de se é lícito aumentar os intervalos entre uma gestação e outra, não sei dizer ao certo sob que condições isso ocorre. Seria bom até que alguém nos mostrasse mais fontes, mas noto que as pessoas se preocupam demais (com coisas nem tão importantes assim), achando que ao se ter uma relação sexual “sem proteção” (detesto esse termo), irá logo produzir uma gestação (nem cito as DSTs, pois estou tratando aqui de casais que se respeitam, e são exclusivos um do outro). Esquecem-se de que gestações não são assim tão fáceis de se conseguir. Eu e minha esposa ficamos um par de anos usando o método de Billings PARA ENGRAVIDAR, e até conseguimos duas vezes, mas perdemos os bebês. Decidimos então desistir de tentar controlar o processo. Abandonamos o método, e deixamos a natureza seguir seu curso, e, no momento em que Deus quisesse, nós teríamos o filho que Ele enviasse, se enviasse algum. E, vejam só: após mais ou menos meio ano, minha esposa se viu grávida, e quase perdemos nossa neném de novo, mas ela nasceu. É verdade que prematura, ficou 17 dias na UTI, não sabia respirar, nem tão pouco mamar. Não tinha muitos dos reflexos que garantem a vida dos recém nascidos (fome, succão, etc). Hoje está em casa, com quase dois meses de nascida, e está muito bem, pela Graça de Deus.

    Alguém falou sobre “os outros tempos” de antigamente, quando as pessoas tinham mais filhos, e que hoje as pessoas são mais egoístas. Vejam, nesses “outros tempos” era MUITO mais difícil alimentar uma família (só para ficar num ítem, mas o mesmo vale para educação, vestuário, etc). A comida NUNCA foi tão barata quanto hoje. Perguntem a seus avós se eles comiam carne todos os dias… Então, concluo que o tal egoísmo está em nós, que queremos ter poucos filhos.
    Pessoal, tenho três irmãos. Minha mãe e meu pai trabalhavam em farmácia, meu irmão mais novo teve um problema mental que os médicos e pesquisadores do hospital universitário da UFRJ acreditavam que era algum tipo de autismo – ele não falava, não interagia, ficava só no seu mundinho (eu disse ERA, pois graças a Deus ele pegou meningite, e a sequela que a doença lhe deixou, depois de quase morrer, foi a normalidade. Ninguém conseguiu explicar como ou porque, mas, ainda se recuperando da doença, já se comportava como uma criança normal. Teve um certo trabalho para recuperar o tempo perdido, verdade, mas hoje, com 25 anos, está no meio de um curso de engenharia de telecomunicações).
    As coisas lá em casa não eram fáceis, mas todos “nos criamos”. Estudamos quase que a vida inteira em escolas públicas, a geladeira nem sempre estava cheia, não tínhamos todos os brinquedos que queríamos, e nem mesmo todos os livros que precisávamos para estudar. Mas aqui estamos, educados, e cada um com sua vida, “criados”, como dizem.
    Minha vida material seria melhor, se eu fosse filho único? Talvez. Mas será que eu seria uma pessoa melhor? Certamente não.
    Gente, não posso imaginar minha vida sem meus irmãos, e até lamento as crianças que minha mãe “perdeu”…

    O nosso maior bem, é a família que podemos formar, e quanto maior ela puder ser, melhor.
    Essa estória de poucos filhos está trazendo problemas em vários lugares do mundo. Pesquisem sobre “inverno demográfico”, e verão o porque de “tenham muitos filhos”.

    Abraços, e fiquem com Deus.

    Jones.

    Jorge, me perdoe por esse longo texto, em alguns pontos fora do tópico, mas acho que talvez seja útil para alguém.

  17. Jorge,

    Estou curioso. A foto do casal gay não estava vetada no blog???

  18. Por curiosidade: como um gay fica falando de receptividade sexual de fêmeas, se ele nem da fruta gosta?

    Estranho, muito estranho.

  19. Engraçado, que já acompanha as twittadas do Padre há algum tempo, e não sabia que este era da minha Arquidiocese, que alegria!

  20. Maria das Mercedes,
    Nós tivemos só quatro filhos.
    Infelizmente, dois morreram ainda no ventre materno.
    Nascidas, tenho só duas filhas. E os médicos dizem que não entendem como essas duas escaparam, já que a mãe tem útero bicorno. Por mim, teríamos já uns dez.
    E você, tem quantos?

  21. Caro anônimo,
    Eu também sou solteiro, respondendo a sua pergunta. E se ao responder dessa forma, demonstro-lhe muita serenidade, então eu acrescento que também tenho as tentações que qualquer homem tem…
    Agora, não sei se entendi bem, mas parece que você quer dizer que o casal não pode buscar satisfação no ato. Se é assim que pensa, você se equivoca.
    É claro que o casal pode buscar a satisfação desde que estejam abertos a procriação. Não quer dizer que toda relação sexual vai conceber, porque existem períodos infecundos. Mas se o casal busca sexo e já de antemão rejeita a hipótese de ter filhos, isso é pecado.
    Quer ver, vamos colocar ainda mais lenha na fogueira: Imagine se a moda do Método Billings pega entre os católicos e que a maioria dos casais comece a executá-lo. E imagine também outros possíveis casais homossexuais que desejam adotar muitos filhos. Veja que situação interessante.
    O que os “cristãos” vão dizer, que o ato homossexual é anti-natural, se eles mesmos estão uma estratégia para tornar o ato heterossexual igualmente estéril, e conseqüentemente anti-natural?
    E como será que Deus vai julgar isso?
    Talvez Ele vai sacudir todo o nosso “planejamento familiar” e fazer tudo virar destroços! Ou talvez Ele vai nos entregar ao comunismo como profetizou Nossa Senhora… e talvez, Ele inclua nisso tudo mais perseguição aos católicos, e vai permitir que matem bons bispos e padres, estuprem freiras, e que entrem mais e mais pedófilos nos seminários.
    Eu não sei bem qual vai ser o castigo, mas já posso imaginar que Ele vai ficar muito zangado com nós! Alguém duvida?

    Quanto àquilo que você chama de “noção da realidade”, além do aspecto religioso que eu já mencionei, é bom também ressaltar que precisamos pensar fora da caixinha na qual a politicagem nos coloca.
    Pela lógica natural, a pobreza aumenta conforme o número de pessoas produtivas é menor que o de não produtivas. Como disse o amigo Carlos, é só a gente fazer uma pesquisa para ver que controle da natalidade não é uma boa idéia.
    Portanto também há uma razão socio-econômica para que tenhamos o máximo possível de filhos, ou pelo menos, para que deixemos a natureza seguir seu curso definido por Deus.
    E quiça até mesmo uma alta natalidade aumente o número de pessoas criativas, inteligentes, e cheias de disposição que vão nos brindar com boa cultura!

    Deixo meus bons votos para você e sua futura esposa.

  22. Carlos, você se incomodaria de dizer qual a fonte do seu argumento que o espaçamento dos filhos só pode ser utilizado em casos de guerra?

    E continuando o debate: se o ato sexual lícito deve alcançar o fim a que foi determinado, não deveria ocorrer o mesmo com os outros apetites humanos, como a fome, o sono, etc.? Se é assim, todos pecamos por gula quando quedamos diante das sobremesas, quando não há mais a intenção de manter a vida ou a alimentação?

  23. Caros,

    Os métodos naturais não tornam (atenção ao verbo!) o ato conjugal infecundo. Nos períodos inférteis, o ato sexual realizado é infecundo, sem nenhuma intervenção humana “tornando-o” assim. O ato sexual é infecundo nos períodos inférteis, e durante a gravidez, e durante a lactância, e durante a menopausa. E não é pecado realizar o ato conjugal durante o período infértil da mulher.

    Os métodos naturais fazem, tão-somente, identificar em que período (fértil / infértil) a mulher se encontra. Como ninguém está proibido nem de se abster de sexo durante os períodos férteis e nem de fazer sexo durante os inférteis, não há pecado no ato sexual realizado no período naturalmente infecundo da mulher.

    No entanto, vale salientar que, como foi lembrado, tais métodos são lícitos “em situações graves” – ou seja, um casal católico que simplesmente não queira ter filhos e passe a vida inteira usando o método Billings para evitar a gravidez está pecando sim. Sobre o que seja, exatamente, uma “situação grave” em cada caso concreto, é assunto para ser tratado com um bom e culto diretor espiritual.

    Bee, a tag de quote é a “blockquote”, colocando o texto em seguida e fechando com “/blockquote”.

    Abraços,
    Jorge

  24. Caro Humanitatis,
    Este é o ensinamento moral da Igreja. O normal de um casal é ter filhos. No casamento, os noivos juram aceitar, criar e educar os filhos que Deus lhes der. Mas se o próprio casal impede que Deus lhes dê os filhos – mesmo com métodos naturais – é claro que está pecando. A não ser, claro, em situações graves e não apenas em casos de guerra.
    Agora estou sem tempo. Vou pesquisar as fontes e depois escrevo.
    Um abraço.
    Carlos.

  25. Vitor, eu nunca disse que o casal não pode buscar a satisfação sexual. o grande problema é que muitas pessoas, como meus amigos tradicionalistas, condenam o método natural e aconselham sim que o casal tenha muitos filhos.

    entendo e estudo muito as origens do controle de natalidade que geraram as industrias de anticoncepcionais e da revolução sexual, porta de entrada também para a industria do aborto.

    muita gente hoje dentro a ala mais tradicional, vive a proclamar a lei e exaltar códigos e mais códigos, enciclicas e mais doutrina… porém esquecem da misericórdia, e vejo nisso um excesso de zelo que mais parece farisaísmo!

    sim, concordo que uma família numerosa é uma grande benção. e também concordo com o que o Jorge falou que se usar o método natural apenaas para não ter filhos por que não se quer ter-los e pronto, é um grave pecado.

    conheço muitos casais que agem assim… outros abandonaram os sacramentos por que simplesmente não querem nem tentar o método natural e aderiram aos anticoncepcionais.

    e vejo nisso uma grande burrice, pois muitos casais se casam para agir como são Paulo nos ensina : “É melhor casar do que se abrasar”; outros casais se casam quando descobrem as verdades da fé, e pela conversão caem na real e decidem regularizar sua situação; porém outros agem completamente de forma contrária, se casam para viverem em pecado! isso é burrice!

    voltando ao assunto,o que levanto é o que vem a ser caso grave? somente a guerra e miséria extrema, caro Carlos?

    o que vejo é que esses argumentos quando são ditos pela ala mais tradicional, vem de pessoas de classe média e classe média alta, já tem suas vidas financeiras muito bem estruturadas ou em vias de deixarem-nas bem encaminhadas, possuem suas casas, belas casas ou bons apartamentos… e por aí vai.

    no entanto para quem vive em comunidades carentes e que vê a realidade de forma mais palpável a coisa é diferente, quantos não são os casais que eu conheço que moram de aluguel em cortiços com kits de 3 cômodos, ganham sálario mínimo, saem de casa cedo o marido para seu trabalho a mulher para o seu, que quase sempre é de doméstica, deixam os filhos com alguém… e passam por situações muito ruins para manter suas vidas sem luxo e ainda viverem sua fé.

    aí, eu pergunto: isso é uma situação grave para se usar o método natural?

    já pensou uma família dessas com 10 filhos ou mesmo 4 ou 5 dentro de um cortiço, em kits de trê ou quatro cômodos?

    sei muito bem das desculpas esfarrapadas do governo e de entidades de direitos (des)humanos, que dizem que a miséria é fruto de famílias numerosas, querenso assim eximir suas culpas, porém meus irmãos… esse tipo de situação que eu relato é a situação que a maioria da população brasileira hoje vive!

    quando eu disse, sobre a complexidade da vida sexual de um casal cristão, quis apenas demonstrar que parece que há muitas pessoas que pensam e nos fazem pensar que só podemos manter relações sexuais se for pra procriar, aí já é demais.

    eu pessoalmente quero ter uma família numerosa… mas sei que na minha atual realidade 4 filhos já seria bem pesado.

    minha casinha ainda em fase de construção é apenas um cafofo de fundos na casa de minha irmã… e meu salário não é lá essas coisas, minha futura esposa não trabalha, e assim como eu vivem muitos, que além da dureza financeira ainda tem a mais completa ignorancia a respeito da religião.

    então, me digam, o que é mesmo caso extremo para usar o método natural?

    e Carlos, eu também conheço bons Sacerdotes Tradicionais… são poucos, quanta falta nos fazem Sacerdotes assim, não se preocupe, pois como o Jorge mesmo disse, é melhor procurar um sacerdote desses para se orientar.

    eu só quis fazê-los entenderem a realidade do povão o qual eu faço parte!

    e Bejamim… não entendo o que queres discutir sobre a sexualidade natural de um homem e de uma mulher se vc não gosta da fruta, como bem disse a Maria das Mercedes, primeiro reveja a antinaturalidade de tua vida sexual e só depois venha comentar a respeito das relações naturais.

    abraços.

  26. Caro Anônimus,
    Realmente, como já disse o Jorge, você deve procurar a resposta para o que seja “caso grave” com um bom sacerdote. Eu não sou eu a pessoa indicada para dizer isso.
    Você diz que as pessoas que defendem a família numerosa são aquelas que vivem em casas espaçosas e que têm muito dinheiro.

    Disso eu discordo. O que vemos, com raras exceções, é que quanto mais rico é o casal, menos filho ele quer ter. Já conversei com pessoas de situação financeira muito boa, que só têm um filho, e eles normalmente alegam que não querem mais porque não poderiam dar ao segundo todo o conforto que dão ao único. Um absurdo. Além de ser uma mentira deslavada.

    Um abraço.

    Carlos.

  27. A imagem do Benjamin Bee melhorou muito. Agora ficou bom. Antes estava horrível.

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