Sobre cientistas e provas de que Deus existe

Agradeço ao Alien por ter me mostrado esta matéria [p.s.: como foi apontado, a matéria é provavelmente HOAX; no entanto, os comentários gerais sobre o assunto permanecem válidos]. Segundo ela, o “físico teórico Michio Kaku [segundo a reportagem, o “cientista mais conceituado da atualidade”] diz ter criado uma teoria que pode apontar a existência de Deus”. São palavras do Dr. Kaku:

“Cheguei à conclusão que estamos em um mundo feito por regras criadas por uma inteligência, não muito diferente do seu jogo preferido de computador, claro, impensavelmente mais complexa. Analisando o comportamento da matéria em escala subatômica, a parte afetada pelo semi-raio primitivo de táquions, um minúsculo ponto do espaço, pela primeira vez na história, totalmente livre de qualquer influência do universo, matéria, força ou lei, percebi de maneira inédita o caos absoluto. Acredite, tudo que nós chamávamos de casualidade até hoje, não fará mais sentido. Para mim está claro que estamos em um plano regido por regras criadas, e não moldadas pelo acaso universal”, comentou o cientista.

Alguns comentários sobre o assunto que podem ser feitos:

1. embora eu tenha lido e relido, não consegui entender o que o cara quis dizer com “percebi de maneira inédita o caos absoluto”, e nem com “tudo o que chamávamos de casualidade até hoje não fará mais sentido”, e nem tampouco como é possível que destas duas sentenças decorra “que estamos em um plano regido por regras criadas”; procurei a referência original na Scientific American Magazine, mas não a encontrei, de modo que é provável que eu não esteja analisando a descoberta do Dr. Kaku em toda a sua abrangência e profundidade;

2. independente disto, por definição não existe “prova científica” da existência de Deus, uma vez que a ciência trabalha com o que é empírico e passível de experimentação e Deus, distinto do mundo criado, não pode jamais ser objeto de medição experimental;

3. não obstante, é em princípio perfeitamente possível que uma teoria cosmológica aponte para a necessidade de uma entidade axiomática para dar sustentação aos modelos teóricos utilizados na explicação do Universo, e é também possível que esta entidade possa se identificar com o Deus dos Filósofos – e, assim sendo, é possível que seja sobre isto que a matéria está falando;

4. a prova da existência de Deus porque “estamos em um mundo feito por regras criadas por uma inteligência” não é propriamente uma prova científica, e sim filosófica – é, na verdade, a 5ª via de Santo Tomás de Aquino.

Lembro-me de que, há alguns anos, um sujeito numa comunidade de Orkut da qual eu participava (se a memória não me trai, era uma comunidade de ateus chamada “Onde está Deus?”, e o nome do sujeito era Aldo) provocou um certo rebuliço tentando provar a existência de Deus por meio da evolução: a idéia do sujeito era que, postulando um tempo infinito (ou uma seqüência infinita de big-bangs – big-crunches, dava no mesmo), a evolução das formas mais simples para as mais complexas iria necessariamente chegar em um Ser superior complexo o bastante para poder ser chamado de “Deus”. Esta prova pode até pretender-se “científica”, mas certamente não é uma prova da existência de Deus, uma vez que um Deus que tenha sido criado, por definição, não é o Deus do Qual nós religiosos falamos. Este deus do Aldo, criado a posteriori pela evolução do mundo, certamente não poderia ter sido ele próprio o Criador do mundo – e, portanto, permaneceria sem resposta a pergunta sobre Quem é, afinal de contas, o Responsável pela existência do mundo cuja evolução culminou neste deus aí.

Não me recordo de quem é a frase segundo a qual a pouca ciência afasta de Deus enquanto a muita ciência d’Ele aproxima. Sei, no entanto, que o significado dela está profundamente relacionado com a Quinta Via Tomista, bem como com aquela frase das Escrituras Sagradas: “desde a Criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras”. Isto não tem (e, aliás, nem pode ter) nada a ver com telescópios vislumbrando o Deus Altíssimo no Seu trono nos Céus ou com sensores capazes de captar a Graça Santificante no interior dos seres humanos. A ciência não é absoluta, e é tanto mais fiel a ela quem melhor reconhece as suas limitações. Não é nas lacunas do saber científico que Deus Se encontra, senão para além dos seus limites intrínsecos: como uma obra pede o seu autor. Certamente o Dr. Kaku não encontrou Deus nos seus semi-raios primitivos de táquions, seja lá o que isso for; no entanto, como tantos e tantos outros antes dele, o que é possível é que ele, contemplando a Criação, tenha vislumbrado a existência do Criador.

Avalanche de críticas e insultos no Youtube contra jovens que defendem a Igreja

[Fonte: Religión Confidencial

Tradução: SOVA]

Avalanche de críticas e insultos no YouTube
contra um grupo de jovens que defende em vídeos a postura da Igreja

Um grupo de jovens católicos produziu 25 vídeos em que falam sobre temas como matrimônio, homossexualismo, celibato sacerdotal, ordenação de mulheres e as “riquezas” da Igreja. Os vídeos ecoaram em várias redes de televisão nacionais [espanholas] e produziram uma avalanche de ataques e insultos no YouTube.

Os vídeos, que podem ser vistos em www.arguments.es/proyectos/jmj, foram produzidos por um grupo de estudantes da Universidade de Navarra como preparação para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e propõem-se a dar uma resposta pessoal aos temas mais controvertidos da opinião pública sobre a Igreja.

Nos ultimos dias, os vídeos foram notícia nos meios de comunicação nacionais [da Espanha]. O periódico “Público” lhes dedicou uma página inteira e os vídeos foram veiculados em três canais de televisão: “Cuatro”, “TeleCinco” e “La Sexta”.

A consequência direta foi uma avalanche de críticas virulentas e agressivas a todos os vídeos. A maior parte não foi publicada no canal “catequesisarguments” do YouTube, por estarem cheias de insultos e obscenidades, especialmente contra as garotas que aparecem nos vídeos. No Twitter também tem havido muita repercussão.

O vídeos sobre o homossexualismo, que no começo tinha 3 mil visitas, já está com 30 mil, com 134 votos favoráveis e 556 contrários.

Os promotores da iniciativa pediram àqueles que gostaram dos vídeos que votem a favor ou deixem algum comentário positivo no YouTube. Para mais informações, visite o blog http://www.arguments.es/blogjmj/

‘Religión Confidencial’ publicou como ‘Vídeo do dia’ várias d[est]as gravações.
Veja-as aqui.

O combate ao erro e também àquele que erra

[O texto apareceu recentemente na lista “Tradição Católica”; buscando-o na internet, descobri que ele já havia sido publicado aqui. Reproduzo-o na íntegra, por julgar as considerações do autor extremamente pertinentes. São palavras que fazem eco àquelas de São Francisco de Sales (aliás, o mesmo a dizer que é mais fácil capturar moscas com mel do que com vinagre): “os inimigos de Deus e da Igreja devem ser difamados tanto quanto se possa, contanto que não se falte com a verdade; porque é dever de caridade gritar “Eis o lobo!” quando ele está entre o rebanho, ou em qualquer lugar onde se encontre”.

No mesmo sentido, é extremamente recomendada a leitura deste “Capítulo II” do “Em defesa da Ação Católica”, de Plínio Corrêa de Oliveira.]

Capítulo XXIII

SE É CONVENIENTE AO COMBATER O ERRO COMBATER E DESAUTORIZAR A PERSONALIDADE DO QUE O SUSTENTA E PROPALA

Dir-se-á porém: “Conceda-se isso com respeito às doutrinas em abstrato. Mas será conveniente ao combater o erro, por maior que o seja, cevar-se e encarniçar-se contra a personalidade do que o sustenta?”

Responderemos que muitas vezes sim, é conveniente e não só conveniente, mas até indispensável, e meritório diante de Deus e da sociedade. E ainda que bem pudesse deduzir-se esta afirmação do que anteriormente havemos exposto, queremos, todavia, tratá-la aqui ex professo, pois é grande a sua importância.

Com efeito, não é pouco freqüente a acusação que se faz ao apologista católico de ocupar-se sempre das pessoas, e quando se lança em rosto a um dos nossos o atacar uma pessoa, parece aos liberais e aos contaminados de Liberalismo que já não há mais que dizer para condená-lo.

E, não obstante, não têm razão; não, não a têm. As idéias más hão de ser combatidas e desautorizadas; é preciso torná-las aborrecidas, desprezíveis e detestáveis à multidão, a essa que intentam embair e seduzir. Mas quer o acaso que as idéias não se sustentem por si mesmas no ar, nem por si mesmas fazem todo o dano à sociedade. São como as flechas ou balas, que a ninguém iriam ferir, se não houvesse quem as disparasse com o arco ou com a espingarda.

Ao atirador se devem, pois, dirigir primariamente os tiros do que deseje destruir a sua mortal pontaria; e qualquer outro modo de fazer a guerra será tão liberal como queiram, porém, não terá sentido comum. Soldados com armas de envenenados projéteis são os autores e propagandistas de doutrinas heréticas; suas armas são o livro, o jornal, o discurso público, a influência pessoal.

Não basta, pois, desviar-se para evitar o tiro, não; o principal e mais eficaz é deixar inabilitado o atirador. Assim, convém desautorizar e desacreditar o seu livro, periódico, ou discurso; e não só isso, senão desautorizar e desacreditar em alguns casos a pessoa. Sim, a pessoa, porque é este o elemento principal do combate, como o artilheiro é o elemento principal da artilharia, e não a bomba, a pólvora ou o canhão.

Pode-se, pois, em certos casos, trazer a publico suas infâmias, ridicularizar seus costumes, cobrir de ignomínia o seu nome e apelido. Sim, senhor; e pode-se fazer em prosa ou em verso, a sério ou brincando, em gravuras e por todas as artes e processos que no futuro possam inventar-se.

Somente se deve ter em conta que não se ponha a mentira ao serviço da justiça. Isso não; ninguém neste ponto se afaste um só ápice da verdade, porém, dentro dos limites desta, recorde-se aquele dito de Cretineau-Joly: – A verdade é a única caridade permitida à história; e poderia acrescentar: À defesa religiosa e social.

Os mesmos Santos Padres, que temos citado, provam esta tese. Até os títulos de suas obras dizem claramente que, ao combater as heresias, o primeiro tiro procuravam dirigi-lo contra os heresiarcas. Quase todos os títulos das obras de Santo Agostinho se dirigem ao nome do autor da heresia: Contra Fortunatum manichaeum; Adversus Adamancium; Contra Felicem; Contra Secundinum; Quis fuerit Petilianus; De gestis Pelagii; Quis furiet Julianus, etc. De sorte que quase toda polêmica do grande Agostinho foi pessoal, agressiva, biográfica, por assim dizer, tanto como doutrinal; corpo a corpo com o herege, como contra a heresia. E assim poderíamos dizer de todos os Santos Padres.

Onde foi, pois, o Liberalismo buscar a novidade de que ao combater os erros se deve prescindir das pessoas e até animá-las e acariciá-las? Firmem-se no que ensina neste ponto a tradição cristã, e deixem-nos a nós, os ultramontanos, defender a fé como se defendeu sempre a Igreja de Deus. Penetre, pois, a espada do polemista católico, fira e vá direto ao coração, que esta é a única maneira real e eficaz de combater!”.

O Liberalismo é Pecado, de D. Felix Sardá y Salvani, 1949.
Ed. Companhia Editora Nacional, pp. 89-91.

60 horas de adoração eucarística pelo Santo Padre

CONGREGATIO PRO CLERICIS

Vaticano, 13 de maio de 2011
Nossa Senhora de Fátima

Prot. N. 2011 1477

Eminência / Excelência Reverendíssima,

No dia 29 de junho próximo, celebrar-se-á o sexagésimo aniversário da Ordenação Sacerdotal do nosso amado Papa Bento XVI, [ocorrida] justamente no dia da Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo de 1951.

A ocasião é particularmente propícia para unimor-nos mais ao Sumo Pontífice, para darmos testemunho da nossa gratidão, afeto, e comunhão no serviço que oferece a Deus e à Igreja. Mas, sobretudo, em sinal de gratidão por aquele “resplendor da Verdade do Mundo” que o seu Magistério continuamente realiza.

Em espírito de sobrenatural sobriedade, por ocasião do 60º Aniversário – e cremos que [tal gesto] muito agradará ao Santo Padre – convidamos todas as circunscrições eclesiásticas, esperando uma especial participação dos sacerdotes, a oferecer “Sessenta Horas de Adoração Eucarística”, continuadas ou distribuídas no mês de junho próximo, pela santificação do clero e para obter de Deus o dom de novas e santas vocações sacerdotais.

O cume deste percurso de oração poderia coincidir com a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus (Jornada de Santificação dos Sacerdotes), que será no dia 1º de julho, sexta-feira. Desta forma, presentiaríamos o Santo Padre com uma extraordinária coroa de oração e de união sobrenatural, capaz de mostrar o real centro da nossa vida, do qual promana todo esforço missionário e pastoral e autêntica face da Igreja e dos Seus sacerdotes.

Com a certeza [de] que poderemos contar com uma cordial e solícita colaboração de cada um dos Ex.mos Ordinários, em espírito de profunda e permanente comunhão também neste importante Aniversário, [e] na expectativa de uma sinceração adesão, despeço-me, enquanto aproveito a ocasião para confirmar os melhores sentimentos de distinto obséquio.

de Vossa Excelência / Eminência Reverendíssima
dev.mo no Senhor

Mauro Card. Piacenza
Prefeito

+ Celso Morga Iruzubieta
Arcebispo tit. de Alba marítima
Secretário

Fonte: Presbíteros

Nota da CNBB sobre as “Católicas pelo Direito de Decidir”

[Não é de hoje; tem já três anos, e foi publicada por ocasião da Campanha da Fraternidade cujo tema era a “defesa da vida” – e cujo material (posteriormente recolhido), desgraçadamente, continha também intervenções das próprias “Católicas pelo Direito de Decidir”. Como não mudaram as referidas senhoras, no entanto, esta desautorização da CNBB é válida até hoje. Perceba-se, aliás, o que não teve que ser necessário para que tal grupo tenha merecido uma nota de desaprovação da CNBB por defender “vários pontos contrários à doutrina e à moral católicas”…

Fonte: CNBB]

Nota da CNBB sobre as Católicas pelo Direito de Decidir

Têm chegado à sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – inúmeras consultas sobre a ONG denominada “Católicas pelo Direito de Decidir”, uma vez que em seus pronunciamentos há vários pontos contrários à doutrina e à moral católicas.

Esclarecemos que se trata de uma entidade feminista, constituída no Brasil em 1993, e que atua em articulação e rede com vários parceiros no Brasil e no mundo, em particular com uma organização norte-americana intitulada “Catholics for a Free Choice”. Sobre esta última, a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos já fez várias declarações, destacando que o grupo tem defendido publicamente o aborto e distorcido o ensinamento católico sobre o respeito e a proteção devidos à vida do nascituro indefeso; é contrário a muitos ensinamentos do Magistério da Igreja; não é uma organização católica e não fala pela Igreja Católica[1]. Essas observações se aplicam, também, ao grupo que atua em nosso país.

A Campanha da Fraternidade deste ano de 2008 reafirma nosso compromisso com a vida, especialmente, com a vida do ser humano mais indefeso, que é a criança no ventre materno, e com a vida da própria gestante. Políticas públicas realmente voltadas à pessoa humana são as que procuram atender às necessidades da mulher grávida, dando-lhe condições para ter e a criar bem os seus filhos, e não para abortá-los.

“Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19). Ainda que em determinadas circunstâncias se trate de uma escolha difícil e exigente, reafirmamos ser a única escolha aceitável e digna para nós que somos filhos e filhas do Deus da Vida.

Conclamamos os católicos e a todas as pessoas de boa vontade a se unirem a nós na defesa e divulgação do Evangelho da Vida, atentos a todas as forças e expressões de uma cultura da morte que se expande sempre mais.

Brasília, 03 de março de 2008

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário-Geral da CNBB

 

[1] Cf. http://www.usccb.org/comm/archives/2000/00-123.htm

Carta aberta de Gustavo Souza ao Padre Fábio de Melo

[Vou reproduzir a carta aberta que o Gustavo Souza encaminhou ao pe. Fábio de Melo, por ocasião das suas (do padre) últimas infelizes declarações sobre o PLC 122 – a “lei da mordaça gay”. A carta foi originalmente publicada n’O Possível e O Extraordinário; a charge que a ilustra é da lavra do Emerson de Oliveira, grande artista católico.

É com muita tristeza que nós vemos o padre Fábio – que, graças ao carisma e à projeção midiática que possui, teria a possibilidade de prestar um inestimável serviço a Cristo e à Sua Igreja – resvalar nas suas próprias concepções equivocadas sobre o mundo e utilizar o seu prestígio e os meios de comunicação em massa que possui à sua disposição para semear a discórdia e a confusão entre os fiéis católicos. Não nos compete a nós exigir de ninguém um trabalho mais bem feito do que o próprio operário esteja disposto a realizar; não obstante, lutar contra aqueles que se portam como inimigos da Igreja é dever de todo católico e, se incomoda a alguém as duras palavras que dirigimos ao revmo. pe. Fábio de Melo, fique registrado que nos dói muito mais a nós vermos o padre na televisão desqualificar o trabalho de milhares de cristãos Brasil afora contra a Lei da Mordaça Gay e em defesa da família brasileira e das leis de Deus.

Como dissemos acima, não podemos exigir que ninguém venha conosco nesta batalha. No entanto, esperamos pelo menos não receber resistência dos que teoricamente compartilham conosco a Fé Católica e Apostólica – mas infelizmente, por algum motivo que nos é desconhecido, muitos destes preferem portar-se publicamente como se fossem sacerdotes de Baal e não de Cristo. Já são muitos os inimigos declarados que temos que combater; não deveríamos precisar guardar energias para nos voltarmos contra aqueles que teoricamente deveriam estar do nosso lado. A Igreja de Cristo não precisa de tanta traição; que o Sagrado Coração de Jesus – estamos em junho… – possa iluminar o padre Fábio de Melo e o levar a ter consciência do grande mal que ele está fazendo à Igreja Católica com este seu comportamento “humano demais” e nada sobrenatural. Que a Virgem da Conceição Aparecida interceda por ele e por todos os sacerdotes.]

 

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Carta aberta ao Pe. Fábio de Melo: diga não ao PL122!

Pe. Fábio,

Sua bênção!

Encaminho-lhe um artigo da lavra de um grande amigo meu, também blogueiro, chamado Jorge Ferraz. Julgo que o texto seja pertinente e coerente. É preciso refletir e mudar, caro padre: o seu trabalho tem sido, em grande medida, contraproducente. Suas recentes palavras (ditas no seu programa, na TV Canção Nova) não fizeram coro à luta que tantos cristãos (católicos ou não) tem travado contra a ideologia gayzista que busca se instalar na sociedade.

Segundo essa ideologia, a imoralidade não só seria normal, mas até natural. Não existe fundamentalismo entre os que defendem a família autêntica, baseada no matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher. O que existe são princípios sólidos e o desejo de construir uma sociedade pautada em valores cristãos. O que existe, Pe. Fábio, é a luta entre as duas cidades (a de Deus e a dos homens, para usar os termos de Santo Agostinho). Nesta luta, cumpre escolher um lado; a ninguém é permitido ficar “em cima do muro”, porque o Altíssimo vomita os que são mornos (Ap. 3, 15-16). O que existe são cristãos querendo modelar a sociedade em que vivem segundo Deus, sem jamais se conformar à figura passageira deste mundo.

O que existe, por fim, são batizados querendo ser no mundo aquilo que devem ser: sal da terra. Infelizmente, parece-me que o senhor perdeu o seu sabor no afã de agradar a muitos. Mas, se falta ao senhor a fibra, a coragem, de um Padre Paulo Ricardo, ou de um Padre Luís Carlos Lodi da Cruz, ou de tantos outros – anônimos – que combatem conosco no esquadrão de Cristo, procure pelo menos não confundir os católicos com as suas posições “politicamente corretas”.

Como diz um velho ditado: “se não vai ajudar, pelo menos não atrapalhe”. Sem mais delongas, recomendo vivamente a leitura e reflexão do artigo abaixo. Se restar no senhor um mínimo de honestidade intelectual, por certo o texto lhe motivará a arrepender-se e a mudar, doravante, o seu discurso a este respeito.

In Caritas Christi,
*Gustavo Souza*

[segue-se o texto “É a vaidade, Fábio, nesta vida…”]

“Cristo espera-nos” – São Josemaría Escrivá

A festa da Ascensão do Senhor sugere-nos também outra realidade: esse Cristo que nos anima a empreender esta tarefa no mundo espera-nos no céu. Por outras palavras: a vida na terra, que nós amamos, não é a realidade definitiva; pois não temos aqui cidade permanente, mas andamos em busca da futura (Heb 13, 14) cidade imutável.

Cuidemos, porém, de não interpretar a palavra de Deus dentro dos limites de horizontes estreitos. O Senhor não nos incita a ser infelizes enquanto caminhamos, esperando a consolação apenas no mais além. Deus nos quer felizes também aqui, se bem que anelando pelo cumprimento definitivo dessa outra felicidade, que só Ele pode consumar plenamente.

Nesta terra, a contemplação das realidades sobrenaturais, a ação da graça em nossas almas, o amor ao próximo como fruto saboroso do amor a Deus, representam já uma antecipação do céu, uma incoação destinada a crescer de dia para dia. Nós, os cristãos, não suportamos uma vida dupla: mantemos uma unidade de vida, simples e forte, em que se fundamentam e se compenetram todas as nossas ações.

Cristo espera-nos. Vivemos já como cidadãos do céu (Fl 3, 20), sendo plenamente cidadãos da terra, no meio das dificuldades, das injustiças, das incompreensões, mas também no meio da alegria e da serenidade que nos dá saber-nos filhos amados de Deus, e vermos como aumenta em número e em santidade este exército cristão de paz, este povo de corredenção. Sejamos almas contemplativas, absorvidas num diálogo constante com Deus, procurando a intimidade com o Senhor a toda hora: desde o primeiro pensamento do dia ate o último da noite; pondo continuamente o nosso coração em Jesus Cristo, Nosso Senhor; achegando-nos a Ele por Nossa Mãe, Santa Maria, e por Ele, ao Pai e ao Espírito Santo.

E, se apesar de tudo, a subida de Jesus aos céus nos deixar na alma um travo de tristeza, acudamos à sua Mãe, como fizeram os Apóstolos: Tornaram então a Jerusalém… e oravam unanimemente… com Maria, a Mãe de Jesus (At 1, 12-14).

San Josemaría Escrivá,
É Cristo que passa, 126.
Apud Opus Dei – Textos de São Josemaria – A Ascensão do Senhor

Moção de repúdio ao Frei Betto

[Faço questão de reproduzir na íntegra a moção de repúdio ao Frei Betto, aprovada pela Câmara Municipal de Niterói por 17 votos a 2. A moção é por conta do péssimo artigo do frade dominicano sobre “os gays e a Bíblia”, sobre o qual já comentamos aqui.

Foi proposta pelo vereador João Gustavo. Pode ser encontrada aqui.]

Câmara Municipal de Niterói
Gabinete do Vereador JOAO GUSTAVO – PMDB
Moção nº 000272/2011

Concede Moção de Repúdio ao Frei Betto, em razão de seu artigo sobre Gays e a Bíblia, publicado no jornal o Globo dia 23 de maio de 2011.

Requeiro à Mesa Diretora, na forma regimental, que Câmara Municipal de Niterói, no exercício de suas prerrogativas, ouvindo o Douto Plenário MOÇÃO DE REPÚDIO ao Frei Betto, em virtude de sua defesa a casais homossexuais, conforme divulgado no Jornal o Globo.

Justificativa:

Como bem dito pelo Frei em seu artigo, a Igreja Católica não discrimina o homossexual. De acordo com seu Catecismo no parágrafo 2358, estes devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitando-se, assim, todo sinal de discriminação injusta, ainda porque em Jo: 4, 7, nos ensina a amarmos uns aos outros, porque o amor vem de Deus.

Insta dizer, e continuando, nos parágrafos 2357 e 2359 do Catecismo, embora não haja discriminação, apoiando-se na Sagrada escritura e na tradição, sempre declarou que atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural. Não origina, assim, o dom da vida. Em caso algum podem ser aprovados.

Portanto, embora, todos nós sejamos filhos amados de Deus, a prática da homossexualidade não deixa de ser contrária aos ensinamentos da Sagrada Escritura, por isso, embora amados, os homossexuais são chamados à castidade.

Em Romanos 1, 26 ao 28: “Por isso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Sua mulheres mudaram o uso natural em uso a natureza. Os homens também, abandonaram o uso natural da mulher, arderam em desejos um pelo outro, homem como homem, cometendo torpezas e recebendo em si mesmos a pagar por suas perversões.”

Convite: “Símbolos da Missa Tridentina”

[Repasso o convite que um amigo, o Miguel Frasson, enviou-me por email. Peço perdão pelo aviso vir tão em cima da hora; mas o assunto é muitíssimo interessante e os que puderem ir não irão perder o seu tempo. Ainda mais com o convite para se assistir em seguida à Santa Missa da Ascensão do Senhor na Forma Extraordinária do Rito Romano.]

Palestra: “Símbolos da Missa Tridentina”
Autor: Miguel Frasson
Local: Círculo Católico, Recife (R. do Riachuelo, 105, Recife – PE)
Data e horário: Domingo 05/06, às 9h.
Duração: 2h

Sobre a palestra: “O Rito Romano da celebração da Missa católica tem duas formas em vigor hoje: nova, que é a Missa celebrada correntemente, e a antiga, conhecida como Missa tridentina, celebrada em todo lugar até tempo de nossos avós. Em sentido de promover o rito romano antigo, mostraremos como os principais eventos da história da salvação, desde a criação até Pentecostes, podem ser vistos nos símbolos (gestos, vestimentas, orações) deste belo rito da Missa.

A palestra é acessível a qualquer católico, não sendo necessário nem mesmo conhecer a Missa antiga.  Pode ser uma primeira explicação para quem não a conhece.

Após a palestra, quem se interessar, está convidado a assistir a Missa antiga que se celebra às 12h, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares, na Rua Nova, a apenas 600m do local da palestra”.

É a vaidade, Fábio, nesta vida…

Leio n’O Possível e O Extraordinário que o pe. Fábio de Melo, atingindo novos píncaros de “humanidade demais”, resolveu pronunciar um discurso abertamente simpático ao Movimento Gay em geral e ao PLC 122/2006 em particular, ao mesmo tempo em que critica de maneira muito pouco velada aqueles que têm a coragem de se posicionar abertamente contra esta lei imoral. Segundo o padre Fábio, a preocupação que nós devemos ter hoje é com o fanatismo – “o risco do radicalismo religioso nos dias de hoje é grande e é sério”, diz o reverendíssimo sacerdote -, e não com o Movimento Gay querendo impôr a sua ideologia a toda a sociedade.

É deprimente ver este homem – sacerdote da Igreja de Cristo! – defender mais uma vez este relativismo daninho e nocivo à Igreja, este câncer que corrói a vida cristã e impede os católicos de levarem uma vida pública em consonância com a Fé Cristã que professam – como recentemente pediu o Papa Bento XVI. O absurdo relativismo defendido pelo padre Fábio e a sua patente vontade de ficar bem com todos – com a sua fala doce, lenta, sedutora – não têm nada de cristão e, portanto, não deveriam encontrar guarida num discurso público de um sacerdote católico: é apenas vaidade. No entanto e infelizmente, esta discrepância entre o que ensina a Igreja Católica e o que pregam os seus representantes midiáticos existe, para confusão do povo fiel. E o padre Fábio de Melo parece ter uma nada invejável capacidade de sempre inovar neste quesito.

Não cora de vergonha o pe. Fábio ao defender noções totalmente estranhas ao Cristianismo: “não podemos admitir é que nosso discurso religioso possa ferir a dignidade humana”. Ora, padre Fábio, isto que o senhor está defendendo – que os melindres de fulanos e sicranos devam prevalecer sobre o anúncio claro e inequívoco do Evangelho – é o que a Igreja chama de “respeito humano” – e condena. Amor verdadeiro é apontar o pecado com toda a sua fealdade; a Caridade só pode subsistir na Verdade e, se é horrendo o pecado que clama aos Céus vingança, cumpre que o chamemos pelo nome e não aceitemos transigir na linguagem – cuja função, afinal de contas, é dar nome verdadeiro às coisas.

Não satisfeito com este relativismo doentio e este respeito humano anti-cristão, o padre ainda consegue omitir um ponto essencial do ensino da Igreja – transformando assim uma meia-verdade numa mentira completa:

A Igreja se posicionou, e Ela sempre Se posiciona da mesma forma: nós somos a favor da Familia, nós somos a favor da vida, nós somos a favor da prevalência de valores que não venham ferir o que nós conhecemos como Família; mas nós também não podemos nos esquecer [de] que este posicionamento tem que ser amoroso. Então se você é da Igreja, se você faz questão de defender o posicionamento da sua Igreja, não esqueça que a Igreja a quem você serve tem um Fundador cuja atitude, o tempo todo, foi o amor, a solidariedade e o respeito às pessoas.

Padre Fábio, o senhor só se “esqueceu” de dizer que a Congregação para a Doutrina da Fé já emitiu um parecer sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas do mesmo sexo, no qual ela diz com clareza que, “em presença do reconhecimento legal das uniões homossexuais ou da equiparação legal das mesmas ao matrimónio, com acesso aos direitos próprios deste último, é um dever opor-se-lhe de modo claro e incisivo”. Portanto, padre Fábio, a posição a favor da vida e da família exige um posicionamento contrário a tudo aquilo que possa descaracterizar a vida e a família – em particular, exige que os cristãos se oponham “de modo claro e incisivo” aos projetos de reconhecimento legal de “uniões civis” homossexuais. E, sendo sincero, eu não vejo este posicionamento “claro e incisivo” no discurso do senhor, padre Fábio. Ao contrário, o que eu vejo é – lamentavelmente – um relativismo que vai na contramão de tudo o que a Igreja ensina sobre o assunto.

O título deste post é o primeiro verso de um poema barroco escrito (se a memória não me trai) por Gregório de Matos. Fala sobre a vaidade, fazendo o eu-lírico dirigir-se a um tal de Fábio; não considero de todo impossível que o irreverente Boca do Inferno possa ter tido uma súbita iluminação profética e escrito, durante o nosso Barroco, especificamente para este Fábio que, atualmente, empenha-se em minimizar a importância da Fé Cristã para o mundo de hoje e em sabotar o cumprimento daquele mandamento de Nosso Senhor conforme o qual os cristãos devem ser sal da terra e luz do mundo. O poema barroco possui a sua gradação própria – rosa, planta, nau -, que revela simbolicamente esta característica da vaidade de inchar-se cada vez mais. Também assim o padre Fábio de Melo que, começando “somente” com um discurso meloso e romântico, passou a defender o mais vergonhoso irenismo religioso e, agora, dá os braços ao Movimento Gay e cerra fileiras com este contra a Igreja Católica.

“Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa, / de que vale, se aguarda sem defesa / penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?”. Assim termina o poema barroco lembrando que de nada vale envaidecer-se, porque todas essas coisas passam: a nau bate nas rochas e naufraga, a planta é derrubada pelo machado e a rosa fenece quando chega a tarde. Bem faria o pe. Fábio de Melo se meditasse neste antigo soneto! Acrescentando também ao testemunho dele aquelas outras palavras – de muito maior autoridade – que nós lemos no livro do Eclesiastes: “vaidade das vaidades, é tudo vaidade”.