Desmentindo o Gabriel Chalita: a Dilma é a favor do aborto SIM, deputado!

Recomendo sem fazer adendos o texto do Wagner Moura a respeito da última entrevista do Gabriel Chalita. A cretinice foi publicada ontem no Portal IG e o vídeo pode ser visto na íntegra lá. A “questão do aborto” é o terceiro tópico. O Sr. Chalita diz, expressamente, que a Dilma nunca falou ser a favor do aborto.

Como assim, Gabriel Chalita, o senhor por acaso não conhece a candidata a quem deu o seu apoio ano passado? Como o senhor fala à imprensa nacional uma coisa que desconhece? Ou será que o senhor sabe, deputado, que a Dilma afirmou, sim, com todas as letras, que era “um absurdo” não haver a descriminalização do aborto no Brasil? Por que o senhor afirma com esta cara tão limpa uma coisa que não é verdade, deputado? A quem o senhor quer enganar? A si mesmo? Ao povo brasileiro?

Vamos mostrar ao deputado Chalita a Dilma falando sobre o aborto. Melhor: vamos colocar os dois vídeos lado-a-lado: o Chalita dizendo que a Dilma nunca se disse a favor do aborto e a Dilma, imediatamente depois, dizendo taxativamente que acha um absurdo o aborto ser crime no Brasil e tem que haver a descriminalização sim. Vamos ver se o deputado vai continuar negando o que está diante de seus próprios olhos.

Não há mais espaço para a mentira em cadeia nacional, deputado! Nós não vamos deixar que os boatos petistas – estes, sim, os verdadeiros boatos, porque totalmente mentirosos – adquiram o status de “verdade” por sua descarada repetição indefinida. As posições da sra. Rousseff em particular (e do PT em geral) sobre o aborto são públicas e notórias e nem o senhor nem ninguém, Chalita, vai conseguir varrê-las para debaixo do tapete. É bom se acostumar.

E termino com as palavras do Wagner Moura, respondendo ao deputado que acha que somos um “grupo restrito” de radicais ultraconservadores fazendo um uso “desonesto” da religião na internet [é uma piada! Se nós, que estamos dizendo a verdade e agindo com coerência com a nossa Religião somos os desonestos, o que é o Chalita que profere inverdades em cadeia nacional e apóia um Partido que tem incontáveis posições políticas frontalmente contrárias ao que manda a Igreja que ele diz seguir? Somos nós os desonestos, porventura?!]:

É um erro grotesco imaginar, como faz no vídeo acima, que somos “um grupo restrito”, um monte de “fundamentalistas perigosos”, “uma parte”, “espalhadores de ódio”… A boca fala do que está cheio o coração. E de um coração que quer vingança para ter respeito de seus desafetos políticos não nos surpreende que partam tantas palavras que visam simplesmente desqualificar pessoas.

Nós somos belos, Chalita. E por certo há um perigo na beleza. O perigo da verdade! Mas em nada esse perigo se assemelha ao fundamentalismo grotesco o qual você infelizmente nos imputa.

Nós somos belos, Chalita. Somos pais, somos mães, somos irmãos, somos filhos, somos poetas, somos matemáticos, somos professores, somos esportistas, somos estudantes, somos namorados, somos jovens, adultos, idosos e crianças, somos carismáticos, somos das pastorais sociais da Igreja, somos de outras religiões, somos políticos… Somos muito mais que os rótulos de desqualificação que criam para nós e que em breve sequer servirão para enquadrar, fichar e deter a multidão que somos.

Somos a primavera, Chalita. E quem poderá nos ferir sem espalhar todo nosso perfume e nossa beleza?

Sim, Chalita, aceite. Nós somos o futuro porque queremos reproduzir no mundo a imagem d’Aquela Beleza que é tão Antiga e tão Nova, da Qual o mundo jamais se farta porque é uma imagem ínfima d’Ela e por Ela anseia. Nós somos o futuro porque queremos estar radicalmente unidos à Videira Verdadeira que dá frutos – e fora da qual não há senão sarmentos secos que são levados pelo vento. Nós somos o futuro, Chalita, porque queremos ser a casa edificada sobre a rocha – sobre a Pedra, sobre Pedro – que resiste aos assaltos das intempéries da natureza e a única que permanece de pé ao final. Nós somos o futuro, Chalita, porque não queremos nos deixar levar pela cupidez de coisas novas já incontáveis vezes condenada e que já deu incontáveis provas de não produzir senão desgraças. Nós somos o futuro porque temos ao nosso lado a promessa da Virgem em Fátima de que, ao final, o Seu Imaculado Coração triunfará. Aprenda a conviver com isso.

URGENTE: Senado prestes a aprovar a Lei da Mordaça Gay no dia da Imaculada Conceição! Proteste!

Atenção! Está na pauta da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa para o próximo dia 08 de dezembro (depois de amanhã) a apreciação do Projeto de Lei da Câmara nº 122, de 2006 – a famigerada Lei da Mordaça Gay. O texto segue para os senadores com relatório “[p]ela aprovação da matéria, na forma da Emenda (Substitutivo) que apresenta”. Ou seja, é possível que este projeto que enaltece e glorifica a imoralidade seja aprovado depois de amanhã, no dia em que a Igreja celebra a Imaculada Conceição da Virgem Mãe de Deus!

Pretender glorificar a impureza por meio de uma canetada e conceder um super-status legal ao vício contra a natureza no mesmo dia em que a Igreja celebra a concepção da mais pura criatura de Deus é um acinte, um verdadeiro desaforo, uma desfaçatez sem medidas.

O parecer da Marta Suplicy é pela aprovação do substitutivo. O artigo 3º – «O disposto nesta Lei não se aplica à manifestação pacífica de pensamento decorrente da fé e da moral fundada na liberdade de consciência, de crença e de religião de que trata o inciso VI do art. 5º daConstituição Federal.»é para inglês ver, uma vez que continuamos impedidos de rejeitar travestis para serem babás de nossos filhos (art. 4º), de proibir em nossos estabelecimentos comerciais que dois marmanjos resolvam se agarrar e constranger os presentes (art. 5º) e mesmo de simplesmente pregar contra o homossexualismo sim, uma vez que o art. 7º nos proíbe de “[i]nduzir alguém à prática de violência de qualquer natureza, motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero” sob pena de reclusão [pena, aliás, aumentada em um terço graças à maliciosa alteração do art. 286 do Código Penal constante no art. 8º] – e qualquer homossexual pode alegar que é uma “violência” sentir-se “excluído” ou ter o seu estilo de vida classificado como “imoral” ou “pecaminoso”. Portanto, o projeto continua merecendo perfeitamente a sua alcunha de “Lei da Mordaça Gay” e continua sendo um perigo para o Brasil e uma afronta ao Direito, uma vez que transforma um comportamento imoral e socialmente danoso em fonte de direitos e privilégios.

Muita gente já começou a se mobilizar contra isto: o Shalom, a Canção Nova, o Julio Severo (denunciando inclusive uma peça de propaganda a ser veiculada em breve pela Rede Globo, a favor da criminalização da homofobia), o Voto Católico, o Sou Conservador e Daí? e até mesmo o recém-saído do forno Milícia de Cristo, do já conhecido Gustavo Souza. É urgente se manifestar contra esta infâmia.

1. Enviem emails pessoais para os senadores que fazem parte da Comissão de Direitos Humanos, pedindo que se posicionem contra o PLC 122/2006; escrevam com suas próprias palavras mesmo, em um texto curto, dizendo apenas “oi, eu sou fulano de tal, de tal lugar, e gostaria de pedir aos membros da comissão que se posicionem contra o PLC 122/2006, por tal e tal motivo [ou mesmo sem especificar motivo algum], obrigado”. Simples assim. Os emails dos senadores são os seguintes (basta copiar e colar):

ana.rita@senadora.gov.br; martasuplicy@senadora.gov.br; paulopaim@senador.gov.br; wellington.dias@senador.gov.br; cristovam@senador.gov.br; crivella@senador.gov.br; simon@senador.gov.br; eduardo.amorim@senador.gov.br; garibaldi@senador.gov.br; sergiopetecao@senador.gov.br; paulodavim@senador.gov.br; clovis.fecury@senador.gov.br; mozarildo@senador.gov.br; gim.argello@senador.gov.br; magnomalta@senador.gov.br; marinorbrito@senadora.gov.br

2. Entrem no site do IPCO para assinar a carta contra a “Lei da Homofobia”: preencham nome, email e RG e cliquem em enviar.

3. Entrem em contato telefônico direto com a CDH ou com o Alô Senado, pedindo para que os senadores rejeitem o PLC 122/2006:

Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa – CDH
Secretário(a): 
Altair Gonçalves Soares
Tel Secretário(a): 3303-4251/3303-2005
Fax Secretário(a): 3303-4646

Alô Senado: 0800 612211

4. Manifestem-se no “Fale com o Senado” do site do Senado Federal, pedindo a rejeição do PLC 122/2006.

Façam, agora, uma destas coisas ou (melhor ainda) todas elas. Peçam para que as pessoas próximas – familiares, vizinhos e amigos – também o façam. Não se omitam, não deixem para depois porque depois pode ser tarde demais. O Brasil está ameaçado, e é dever de cada um levantar-se em defesa da Pátria. Que os Céus nos ajudem.

Na Bahia, “ao mesmo tempo hóstia e acarajé”?!

Hoje pela manhã eu lia, estarrecido, as histórias de que o Arcebispo Primaz do Brasil celebrara ontem (04/12) uma Missa em Salvador onde eram distribuídos, lado-a-lado, acarajés sacrificados a ídolos e o Santíssimo Corpo de Deus sacrificado à Trindade Santa. Mostraram-me o escândalo em pelo menos três lugares distintos: Terra, Bahia em Pauta e A Tarde Online.

Notei que estes textos pareciam ser todos copiados uns dos outros. Embora houvesse uma ou outra diferença, a parte realmente escandalosa era rigorosamente igual em todos os três:

Pela primeira vez, em 30 anos, um arcebispo-primaz do Brasil celebra a missa campal em homenagem a Santa Bárbara. Dom Murilo Krieger presidiu a solenidade no Largo do Pelourinho, onde foi distribuída ao mesmo tempo hóstia e acarajé, que no candomblé é chamado de acará, ou seja, a comida ofertada à Yansã. Ato que emocionou até os que não têm fé.

Não sei a fonte principal. A notícia em “Terra” cita a sra. Maria Olívia Soares do “Bahia em Pauta”; a reportagem do “A Tarde Online” não cita ninguém, e mostra o texto inteiro como se fosse da sra. Maíra Azevedo. Não conheço nenhuma das duas. Em todo caso, parece-me absurdamente improvável que duas fontes independentes tenham conseguido escrever o mesmíssimo período [qual seja, «onde foi distribuída ao mesmo tempo hostia e acarajé, que no Candomblé é chamado de acará, ou seja, a comida ofertada à Iansã»] referindo-se a um fato inusitado destes.

Como assim, um arcebispo – e o primaz da Terra de Santa Cruz! – distribuindo comidas ofertadas a demônios junto com a Santíssima Eucaristia em uma Missa solene?! A história não tem verossimilhança; se verdade fosse, seria o caso (como apontou um amigo) de transferir Sua Excelência para a diocese de Pasárgada com a máxima urgência. Não era possível que isto tivesse acontecido desta maneira. Alguma coisa estava errada.

Um outro amigo de Salvador disse que esta missa [de Santa Bárbara] ocorre publicamente no centro histórico de Salvador há muito tempo, a despeito do Cardeal Majella não a celebrar. Sobre os acarajés distribuídos junto com a comunhão, ele afirmou desconhecer o fato; disse que o que acontecia era que, no Ofertório, entravam em procissão algumas coisas, entre as quais o acarajé. É estranho entrar com comida durante a Santa Missa, mas em princípio não é ilegal; a Instrução Geral do Missal Romano, no seu número 73., determina que, na procissão do Ofertório,

[a]lém do pão e do vinho, são permitidas ofertas em dinheiro e outros dons, destinados aos pobres ou à Igreja, e tanto podem ser trazidos pelos fiéis como recolhidos dentro da Igreja. Estes dons serão dispostos em lugar conveniente, fora da mesa eucarística (IGMR 73).

Em princípio, portanto, a comida ofertada aos pobres pode ser solenemente introduzida na Liturgia e, conquanto não seja colocada sobre o altar, não há desobediência às rubricas aqui. Cabe talvez questionar a possibilidade de confundir o povo com esta prática, ou ainda a conveniência de serem tocadas músicas africanas no Santo Sacrifício da Missa (o que aliás é outra coisa), mas não cabe, a partir disso, falar que Dom Murilo Krieger estava distribuindo promiscuamente a Sagrada Eucaristia junto com o Acará de Iansã. Seria, repito, por demais inacreditável.

Ao encontro desta minha incredulidade veio esta nota da Arquidiocese de São Salvador da Bahia sobre o assunto, dizendo com todas as letras que semelhantes afirmações eram inverídicas:

Expressões como “Dom Murilo Krieger presidiu a solenidade no Largo do Pelourinho, onde foi distribuída ao mesmo tempo hóstia e acarajé, que no Candomblé é chamado de acará, ou seja, a comida ofertada à Iansã” (A Tarde on line e Terra Magazine) não favorecem a grandeza do momento por um simples motivo: faltam com a verdade.

Com o desmentido oficial da Mitra de Salvador, portanto, cabe ao(s) autor(es) da malfadada afirmação sobre a suposta distribuição concomitante da Eucaristia e do Acará apresentarem provas de suas assertivas. Senão, estaremos diante daquilo de que fala a nota: de «falta de conhecimento ou má fé de alguns veículos de comunicação presentes na cobertura da Missa de Santa Bárbara» – coisa que seria profundamente de se lamentar mas que, infelizmente, em se tratando da mídia secular, não seria nada de se duvidar.

A Nota da CNBB e a resposta das seitas

A despeito de não se encontrar na parte de “Notas e Declarações” do site da CNBB (!), na semana passada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil publicou uma relevante nota “sobre algumas questões relativas ao uso indevido dos termos: católico, igreja católica, clero e outros”. Vou publicar o texto na íntegra, abaixo, conforme se encontra na seção de notícias do site da Conferência. [P.S.: Hoje, 09/12, a nota está disponível na seção correspondente do site da Conferência. Aparentemente, eles demoram a atualizar.]

A coisa deu resultado. Vi hoje que a “Igreja Católica Carismática” publicou uma nota de repúdio em seu site (reproduzo-a também ao final deste texto) em nome – pasmem – da “ICAR – Igreja Católica Apostólica da Redenção”, cujo órgão de comunicação oficial é aparentemente este blog. Na referida nota, os responsáveis pela seita esbravejam contra Dom Damasceno e, num português de fazer inveja ao Seu Crêisson (os caras conseguiram escrever «pois dessa forma Vossa Eminência esta agindo como um ante Cristo»!), querem dizer à Igreja Católica como Ela pode ou não pode instruir os Seus fiéis.

Ora, isto só mostra como os esclarecimentos da CNBB são necessários. Enquanto houver usurpadores de ofícios eclesiásticos apresentando-se como ministros de Nosso Senhor sem que estejam contudo unidos ao Vigário de Cristo na Terra, os bispos têm mais é que nomear os lobos mesmo. O que têm a ver com os fiéis católicos estes “pastores” que não fazem parte da Igreja? Com que autoridade uma seita recém-fundada (segundo o blog, a tal ICAR foi “Fundada em 24 de Outubro de 1988”, é mais nova do que este que vos escreve!) pretende dizer à Igreja Católica como Ela deve guiar os Seus fiéis? Que se ponham no seu devido lugar. E todo o nosso apoio a Dom Damasceno e à CNBB que teve a coragem de publicar um documento importante como este.

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Anexos: Notas citadas Continuar lendo A Nota da CNBB e a resposta das seitas

Para toda a vida

Esta eu vi no blog do Carmadélio. Lembrei-me de outra propaganda da KFC que já pusera aqui; objetivos bem diferentes (afinal, neste caso é uma figura representativa da fidelidade conjugal sem outro objetivo que não enaltecer a própria vida conjugal), mas um mesmo plano de fundo. Uma mesma idéia de comunhão de almas até o fim. Uma mesma defesa apaixonada daquela união que é, segundo a Doutrina Católica, imagem no mundo da união entre Cristo e a Igreja. Entrega total e fiel por todos os dias da vida, até que a morte imponha a terrível separação.

Ontem, lembrei-me também de uma outra propaganda de geladeiras (acho que era da Consul) que vi há alguns anos. Era uma câmera dentro da geladeira, que só mostrava a porta sendo aberta e fechada: abria e aparecia uma menina pequena pegando algo, depois fechava. Abria e aparecia uma adolescentezinha, depois fechava. E assim, sucessivamente, apareciam uma jovem, uma universitária, uma noiva nos braços do marido, uma mulher grávida, uma outra criança pequena. E o slogan dizia “Consul: para toda a vida”. E é um alento ver que “toda a vida” ainda tem uma conotação católica, ao menos no terreno do apelo popular: se as propagandas utilizam-se destes valores, é porque a população (ainda) lhes é bem receptiva. E isto é um reconfortante refrigério. Fica a (agradável) sensação de que ainda há esperança.

As contradições do PT: sobre Bolsonaro e a suposta “quebra de decoro parlamentar”.

Tomei conhecimento da mais recente polêmica envolvendo o deputado Bolsonaro, onde o parlamentar teria insinuado que a presidente Dilma Rousseff é homossexual e que, por isso, o PT iria representar contra ele no Conselho de Ética. Está lá – com todas as letras – na nota oficial divulgada pelo PT:

O Partido dos Trabalhadores repudia com veemência a nova manifestação preconceituosa, discriminatória e homofóbica do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), desta vez proferida na Tribuna da Câmara dos Deputados, onde atacou os programas federais contra a homofobia e agiu com total desrespeito à pessoa da presidenta Dilma Rousseff.

A contradição não poderia ser mais gritante: ou o homossexualismo é um valor positivo (no máximo neutro) e, portanto, chamar alguém de homossexual não pode ser jamais um “total desrespeito”; ou, ao contrário, o homossexualismo é uma coisa degradante e ofensiva que, portanto, não pode ser promovida pelo governo e o Bolsonaro está certo em suas críticas. As duas coisas ao mesmo tempo não dá. A contradição foi brilhantemente apontada pelo Carlos Ramalhete, em sua coluna da Gazeta do Povo de hoje:

Ao atacar essa nova tentativa de usar os homossexuais como bucha de canhão para aumentar o poder do Estado, aventou o deputado que talvez a presidente (desculpem, mas só escrevo “presidenta” quando puder escrever “estudanta”) seja ho­­mossexual.

A grita foi feroz! Mostrando claramente que a pregação de amor à homossexualidade é da boca para fora, o PT acusou o deputado de agir “com total desrespeito à pessoa” da presidente, pediu que a Comissão de Ética entre em ação, e tudo o mais. Ora, ou bem a homossexualidade é algo que se deva abraçar e festejar (como o PT prega), ou – como sempre foi o caso na cultura brasileira – é algo que se tolera, sem que se apregoe nem que se agrida. Neste segundo caso, e só nele, cabe acusá-lo de desrespeito.

Se se aceita, contudo, a pregação dos que querem se servir dos homossexuais como peões descartáveis, não há desrespeito maior em aventar que a presidente seja homossexual que em dizer, por exemplo, que ela talvez prefira vinhos tintos a vinhos brancos, ou caminhadas à musculação.

Eu fui procurar a íntegra do discurso do deputado. No referido dia eu achei dois, este e este; o primeiro, aliás, é de leitura particularmente deliciosa porque termina com um “cortem a palavra! Cortem o microfone da tribuna!” que me fez lembrar a Rainha de Copas com o seu off with his head!. Nenhum deles continha a tal inadmissível ofensa feita à sexualidade presidencial. Soube depois que “Domingos Dutra (PT-MA), que ocupava a presidência da sessão polêmica, determinou a retirada das declarações das notas taquigráficas atendendo a pedido do deputado Marcon (PT-RS)” – o que confirma uma vez mais que, para os parlamentares do partido da presidente da República, insinuar que a sra. Rousseff seja lésbica é equivalente a um crime de lesa-majestade, inominável a ponto de não merecer sequer registro histórico nas atas da Casa do Povo! E este é o mesmo governo que quer empurrar a sodomia goela abaixo das crianças nas escolas públicas, como se fosse a coisa mais natural e bonita do mundo!

É importante que estas contradições fiquem claras, até que a situação absurda que vivemos se torne insustentável e possamos nos livrar da ameaça ditatorial que paira ameaçadora sobre a nossa pátria. Diz o adágio popular que a mentira tem pernas curtas, isto é, não dá para sustentar uma farsa por muito tempo. A grande farsa ideológica do Governo de que a família de fato é perfeitamente equivalente à dupla de pederastas (ou, nos termos mais “politicamente corretos” da recente decisão do STF, que a “união homoafetiva” é idêntica à “união estável entre o homem [enxergada] como entidade familiar”) começou a cair, e foram os próprios farsantes do PT que tropeçaram na teia de engodos que eles mesmos teceram.