Dies Irae

Não é propriamente uma composição litúrgica, mas é uma peça da qual gosto bastante com o texto – este, sim, litúrgico – da sequência da Missa de hoje, Dia de Finados. E esta versão de Mozart é provavelmente a mais conhecida do Dies Irae.

A execução litúrgica, em Gregoriano – belíssima! -, eu encontrei no Subsídio Litúrgico. Segue abaixo:

E, no dia de hoje, lembremo-nos de que havemos também nós de morrer. Lembremo-nos de que hoje celebramos os fiéis defuntos para que eles nos digam de que também a nossa hora há de chegar e, por isso, importa desde já – desde ontem! – viver com esta realidade diante dos olhos. A exortação é, se não me engano, de Santo Agostinho: enterramos com freqüência os nossos amigos e parentes, vemos funerais todos os dias e, não obstante, continuamos a nos prometer longos anos de vida. Insensata promessa que ninguém pode fazer para si!

Vivamos com a consciência de que estamos por aqui só de passagem. E que esta passagem pode ser bem curta e, aliás, geralmente é mais curta do que esperamos, não importa por quantos anos a Providência nos permita caminhar pelo mundo dos vivos. Vivamos à perspectiva de que iremos morrer, e em breve! Que o Todo-Poderoso possa Se compadecer das almas dos fiéis que padecem no Purgatório (hoje, a propósito, é dia de lucrar indulgência plenária para eles, em visitas a cemitérios ou igrejas, nas condições habituais: confissão, comunhão e oração pelas intenções do Santo Padre), e que eles ascendam o quanto antes à glória celeste para, de lá, interceder por nós. Que a Virgem Santíssima, Janua Coeli, receba-os o quanto antes no Reino do Seu Divino Filho.

Requiem aeternam dona eis, Domine,
et lux perpetua luceat eis.

Requiescant in Pacem.
Amen.

Venerável Padre Rodolfo Komórek

Conheci a história do Venerável Pe. Rodolfo Komórek (1890 – 1949) quando estivem em São José dos Campos, a visitar um amigo. Lembrei-me dele porque recebi recentemente por email a sua carta mortuária, cuja leitura é bem interessante e piedosa (trata-se não de uma carta do próprio pe. Rodolfo, mas sim de um irmão religioso escrevendo sobre a morte dele), prestando-se a boa referência biográfica sobre o sacerdote. P. ex., sobre o seu gosto pelas penitências:

De seu espírito de penitência fala ainda Mons. Ascânio Brandão, escritor de renome e conhecido em todo o Brasil Católico: “O seu espírito de penitência foi notável. Por mais que o procurasse ocultar, via-se logo a que austeridades se entregava continuamente. Dormia no chão duro. Tinha horror ao leito macio. Quando a obediência o obrigava a se acolher ao leito, sobre tábuas duras havia de repousar”.

De São José dos Campos eu trouxe um pequeno “santinho” do Padre Rodolfo, com uma pequena biografia e uma oração. Reproduzo-as abaixo, a quem se interessar, para que a história deste heróico salesiano possa ser conhecida e divulgada, e – quiçá, se o Bom Deus o permitir – inspirar sentimentos verdadeiros de piedade nos homens dos nossos tempos, tão sedentos das coisas do Alto.

Hoje é dia de Todos os Santos – mesmo dos não canonizados… – e, mesmo sem a chancela definitiva e segura de uma canonização, gosto de pensar que hoje é um dia apropriado para se celebrar também as virtudes do Venerável Padre Rodolfo Komórek, a cuja intercessão eu recorro, pedindo por mim próprio, por este meu apostolado virtual, pelos parentes e amigos, pela Santa Igreja de Deus, pelo bem do Brasil.

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Dados Biográficos

PADRE RODOLFO nasceu em Bielsko (Polônia), dia 11 de outubro de 1890. Depois de uma infância edificante, vivida entre o lar, a igreja e a escola, ingressou no seminário diocesano e, após brilhantes estudos, ordenou-se sacerdote em 1913.

Deixou para o povo de sua terra natal exemplos admiráveis de zelo, piedade profunda e surpeendente espírito de penitência. Na guerra de 1914, foi capelão militar em hospitais e no campo de batalha. Sempre benquisto de todos os militares, recebeu duas condecorações do governo austríaco.

Voltando à pátria, prosseguiu seu trabalho apostólico no ministério paroquial. Desejando ser missionário, entrou na Congregação Salesiana de Dom Bosco, sendo, em 1924, destinado ao Brasil para cuidar dos colonos poloneses de Dom Feliciano (RS). A população dessa localidade chamava-o de “padre santo”. O mesmo aconteceu em outros lugares: Niterói (RJ), Luís Alves (SC) e Lavrinhas (SP).

No seminário salesiano de Lavrinhas apareceram-lhe os primeiros sintomas de moléstia pulmonar. Transferido então para São José dos Campos (SP), ali despendeu suas últimas energias, entregando-se com total doação ao cuidado espiritual e físico dos pobres e dos doentes de hospitais, asilos e pensões sanatoriais. Era de fato “um para todos”.

Muitos ainda recordam o virtuoso sacerdote, humilde, comedido e atencioso que, sem nunca elevar a voz, foi um semeador de alegria e de paz.

Faleceu em 11 de dezembro de 1949. Seu sepultamento foi uma comovente apoteose promovida por grande multidão agradecida. Os restos mortais do “padre santo” encontram-se hoje na chamada “Casa das Relíquias”, em São José dos Campos.

Reconhecendo a heroicidade de suas virtudes, a Santa Sé declarou-o Venerável em 6 de abril de 1996. Aguarda-se um “milagre” para o prosseguimento do Processo de Beatificação e Canonização.

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Oração

Para pedir a intercessão e a glorificação do Padre Rodolfo

Glorificai, Senhor,
o Vosso servo padre Rodolfo Komórek,
que em vida,
pelo amor que Vos teve,
imolou-se pelo bem do próximo,
sobretudo dos pobres e doentes,
deixando-nos admiráveis exemplos
de pobreza, penitência e humildade.
Concedei-me, por sua intercessão,
a graça que confiante Vos peço
(fazer o pedido).

Amén.

As graças recebidas pela intercessão do Pe. Rodolfo sejam comunicadas à

Casa Padre Rodolfo
Rua Padre Rodolfo, 28 – Vila Ema
12243-080 – São José dos Campos – SP