Exsurge, Domine! – Ano II

Ainda tenho cinco minutos e não posso deixar de parabenizar: hoje o Exsurge, Domine! completa um ano. Parabéns, caro amigo, pelo tempo empregado na defesa das muralhas da Igreja. Que a Virgem Santíssima o possa recompensar.

No dia de Nossa Senhora do Rosário – no dia da vitória de Lepanto (ver também a cronologia)! Um excelente dia para se começar um blog de apologética. Sob as bênçãos da Mãe de Deus, d’Aquela que sozinha venceu todas as heresias do mundo inteiro. Que Ela possa olhar com maternal afeto para o blog do Gustavo. Que Ela possa olhar por todos nós. Que a Sua poderosa intercessão venha em nosso auxílio. Que seja Ela a nos valer, Torre Inabalável, nos dias terríveis em que vivemos.

Rainha do Sacratíssimo Rosário,
Rogai por nós!

Parabéns a S.E.R. Dom José!

Há um ano eu publicava aqui: “Combati o Bom Combate”. Sua Excelência Reverendíssima Dom José Cardoso Sobrinho completava 75 anos de idade e apresentava, segundo prescreve o Código de Direito Canônico, a carta de renúncia ao Santo Padre.

O chefe do Estado-Maior dos exércitos de Nosso Senhor julgou por bem não dispensar de imediato de suas funções este valente e corajoso general. Já faz um ano. As supostas datas das nomeações se sucediam: amanhã, quarta-feira, no fim do mês. E Sua Excelência continuava. E teve trabalho – muito trabalho! – ao longo deste ano.

Enfrentou a furibunda reportagem especial do Jornal do Commercio que eu comentei aqui ao longo de duas semanas. Venceu a ação civil movida contra ele pela sra. Ivânia de Almeida. Conseguiu a reintegração de posse da paróquia de Água Fria. Teve peito de anunciar claramente a excomunhão na qual incorriam os praticantes de um aborto de gêmeas em uma menor de Recife e, com isso, enfrentou a fúria dos inimigos da vida de todo os naipes. Foi premiado pela Human Life International. E, hoje, completa mais um ano de vida.

Parabéns duplamente, como disse o Gustavo: pelo aniversário e pela fidelidade ao ministério episcopal. Parabéns, Excelência, por ser o Bom Pastor que ensina, com o exemplo, a santa intransigência nas leis de Deus e da Igreja, o esquecimento de si próprio para fazer a vontade d’Aquele de Quem recebeu o mandato de cuidar do Seu rebanho. Felicidades, Dom José Cardoso, e obrigado.

Deus lo Vult! Ano II

Há um ano atrás se iniciava este espaço virtual. Dia 26 de maio de 2008, o Deus lo Vult! levantava âncoras. Começava eu meio trôpego, em parte animado com alguns outros amigos católicos que conseguiam manter na blogosfera um importante trabalho de evangelização, em parte receoso com a minha dificuldade de manter constância em blogs, já muito bem conhecida por mim. No entanto, olhando hoje para trás, só tenho a agradecer a Deus por ter me dado a coragem de começar.

Temos hoje aqui 750 postagens no arquivo e quase 10.000 comentários. Peço a Deus todos os dias que este espaço possa ser de serventia aos católicos que amam a Sua Igreja e – por que não? – aos não-católicos que sempre por aqui aparecem. Por muitas outras vezes comecei e naufraguei, mas graças a Deus hoje o Deus lo Vult! entra no seu Ano II e continua navegando. Permita-o Deus, sempre com o estandarte de Cristo desfraldado. Permita-o Deus, sem nunca temer abismos nem procelas. Permita-o Deus, sem nunca preferir a calmaria dos portos aos desafios do mar aberto.

Escrevia há um ano: “[o] chamado ao combate, aceito ou não, continuará a ressoar em nossos ouvidos, a cada dia de nossas vidas: aux armes! E é melhor que ele nos sirva de ânimo em meio à batalha, do que remorso doloroso da consciência, em meio à pseudo-paz da fuga ao dever”. E subscrevo-me, hoje, repetindo a exata mesma coisa, atestada na pele por meio da experiência do ano que passou: é muito melhor que o chamado ao combate – o chamado que o Senhor dos Exércitos dirige diuturnamente aos Seus soldados, membros da Igreja Militante – sirva de estímulo em meio à batalha, de forças para continuar, do que de lamentos e arrependimentos por não termos feito o que poderíamos fazer. Não permita Deus jamais que nos esqueçamos deste nosso dever, que nos façamos de surdos aos Seus chamados!

À Virgem Santíssima, Maria Porta do Céu – Janua Coeli -, de quem ouso chamar-me escravo, que tantas e tantas vezes me ajudou, repito o oferecimento: que tudo o que faço possa ser por Ti, Contigo, em Ti e para Ti, o Virgo Gloriosa super omnia benedicta. Que este espaço virtual a Ti consagrado possa servir ao Deus Altíssimo. Que Vós, Mãe Admirável, possais tomar sob o Vosso maternal cuidado a mim e a tantos quantos visitam estas páginas da internet. Lembrai-Vos de falar bem de nós – ainda que não mereçamos – na presença do Deus Onipotente.

E a todos quantos visitam este blog, alguns amigos reais que sempre por aqui aparecem e, outros, amigos virtuais que aqui conheci, aos anônimos que lêem sem comentar, os meus mais sinceros agradecimentos. Nada disso poderia ser feito se não fosse por vocês. Que Maria Santíssima os possa manter firmes na Fé Católica, ou a Ela conduzir caso se encontrem distantes da Casa do Pai.

Continuemos alerta, às brechas das muralhas, vigilantes. Porque, mesmo após um ano, continuamos tendo muito por fazer.

Viva Jesus Cristo! Viva a Sua Cruz!

Salve a Santíssima Virgem, Mãe de Deus e nossa também!

Viva a Igreja de Jesus Cristo, Católica e Apostólica!

Longa vida ao Papa, Doce Cristo na Terra!

Aniversário – Opus Dei

Hoje, o Opus Dei completa oitenta anos de fundação. E o presente recebido foi surpreendente: um artigo do prelado do Opus Dei, Dom Javier Echevarría, publicado na Folha de São Paulo de hoje! Como o artigo é só para assinantes, reproduzo-o na íntegra abaixo, como recebi por email.

São Josemaria Escrivá,
ora pro nobis!

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TENDÊNCIAS/DEBATES

Uma semeadura de paz e de alegria

JAVIER ECHEVARRÍA

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Hoje se completam 80 anos da fundação do Opus Dei. Peço a Deus que essa parte da igreja cumpra sempre a missão que Ele lhe confiou
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HOJE COMPLETAM-SE 80 anos da data em que são Josemaria fundou -por inspiração divina, como afirmou João Paulo 2º- o Opus Dei. Por isso, elevo meu coração em agradecimento à Santíssima Trindade, que quis abrir um caminho de santificação no trabalho profissional e nas circunstâncias comuns da vida que pode ser percorrido por mulheres e homens de todos os tempos. O papa Bento 16, quando ainda era o cardeal Joseph Ratzinger, numa homilia pronunciada em 1992, afirmava que “Josemaria Escrivá considerou essa chamada não só algo dirigido a si mesmo mas, sobretudo, uma tarefa a ser transmitida aos demais: estimular a santidade e reunir para Cristo uma comunidade de irmãos e irmãs”.

Consciente dessa responsabilidade -continuava Ratzinger-, “viajou incansavelmente por vários continentes estimulando as pessoas a serem santas, a viver a aventura de serem cristãos, fosse qual fosse o lugar de cada um na vida. Assim, chegou a ser um grande homem de ação, que vivia da vontade de Deus e estimulava os outros a fazer o mesmo”.

A Santa Sé, ao outorgar, no pontificado de Pio 12, as primeiras aprovações canônicas ao Opus Dei, fez sua essa afirmação: “Qualquer membro do Opus Dei, onde quer que esteja, leva sempre consigo a paz de Cristo e a alegria, plena e estável, no Senhor e as oferece amistosamente a todos os homens de boa vontade: além disso, esforça-se por contagiar a todos, sem exceção, com essa paz e essa alegria, e impulsiona com suavidade cada um a aceitar e saborear esses dons tão suaves da bondade divina”.

Bento 16 afirmou que, para aquele que crê, a palavra “paz” é um dos nomes mais belos de Deus, um pai que deseja a concórdia entre todos os seus filhos. Ao dizermos “a paz esteja convosco”, desejamos que Deus esteja com todos e com cada um e cada uma.

Como Cristo -no dizer de são Paulo- é a nossa paz, esse desejo se manifesta em apresentar Cristo aos outros, ajudando-os a compreender que o relacionamento pessoal com Jesus, a amizade com Ele, traz à alma aquela alegria e aquela paz que o mundo não pode dar.

Fui testemunha de como são Josemaria não só pregava e difundia o evangelho da paz mas também o levava constantemente no coração. Não faltaram, no decorrer da sua existência, temporadas de risco à sua integridade física ou de inquietação espiritual pelo destino da igreja e da sociedade civil; no entanto, nunca o vi perder a serenidade nem deixar de fazer algo para comunicá-la aos outros.Estava convencido de que anunciar o evangelho trazia consigo, necessariamente, uma semeadura generosa de paz e de alegria e estimulava o encontro com Cristo, sempre com o máximo respeito pela liberdade das consciências. Sabia que essa tarefa é benéfica para a humanidade, também porque o conhecimento da doutrina de Cristo e o compromisso cristão aperfeiçoam a liberdade humana e nos predispõem a servir os outros.

Dar a conhecer Cristo é também uma semeadura de alegria. O gozo dos filhos de Deus não provém de circunstâncias exteriores favoráveis nem tem uma origem meramente psicológica. Como qualquer outra pessoa, o homem e a mulher de fé experimentam o cansaço e a doença, a dificuldade e a aflição, a dúvida e a contrariedade. Mas, em todas essas situações, sabem-se filhos muito queridos de Deus, são conscientes de que podem se apoiar n’Ele e, com sua ajuda, recuperar a alegria, se chegarem a perdê-la.

Mesmo a experiência da própria fraqueza espiritual não é incompatível com a alegria, porque sempre pode ser sanada pela misericórdia divina. A parábola do filho pródigo acaba com a festa do reencontro do amor.

O humano e o divino se entrelaçam na tarefa de evangelização cristã: a preocupação pelos demais, a caridade, o respeito à liberdade alheia. Assim o propunha, mais uma vez, são Josemaria na Argentina, em encontro com milhares de pessoas em 1974: “Semeiem a paz e a alegria por todos os cantos; não digam nenhuma palavra desagradável a ninguém; saibam caminhar com os que não pensam como vocês. Não se maltratem jamais; sejam irmãos de todas as criaturas, semeadores de paz e de alegria”.

Cada aniversário é uma oportunidade de olhar para o futuro. Ao se completarem agora 80 anos da fundação do Opus Dei, peço a Deus que essa pequena parte da igreja, que é a Prelazia da Santa Cruz e Opus Dei, cumpra sempre, no seio da sociedade civil, a missão que Ele mesmo lhe confiou em 1928: realizar nas almas uma semeadura generosa da paz e da alegria do evangelho, que impregne também as estruturas da sociedade, tornando-as mais humanas.

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DOM JAVIER ECHEVARRÍA , 76, doutor em direito civil e em direito
canônico, consultor da Congregação para as Causas dos Santos e da
Congregação para o Clero, é o bispo prelado do Opus Dei.

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