As crianças do Brasil

O matrimônio é uma instituição de direito natural absolutamente necessária para a sobrevivência da espécie humana, como – de maneira análoga – a alimentação o é para a sobrevivência do indivíduo. Se o matrimônio é descaracterizado e suas finalidades são ignoradas ou distorcidas, isso causa prejuízo à sociedade (como, de novo analogamente, uma alimentação erroneamente compreendida – crianças que comem somente doces, porque é mais gostoso, p. ex. – é prejudicial para o indivíduo).

Tem portanto dois fins inseparáveis o Matrimônio: o fim procriativo e o fim unitivo. Um homem e uma mulher se casam para a complementação mútua e para a geração da prole. Esta doutrina é constante no ensino da Igreja e é um imperativo da Lei Natural, acessível à Razão mesmo que não iluminada pela Fé. De modo que não é “somente para os católicos” que o Matrimônio é o que é; ainda que na união dos não-católicos não haja a dignidade sacramental, há o contrato natural que não pode prescindir dos dois fins supracitados, sob pena de prejudicar gravemente a sociedade que não salvaguarde os direitos e deveres naturais dos esposos.

No mundo em geral e no Brasil em particular, o controle de natalidade tem provocado estragos enormes. Segundo o IBGE, a taxa de fecundidade brasileira está abaixo do nível de reposição, o que significa, trocando em miúdos, que a população está em tendência de envelhecimento e diminuição. Os gráficos que foram mostrados na reportagem revelam que o processo vem ocorrendo há décadas:

Uma mudança de cultura tão grande como esta (nos quais os filhos, que antes eram considerados como bênçãos, são praticamente uma maldição, na medida em que contribuem para a “superpopulação” e se tornam um empecilho à “liberdade” da mulher…) não acontece da noite para o dia. Foi com o advento da pílula anti-concepcional nos anos 60 que a taxa de natalidade iniciou esta queda vertiginosa que hoje, passados quarenta anos, podemos contemplar. Os efeitos desastrosos desta política também não se notam da noite para o dia, mas um dos principais – o envelhecimento da população – hoje já começa a aparecer:

En passant, vale salientar que a pílula não é a única destruidora de um dos fins essenciais do matrimônio, porque existe a impossibilidade intrínseca de procriação: o “casamento gay”. Que o presidente Lula defende:

– Temos que parar com hipocrisia, porque a gente sabe que existe. Tem homem morando com homem, mulher morando com mulher e muitas vezes vivem bem, de forma extraordinária. Constroem uma vida junto, trabalham juntos e por isso eu sou favorável – disse.

O matrimônio precisa ser defendido, a família precisa ser defendida, a vida precisa ser defendida; o aborto é somente a ponta do iceberg, o coroamento satânico de uma cultura da morte que se iniciou há décadas. É necessário ouvir a Igreja, e defender a Doutrina Católica integralmente, em particular naquilo que concerne à Lei Natural – que independe da religião do indivíduo. Não permita Deus que o povo brasileiro só passe a dar valor às suas crianças quando elas forem uma espécie em extinção. Que Nossa Senhora, Rainha da Família, abençoe e proteja o Brasil.

P.S.: Descobri agora que existe um “novo” método contraceptivo, que consiste num “anel de silicone” que a mulher só precisa trocar uma vez por mês, e é “adequado para quem se esquece de tomar a pílula no corre-corre diário” (sic!), e também para “as adolescentes, que não querem deixar as caixas de anticoncepcional expostas em qualquer lugar” (sic!!). Tenha Deus misericórdia de nós todos.