A mídia x os brasileiros: a reação dos internautas

Aconteceu ontem: o jornal “O Globo” havia publicado em seu site, logo na página principal e com destaque, esta notícia. É sobre a mais nova palhaçada do excelentíssimo sr. Governador do Estado do Rio de Janeiro (o mesmo que perguntou recentemente quem é que nunca teve uma namoradinha que precisou abortar): policiais militares gays participarem fardados da próxima Parada Gay carioca.

É claro que a idéia estúpida desagradou os policiais militares. Com muita propriedade eles questionaram: “acho estranho o governador liberar o carro, gastando gasolina do estado, para eles [os policiais homossexuais] participarem de algo de caráter particular. Além disso, se você usar a viatura para ir a um evento, deixará desguarnecidas áreas que precisam de segurança – diz Cordeiro, levantando ainda outro problema. – Se o policial for fardado, isso significa que irá armado. Quem usa fuzil, por exemplo, vai deixar na viatura ou levar para a passeata?”. Muito bem colocado. Mas o Sérgio Cabral é brasileiro e não desiste nunca. O show tinha que continuar.

Chegamos, enfim, à notícia à qual fiz referência na primeira frase deste post. Sob a palavra “polêmica”, a manchete diz: Parada Gay: Cabral nega mal-estar com comandante da PM, e Paes diz que participação de militares é ‘opinião do governador’. Como eu falei, estava logo na entrada do portal com destaque e rapidamente passou para os links mais modestos das notícias relacionadas – até desaparecer completamente da página principal.

Naturalmente, não dá para provar com certeza; mas eu acho – e não somente eu – que o motivo desta súbita perda de atenção d’O Globo na polêmica foi por conta dos comentários que estavam sendo feitos. Tratam-se de cidadãos brasileiros normais que se manifestaram descontentes com o espaço (absurdamente desproporcional) que a agenda gay está ocupando no governo e nos meios de comunicação. Ou seja: a manifestação dos leitores do jornal foi contra os interesses d’O Globo e, por isso, eles habilmente retiraram a matéria do centro das atenções.

O povo brasileiro não é partidário do espancamento de homossexuais, não acredita que eles devam receber pena de morte por seu comportamento imoral, acha natural que o patrimônio em comum construído possa pertencer àqueles que trabalharam para o construir e, contanto que se mantenham padrões mínimos de moralidade pública, está pouco interessado no que a dupla faz ou deixa de fazer na cama. No entanto, o povo brasileiro – o bom povo brasileiro – não aceita a imposição da cultura gay. Isto ficou claro nos comentários feitos à reportagem acima mencionada. Ontem à tarde (logo depois de “desaparecer” da página principal do site), havia pouco mais de 100 comentários em menos de quatro horas. Hoje, há 179. À guisa de exemplo, trago algumas manifestações dos leitores, das mais antigas às mais recentes:

TamoAi
18/05/2011 – 13h 52m

Esse re..tar..da..do do Cabral gosta de aparecer. Nao faz nada que presta.

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QueissoZe18
18/05/2011 – 13h 55m

A demagogia de Cabral é ilimitada. è tão tosco e mal preparado que até sugere ato inconstitucional. Não tem cabimento pedir pra policial levar a viatura – que é do estado e deveria servir ao povo, gay ou não – pra sair do armário. O que o sujeito faz na cama não é da conta do governador, é da intimidade de cada um , logo, de aspecto privado.

O gov devia conclamar o prefeito do RJ a sair do armário.

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JERICÓ
18/05/2011 – 13h 59m

Que desculpem os simpatizantes. Nunca vi uma família realizar um festa tipo debutante para o anúncio com gritos de satisfação da descoberta do homossexualismo de seus filhos ou filhas. Algo está errado com alguns simpatizantes que nunca festejam ou festejaram seus filhos homossexuais. A queda do império romano se deu em parte, justamente em função de sua promiscuidade inclusive com a participação de alguns imperadores. Parabéns coronel pela decisão técnica, legal e não política tomada.

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Luiz Henrique Gineste Barroso
18/05/2011 – 14h 03m

COM O MEU ,ALIAS NOSSO DINHEIRO.QUEIMANDO GASOLINA E HORAS DE SERVIÇOS.GOVERNADOR PENSE ANTES DE FALAR TANTA BOBAGEM.AS URNAS VÃO FALAR NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.

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Jair José de Almeida
18/05/2011 – 14h 10m

O tal do Jean Willes que venceu o BBB escreveu um livro, trabalhou na tev globo com ana maria braga, e na radio globo caiu no esquecimento, mas derrepente de candidata a deputado fica de suplente consegue uma vaga e agora se notabiliza por fazer campanha a favor do mundo gay. Será que nesse país não tem coisa mais importante pra se discutir? sou contar a homofobia mas também sou contara viada.gem, ô atraso

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Rodrigo Herrera
18/05/2011 – 14h 19m

Cada um na sua. Mas esta exaltação da opção sexual é patética. Todo mundo tem direito a fazer o que quiser se for entre adultos, agora parece que querer tornar o homosexualismo em obrigatório. Não tenho nada contra gays, mas tenho contra políticos que usam esta bandeira para bancarem moderninhos e os que defendem para bancarem os que defendem a família. Que coisa sem graça.

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Aluizio jorge
18/05/2011 – 14h 41m

Quanta palhaçada.

Que saco esta de parada gay, falta do que fazer dos politicos para aparecer na midia.

Enquanto o roubo o assistencialismo e a falta de educação escolar correm soltos neguinho da atenção a parada gay.

Cada povo tem o governo que merece

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Celso Machado
18/05/2011 – 15h 46m

Sergio cabral deveria ser governador do circo, com todo o respeito aos queridos palhaços…
Trabalhar que é bom. Saúde, um lixo. Educação nota zero. Segurança, só para ingles ver…
Agora essa questão de homofobia tratada de forma ridícula e criando preconceito. homo ou hetero, tanto faz cada um sabe da sua vida. O problema que no Brasil tudo acaba em palhaçada.

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Atlan
18/05/2011 – 16h 21m

Não sou homofóbico. Sou uma pessoa tolerante e que respeita a liberdade dos outros. Entretanto, a presença massiva da questão gay nos jornais, na internet e na tv é desproporcional. O assunto é tratado como se fosse a questão principal nas nossas vidas. Não é. Eu não conheço nenhum gay assumido. Em resumo, não é um assunto que me interesse. Entretanto, sou bombardeado com o assunto o tempo todo. Está passando do limite de forma que eu, que sou tolerante, estou incomodado.

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Carlos Erich Kramer
18/05/2011 – 17h 39m

Senhor Domingos de Santana Junior, os senhores JÁ tem direitos plenos, já têm mais que isso, já têm até financiamento estatal. Nenhum outro membro da PM ou dos Bombeiros tem direito a ir para o carnaval usando uniforme, seja heterossexual ou não. Por que teriam os gays direito de participar de passeatas usando o uniforme? Esse é o problema: vocês querem direitos especiais, querem privilégios, querem empurrar o gayzismo goela abaixo da população.

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Francisco Oliveira de Medeiros
18/05/2011 – 19h 32m

O Governador Sergio Cabral quer é mesmo avacalhar com a instituição policia militar, porque se ele não tem pelo menos uma pequena noção do estatudo dos policiais de seu estado, avalia outras coisas enerente ao estado como ele conhece.

E há muitos outros exemplos que poderiam ser citados. Todos eles a reafirmar, de modo insofismável, esta verdade que os meios de comunicação esforçam-se por esconder: os brasileiros não engoliram e nem vão engolir esta história de que o homossexualismo seja uma coisa natural, virtuosa até, que possa ser publicamente ostentada e estimulada e da qual se deva até mesmo ter orgulho.

Já antevejo o resultado de manifestações assim: o Governo vai usá-las como prova de que a população ainda é terrivelmente homofóbica, para então redobrar os esforços na implantação da Ideologia Gay. Porque o que está em curso não é um movimento legítimo de reivindicações dos direitos legítimos: o que está em curso é um processo de engenharia social no qual se deseja moldar a maioria de uma população em conformidade com os “valores” de uma minoria. Até quando os brasileiros vão engolir isto calados? Que cada um tenha em conta que eles começam roubando uma flor. Aqueles que precisam urgentemente sair do anonimato para manifestarem as suas opiniões são os cidadãos brasileiros descontentes com a campanha pró-homossexualismo que está em curso no Brasil. Antes que seja tarde demais.

Parada Gay: Cabral nega mal-estar com comandante da PM, e Paes diz que participação de militares é ‘opinião do governador’

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/05/18/parada-gay-cabral-nega-mal-estar-com-comandante-da-pm-paes-diz-que-participacao-de-militares-opiniao-do-governador-924488681.asp#ixzz1MnCdcmDp
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Bento XVI e a camisinha II: a cretinice dos meios de comunicação

Sou surpreendido por uma matéria do Gazeta Online que tem o seguinte singelo título: “Vaticano: todos podem usar preservativos para evitar HIV”. A chamada: “Usar preservativos é um mal menor que transmitir o vírus HIV para um parceiro sexual – mesmo que isso signifique que uma mulher evitou uma possível gravidez, disse o Vaticano”. Manchetes análogas podem ser encontradas mundo afora. Como é possível tão universal desinformação?

Recapitulemos. O Papa disse ser possível haver alguns casos em que “a utilização do preservativo [por um garoto de programa] possa ser um primeiro passo para a moralização”. O Papa não disse nem mesmo que estes “podem” usá-los! Daí me vem um jornal dizer que “todos podem usar preservativos”, e ainda afirma ser isto “segundo o Vaticano”?

O Papa não falou sobre o que os garotos de programa podem ou não fazer. Apenas constatou um fato: o prostituto que usa preservativos impõe, de algum modo, limites à sexualidade desregrada. Como o Taiguara escreveu na lista “Tradição Católica”:

O que entendi é que, no caso da prostituta que utiliza camisinha, a significação real do uso da camisinha é completamente diversa do “sexo livre” apregoado: o uso da camisinha pela prostituta tem para ela a finalidade de evitar o contágio da doença venérea ao parceiro; para isso, ela mesma se impõe um limite (que ela pensa ser um limite válido, pois acredita que a camisinha realmente barra o contágio) e, desta feita, o próprio condom, símbolo da liberação sexual, ganha no caso concreto a conotação de um limite, contraria o próprio sexo livre.

Isto não é uma autorização para se usar preservativos. A proposição “garotos de programa podem usar preservativos” simplesmente não se encontra no texto do Papa – este é um fato objetivo contra o qual é impossível tergiversar. De onde tirou então o jornal que “todos podem usar preservativos”?

O impressionante fenômeno só revela uma gigantesca contradição dos inimigos da Igreja. Se, por um lado, postulam que Ela deva ser ostracizada e banida da vida pública das sociedades civilizadas, por outro lado saúdam com ânimo e júbilo esta – alegada! – “mudança de posição” da Igreja sobre os preservativos. Aliás, desejam tanto que a Igreja “mude” de opinião que passam a projetar isso na maneira como fazem jornalismo, por meio de um wishful thinking tão forçado, mas tão forçado, que se transforma em falsificação intelectual pura e simples.

Os bons exemplos que não viram notícia

Não sei exatamente qual é a origem desta carta de um sacerdote missionário em Angola – diz a notícia que foi enviada ao The New York Times (não diz a data) que, até o presente momento, não a respondeu. Merece, no entanto, ampla divulgação, porque mostra uma face do sacerdócio que não ganha os louvores da mídia, o reconhecimento da opinião popular – não vira notícia.

Não é só na vida sacerdotal – é em todos os lugares. Os acertos não são reconhecidos da mesma maneira que os erros são condenados. Quase ninguém agradece com a mesma rapidez com que lança pedras. Nos estudos, somos cobrados mais por nossas faltas do que pelas inúmeras presenças; mais pelas poucas reprovações do que por todas as aprovações. No trabalho, os erros que cometemos implicam em reclamações e advertências; os acertos diários e as coisas que sempre fazemos bem não recebem agradecimentos na mesma medida. A vida é assim.

E, em um certo sentido, talvez tenha que ser assim mesmo. Espera-se do estudante que estude, espera-se do profissional que trabalhe, espera-se do sacerdote que seja santo e que santifique. Quando as coisas fogem do que esperamos que elas sejam, é até natural que venham manifestações: o estudo irresponsável, o trabalho mal-feito, o pecado do sacerdote… estas coisas revelam falhas, revelam uma inadequação da realidade ao ideal, ao modelo que se tem e que se almeja. É natural que seja assim: isso nos estimula a nos aperfeiçoarmos cada vez mais. A fazermos cada vez mais melhor.

No entanto, somos humanos, e erramos, e temos necessidade não somente de tapas e reprimendas – mas também de reconhecimentos. Reconhecer o êxito nos estudos, o trabalho – ainda que ordinário – bem feito, ou a resposta generosa à vocação sacerdotal, o testemunho de amor a Jesus Cristo dado por tantas e tantas almas sinceras marcadas indelevelmente pelo Sacramento da Ordem.

E estas existem. Graças a Deus, existem, e existem muitas – leiam o texto acima. E é uma questão de justiça reconhecer o bem que elas fazem, muitas vezes “na surdina”, longe dos olhares dos homens. É necessário contrapôr, ao mau testemunho de uns poucos padres, o exemplo de tantos outros que se esforçam por levar uma vida em conformidade com as promessas que fizeram no dia de sua ordenação. Como eu dizia acima, em um certo sentido, é natural que os erros ganhem mais visibilidade do que os acertos; mas não é natural nem é justo que as coisas sejam julgadas com lentes de aumento nos erros e vista grossa feita aos acertos – que, aliás, são em número incomparavelmente maior.

Sim, o missionário está correto: o bem não vira notícia. Nunca virou. E, aliás, nem é bom que vire – porque o Pai, que está nos Céus e vê o que está oculto, saberá com certeza recompensar a todo bem que foi feito nesta terra. Mas, às vezes, é importante darmos a conhecer o bom exemplo de alguns, não por vaidade, não para buscar louvores do mundo, mas simplesmente por uma questão de Justiça. A Igreja é Santa, e contém em Seu seio pecadores – mas contém também inumeráveis exemplos de santidade, e em uma profusão muito maior do que os que provocam escândalos. É justo que isto seja dito às claras. Logicamente, não é uma tentativa de se minimizar a gravidade dos pecados cometidos por quem deveria ser sempre um “outro Cristo”. Mas é para mostrar que Cristo está na Igreja, também em seres humanos falhos. Para mostrar que não há somente falhas. E – é necessário dizer – quem não enxerga isso não pode se dizer jamais comprometido com a Verdade.

P.S.: Recebi por email a carta original em espanhol, e a encontrei na internet. Foi escrita pelo pe. Martín Lasarte.

Posição da AIS sobre os ataques à Igreja Católica – pe. Joaquín Alliende

Fonte: AIS Brasil

A cusparada atingiu o jovem padre de cheio no rosto. Transbordando ódio, o turista desconhecido lhe gritou: “Pedófilo asqueroso!”. Silêncio. Os outros visitantes da Acrópole de Atenas olham distraidamente para a perfeita fileira de colunas de mármore. Ninguém faz nada, enquanto o jovem padre, cabisbaixo, limpa o rosto. Por esses dias se escutam muitas histórias desse tipo. Ao descer de um trem, um padre que há quarenta anos serve abnegadamente o Evangelho é alvo das mesmas palavras de insulto. Uma casa de religiosas recebe telefonemas anônimos ofensivos…

Uma histeria coletiva se espalha, insuflada pelos poderosos da Televisão e pelos intocáveis papas de um jornalismo pseudointelectual. É lógico que algumas reações espontâneas sejam compreensíveis. De consequência, um sofrimento incrível. A vergonha se manifesta. Os abusos, o silêncio culposo, os erros estúpidos, o covarde desvio de atenção – tudo isso são fatos reais e muito graves. Jesus Cristo terá de lavar o rosto de sua Igreja. Todos nós teremos de redescobrir a audácia de Deus ao confiar a homens tão fracos um dom tão grande como é o sacerdócio.

[…]

Antes de crucificarem Cristo, eles bateram e cuspiram nele. Após a Sexta-feira Santa veio a Páscoa. Mas o rosto de Jesus continua chorando na sua Igreja. A Ajuda à Igreja que Sofre permanecerá sempre como um instrumento a serviço do Bispo de Roma, para proteger os cristãos perseguidos e para auxiliar os anunciadores do Evangelho. Nesse momento histórico o ponto mais nevrálgico da Igreja é o futuro do sacerdócio… Talvez o sacerdote que hoje está mais em necessidade se chame Bento XVI. Não o deixemos sozinho.

Ataques no Iraque

Mais igrejas atacadas, agora no Iraque. O Santo Padre manifestou a sua dor pelos atentados; em um telegrama, ele “reza por uma conversão do coração dos autores da violência e alenta as autoridades a fazerem todo o possível para promover uma convivência justa e pacífica de todos os setores da população iraquiana”.

“[E]ntre o sábado e o domingo, contra 8 igrejas cristãs de Bagdá, segundo fontes eclesiais. Quase todas as bombas explodiram ao final das celebrações religiosas”. Tudo isso aconteceu “menos de duas semanas depois da retirada das forças americanas das cidades do país”.

Este tipo de notícias quase não chega no Brasil – ou, quando chega, é sem o menor destaque. Saiu na BBC Brasil, na Folha e em G1, para os que tiveram a disposição de procurar. Somando estas três notícias, não dá metade da que foi publicada em ZENIT.

Enquanto isso, debocham dos “gatos pingados” que prestam atenção ao que o Papa diz. Não vêem as igrejas caírem; não ouvem a Igreja falar. E, quando não ouvem a Igreja, o mundo caminha para a barbárie. Rezemos pelos cristãos perseguidos, rezemos pelo Santo Padre, rezemos pela Igreja.

Papa, Trindade e Genoma

La prova più forte che siamo fatti ad immagine della Trinità è questa: solo l’amore ci rende felici, perché viviamo in relazione per amare e viviamo per essere amati. Usando un’analogia suggerita dalla biologia, diremmo che l’essere umano porta nel proprio “genoma” la traccia profonda della Trinità, di Dio-Amore.
– Bento XVI, Angelus, 07 de junho de 2009

Estas foram as palavras do Papa, na saudação do Angelus dominical, feita no domingo passado, Festa da Santíssima Trindade. G1 não perdeu tempo para publicar: Papa diz que homem tem em seu genoma marca profunda da Trindade.

Às vezes eu fico me perguntando o que passa pela cabeça de alguns jornalistas, porque parece que eles têm o dom de fazer os comentários mais irrelevantes possíveis sobre as palavras do Santo Padre. A leitura de uma matéria como essa me passa a forte impressão de que o autor dela “pescou” frases aleatórias do Papa e as distribuiu ao acaso formando uma colcha de retalhos sem nenhum significado.

Ao invés de traduzirem frases aleatórias, um serviço jornalístico muito mais útil seria se eles traduzissem a íntegra do pronunciamento de Bento XVI no Angelus. Aí, sim, poderíamos falar em uma informação que faz sentido. Ao apresentar frases desconexas com uma manchete nonsense, a imprensa não está fazendo o papel de informar os leitores.

Ainda mais se considerarmos que o Angelus dominical é… dominical. É um evento que se repete todas as semanas, todos os domingos, não configurando de nenhuma maneira um acontecimento digno das manchetes sensacionalistas. Já imaginaram uma manchete do tipo “Papa reza Angelus ao meio-dia do Domingo, diante da Praça de São Pedro”? Uma manchete dessas não poderia ser colocada nos jornais. Daí eles precisam “inventar”, e pegar uma frase qualquer colhida ao acaso do pronunciamento do Papa, e colocá-la na manchete da reportagem como se fosse a coisa mais importante daquele texto.

E é claro que a analogia com a biologia – aliás, a manchete não diz que é uma analogia… – não é a parte mais importante do pronunciamento do Papa. “Solta” assim, aliás, ela perde completamente o sentido. Entretanto, a mídia ávida por novidades parece que não consegue se acostumar com a cadência romana, e talvez fosse pedir demais uma tradução semanal dos discursos de Bento XVI: os brasileiros que se informam sobre a Igreja na grande mídia precisam se contentar com fragmentos desconexos daquilo que ensina o Sucessor de Pedro.

A Irlanda e a difamação (ou “A endemia abusiva irlandesa”)

Um amigo falou-me de manhã sobre a Irlanda. Disse que tinha visto a reportagem do Jornal Nacional de ontem à noite, sobre os casos de abusos infantis lá ocorridos. Questionou a forma como a notícia fora apresentada no horário nobre da Globo, e trouxe a notícia reproduzida pela Folha de São Paulo (que encontrei online no Diário do Noroeste) sobre o mesmo assunto. Permito-me reproduzir aqui em linhas gerais os seus principais questionamentos, salientando que não assisti ao Jornal Nacional e pedindo a quem o fez que possa confirmar ou negar as seguintes informações:

1. O período ao longo do qual ocorreram os abusos foi superior a 60 anos (da década de 30 até os anos 90), coisa que não teria ficado claro nas reportagens televisivas.

2. Tampouco havia ficado claro na televisão que não se tratavam de escolas “normais”, e sim de espécies de “reformatórios”.

3. Os abusos não eram de natureza exclusivamente sexual, coisa que – mais uma vez – não fora deixada clara na Globo.

Passo, agora, aos meus comentários.

Prato cheio para os inimigos da Igreja de todas as matizes! Uma endemia de maus tratos infantis e de abusos sexuais de crianças perpetrados por padres e freiras, ao longo de seis décadas! Sim, é doloroso, e ninguém o nega. É revoltante, sem sombra de dúvidas. No entanto, são também revoltantes as atitudes de uma certa mídia sensacionalista e descomprometida com a exatidão dos fatos, manipulando as tragédias alheias para semear o ódio e a revolta contra a Igreja de Nosso Senhor.

Repito que os inimigos da Igreja não conseguirão jamais ter uma idéia da dimensão da gravidade dos erros dos sacerdotes do Deus Altíssimo. Lembro-me de que um padre meu amigo mostrava-me, outro dia, um antigo livrinho de meditações para sacerdotes, e a parte que ele lia falava exatamente sobre isso. Citando de memória, era alguma coisa como “repara naquelas atitudes que nos outros são apenas pequenas falhas mas, em ti, são pecados gravíssimos”. Ora, se as pequenas coisas – que podem ser feitas pelas pessoas “normais” sem que isso lhes acarrete grande culpas – mancham gravemente os sacerdotes, quanto mais não os mancharão aquelas coisas que até mesmo entre pessoas sem fé são gravíssimas?

A pedofilia entre os sacerdotes é uma coisa gravíssima, e os não-católicos não têm dimensão do quanto o é. Mas não encontro justificativa para que se manipulem os fatos a ponto de que eles pareçam piores do que já são. Tomo a manchete da notícia para ilustrar o que eu digo: Irlanda teve “abuso endêmico” cometido por padres e freiras, diz comissão. Note-se que a reportagem não traz números (a não ser 200 instituições que teriam recebido 30.000 pessoas durante as seis décadas e meia). Note-se também que há um “detalhe” citado bem en passant na reportagem, que diz que “[q]uando autoridades [do Estado] eram alertadas sobre os problemas, ‘mantinham-se em silêncio'”. Por que motivo a manchete não é alguma coisa como “Governo Irlandês acoberta durante sessenta anos casos de pedofilia”? Note-se também que a reportagem critica os superiores eclesiásticos que transferiam os acusados para outros locais, mas não diz qual seria a outra alternativa já que o Estado, segundo a mesmíssima reportagem, “mantinha-se em silêncio” quando era acionado. Note-se ainda que a reportagem não cita as situações dos outros reformatórios que não eram administrados pelas ordens religiosas, para que seja possível uma comparação.

Enfim, há tanta coisa a ser notada, mas não vou continuar. Para os católicos não importa tanto, porque nada disso tira a gravidade dos fatos e o mal provocado a toda a Igreja por estes membros do clero; nada disso justifica os maus procedimentos de sacerdotes do Deus Altíssimo ou de religiosos consagrados à via da perfeição. Nada justifica. Choremos aos pés da Virgem pelas iniqüidades dos sacerdotes do Seu Filho. Ofereçamos a Deus orações e mortificações em reparação pelos pecados do clero. Que Ele tenha misericórdia de nós todos, e digne-Se conceder-nos santos sacerdotes.

Padre flagrado celebrando a Missa corretamente

[Esta eu vi no ORKUT e é divertidíssima; seria cômico, se não fosse trágico. Às vezes, uma dose de bom humor é necessária a fim de chamar a atenção para algum problema que, quando caricaturizado, nota-se com mais facilidade. A nossa situação litúrgica é tão triste e estamos tão acostumados com ela que, muitas vezes, nem percebemos a dimensão do estrago; esforcemo-nos por oferecer uma sólida e verdadeira catequese litúrgica, porque eu também estou convencido de que da restauração da Liturgia depende a salvação do mundo.]

Padre é flagrado celebrando a Missa da forma certa

Um padre católico, fiel ao seu ministério, foi flagrado celebrando a Missa conforme as Instruções promulgadas pelo Papa Paulo VI. O Padre celebrou a Missa, a qual ele chamava de Santa, sem impor nenhuma novidade ou idéia própria que podesse tornar a Missa mais atrativa.

A Missa foi celebrada na posição Ad Orientem, ou seja, o Padre, em certos momentos da Celebração Liturgica, fica voltado ao oriente. Além desta posição, que nunca fora abolida pela Igreja, o Sacerdote ainda arriscou a desagradar seus fiéis fazendo a maior parte das orações da Santa Missa em latim, que segundo ele é a lingua oficial da Igreja Católica e deve ser mantida e merece ser mais conhecida pelo povo católico.

Na Homilia, o antigo sermão, o Padre ainda convidou os fiéis a se manterem fiéis a Igreja e a Cristo, em tempos em que negam as virudes cristãs, os Católicos precisariam ser um sinal de contradição, num mundo tão volatil pela falta de valores, de verdade, de fé e de esperança.

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Claro que esta notícia ai em cima não saiu em jornal nenhum… é só para ver que basta ser um mau sacerdote [nota: originalmente, que basta se rum la sacerdote] que a midia está lá, firme e forte para divulgar o ordenado rebelar-se contra aquilo que ele mesmo propos seguir e zelar. Padre deputado defende camisinha, Padre vai ao terreiro de macumba, Padre diz que vai casar e vai continuar celebrando missa, etc…

Sabemos que não é maioria, mas a minoria barulhenta que pensa que consegue que irá nos fazer desanimar. Sabemos que a grande maioria é fiel a sua vocação e por eles e pelos não obedientes também que devemos orar… os fiéis para terem forças de enfrentarem todos os obstáculos colocados pela modernidade frente a sua missão sacerdotal e pelos desobedientes que se convertam, que reconheçam a sua verdadeira dignidade frente a Deus e ao seu povo.

O show da mídia

Existem certas coisas estranhas nos brasileiros. Lembro-me de que, antes do trágico desfecho do seqüestro da garota de Santo André, eu escrevi alguma coisa aqui sobre egoísmo e caridade citando, como exemplo, o crime (à época, ainda em curso). Após a tragédia, a comoção nacional e o show da mídia, entendi que eu não tinha nada a acrescentar e resolvi ficar calado.

Rompo o silêncio agora, de maneira breve, por causa de um fenômeno curioso que identifiquei nos últimos dias: a (invejável) mobilização de pessoas que a mídia é capaz de provocar! Como é possível que a comunidade “Eloá e Nayara ♥ Justiça”, do orkut, consiga ter mais de 540.000 membros? Participo há anos de algumas comunidades que (p.ex., a “Católicos”) que ainda não chegaram aos 100.000. É certo que o escopo das duas comunidades é diferente, mas nós estamos falando de meio milhão de pessoas, em menos de um mês, só no orkut – é muita gente!

O que leva tanta gente a se unir em torno de uma causa? Por que nós não conseguimos, p.ex., meio milhão de assinaturas contra o aborto, se o número de brasileiros que é contrário ao assassinato de seus concidadãos é bem maior do que isto? Só posso acreditar que é o fator emoção, deliberadamente alimentado pela cobertura que a mídia faz da tragédia; afinal, na Rede Globo não passa O Grito Silencioso

Às vezes, tenho a [injusta, forçoso reconhecer, porque há honrosas exceções] sensação de que o Quarto Poder só faz besteiras. No caso concreto do assassinato da menina, p.ex., eu consigo ver pelo menos dois problemas muito sérios: o primeiro – e o mais evidente – é o fato incontestável de que os holofotes atrapalham o trabalho dos policiais. Sim, eu acredito na existência de policiais sérios (como pareciam ser os que estavam responsáveis pelo seqüestro), e acho profundamente injusto falar em uma tragédia de incompetência. Se houve incompetência, foi precisamente da mídia, porque é um absurdo permitir candidamente que a tensão natural de uma situação como um seqüestro seja elevada à n-ésima potência por meio da ampla divulgação em cadeia nacional de todos os detalhes do caso ainda em andamento. Estou sinceramente convencido de que o desfecho poderia ter sido completamente diferente se os envolvidos no caso pudessem fazer o que estavam fazendo em paz.

O segundo problema, enxerga-se na comunidade de orkut com meio milhão de internautas. Estes casos esporádicos terminam por servir como uma espécie de “válvula de escape” para a população brasileira, atônita diante do caos no qual a sociedade está imersa; então eles vão ao velório, comentam o assunto no trabalho ou na faculdade, entram na comunidade do orkut que pede justiça, e pronto. Tranquilizam-se, e nada muda, até o próximo escândalo e a próxima vítima indefesa que provoque a indignação dos brasileiros. As cenas comotivas mostradas na TV e nos jornais, desde o “acompanhamento” da operação até o velório, dão a impressão de que alguma coisa está sendo feita quando não está.

A cortina de fumaça montada pelo Quarto Poder impede as pessoas de verem que morrem muito mais “eloás” do que as que saem na televisão – só que a esmagadora maioria delas não tem nome e não tem glamour – e ninguém se importa nem com elas, nem com as verdadeiras causas do problema. A imprensa, que poderia ser uma coisa muito boa, mau utilizada no Brasil, puxa o país para cada vez mais fundo no buraco.

Manchete capciosa

Uma bela mensagem sob um título malicioso: Papa admite mais flexibilidade em relação à admissão dos fiéis aos sacramentos. A malícia está no fato de que o único “rigor” existente em relação à administração dos sacramentos é a exigência de uma vida moral reta, o que exclui, p.ex., casais em segunda união do Banquete Eucarístico. Falar em “flexibilidade” daria, então, a entender que o Papa estaria “relaxando” a prática da Igreja e “liberando geral”, como há tantos que o desejam hoje em dia.

Não fui eu o único a pensar assim. A mesma notícia reproduzida em G1 (aliás, o título ficou muito estranho; “Papa explica como enfrentar sofrimento e sacramentos” passa a impressão de que os sacramentos estão sendo “enfrentados”, e não “explicados” como é o correto) apressou-se em declarar:

O porta-voz esclareceu que, sobre este tema, Bento XVI não fez referência à questão da comunhão para os divorciados, que, segundo as normas da Igreja, não podem recebê-la, pois são considerados pecadores.

À exceção da terminologia inadequada (não é porque “são considerados pecadores” simpliciter, e sim “porque o seu estado e condição de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja que é significada e realizada na Eucaristia” – Sacramentum Caritatis 29), ao menos agiu com honestidade a agência de notícias e não procurou distorcer as palavras do Santo Padre.

Muito bonita e digna de destaque a resposta do Papa, quando foi questionado sobre o sofrimento:

Na segunda parte do pontificado, João Paulo II foi o testemunho verdadeiro de como carregar a cruz; neste mundo do activismo, do jovem e do belo, a mensagem do sofrimento e da paixão tem um valor particular. (…) A presença de Cristo no sofrimento é um ensinamento fundamental do cristianismo. Aceitar o sofrimento é uma dimensão da humanidade.
[Bento XVI]

Sim, o sofrimento é uma dimensão humana que foi glorificada na Cruz do Calvário! Por meio do sofrimento, é-nos possível assemelhar-nos ao Homem das Dores. Ah, consolo tão sublime e tão ignorado em nosso mundo hedonista!

Sugestão de leitura: Salvifici Doloris, de João Paulo II.