Escândalo em São Paulo

Paciência tem limites…

O ensino da Igreja sobre o aborto é claro e cristalino: não é permitido o assassinato de inocentes sob nenhuma hipótese. Também as orientações da Igreja sobre a participação dos leigos na política é extremamente clara:

João Paulo II, na linha do perene ensinamento da Igreja, afirmou repetidas vezes que quantos se encontram directamente empenhados nas esferas da representação legislativa têm a “clara obrigação de se opor” a qualquer lei que represente um atentado à vida humana. Para eles, como para todo o católico, vale a impossibilidade de participar em campanhas de opinião em favor de semelhantes leis, não sendo a ninguém consentido apoiá-las com o próprio voto.
[Congregação para a Doutrina da Fé, NOTA DOUTRINAL sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política, novembro de 2002. Grifos meus]

Resumindo: já que nenhum católico pode apoiar uma lei abortista, e já que as leis abortistas são de ordinário propostas e defendidas por políticos abortistas, segue-se que o católico não pode votar em um político abortista. Mais claro do que isso, é impossível.

No entanto, fiquei sabendo que, em São Paulo, PT e padres preparam manifesto contra rejeição à Marta Suplicy. Marta Suplicy já defendeu o aborto e o casamento gay. Não me consta que ela tenha mudado de opinião. A Igreja não pode apoiar diretamente candidato algum (embora deva denunciar os candidatos nos quais os católicos não podem votar), muito menos uma candidata gayzista e abortista! No entanto, a matéria fala que os padres responsáveis pela vergonhosa carta – que vai ser distribuída nas missas – estão preocupados com “os preconceitos (!!!) de católicos que torcem o nariz para Marta por causa da defesa feita por ela do direito ao aborto e da união civil entre homossexuais”.

Alto lá! Preconceito, não. Convicções morais da mais alta importância, coerência entre a Fé que se professa e a participação que se tem na sociedade! Se os lobos de batinas (ou não…), sepulcros caiados que são, traidores da Fé, de Deus e da Igreja querem se furtar à defesa dos direitos mais elementares do ser humano, ao menos que não escandalizem o povo de Deus a eles confiado com esta desavergonhada e promíscua proposta de que se dêem as mãos ao inimigo. Vergonha que uma iniciativa deplorável como esta possa partir de sacerdotes do Deus Altíssimo, pessoas que deveriam ensinar aos homens a Sã Doutrina da Salvação, e não fazer alianças políticas com inimigos declarados da Igreja!

A notícia diz que a idéia partiu da Região Episcopal de Belém. O bispo, Dom Pedro Luiz Stringhini, já tem lamentáveis precedentes, a começar pela absurda declaração – dada ao Estado de São Paulo – quando do injustificável episódio das Abortistas pelo Direito de Matar que introduziram um escandaloso vídeo que defendia o aborto num DVD da Campanha da Fraternidade que defendia a vida; à época, Sua Excelência disse, como se fosse a coisa mais natural do mundo, ser “provável que haja mais manifestações desse tipo, de pessoas ligadas a nós, como já ocorreu numa palestra do Núcleo Fé e Cultura, da PUC de São Paulo”. Também consta na ficha suja do sucessor dos Apóstolos o ridículo apoio dado ao “Grito dos Excluídos” (em uma carta que se inicia com “companheiros e companheiras” e que pretende – seja lá o que isso signifique – promover o “respeito nas relações de gênero, raça e etnia”).

A coisa, portanto, já está muito feia, mas parece não haver limites para os descalabros de parte do clero paulista. Peço a todos os que puderem que entrem em contato – RESPEITOSAMENTE – com Sua Excelência Reverendíssima, Dom Pedro Luiz Stringhini, questionando-o sobre esta situação escandalosa. Os contatos estão abaixo:

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Região Episcopal Belém

Fone: (11) 6693-0287
Fax: (11) 6693-5620
regiaobelem@terra.com.br
regiaobelem@uol.com.br
dpls@terra.com.br

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Que Nossa Senhora da Conceição Aparecida proteja o Brasil, e o Beato José de Anchieta interceda pela cidade que ele fundou.

Aviso – Missa e Terço em São Paulo

Para quem mora em São Paulo, vai haver amanhã, sábado 04 de outubro, uma missa em Ação de Graças pelos 80 anos de fundação do Opus Dei.

Local: Paróquia Nossa Senhora do Brasil
Praça Nossa Senhora do Brasil, 01 – Avenida Brasil (esquina da Rua Colômbia) – Jardim América – São Paulo/SP
Horário: 10:00
Celebrante: Vigário Regional do Opus Dei no Brasil, Mons. Vicente Ancona Lopez.

Também na mesma paróquia haverá, às 11:30, a recitação do Rosário, junto com os católicos do mundo inteiro participantes da Jornada Mundial do Rosário.

Compareçam!

Carta do bispo – sobre o Ano Paulino

Reproduzo documento de Sua Excelência Reverendíssima Dom José Cardoso Sobrinho, sobre o Ano Paulino, endereçado ao povo católico da Arquidiocese de Olinda e Recife.

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[clique para ver]

Recife, 16 de junho de 2008

ANO PAULINO

CIRCULAR DO ARCEBISPO AOS FIÉIS DA ARQUIDIOCESE DE OLINDA E RECIFE

O Santo Padre Bento XVI decretou a celebração do ANO PAULINO – de junho de 2008 a junho de 2009 – para comemorar os dois mil anos do nascimento do Apóstolo São Paulo.

Este “ANO JUBILAR PAULINO” oferece a todos os fiéis da nossa Santa Igreja uma ótima oportunidade para voltar a refletir sobre aquele evento maravilhoso que aconteceu na estrada de Damasco quando o perseguidor ferrenho do cristianismo foi transformado instantaneamente num apóstolo fervorosíssimo. O encontro com Jesus transformou radicalmente a vida de Saulo. Ele mesmo declara que foi conquistado (“fisgado”) por Cristo Jesus e que tudo o que antes para ele era lucro, agora ele o considera como perda, como lixo, como esterco, ao compará-lo com a excelência do conhecimento de Cristo Jesus… “meu Senhor, por Quem eu perdi tudo para ganhar a Cristo e ser achado nele…” (cf Fil 3, 4-12).

Durante aproximadamente trinta anos, São Paulo suportou uma vida humanamente duríssima sustentado e confortado unicamente pela sua união espiritual com Jesus, podendo dizer: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fil 1, 21).

Temos certeza de que a celebração deste ANO PAULINO produzirá muitos frutos espirituais tanto para o nosso clero, religiosos e religiosas como para todos os fiéis da nossa Arquidiocese.

INDULGÊNCIA PLENÁRIA

Com a aprovação do Santo Padre, já foi publicado o DECRETO da Penitenciária Apostólica, concedendo indulgências plenárias durante a celebração do Ano Paulino.

Como estabelece o Código de Direito Canônico “indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos santos”. “A indulgência plenária liberta totalmente da pena temporal devida pelos pecados” (Cân. 992-993).

As condições necessárias para lucrar a indulgência plenária são as seguintes: a) receber anteriormente e dignamente o sacramento da confissão e a comunhão eucarística; b) visitar uma igreja determinada pelo Bispo e participar numa cerimônia litúrgica em honra de São Paulo ou fazer uma visita ao Santíssimo Sacramento; c) rezar o CREDO e o PAI NOSSO na intenção do Santo Padre o Papa.

Esta indulgência plenária – que só pode ser lucrada uma vez por dia – pode ser aplicada tanto na própria intenção como por um determinado fiel falecido.

A abertura oficial do ANO PAULINO na Arquidiocese de Olinda e Recife será celebrada no dia 13 de julho de 2008 na Igreja Matriz da Paróquia de Jardim São Paulo, às 19:00h.

Seguindo as instruções do mesmo DECRETO da Penitenciária Apostólica, determinamos que os fiéis da nossa Arquidiocese poderão lucrar a indulgência plenária deste ANO PAULINO em todas as igrejas ou capelas intituladas a São Paulo e também na igreja matriz de cada Paróquia e nas Basílicas desta Arquidiocese de Olinda e Recife.

Dom José Cardoso Sobrinho
Arcebispo de Olinda e Recife

IBP deixa o Brasil

É com tristeza que comunico o encerramento das atividades do Instituto Bom Pastor no Brasil. A última missa foi celebrada no Domingo [03 de agosto de 2008], e reproduzo abaixo a homilia do padre Roch Perrel proferida na ocasião. Ela foi enviada para a lista de emails do ibp-brasil e foi também postada no Orkut.

12º Domingo depois de Pentecostes

Meus caros irmãos,

Este domingo é muito particular porque é hoje que celebro a última Missa pública do Instituto Bom Pastor no Brasil. A meu pedido, o Reverendo Padre Laguérie tomou a decisão de fechar a casa de formação do IBP. O diácono Vincent e eu partiremos esta semana para a França. Muitas razões motivaram nossa partida definitiva, mas para evitar toda polêmica e para não ferir ninguém em particular, darei uma só razão que concerne a muitos. Não se trata de um acerto de contas, pois aqui não é nem o lugar nem o momento. Até porque também devo agradecer pela ajuda financeira . A generosidade dos senhores não faltou jamais. A questão que coloco e deixo para a meditação dos senhores é: que lugar deve ser dado ao sacerdote numa vida cristã.

Durante esses seis meses no Brasil, tive o sentimento de que para muitos o sacerdote é somente um distribuidor de sacramentos. Sem dúvida, o sacerdote é o homem da Missa e da liturgia e foi para isso que ele foi chamado por Jesus Cristo Sumo Sacerdote. E apesar de suas fraquezas, o padre continua a obra salvífica de Jesus Cristo.

Ele infunde a vida da graça nas almas pelo sacramento do Batismo; ele perdoa os pecados em nome de Cristo no sacramento da penitência e ele renova, de maneira não sangrenta, o sacrifício do calvário a cada Missa. Tantas coisas maravilhosas que somente a sabedoria de Deus podia instituir. Somente Deus podia arriscar-se a confiar um tal tesouro a vasos de argila. E a salvação das almas que Nosso Senhor confiou aos seus sacerdotes é um fardo terrível e uma missão exaltante. Mas o sacerdote não é somente isso.

Será que alguns já se perguntaram porque o sacerdote é chamado “Padre”? Porque é preciso admitir que as palavras que empregamos têm uma significação, correspondendo à realidade que designam. É de se admirar, todavia, que o termo “Padre” não evoca diretamente a dimensão sacrificial de sua obra. Ele evoca, porém, a paternidade espiritual do sacerdote. O sacerdote é um pai porque pelos sacramentos, começando pelo batismo, mas não somente por eles, ele infunde a vida divina nas almas. E esta é uma das razões do celibato eclesiástico na Igreja Romana. O Padre renuncia à paternidade natural em vista de uma mais perfeita: a paternidade espiritual. “Ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim ou por causa do Evangelho, que não receba, já neste mundo, cem vezes mais casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições, e no mundo vindouro a vida eterna.” (Mc X, 29-30).

Esta promessa de Jesus Cristo se realiza eminentemente no sacerdócio e na vida religiosa, mas é preciso que seus filhos aceitem essa paternidade, consintam a ver no Padre um verdadeiro pai para a sua alma e, sobretudo, que tal paternidade não se exerce unicamente na capela. É neste ponto que a atitude de alguns está errada pois limitaram o Padre à capela, impedindo-o de ir mais além na sua paternidade espiritual. Não quero dizer que o Padre deva dirigir tudo nas famílias, mas muitos praticamente nunca me permitiram entrar no seio das famílias. É para mim uma tristeza sacerdotal enorme de ver que praticamente não os conheço. Minha alma está triste nesse dia. Essa decisão de cessar o apostolado brasileiro não foi tomado com alegria no  coração. Não se trata nem de rancor nem de ódio, mas da tristeza de ter batido em portas que permaneceram fechadas.

Padre Roch Perrel
Instituto do Bom Pastor

Eu vinha escutando desde o final do ano passado que isto iria acontecer e, agora, confirmou-se oficialmente a notícia que eu havia recebido de maneira informal. É lamentável; e a crítica do pe. Roch sobre os muitos para os quais o sacerdote é somente um distribuidor de sacramentos é clara, posto que todos sabem qual é o grupo de leigos em São Paulo que rouba ao clero o munus docendi e, auto-instituído como Magistério Paralelo, não quer dos sacerdotes senão os sacramentos que os seus próprios membros não são capazes de ministrar.

Kyrie, eleison.

Aprendamos de São Paulo


[Foto: vatican]

È questo lo scopo dell’Anno Paolino: imparare da san Paolo, imparare la fede, imparare il Cristo, imparare infine la strada della retta vita.
É este o objetivo do Ano Paulino: aprender a partir de São Paulo, aprender a Fé, aprender o Cristo, aprender, enfim, a estrada da vida retatradução livre minha.
[SS. Bento XVI, audiência geral da quarta-feira, 02 de julho de 2008]

De 28 de junho de 2008 até 29 de junho de 2009, está promulgado o Ano Paulino. Vale a pena visitar o site.

E vale a pena aprendermos de São Paulo, como nos pede o Papa – afinal, foi o próprio santo que disse: “sede meus imitadores” (cf 1Cor 11, 1).

Aprendamos, pois, do Apóstolo das gentes. Aprendamos primeiramente que “todos os que quiserem viver piedosamente, em Jesus Cristo, terão de sofrer a perseguição” (2Tm 3, 12) e que, mesmo assim, devemos abençoar os que nos perseguem, e não praguejar (cf Rm 12, 14).

Aprendamos que anunciar o Evangelho é uma obrigação que se nos impõe (cf 1Cor 9, 16) e que o Cristianismo não descansará enquanto não levar “todas as nações pagãs à obediência da fé” (Rm 1, 5).

Aprendamos que devemos evitar a impureza (cf 1Ts 4, 3) e fazer penitência, castigando o nosso corpo e o reduzindo à servidão (cf 1Cor 9, 27), para completarmos em nossa carne o que falta às tribulações de Cristo (cf Cl 1, 24), pois “os que são de Jesus Cristo crucificaram a carne, com as paixões e concupiscências” (Gl 5, 24).

Aprendamos a guardar o Depósito da Fé (cf 2Tm 1, 14) e a fidelidade à Igreja Católica, que é “a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3, 15).

Aprendamos que temos um altar do qual não têm o direito de comer senão os cristãos (cf Hb 13, 10), ao qual devemos o máximo respeito e a maior diligência possíveis, pois quem come e bebe “sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação” (1Cor 11, 29).

Aprendamos, enfim, a rezar, no pequeno “credo” que o santo nos deixou:

quoniam Christus mortuus est pro peccatis nostris secundum scripturas
et quia sepultus est
et quia resurrexit tertia die secundum scripturas

(1Cor 15, 3-4)

São Paulo,
rogai por nós!