Escolas infectadas de Marxismo

Recebi o texto abaixo por email; por se tratar de um tema da mais alta relevância – a educação – e por não ter conseguido encontrá-lo na internet, reproduzo-o aqui integralmente. Versa sobre a doutrinação ideológica à qual são submetidas a infância e a adolescência brasileiras. Recomendo a leitura.

P.S.: Após contactar o autor do texto, fui informado de que o mesmo foi originalmente publicado na revista Catolicismo de novembro de 2008. Eis, portanto, a referência correta.

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Escolas infectadas de marxismo

No Brasil, é obrigatória a freqüência dos adolescentes às escolas reconhecidas pelo Estado. Entretanto, nelas está sendo imposta uma educação de tipo socialista.

Cid Alencastro

Os regimes comunistas e assemelhados sempre tiveram empenho em transformar a mentalidade das novas gerações, a fim de que estas assimilem os princípios, doutrinas e práticas marxistas. E o lugar privilegiado para esse fim têm sido as escolas, nas quais professores esquerdistas ministram uma educação de acordo com os interesses do regime. Cuba é disso um exemplo na América Latina.

Tal programa de ação comunista desfigura evidentemente a natureza do ensino, porque a educação deve visar a reta formação do caráter e o desabrochar da personalidade do jovem, com vistas a que ele possa cumprir sua missão específica na sociedade e diante de Deus; e não impingir-lhe idéias deformantes, como as marxistas, que levam o adolescente a transformar-se num robô das planificações socialistas e a ter uma visão falseada e sectária da realidade.

Impasse marxista

Mas, de outro lado, os esquerdistas estão diante de um problema quase insolúvel para realizar seus péssimos objetivos: as doutrinas socialistas em geral são profundamente contrárias à natureza humana, constituem uma camisa de força para o homem e a sociedade. Igualitarismo, propriedade comunitária, sociedade sem classes são fenômenos sociais monstruosos. Daí o empenho obsessivo dos regimes de esquerda numa antinatural “educação para o socialismo”.

Numa ordem religiosa, ao renunciar ao casamento e aos bens materiais por amor de Deus, as pessoas desapegam-se também de vantagens da natureza. Pode-se conceber desta forma o voto de pobreza voluntário e a renúncia a exercer algumas de suas qualidades naturais. Aí se forma uma tal ou qual igualdade, mas em vista de um bem superior, de ordem sobrenatural.

Querer impor a todos os homens de uma nação, por lei ou pela força policial, a renúncia a ter propriedade, a constituir família, queimando no altar do igualitarismo a possibilidade de desenvolver suas aptidões, é suma injustiça. Além de negar a cada um o que é seu, impede-se qualquer progresso social ou humano legítimo. É uma fábrica de revoltados e medíocres.

Reportagem elucidativa

Mostra uma reportagem da revista “Veja” (20-8-08) que, no Brasil, muitos professores e seus compêndios, com a justificativa de “incentivar a cidadania”, incutem nos alunos ideologias anacrônicas e preconceitos esquerdistas.

Numa aula de História no Colégio Anchieta, de Porto Alegre, o professor Paulo Fioravanti pergunta: “Quem provoca o desemprego dos trabalhadores?”. Respondem os alunos: “A máquina”. Indaga, mais uma vez, o professor: “Quem são os donos das máquinas?”. E os estudantes: “Os empresários!”. É a deixa para Fioravanti encerrar com a lição de casa: “Então, quem tem pai empresário aqui deve questionar se ele está fazendo isso”.

Há uma tendência prevalente entre os professores brasileiros de esquerdizar a cabeça das crianças. A doutrinação esquerdista é predominante em todo o sistema escolar privado e particular. É algo que os professores levam mais a sério do que o ensino das matérias em classe, conforme revela a pesquisa CNT/Sensus encomendada por “Veja”. Pobres alunos…

O advogado Miguel Nagib fundou há quatro anos, em Brasília, a ONG Escola Sem Partido, com o objetivo de chamar atenção para a ideologização do ensino na sala de aula. Nagib se incomodou com os sintomas do problema na escola particular de sua filha, então com 15 anos, onde o professor de História gostava de comparar Che Guevara a São Francisco de Assis… Foi ao colégio reclamar. Diz Nagib: “As escolas precisam ficar sabendo que muitos pais não concordam com essa visão”.

Estamos no século XXI, o comunismo destruiu a si próprio provocando miséria, assassinatos e injustiças durante o século passado. É embaraçoso que o marxismo-leninismo sobreviva em Cuba, na Coréia do Norte e nas salas de aula de escolas brasileiras, diz “Veja”.

A pesquisa

A pesquisa CNT/Sensus ouviu 3000 pessoas de 24 estados brasileiros entre pais, alunos e professores de escolas públicas e particulares. Os professores, em maior proporção, reconhecem que doutrinam mesmo as crianças, e acham que isso é sua missão principal — algo muito mais vital do que ensinar a interpretar um texto ou ser um bamba em matemática. Para 78% dos professores, o discurso engajado faz sentido.

Muitos professores brasileiros se encantam com personagens como o guerrilheiro argentino Che Guevara, que na pesquisa aparece com 86% de citações positivas, 14% de neutras; e zero, nenhum ponto negativo. Ou idolatram personagens sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização.

“Eu e todos os meus colegas professores temos, sim, uma visão de esquerda — e seria impossível isso não aparecer em nossos livros. Faço esforço para mostrar o outro lado”, diz a geógrafa Sonia Castellar, que há 20 anos dá aulas na faculdade de pedagogia da Universidade de São Paulo (USP). “Reconheço o viés esquerdista nos livros e apostilas, fruto da formação marxista dos professores”, diz Miguel Cerezo, responsável pelo conteúdo publicado nas apostilas do COC (antigo “Curso Oswaldo Cruz”).

O sucesso do homeschooling

O Estado arvorar-se em educador único da juventude é imoral, uma vez que, segundo ensina a doutrina católica, a educação das crianças compete à família e à Igreja, e só subsidiariamente ao Estado. Ou seja, na melhor das hipóteses o Estado deve ser um auxiliar da família e da Igreja, quando necessário e requisitado para tal.

A infeliz situação atual do Brasil tem seu precedente na Revolução Francesa, durante a qual o sanguinário Robespierre defendia que “a pátria tem o direito de educar seus filhos; ela não pode confiar essa função ao orgulho das famílias nem aos preconceitos dos particulares” (Hippolite Taine, apud Le Livre Noir de la Révolution Française, Cerf, Paris, 2008 p. 851).

É muito salutar a prática que vem sendo adotada em vários países, de promover ou ao menos permitir a existência da chamada homeschool (algo como escola da família), em que famílias se organizam e criam suas próprias escolas para dar uma educação adequada a seus filhos. Ou então os colocam em estabelecimentos de ensino de pequenas proporções, criados para esse fim por associações nas quais os pais confiam.

De modo geral, os alunos das homeschools têm estado entre os primeiros classificados nos exames vestibulares das universidades. Exemplo característico é, nos Estados Unidos, a Saint Louis de Montfort Academy, patrocinada pela TFP norte-americana.

E-mail do autor: cidalencastro@catolicismo.com.br

Pelas almas do Purgatório

Aproveitando a “oitava de Finados”, reforço o convite feito pela Igreja, na Liturgia dos Defuntos, a fim de que façamos penitência pelos nossos próprios pecados e pelas almas que padecem no Purgatório. À missa que assisti Domingo, o padre lembrou-nos de que o costume cristão de fazer orações pelos mortos estava escasseando – mesmo pelos nosso entes queridos! -, como se todos (e principalmente os mortos) já fossem “bons o suficiente” para não precisarem de nossos sufrágios. E, com isso, corríamos o risco de deixar de fazer um grande bem àqueles que padecem no fogo da purificação final.

Este texto não tem o autor no site onde está publicado; quando o recebi por email, constava a autoria de São João Maria Vianney. Não sei se é verdade, mas a meditação vale a pena, bastante proveitosa para o tempo no qual estamos vivendo e – por que não? – para qualquer tempo de nossa vida. Importa sempre pensar na própria morte, fazer penitência pelos próprios pecados e pelos alheios, como nos diz a oração do anjo de Fátima: (…) e peço-Vos perdão por aqueles que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam.

Talvez valesse uma visita ao Museu das Almas do Purgatório, que fica em Roma e eu não sabia que existia até bem pouco tempo atrás. Sites em português, só encontrei espíritas, com explicações para o fenômeno obviamente incompatíveis com a Doutrina Católica, “denunciando” a “comunicação com os mortos” que a Igreja Católica “ocultava” (forma bem curiosa de “esconder” alguma coisa, criando um museu para ela). Na verdade, a Doutrina Católica não nega que Deus possa permitir que uma alma do Purgatório apareça para pedir orações; o que a Doutrina Católica condena é a evocação das (supostas) almas dos defuntos.

“Em virtude da comunhão dos santos, os fiéis ainda peregrinos na terra podem ajudar as almas do purgatório oferecendo as suas orações de sufrágio, em particular o Sacrifício eucarístico, mas também esmolas, indulgências e obras de penitência” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, q. 211). Vai-se ao purgatório por causa dos pecados veniais (que não levam ao inferno) e por causa das penas temporais devidas pelos pecados, mesmo os já perdoados. É a coisa mais fácil do mundo acumular ambas; ninguém se pode considerar com “passagem direta” para o Céu (nem a passagem “com escalas” é garantida, cabendo a nós ter esperança dela!). Certamente ninguém quer passar muito tempo no Purgatório; é, portanto, natural oferecer às almas dos nossos irmãos que estão no Purgatório as nossas orações e boas obras. Nosso dia há-de chegar: preparemo-nos para ele o melhor possível. E que as almas dos fiéis defuntos que padecem no Purgatório possam ser, o quanto antes, purificadas de suas faltas, a fim de chegarem o mais breve possível à visão de Deus e à Bem-Aventurança Eterna. Amen.

Um dia de luto

Eu me enganei. Dois meses atrás, disse que McCain ia ganhar as eleições americanas. Enganei-me completamente e, ontem, terça-feira, o presidente democrata venceu o pleito americano.

Entre os “bonzinhos” que estão festejando a vitória de Obama, temos o Irã, a China, a Palestina, a Venezuela. Velhos exemplos de anti-americanismo, ilustres expoentes do ódio contra os Estados Unidos, miraculosamente felizes com a eleição do 44º presidente dos Estados Unidos da América! Será por acaso… ? Claro que eu acredito em milagres. Mas aprendi que, quando a esmola é demais, o santo desconfia.

O Vaticano também se manifestou sobre o resultado das eleições: desejando que o presidente eleito respeite “os valores humanos e espirituais essenciais”. E que Deus o abençoe. Unamo-nos à oração do porta-voz do Vaticano: que Deus abençoe os Estados Unidos, pois vai ser especialmente necessário após o dia 04 de novembro.

P.S.: Não tinha lido ainda o Olavo de Carvalho. Destaco:

[A]s pesquisas mostram que três entre cada quatro americanos residentes em Israel preferem John McCain, mas três entre cada quatro judeus residentes nos EUA, longe das bombas palestinas e perto de uma TV ligada na CNN, preferem Obama.

Reconhecimento Pontifício da Canção Nova

A Renovação Carismática é um fenômeno, no mínimo, curioso. Não compartilho de nenhuma das duas posições extremadas sobre o assunto (grosso modo, que podem ser encaixadas entre “é coisa de Satanás” ou “é a última coca-cola do deserto”) e acho que, via de regra, não se faz sobre ele uma análise crítica com a seriedade que o assunto merece.

A Canção Nova obteve ontem o Reconhecimento Pontifício. Não é pouca monta, forçoso reconhecer. Contudo, tampouco é aprovação irrestrita de todas as coisas que são realizadas pela comunidade. Vejo, antes, como um chamado à responsabilidade, como uma tentativa de se “colocar nos eixos” o movimento, integrando-o explicitamente à realidade eclesial contemporânea. Agora, a Canção Nova não é mais simplesmente um grupo de católicos; é uma Nova Comunidade reconhecida pela Igreja e, portanto, tem mais responsabilidades do que possuía antes.

Nem tudo é da mais perfeita ortodoxia na RCC em geral e na Canção Nova em particular. Por exemplo, é claramente errado ensinar a “rezar em línguas”. Por outro lado, nem tudo é erro: a Toca de Assis, a Escola da Fé do professor Felipe Aquino e as palestras do padre Paulo Ricardo são iniciativas de inestimável valor para a (tão necessária!) formação doutrinária dos católicos dos nossos dias. No entanto (e infelizmente), muitas vezes a imagem que se tem da Renovação Carismática, quer pelos que lhe são favoráveis, quer pelos que lhe censuram, é precisamente a imagem daquilo que, para dizer o mínimo, precisa ser melhor entendido e mais corretamente explicado.

Qual a primeira coisa que se pensa quando se ouve falar em “RCC”? Missas animadas? Músicas sentimentais? Dons extraordinários do Espírito Santo? É provável que sim. No entanto, nada disto é o essencial da RCC nos moldes que Roma a entende. Por exemplo, nesta mensagem de João Paulo II aos participantes do Encontro Mundial da Renovação Carismática Católica, em 2000, não há menção aos chamados “dons carismáticos”. Este discurso do Papa João Paulo II aos participantes do Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais fala sobre carismas, mas sem o otimismo que se encontra nos grupos de oração que encontramos amiúde no Brasil: Hoje, diante de vós, abre-se uma etapa nova, a da maturidade eclesial. Isto não quer dizer que todos os problemas tenham sido resolvidos. É, antes, um desafio. Uma via a percorrer. A Igreja espera de vós frutos «maduros» de comunhão e de empenho.

Ao contrário, elogia-se a oração comunitária, a freqüência aos sacramentos, a consciência da vocação batismal, a devoção ao Espírito Santo, a meditação das Sagradas Escrituras… coisas – estas, sim! – que são verdadeira e indiscutivelmente católicas, e que são a grande contribuição que a Renovação Carismática tem a oferecer ao mundo moderno. No entanto, poucas vezes essas coisas são vistas como o essencial do movimento… porque as pessoas, não raro, têm muita sede do extraordinário – justamente do aspecto mais injustificável do carismatismo! Isto é muito de se lamentar.

Queira Deus que este reconhecimento pontifício possa trazer bons frutos – frutos verdadeiramente bons! – para os católicos. Não permita a Virgem Santíssima que os homens, com prurido de novidades, dêem mais atenção ao que é sensível do que ao que é invisível. E que o Espírito Santo abençoe a Canção Nova, e a conduza sempre à fidelidade à Igreja, Única Esposa de Cristo, fora da qual só há erros e confusão.

Eleições americanas

[É] importante que os cristãos sejam ajudados a demonstrar que a defesa das normas morais universais e imutáveis é um serviço prestado não só aos indivíduos, mas também à sociedade no seu conjunto:  tais normas “constituem, de facto, o fundamento inabalável e a sólida garantia de uma justa e pacífica convivência humana e, portanto, de uma verdadeira democracia” (Veritatis splendor, 96). Com efeito, a própria democracia é um meio e não um fim, e “o valor da democracia vive ou morre nos valores que ela encarna e promove” (Evangelium vitae, 70). Estes valores não  se  podem  basear  numa  opinião mutável,  mas  só  no  reconhecimento de uma lei moral objectiva, que permanece  sempre  o  necessário  ponto  de referência. [João Paulo II, “MENSAGEM AOS PARTICIPANTES DA VI SESSÃO PLENÁRIA DA PONTIFÍCIA ACADEMIA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS”]

Hoje é o dia em que os Estados Unidos da América vão eleger o seu novo presidente. Se dependesse da mída brasileira, Obama já estaria eleito. Se dependesse do voto do mundo, 89% dos votos seriam favoráveis ao candidato democrata. Mas os americanos são muito diferentes…

Não vi como estavam as últimas pesquisas. Esperemos um bom resultado, até o último momento. O patriotismo é um elemento profundamente arraigado na cultura americana. Tem americano votando no Brasil, tem americano mandando voto pelo correio antes de morrer, tudo isto num país onde – ao contrário do Brasil – o voto não é obrigatório.

Há diferenças entre os países também quanto aos católicos. Lá, um padre escreveu que “[votar] em um candidato que defende a matança de inocentes bebês não nascidos mostra aprovação ou inaceitável tolerância deste hediondo crime contra a humanidade, e católicos jamais devem fazê-lo em boa consciência”. E também houve dois bispos americanos que tiveram a coragem de dizer que “[v]otar em um candidato que apóia o mal intrínseco do aborto ou os direitos do aborto quando há uma alternativa moral aceitável seria cooperar com o mal e, por conseguinte, é moralmente inadmissível”. Uma clara referência ao candidato democrata, e uma perfeita sintonia com o ensinamento de João Paulo II posto em epígrafe. A própria existência de demonstrações de tal valor já nos enchem de alegria e de esperança, mesmo antes de sabermos o resultado das urnas.

Que a Virgem Maria, Auxilium Christianorum, ilumine o povo americano no dia de hoje.

José da Penha

[Disclaimer: após este post, sofri seriíssimas acusações, de que eu defendia a “impunidade” dos homens agressores, que era a favor da “violência doméstica”, que aprovava o espancamento de mulheres, etc. Tais são completamente falsas, contra as quais manifesto o meu mais completo repúdio. É evidente que não defendo o disparate de que os agressores fiquem impunes, e isto não está sequer posto em discussão. As minha críticas à lei são de outra natureza completamente distinta, de modo algum questionando as justas punições para as agressões verdadeiras. Aos que me interpretarem de outra maneira, peço a gentileza de uma releitura, à luz destas explanações prévias.]

Sempre achei que a Lei Maria da Penha era um nonsense. Evidentemente, não porque eu ache que o homem possa bater em sua mulher, mas porque uma agressão é uma agressão, que as leis “genéricas” já são capazes de coibir. Não costumo ser simpático à multiplicação das leis para contemplar foros específicos sem que o motivo pareça proporcionado. Em particular, uma flagrante injustiça que sempre me incomodou na supracitada lei era a falta de reciprocidade: e quando é a mulher quem bate no homem, o que acontece?

As mulheres são mais violentas nas brigas conjugais do que os homens, revelou uma pesquisa recente.  Leiam também “Mulheres que batem. E homens que calam”. Caberia, talvez, perguntar se isto sempre foi assim, ou se as mulheres ficaram mais predispostas a surrar os seus digníssimos esposos após os privilégios que a sra. Maria da Penha lhes conferiu. Não sei, no entanto, responder a esta pergunta agora. Sei que a “festa” das mulheres parece estar chegando ao fim.

Em Cuiabá, um juiz aplicou a Lei Maria da Penha por analogia para proteger um homem “que disse estar sofrendo agressões físicas, psicológicas e financeiras por parte da sua ex-mulher”. Genial! Com isso, temos um reconhecimento ao menos tácito de que a especificidade feminina da lei é inadequada; ou ficaremos com as leis “genéricas” que cuidam de agressões, ou as leis especificas para a violência conjugal tornar-se-ão uma via de mão dupla. Faz parte da decisão do juiz Mário Roberto Kono de Oliveira:

Por algumas vezes me deparei com casos em que o homem era vítima do descontrole emocional de uma mulher que não media esforços em praticar todo o tipo de agressão possível contra o homem. Já fui obrigado a decretar a custódia preventiva de mulheres “à beira de um ataque de nervos”, que chegaram a tentar contra a vida de seu ex-consorte, por pura e simplesmente não concordar com o fim de um relacionamento amoroso.

De minha parte, acho seria uma coisa ridícula uma “Delegacia de Proteção ao Homem da Esposa Descontrolada”. Por isso, inclino-me pela generalidade da lei. Mas o Brasil é uma caixinha de surpresas, de modo que pode até ser que o sr. Kono seja processado por discriminação…

Projeto anti-TL em Niterói

É com enorme alegria que eu reproduzo o artigo seguinte de Dom Alano Pena, Arcebispo de Niterói, sobre a celebração católica apostólica romana – não TL – do Dia Nacional da Juventude. Referindo-se ao evento que aconteceu em Cabo Frio, Sua Excelência conta-nos coisas excelentes que aconteceram no domingo 19 de outubro.

Destaco as seguintes palavras de Dom Alano, que são um verdadeiro golpe dirigido aos sequazes da Teologia da Libertação que tanto mal causou à Igreja no Brasil (grifos meus):

Superados os limites estreitos de uma pastoral ideologizada, reducionista, alheia aos valores básicos da vida cristã, é hora de saber ver nas atitudes de nossa juventude a ânsia de Deus, a ânsia de uma autêntica espiritualidade, e sua grande frustração, quando lhe são propostas pequenos caminhos pastorais que se perdem pelos labirintos das ideologias politizantes.

[…]

Os desafios enormes gerados pelas idéias pagãs, materialistas, vazias de Deus, para explicar o mundo e o Homem, não nos permitem cruzar os braços e muito menos acomodarmo-nos na repetição de chavões, de “palavras-de-ordem”, aliás muito sem “ordem” que no passado tentaram confinar a PJ nos redutos de ações assim ditas “transformadoras” e que acabaram num trágico vazio!

Louvado seja Deus, por Se dignar conceder-nos santos pastores! Rezemos pelos nossos bispos. São Domingos deve estar orgulhoso do seu discípulo!

Abaixo, o artigo na íntegra.

* * *

Fonte: Arquidiocese de Niterói

Novembro de 2008

Caríssimos Irmãos e Irmãs,

Ainda ecoam em nossos ouvidos as vibrantes aclamações de fé jorradas do coração, da alma, dos quase 4000 jovens que, provindos dos sete Vicariatos de nossa Arquidiocese, congregaram-se alegremente em Cabo Frio, no passado dia 19 de outubro, para celebrar o Dia Nacional da Juventude – DNJ 2008.

Apesar da chuva, foi um dia de intensa vivência da Fé católica e de convivência fraterna. Sob a coordenação do Pe. Vidal, responsável pelo setor juventude em nossa Arquidiocese, nossos jovens “abriram a alma” diante do Senhor, para louvá-lO, adorá-lO, celebrá-lO como Luz, Vida e Esperança, numa impressionante demonstração de sua “sede de Deus”. Vários sacerdotes estiveram à disposição de nossos jovens para as confissões, que foram numerosíssimas e eu mesmo participei deste serviço sacramental, atendendo várias confissões.

Segundo o depoimento de vários padres, atenderam jovens que há vários anos não se confessavam e se sentiram tocados, pela graça de Deus, especialmente no momento da Adoração ao Santíssimo Sacramento, que foi iluminadamente conduzido pelo jovem Pe. Demétrio, com a participação musical de nossos seminaristas.

Contemplando aquele ambiente de tão profunda espiritualidade em que nossos jovens alternavam momentos de silêncio, de oração, com momentos de aplausos e de vivas aclamações, bem no estilo jovem, tive a nítida impressão de ver ali realizado, pela ação do Espírito Santo, o “encontro pessoal” de cada um com a Pessoa Divina de Jesus Cristo, tal como nos encoraja o Documento de Aparecida: “não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida, e com isso, uma orientação decisiva!” (Doc, Ap. nº 12)

A celebração do DNJ em nossa Arquidiocese propiciou, sem sombra de dúvida,a muitos jovens este encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo!

Abre-se para nossa juventude um novo caminho de evangelização, que lança raízes profundas numa espiritualidade eucarística, num atitude interior de adoração e escuta d’Aquele que unicamente pode nos dar a todos, jovens e adultos as reais razões para viver neste mundo.

Abre-se para nossa juventude o caminho de redescoberta dos verdadeiros valores da fé que permitem colocar os pés no chão da realidade para transforma-la com a força da verdadeira Fé, da Caridade efetivamente solidária e da Esperança que não decepciona “porque o Amar de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado!” (Rom.5,5)

Superados os limites estreitos de uma pastoral ideologizada, reducionista, alheia aos valores básicos da vida cristã, é hora de saber ver nas atitudes de nossa juventude a ânsia de Deus, a ânsia de uma autêntica espiritualidade, e sua grande frustração, quando lhe são propostas pequenos caminhos pastorais que se perdem pelos labirintos das ideologias politizantes.

Nossa ação pastoral no meio da juventude tem que ter o selo inconfundível do Espírito Santo presente em propostas que tragam a força da Sã Doutrina, aquela que pode levar nossos jovens à experiência da empolgante libertação em Cristo, nossa Vida!

Os desafios enormes gerados pelas idéias pagãs, materialistas, vazias de Deus, para explicar o mundo e o Homem, não nos permitem cruzar os braços e muito menos acomodarmo-nos na repetição de chavões, de “palavras-de-ordem”, aliás muito sem “ordem” que no passado tentaram confinar a PJ nos redutos de ações assim ditas “transformadoras” e que acabaram num trágico vazio!

O Senhor nos envia a propor aos jovens a radicalidade de uma vida santa, casta, alegre e sadia, que lhes permita descobrir no coração de Cristo os apelos para os verdadeiros compromissos de fraternidade, de justiça-social, de paz e de amor autêntico.

Fazemos nossas as palavras do Documento de Aparecida, que nos encoraja a “propor aos jovens o encontro com Jesus Cristo vivo e seu seguimento na Igreja, à luz do Plano de Deus, que lhe garanta a realização plena de sua dignidade de ser humano, que os estimule a formar sua personalidade e lhes proponha uma opção vocacional específica: o sacerdócio, a vida consagrada ou o matrimônio”. (Doc. Ap. 446,c)

E evidentemente, nesta perspectiva, destaca-se a importância, para nossa juventude, de uma intensa vida eucarística, de uma freqüência ao Sacramento da Reconciliação, bem como a busca de uma “direção espiritual” autêntica.

Todos sentimos, com muita esperança, que as orientações do recém-concluído Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus, haverão de propiciar à Pastoral do Setor Jovem, um renovado dinamismo no seguimento de Jesus Cristo, Palavra viva de Deus entre nós!

+ D. Fr. Alano Maria Pena OP

Arcebispo Metropolitano de Niterói

Uganda e CNBB

Mais um escândalo envolvendo pessoas (pretensamente) ligadas à Igreja nesta Terra de Santa Cruz: pastorais (católicas) de combate à AIDS distribuem camisinhas. Segundo a reportagem d’O GLOBO:

No trabalho de prevenção, elaboram um material que, até bem pouco tempo, seria impensável vincular a uma entidade ligada à Igreja, com textos como: “Use camisinha em toda relação sexual, seja ela vaginal, anal, ou oral. Reduza o número de parceiros (as) sexuais”.

Uma semelhante afronta à moral sexual da Igreja é injustificável. De acordo com a reportagem, as ONGs que fazem esta desgraça são ligadas à Pastoral de DST/AIDS da CNBB. A pastoral tem um site próprio, no qual não se encontram (graças a Deus) os delírios perpetrados pelas ONGs que, de católicas, não têm nada. No entanto, é de se lamentar profundamente que, neste site, tampouco apareçam, sequer uma única vez, palavras como castidade ou abstinência. Quando a única política de combate à AIDS que obteve sucesso no mundo inteiro – aplicada na Uganda – baseia-se, justamente, em abstinência sexual e fidelidade conjugal, é frustrante ver pastorais da Igreja Católica ignorarem cinicamente o Seu ensino para ficarem embromando nos meios de comunicação oficiais e, extra-oficialmente, distribuindo camisinhas para as pessoas que precisam de uma reta educação moral.

Por que o exemplo da Uganda não está no site oficial da Pastoral de DST/AIDS da CNBB, alguém pode explicar? Os contatos da pastoral (retirados do site da CNBB) estão abaixo:

Endereço

Secretário Executivo – Frei José Bernardi
Assessor Nacional
– Frei Luiz Carlos Lunardi

Rua Hoffmann, 499
Bairro Floresta
CEP 90220-170

Porto Alegre – RS

Tel: (51) 3346-6405 / 3395-5145

E-mail: secretaria@pastoralaids.org.br

Dies Irae

[youtube=http://it.youtube.com/watch?v=-fMHms5Cvsw]

Hoje é dia de finados; rezemos pelas almas dos fiéis defuntos que padecem no Purgatório. A fim de que Deus Se compadeça delas e as conduza o quanto antes à Visão Beatífica pela qual anseiam.

Em português, há uma versão do Dies Irae na wikipedia. É uma seqüência belíssima, que bem vale ser meditada.

Et anime omnium fidelium defunctorum per misericordiam dei in pace requiescant. Amen.

Recife – Adoração ao SSmo. Sacramento

Esta eu vi no The Blogger, que reproduzia uma reportagem do Diário de Pernambuco: Católicos de volta às igrejas. O “fenômeno” relatado pelo jornal é a redescoberta do valor da Adoração Eucarística pelos católicos da cidade – as igrejas onde há exposição do Santíssimo Sacramento estão atraindo cada vez mais fiéis em profusão, sedentos de Deus, desejosos das graças do Alto.

Comento algumas das coisas que foram ditas pelo Diário (algumas boas, muitas nem tanto):

Nesse momento acontece a Adoração do Santíssimo, quando o padre leva aos fiéis a hóstia consagrada, considerada o corpo de Cristo.

Bom… não. A menos que o jornal esteja chamando a exposição/procissão do SSmo. de “levar (…) a hóstia consagrada”, o momento em que os fiéis recebem o Corpo de Cristo é a comunhão, que é no interior da Missa, e não após ela (a reportagem está falando da adoração que ocorre após a missa).

Para os católicos, apenas o toque no ostensório seria suficiente para conseguir um milagre.

Não, para os católicos o milagre não necessita de “toques” no ostensório (para quem não sabe, é a custódia onde se coloca o Santíssimo Sacramento para ser exposto e/ou levado em procissão) ou onde quer que seja, pois depende somente de Deus. As pessoas que vão à adoração não vão para conseguirem um “toque no ostensório” como condição para alcançarem milagres. Vão para rezar.

Alguns especialistas acreditam que esse ritual seja um retrocesso da igreja, já que foge do catolicismo mais racional e remete à magia, ao encantado.

Não sei quais “especialistas” disseram uma besteira dessas (talvez seja o gênio citado mais abaixo na reportagem), mas não há retrocesso algum em se adorar a Deus, no Santíssimo Sacramento do Altar, coisa que a Igreja sempre fez há séculos.

Um pouco semelhante ao que acontece em alguns cultos evangélicos.

Claro… vá dizer a algum evangélico que uma igreja cheia de pessoas de joelho dobrado em adoração ao Deus escondido sob as espécies do Pão Consagrado é parecido com o que ocorre nos cultos dele! Qual é a semelhança? A que ambos rezam? Nossa!

Para os fiéis que lotam as igrejas (…) esse é um momento de fé e nada tem a ver com o sobrenatural.

Considerando que a fé é por definição sobrenatural, estou até agora tentando entender o que o jornal quis dizer…

A Adoração do Santíssimo vem acontecendo em pelo menos cinco igrejas (Santa Luzia, Torre, Espinheiro, Boa Viagem e Piedade).

Acrescento a igreja da Imbiribeira (também na quinta à noite) e a igreja Matriz de Santo Antônio (igreja do Santíssimo Sacramento), que tem exposição diária do Santíssimo.

A pequena Capela São Francisco de Assis, na Vila Santa Luzia, comunidade de baixa renda no bairro da Torre, vem se destacando. A cerimônia atrai centenas de católicos de outros bairros de classe média alta. Lado a lado, advogadas, médicas e merendeiras, unidas na mesma fé.

Sim, conheço a capelinha de São Francisco. Atrai, realmente, muita gente. E felicíssima a última frase do jornal, que mostra a catolicidade da Igreja e a comunhão dos santos: “lado a lado, advogadas, médicas e merendeiras, unidas na mesma fé”. Excelente!

O especialista em religião e professor de filosofia da Universidade Federal de Pernambuco, Inácio Strieder, acredita que essa prática seja uma maneira de atrair as pessoas para a igreja, mas critica a cerimônia. “Voltar a incentivar esse tipo primitivo de religiosidade é um retrocesso. Essas iniciativas são mais parecidas com rituais que os evangélicos fazem, quando os pastores benzem água pela televisão, por exemplo. Trazer objetos diante do santíssimo exposto é algo questionável, pois dá um certo aspecto de magia. Isso é uma negação da religiosidade cristã que tem um culto racional”

Ahh, deve ser esse o “especialista” citado acima. O que o Strieder fala não se escreve, nós já sabemos disso; a cerimônia de adoração ao Santíssimo Sacramento faz parte da tradição da Igreja Católica e é uma coisa muito boa e muito santa. Não sei de onde vem a comparação com “pastores [que] benzem água pela televisão”, porque nem a Eucaristia é a mesma coisa (nem mesmo semelhante) a água benta, e nem as cerimônias citadas pela reportagem são feitas “pela televisão”. Tenho as minha próprias críticas ao modo como são conduzidas (em Recife, ao menos) a Adoração ao SSmo. n’algumas igrejas, mas elas não têm nada a ver com a cerimônia em si. Esta, é santa, justa e agradável a Deus. Que o Altíssimo possa abençoar o nosso país, em atenção aos milhares de fiéis que se aproximam para vê-Lo na Hóstia Consagrada; e que a presença diante de Deus em contemplação possa transformar as almas cada  vez mais n’Aquele que é contemplado.