Rezemos pelo Papa!

Bento XVI pede que rezem por ele. Não é a primeira nem a segunda vez que isso acontece; tem sido uma constante no seu pontificado. É preciso, sim, rezar pelo Papa; o templo de Deus está repleto de vendilhões, que o Vigário de Cristo esforça-se – além de suas forças – para expulsar. É preciso rezar pelo Papa, porque os inimigos da Igreja fizeram morada n’Ela, e d’Ela não arredam pé, e A estão parasitando e impedindo de resplandecer diante do mundo com o fulgor que Lhe é particular. É preciso rezar pelo Papa, porque os lobos estão trabalhando de pastores e as ovelhas estão perdidas, entregues à sanha assassina daqueles que não têm amor a Deus nem às almas e não conduzem os fiéis a não ser pelos caminhos largos que levam ao Inferno. Oremus pro Pontifice Nostro Benedicto – é um herói, que combate sozinho, que leva a sério a fidelidade a Nosso Senhor característica do ministério petrino, que se consome pela glória de Deus e exaltação da Santa Madre Igreja.

Duas notícias que circularam nos últimos dias revelam isso de maneira clara. Uma delas, da BBC reproduzida aqui na mídia tupiniquim pela Folha de São Paulo, traz uma análise do pontificado de Bento XVI feito por “especialistas” que acusam o Papa de “liderar a Igreja de forma autoritária”. Não foi ouvido um único católico fiel à Igreja; não foram publicadas senão palavras amargas e o ressentimento mal-disfarçado pelo fato do Vigário de Cristo ser fiel ao seu ministério. Os rótulos e os chavões abundam: o Papa é “recluso” e governa “de forma autoritária”, é “centralizador” e “pouco democrático”, “absolutista” e “solitário”; que honra para o Doce Cristo na Terra ser assim considerado pelos inimigos da Igreja! Sim, porque não são católicos – obviamente – estes demônios que trabalham para a desmoralização e a humilhação pública de Bento XVI, para que a sua imagem seja desgastada diante da opinião pública, para que um espantalho odioso seja apresentado ao mundo no lugar do Sucessor de Pedro.

E o Hans Küng – tinha que ser ele, ele precisava estar entre os especialistas consultados pela BBC! – ainda abriu a boca para dizer que “[a] Igreja corre o risco de se tornar uma seita”. Isso mesmo: a Igreja Indefectível, Esposa de Nosso Senhor, corre o risco de se tornar uma seita!! O que raios o sr. Küng entende por isso? “Seita”, como cisão da doutrina oficial? Pretende acaso o sr. Küng ser o detentor da “religião oficial”, da qual o Santo Padre estaria se afastando e, assim, criando a “seita” à qual o teólogo suíço se refere? Que primor de teologia. Que maravilha de parecer de especialista. E que cúmulo de cara-de-pau: vem o Küng dizer que a Igreja não pode continuar “sem padres nem vocações”. Oras, quem não tem vocações é a caricatura de Igreja proposta por Küng et caterva! A Igreja verdadeira, a Igreja de Nosso Senhor, esta tem, sim, vocações, sempre, porque o Senhor da Messe não abandona a obra de Suas mãos. Esvaziar os seminários e, depois, reclamar de que os seminários estão vazios é um expediente particularmente cínico destes sequazes de Satanás. Mas a realidade é bem diferente da obra de destruição perpetrada por eles: Nosso Senhor nunca deixa de suscitar sacerdotes do Deus Altíssimo para a Sua Igreja.

A segunda notícia à qual me referia diz que o Papa recuou da nomeação de um padre “conservador” (ou “ultraconservador”, dependendo da ênfase que o veículo de difamação queira dar ao rótulo e do efeito que almeje obter com isso) – o pe. Gerhard Maria Wagner – para bispo auxiliar da Áustria. A notícia de Reuters diz que “[é] inusitado na Igreja que o papa seja forçado a revogar a nomeação de um bispo”; e eu vou mais além. Não é só “inusitado”, é um completo absurdo. Afinal de contas, quem é que manda na Igreja? Perdeu-se completamente a noção de hierarquia? Se o Papa não puder governar a Igreja como melhor lhe aprouver, onde raios fica a suprema autoridade de governo do Sumo Pontífice?

Temos, na verdade, um sério problema com o clero católico, e cuja única solução me parece ser a médio/longo prazo: por meio da substituição dos maus padres e bispos por bons padres e bispos. O Papa vem fazendo isso; no entanto, é triste que tal processo precise acontecer a “passos de tartaruga”, devido à pressão exercida pelos inimigos internos da Igreja que, diante de qualquer atitude do Santo Padre que eles julguem mais “ousada”, começam a estrebuchar de ódio e a fazer birra, a bater o pé e fazer escândalo. Rezemos pelo Papa – que Deus lhe conceda muitos anos de vida, e muita força para fazer o que precisa ser feito! Com relação ao pe. Wagner, é verdade que o Papa o dispensou; contudo, como notou o Fratres in Unum, dispensá-lo da Diocese de Linz não significa tê-lo dispensado do episcopado. Ah, seria realmente muito bom se o Papa trouxesse-o à Cúria Romana; seria uma excelente resposta aos inimigos da Igreja que estão provavelmente jubilosos com a vitória momentânea por eles alcançada…

7 comentários em “Rezemos pelo Papa!”

  1. Engraçado que estes mesmos adjetivos eram também direcionados ao Papa João Paulo II, porém hoje são capazes estes mesmos velhacos de comparar o Papa João Paulo II com Bento XVI e dizer que o outro era bem melhor que este, e talvez o próximo Papa terá os mesmos adjetivos deste e este será bem melhor que o próximo, ou seja, o sucessor sempre será pior que o anterior enquanto ele vive, morrendo, se torna um santo em quanto em vida é um demônio, ETA gente que só gosta de malhar mas não enxergam um palmo na frete do nariz, como bem disse JESUS, são aqueles que acuam uma mosca e engolem um camelo, reparam o cisco que está nos seus olhos mas tem um trave na sua.

  2. Como sera belo do dia da vitória de Cristo, pois quanto mais o demônio mostra a sua cara, mas lindo fica a sua humilhação.

    Viva o papa!

  3. Esta crise por que passa a Igreja não tem outra origem senão nas AMBIGUIDADES do CV II que introduziu o (falso) conceito de colegialidade e a democracia Roussueauniana iluminista dentro da hieraquia da Igreja. Cresce a olhos vistos a onda de desobediência ao Santo Padre cada vez mais coagido a se submeter à “vontade da maioria”.
    Foi também o infeliz CVII que nos deu o falso ecumenismo. Doutrina satânica que levou o sucessor de Pedro (J. Paulo II) a receber a “benção” de uma sacerdotisa hindu adoradora de Shivá no encontro de ASSIS (1986). Foi este “ecumenismo” que levou J. Paulo II a beijar com reverência o livro do Corão (obra diabólica de Maomé que nega a Encarnação do Verbo e a Santíssima Trindade).
    Até quando teremos que aturar calados a heresia camuflada de ortodoxia promovida pelo CVII? A Gaudium et Spes fala da “unificacação do gênero humano” (!!!???) e a UR fala os “elementos de Verdade” presentes nas falsas religiões que conduzem à Salvação(???)? Até quando teremos que “aceitar” estes ensimnamentos da Nova Teologia condenada por Pio XII na Humani Generis?
    São Pio X, rogai por nós!

  4. Cleir,

    Menos, tá? O Papa acabou de dizer – e até a Montfort reproduziu – que “[o] singular e específico ministério do Bispo de Roma foi reafirmado pelo Concílio Vaticano II”.

    O “falso” ecumenismo foi condenado pela Igreja, e condenado está e sempre estará; o Vaticano II deu-nos o verdadeiro ecumenismo, que é o movimento que visa trazer os hereges e cismáticos de volta à Igreja de onde nunca deveriam ter saído e fora da qual não podem obter a salvação.

    Shiva e Maomé, por definição, não têm nada a ver com “ecumenismo”, porque este se dá entre cristãos. Ademais, não existem orientações conciliares para que se beije o Corão, ou se recebam “sinais de Shiva”, ou “abraços de Budah”, ou o que quer que seja.

    Por fim, sim, que São Pio X rogue por nós.

    Abraços,
    Jorge

  5. Caro Jorge,
    não questiono sua boa fé na defesa do CVII. Em tempos de crise é natural que nós leigos sejamos tentados a tomar uma posição legalista do tipo “prefiro errar com a Igreja do que acertar sozinho”.
    Mas a crise da Igreja exige uma posição madura e prudente de pessoas adultas.
    O CVII ensinou que “ninguém deve ser discriminado por causa de sua religião”(Nostra Aetate) e que todas as religiões “possuem elementos de verdade que podem conduzir à salvação”(UR). Se as falsas religiões possuem a Verdade (mesmo que de modo incompleto) e se ninguém pode ser discriminado quanto à sua religião, é falso que o ecumenismo conciliar queira trazer os hereges de volta para a Igreja, como o senhor disse. Tanto é verdade que NENHUM documento do CVII fala em converter hereges e cismáticos convidando-os a renunciar seus erros. Pelo contrário, a UR fala que os hereges e cismáticos “são inspirados pelo Espírito Santo ”(UR 4). Além disso este decreto diz que católicos e hereges devem dialogar de “igual para igual”(UR9) e que na formação ecumênica “não pode haver polêmicas” (UR 10). Veja , sr. Jorge, que não é possível, no contexto CVII, falar em converter hereges e cismáticos como o senhor argumenta. Para isso, seria necessário que os apóstatas renunciem a seus erros e isto o CVII NUNCA exigiu.
    Talvez o senhor não saiba, mas este ecumenismo propagado pelo CVII foi condenado por Pio XI na encíclica Mortalium Animus.
    Desde já sou grato pelo espaço dado

  6. Cleir,

    Como este tema do ecumenismo é exatamente uma minha pendência com o sr. Sandro Pontes (que espero realmente poder abordar antes do fim de semana), peço licença para não tecer comentários sobre o assunto por aqui e encaminhar o senhor (e quantos se interessem) à leitura da página de debates do blog.

    Abraços,
    Jorge

  7. Jorge, você escreveu: “O Papa vem fazendo isso; no entanto, é triste que tal processo precise acontecer a “passos de tartaruga”, devido à pressão exercida pelos inimigos internos da Igreja que, diante de qualquer atitude do Santo Padre que eles julguem mais “ousada”…”

    Belo análise. E que santa paciência e fé do Santo Padre para suportar estes inimigos da Santa Igreja! Lembro a novela que virou para o antigo mestre de cerimonial sair…

    E estas atitudes mais ousadas são justamente as que mais precisamos!!! Aqui então, nesta terra da santa cruz, nem se fale.

    PAX

    JM

    pd: ninguém merece o discurso “fidelista” do Cleir, né?

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