Notas Ligeiras

Só indicando e/ou comentando em linhas ligeiras:

Is There Really an Influenza Epidemic? Em português [adaptado pelo Julio Severo], Há realmente uma epidemia de gripe? Parece que as dúvidas sobre se o surto de gripe suína é uma farsa alcançou proporções globais. Eu mantenho os meus comentários, só enfatizando: se o vírus não é tão letal quanto parece, graças a Deus, e voltemos à normalidade. A começar pelas missas no México, que não sei se já foram liberadas.

– O Gustavo fez um apanhado mais geral sobre a 47ª Assembléia Geral da CNBB, abordando também – além do homossexualismo – as questões sobre famílias em segunda união e celibato. Diz ele: É missão da Igreja, porém, apontar o erro, com caridade, mas com verdade. “A verdade dói”. Paciência. Se Cristo quisesse se furtar à dor, não teria morrido da forma que morreu. Muito bem dito! Subscrevo.

Campanha de outdoor homenageia mãe lésbica em Pernambuco, diz o Jamildo. “Tenho duas mães e muito amor por elas” – ridículo, oportunismo barato, propaganda imoral que deveria ser proibida. O vício não merece “homenagem”, e sim censura. Tenha Deus misericórdia das nossas crianças, expostas desde a mais tenra idade a esta depravação institucionalizada, ao vício transvestido de virtude.

– Não tenho tempo de traduzir esta pesquisa feita nos Estados Unidos, mas ela é bem interessante. Mostra que o apoio ao aborto vem decaindo na sociedade americana de agosto para cá. Mesmo assim, o presidente mais abortista da história dos EUA foi eleito; incompreensível. Tomara que, quando os americanos acordarem, não seja já tarde demais.

– Na Espanha há uma ampla rejeição à proposta de reprovar o Papa por causa de suas palavras na África; Deo Gratias! Queira Deus que, ao contrário do parlamento belga, os espanhóis não cedam ao politicamente correto. O cardeal Cañizares disse que “se trata de «uma decisão que não representa a Espanha nem a imensa maioria dos eleitores de todos os partidos, que deveriam representar verdadeiramente os cidadãos» e que «constitui uma ofensa à própria Espanha, sempre próxima do Papa e querida por ele, e entranha um grave dano às instituições»”. Para expressar também o seu repúdio a esta iniciativa descabida, clique aqui (via HazteOir).

Sobre zelo e prudência

A [má] repercussão sobre o triste fato ocorrido em Brasília no domingo último ultrapassou os limites da razoabilidade. Diante de um tal acontecimento deveriam ter lugar na alma católica a penitência, a reflexão sobre as próprias atitudes, a oração; ao contrário, polarizou-se a discussão e se utilizou do fato para se fazer propaganda velada do próprio sectarismo anti-Vaticano II que estava na raiz mesma da supressão da missa tridentina na capital do país.

A missa tradicional já esteve por muito tempo nas mãos de pessoas que [sem fazer nenhum juízo de valor sobre as suas intenções, que acredito sinceramente serem as melhores possíveis] causaram muito mal à Igreja e forçaram as medidas necessárias para a solução da crise que atravessa a Esposa de Nosso Senhor a serem postergadas. Com a graça de Deus, o papa Bento XVI gloriosamente reinante tem dirigido com maestria a Barca de Pedro e conduzido-A (não sem percalços) pelos caminhos que Ela precisa singrar, a despeito dos escolhos existentes e dos riscos que Ela corre. É fundamental que os marinheiros não sejam um empecilho aos projetos do Capitão.

Com o motu proprio Summorum Pontificum, a Missa Gregoriana foi – graças a Deus! – arrancada das mãos dos filhos rebeldes da Igreja e solenemente entronizada no lugar que lhe pertence de direito: no coração da Igreja Católica. Aquela que antes era usada por extremistas como cavalo de batalha contra a própria Igreja, hoje está sendo – não sem dificuldades! – colocada novamente ao serviço da Esposa de Nosso Senhor. É da mais capital importância que este processo não seja sabotado.

A Missa Tridentina não é exclusividade daqueles que, em maior ou menor grau, têm problemas com o Concílio Vaticano II e as reformas que se lhe seguiram. Ao contrário, o Summorum Pontificum veio exatamente para dizer que ela pertence a todo o povo de Deus, a todos os filhos da Igreja, e é nesta catolicidade que ela deve ser sempre considerada. É inoportuno querer fazer “um pacote” onde estejam juntos o rito tridentino e o espírito anti-Vaticano II, e empurrá-lo aos fiéis em todas as dioceses e paróquias onde o motu proprio encontre um mínimo de boa vontade. Não precisamos desta “promoção”.

Há dolorosos exemplos (inclusive recentes) de situações onde más atitudes por parte de alguns católicos [repito, cuja boa vontade não está em discussão] provocaram graves danos à Igreja. Há o [ontem lembrado] caso do IBP em São Paulo, há as [já tristemente célebres] diatribes virtuais lançadas pelo Instituto do pe. Divino Lopes contra Sua Excelência Dom Manoel Pestana Filho – para ficarmos apenas nos mais notórios. Precisamos aprender com os nossos erros, a fim de que a nossa contribuição para o fim do incêndio não seja lançar mais gasolina ao fogo.

O Danilo entendeu isso muito bem e republicou as suas dicas para não perder a missa tridentina – vale a pena uma [re]leitura. Que os católicos que amam a Igreja possam unir as suas forças em torno de seus objetivos comuns: a maior glória de Deus, a salvação das almas, a exaltação da Santa Madre Igreja. Oremus pro invicem. E que a Virgem Puríssima, Auxilium Christianorum, seja em nosso favor; que São Miguel Arcanjo nos proteja a todos no combate, livrando-nos de todos os embustes e ciladas do demônio.

Três versões sobre a CNBB e a admissão de homossexuais ao sacerdócio

Certas coisas são realmente inacreditáveis: com referência ao documento da CNBB sobre a formação de sacerdotes, encontrei na internet três notícias com manchetes diferentes e contraditórias.

  1. Folha de São Paulo: Bispos aprovam diretrizes para novos padres mas retiram menção a homossexualidade
  2. Estado de São Paulo: CNBB reafirma que homossexual não pode ser padre
  3. Zero Hora: Gays celibatários podem ser padres, diz bispo

Cabe perguntar como é possível uma tal discrepância na apresentação de notícias sobre o mesmo fato; a incoerência é gritante e salta aos olhos. Mais ainda se levarmos em consideração que o tal documento não foi ainda publicado, só o devendo ser após a aprovação do Santo Padre. Como é possível, então, que três agências de notícias possam dar informações tão díspares sobre uma coisa que nem sequer foi tornada pública ainda?

[A bem da verdade, é preciso deixar claro que o último texto – reproduzido pelo Zero Hora – fala não sobre o documento “Diretrizes para a Formação dos Presbíteros” em si, e sim sobre uma declaração do bispo dom Luís Soares Vieira, vice-presidente da CNBB. Mesmo assim, merece registro o samba do crioulo doido que foi feito pelos jornais brasileiros.]

Qual é, portanto, a verdadeira posição da Igreja Católica no meio desta confusão toda? Ela deve ser buscada na Instrução Sobre os critérios de discernimento vocacional acerca das pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao Seminário e às Ordens Sacras, da Congregação para a Educação Católica. O texto é taxativo; lá, a Igreja afirma “claramente” que “não pode admitir ao Seminário e às Ordens sacras aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente radicadas ou apoiam a chamada cultura gay“.

A CNBB não pode fugir disso; quer o documento traga expressamente o termo “homossexualidade” ou não, quer um bispo diga o contrário, gays não podem ser ordenados sacerdotes porque assim dispõe a Santa Sé. C’est fini. Permitindo-me um desabafo, bem que a Conferência poderia evitar estas fofocas descabidas todas afirmando de maneira clara o que a Igreja já afirmou há quatro anos [a referida instrução é de 2005]; mas parece que a CNBB só sabe ser taxativa quando é para ser contrária à redução da maioridade penal…

“Ah, mas e se o gay for celibatário?”, pode perguntar alguém. Ao contrário do que disse o vice-presidente da CNBB, no entanto, só é autorizada pela Congregação para a Educação Católica a admissão às ordens sacras do candidato no “caso de se tratar de tendências homossexuais que sejam apenas expressão de um problema transitório como, por exemplo, o de uma adolescência ainda não completa”. Ou seja, se o sujeito estiver confuso durante a adolescência, se tais tendências forem transitórias, e não se ele for verdadeira e propriamente gay, assumido e feliz com a sua “orientação” sexual. E, mesmo assim, essas tendências precisam “ser claramente superadas, pelo menos três anos antes da Ordenação diaconal”. Que diferença entre o que diz a Santa Sé e o que diz a vice-presidência da CNBB!

Só mais dois detalhes: primeiro, não é verdade que “o que se exige do heterossexual para ser padre, se exige também do homossexual” assim, simpliciter, como disse Sua Excelência. De um heterossexual se exige a renúncia de um bem (o Matrimônio) e, do suposto homossexual sacerdote, exigir-se-ia evitar um pecado (os atos homossexuais). Não é, nem de longe, a mesma coisa. Privar-se de algo que é um bem é um ato meritório; afastar-se dos pecados é obrigação de todo cristão. É, portanto, evidente a diferença.

E, segundo, causa espécie que (conforme o Estadão) o tal documento tenha… “388 artigos e 97 páginas, antes dos acertos finais”! Uma centena de páginas e, mesmo assim, sem tratar do problema da homossexualidade?! É realmente necessário tudo isso? Tenho até medo de saber o seu conteúdo. Bem que o Papa poderia devolver uma versão que contivesse somente um quarto do tamanho desta papelada; tenho certeza que daria para abordar tudo o que é necessário para a formação dos presbíteros (incluindo a homossexualidade). Rezemos pelos nossos bispos, rezemos pelos futuros sacerdotes.

Assassinatos impunes

O Percival Puggina escreveu um texto muito pertinente chamado “O Abortista”, cuja leitura, caso ainda não tenham feito, eu recomendo enfaticamente aos visitantes do Deus lo Vult!. Trata sobre um caso ocorrido há uns quinze dias atrás em Sapucaia do Sul, quando uma estudante universitária foi presa por tentativa de homicídio contra a própria filha recém-nascida.

O Puggina fala em aborto. As manchetes que encontrei – a própria do Zero Hora citada, esta d’O Globo, ou ainda esta do jornal NHfalam em parto. Como a criança nasceu prematura (com sete meses) e como a jovem obviamente não desejava a gravidez (dado que “escondeu o bebê dentro de uma bolsa, enrolado numa sacola plástica” após o seu nascimento!), acho a hipótese de aborto muito plausível. Até onde eu saiba, a recém-nascida está internada em estado de saúde grave; não encontrei notícias mais recentes sobre o ocorrido.

A afirmação do amigo do Puggina após saber que a mãe e o pai da criança haviam sido presos – “Estão presos, é? Que absurdo! Vê só o resultado dessas idéias de vocês! Tivessem feito esse mesmo aborto direitinho, num hospital, com assistência médica, nada disso teria ocorrido” – é a mais honesta expressão da mentalidade abortista. Qual a diferença entre a criança dentro da sacola plástica em Sapucaia do Sul e a criança dentro de um saco de lixo hospitalar após o aborto? Nenhuma – só a chance de sobrevivência do bebê que, fora do matadouro abortista, é um pouco maior -, e o interlocutor do Puggina sabe tão bem disso que não cora de vergonha ao dizer o que disse. Do aborto para o infanticídio a diferença é meramente o local onde é realizado o assassinato, se dentro do útero da mãe ou fora dele.

Uma mulher dessas deve ser punida? É óbvio que deve. Curiosamente, no entanto, não querem que sejam punidas as mulheres que assassinam os próprios filhos dentro do seu ventre. Tal irracional discrepância entre as posições tomadas diante de fatos que, em essência, são idênticos, é mais um sintoma da degeneração intelectual e moral que toma conta da nossa sociedade.

No debate sobre o aborto que assisti aqui em Recife, o advogado criminalista reclamava da exibição de fetos assassinados – produtos do aborto – cobertos de sangue que era feita à época dele nos debates sobre o aborto, alegando que não dava para debater o assunto com seriedade após o choque provocado por imagens tão fortes. Acontece que essas “imagens tão fortes” são exatamente o assunto que se está debatendo, de modo que não dá para debater sobre algo sem ter uma idéia clara do que está em discussão. Fosse num mundo mais afeito aos processos intelectuais – fosse na Idade Média -, provavelmente seria possível à enorme maioria das pessoas conceberem o que significa um aborto sem precisarem ver um. No nosso século desgraçado, contudo, onde as pessoas esqueceram como se pensa e só conseguem raciocinar sobre aquilo que vêem, mostrar o banho de sangue – pôr a descoberto o cadáver oculto – é fundamental.

No mesmo debate, a feminista da ONG pró-aborto dizia que a mulher pode ter “um projeto de vida” frustrado por uma gravidez indesejada, de modo que não seria justo que ela abdicasse dos seus sonhos por conta de um filho que ela não tinha então condições de criar. Citou até o exemplo de “terminar a faculdade”. Pois bem, esta jovem de Sapucaia do Sul era estudante universitária e certamente tinha “um projeto de vida” que viu ameaçado pela gravidez, de modo que decidiu abortar a filha e escondê-la, de pernas quebradas, dentro de uma bolsa. Não há “projetos de vida” que justifiquem a eliminação voluntária de uma vida inocente. A jovem de Sapucaia do Sul que encarna os sofismas da sra. Sílvia Regina está presa na Penitenciária Feminina Madre Pelletier, em Porto Alegre. Querem os senhores abortistas discutir sobre o aborto? Discutam-no à luz deste triste caso ocorrido no Rio Grande do Sul!

Defender o aborto é ter um grave defeito intelectual e/ou moral. Não existe nenhuma condição de se tratar um abortista como se fosse uma pessoa na plena posse de suas faculdades mentais; ele não é. Todo abortista é capaz de “raciocinar” como o amigo do Puggina citado no artigo dele. E, diante de pessoas assim, às vezes a melhor coisa a fazer é mesmo mandá-las “para um lugar bem feio” e afastá-las das esferas de decisão da sociedade. É óbvio que quem defende que os assassinatos possam ficar impunes não tem nenhuma condição de legislar ou de julgar.

Miscelânea de assuntos ligeiros

– Iconoclastia no Ceará: uma senhora invadiu uma igreja e, munida de um paralelepípedo, “destruiu 18 imagens sacras, sendo três delas do século XVIII, além de sete quadros da Via-Sacra”. Curiosidade da notícia: a mulher “afirmou para os PMs que havia feito uma promessa” de destruir os santos. E eu que sempre achei que fazer promessas era coisa de católicos idólatras…

– O Reinaldo Azevedo fez, na última sexta-feira, um bom comentário sobre a loucura da política de cotas desgraçadamente adotada pelo governo brasileiro. E ele foi a um dos [na minha opinião] pontos mais críticos do problema:

Nenhum deputado quis propor recurso para que a proposta tivesse de passar pelo plenário da Câmara. A razão é simples e óbvia: algum jornal se lembraria de brindar a vítima com um título mais ou menos assim: “Fulano recorre contra cota para deficientes”. Ninguém quer passar por inimigo de deficientes.

E é assim que a vaca vai para o brejo: é o politicamente correto que impede as pessoas de agirem de acordo com as suas convicções. Não existe nenhuma relação entre ser inimigo de deficientes e achar que o acesso aos níveis superiores de educação deve ser obtido por mérito, e não por outra característica qualquer que, em si, não traz méritos nem deméritos, como a cor da pele, a renda da família ou a posse de deficiências. Mas ai de quem precisar se explicar frente à opinião pública raivosa quanto a isso…

– A dupla de homossexuais que, na semana passada, deu à luz gêmeos em São Paulo [p.s.: quero dizer, a mulher que foi inseminada artificialmente com um óvulo da companheira fecundado pelo esperma de sabe-se lá quem e deu à luz – obrigado, anonimo], quer registrar o casal de crianças com duas mães na certidão de nascimento. Volto a perguntar: esta sandice é juridicamente possível? Outra coisa: o reconhecimento da tutela dessas duas crianças pela dupla não abre precedentes para que duplas de homossexuais possam adotar crianças? E será que não é exatamente isso que se está tentando obter com todo este estardalhaço feito em torno do caso? O outro lado da moeda: o Conselho Tutelar não pode retirar a guarda do casal de crianças da dupla de homossexuais, argumentando que o ambiente no qual estas crianças vão se desenvolver é inadequado e, aliás, seria determinante para negar uma autorização de adoção?

– Papa na ordenação de 19 sacerdotes: mundo contamina também a Igreja. Os grifos são meus:

«O mundo não quer conhecer Deus e escutar seus ministros, pois isto o poria em crise», declarou [o Papa].

O mundo, disse, insistindo no sentido evangélico deste termo, «insidia também à Igreja, contagiando seus membros e os próprios ministros ordenados».

[…]

Para poder tender à entrega total a Deus, à santidade, o Papa recomendou aos novos sacerdotes vida de oração, «antes de tudo, na santa missa cotidiana».

Que o Deus Altíssimo nos conceda sempre santos sacerdotes, inimigos do mundo, amigos da Cruz de Cristo – amigos da Santa Missa.

Missa Tridentina em Brasília

Recebi por email as seguintes informações: a missa na Forma Extraordinária do Rito Romano, celebrada todo domingo às 17:00 na igreja de São Pedro de Alcântara, em Brasília, está suspensa por tempo indeterminado depois que o padre “recebeu um email desaforado no dia anterior”, enviado por um paroquiano, onde este “condenava as seguidas homilias (…) contra o ultratradicionalismo anti Concilio Vaticano II”. O referido sacerdote teria dito que só voltaria a celebrar depois que o autor do email se retratasse.

Acrescentem-se ainda as seguintes informações:

Fui informado que a missa era freqüentada por estes seguintes grupos:

1 – Membros e cooperadores da TFP Fundadores, que representam a maioria dos fieis na missa e mesmo tendo preferência pelo Rito Extraordinário aceitam e respeitam o Rito Ordinário.  Os conheço muito bem e sei jamais criariam qualquer constrangimento ao Padre.

2 – Dois grupos da Monfort, que todos nos aqui sabemos muito bem a orientação que tem.

3 – Um pequeno grupo de ultra tradicionalistas sedevacantistas, que acreditam em um suposto “papa” em Santa Catarina !!!  (fiqueis sabendo ontem da existência desses malucos).

4 – Um grupo de ultra tradicionalistas da Luziânia, cidade de Goiás próxima 40 km de Brasília, que chegaram a distribuir panfletos contra o CVII e o Rito Ordinário.  Em função desta panfletagem eles foram duramente repreendidos pelo Pe. Givanildo.

5 – Fieis avulsos.

Sem entrar no mérito do acerto ou não desta atitude no que se refere aos fiéis católicos que se esforçam para serem fiéis à Igreja e ficaram, sem culpa própria, privados de uma celebração à qual têm direito, permito-me expôr a seguinte minha interpretação do Summorum Pontificum quanto ao(s) paroquiano(s) que causou(aram) toda a celeuma: o art. 5º §1 diz que o pároco que celebre a forma extraordinária do rito romano a pedido dos fiéis deve “procurar que o bem destes fiéis se harmonize com a atenção pastoral ordinária da paróquia, sob a direção do bispo como estabelece o cân. 392 evitando a discórdia e favorecendo a unidade de toda a Igreja” (grifos meus). O próprio papa Bento XVI já disse, na carta aos bispos que acompanha o motu proprio, que “[n]ão existe qualquer contradição entre uma edição e outra do Missale Romanum. Na história da Liturgia, há crescimento e progresso, mas nenhuma ruptura”; ora, se existem “fiéis” semeando a cizânia dentro da paróquia e opondo uma forma do rito à outra – i.e., contrariando frontalmente o que o Santo Padre diz -, parece-me que tais pessoas não têm nenhum direito à celebração da Santa Missa na forma extraordinária. Falo isso para antecipar as críticas – que já antevejo – de que, em Brasília, existe um padre que está desobedecendo ao Summorum Pontificum…

É de se lamentar que alguns católicos sejam imprudentes a ponto de se tornarem um empecilho à restauração da Liturgia na Igreja. Rezemos por Brasília; a fim de que os que amam verdadeiramente a Igreja possam unir forças para a solução da crise que atravessa a Esposa de Nosso Senhor. Que São João Bosco interceda pela capital do país.

P.S. [06 de maio de 2009]: conforme foi informado aqui, o pároco de São Pedro de Alcântara decidiu que vai continuar celebrando normalmente aos domingos a Missa Tridentina. Demos graças a Deus.

A grande farsa da gripe suína?

É certo que ninguém é tão inimigo das teorias da conspiração quanto os próprios conspiracionistas, mas existem algumas delas que me fazem realmente torcer o nariz. Li agora à noite um texto que lançava a seguinte questão: será que a gripe suína é uma farsa? E, por mais que eu tente pensar sobre o assunto, não consigo deixar de considerar inverossímil a possibilidade de que o seja.

Como assim, “uma farsa”? O vírus tem nome – Influenza A(H1N1) – e tem 15.000 referências no Google Scholar [sendo inclusive algumas antigas]. Apesar de ser parcialmente verdade o que disse o Edson Carlos [a imprensa que a cada novo título de artigo não deixava de colocar a palavra “suspeita” ou “suspeita-se” e outras do gênero], há mortes confirmadas pela mesma imprensa. Não me parece nada verossímil, portanto, que A Guerra dos Mundos vá se repetir.

Pelo menos não da mesma maneira. Há, no entanto, uma coisa que parece ser verdade: o diabo não é tão feio quanto parece, e o vírus não possui a letalidade que lhe atribuíram da primeira vez. Graças a Deus, e tomara que assim o seja! Como comentei aqui ontem, o Brasil não me parece ter condições nenhuma de enfrentar uma pandemia; permita Deus que o vírus possa ser tratado só com um pouco mais do que é necessário para uma gripe comum.

Do fato do vírus não ser tão terrível quanto se vem falando, não segue que ele seja uma farsa. Pode ser apenas que as avaliações preliminares sobre ele tenham sido equivocadas – e, repito, tomara que o tenham sido! Insinuar, no entanto, que estes equívocos foram deliberados “para o Estado nos impedir de irmos aos aeroportos, terminais de ônibus, escolas, as missas (…) e a todos os lugares onde possa haver aglomerações de pessoas”, parece-me realmente um pouco exagerado.

Ah! A propósito, fiquei sabendo de algo curioso hoje; lá na paróquia – vejam só que coisa! -, por “recomendação médica e do pároco”, foram suprimidos o “abraço da paz” e as mãos dadas durante o Pai-Nosso, por causa da tal gripe! Deus não permitiria o mal se, dele, não pudesse tirar um bem ainda maior: quem poderia imaginar que o medo das pessoas iria redundar num maior decoro litúrgico? Dentro desses limites, estou muito satisfeito com a gripe suína. Que a Virgem Santíssima nos afaste da doença, mas nos deixe com a sobriedade na Santa Missa.

As preocupações do Ministro da Saúde

Quatro dias atrás: Brasil não precisa se preocupar com gripe suína, diz Lula.
Ontem: Ministro descarta pânico, mas diz que chegada da gripe suína ao Brasil é inevitável.

Eu não questiono tanto assim os erros, os enganos de percurso, os equívocos de avaliação; isso é normal e todo mundo faz. O que me incomoda profundamente é a bazófia das autoridades que não têm o menor pudor em fazer declarações apressadas e irresponsáveis, julgando-se intocáveis e protegidas, por alguma razão misteriosa (competência de governo é que não é), de todos os males que afligem o mundo.

A Folha de São Paulo diz [agora, quando escrevo] que 60% das pessoas têm medo da gripe suína. O Brasil tem sete casos suspeitos [aliás, vi que tem um em Pernambuco sendo monitorado…]; a OMS chegou a dizer que uma pandemia é inevitável! Oras, se o ministro Temporão disse por telefone ao presidente Lula  no domingo passado que o Brasil não precisava se preocupar “por enquanto” com a gripe suína… “por enquanto” significava, então, seis dias? E será que não havia mesmo necessidade do Brasil se preocupar com a gripe suína no início da semana, ou foi só [mais] um caso de empáfia do senhor ministro do Ataúde?

“Temos um plano de contingência estruturado desde 2005”, diz o ministro à Band. Gostaria muitíssimo de acreditar que isso é provável, dado que o surto só ocorreu este ano; ademais, um ministério que não se preocupa na semana anterior com a epidemia que hoje diz ser inevitável, acaso poderia ter se preocupado há quatro anos com a epidemia então inexistente? Ou é mais fanfarronice?

É por isso que eu temo pelo Brasil: as autoridades estão sempre mais preocupadas em passar uma [falsa] sensação de segurança do que em arregaçar as mangas para trabalhar naquilo que precisa ser feito. Se o Brasil não consegue dar conta da dengue, terá acaso condições de enfrentar uma pandemia? Que a Virgem Santíssima, Salus Infirmorum, seja em favor desta Terra de Santa Cruz.

Nossa Senhora da Conceição dos Militares

Eu lamento não ter fotos melhores – essas foram tiradas de celular, em um fim de  tarde quando, “por acaso”, eu passava diante da Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares, aqui em Recife, no centro da cidade. A igreja foi restaurada recentemente e é magnífica, mesmo não sendo tão imponente como outras igrejas grandes que nós temos na cidade.

Os púlpitos no alto, o altar-mor, os altares laterais, o teto pintado com uma grande imagem da Virgem, e um grande quadro retratando uma das batalhas entre católicos e protestantes – portugueses, negros e índios contra holandeses – da época da Colônia; Pernambuco um dia honrou a Fé trazida pelos portugueses.

Gosto de pensar nesta invocação da Virgem – Nossa Senhora da Conceição dos Militares – cuja origem eu não conheço. Gosto de imaginar a Virgem militante, general dos soldados de Cristo, avançando como a aurora, temível como um exército em ordem de batalha. Tu gloria Ierusalem, Tu laetitia Israel, como está gravado num dos púlpitos da igreja; a Rainha dos Céus, a preferida do Senhor dos Exércitos. Recorremos à Vossa proteção, Virgem Santíssima. Guardai-nos e defendei-nos. Sede em nosso favor. Livrai-nos dos perigos. Conduzi-nos ao Céu. Concedei-nos que Vos louvemos. Dai-nos virtude contra os Vossos inimigos.

OFF – Igreja Internacional

Isso aqui não pode ser sério, tem que ser piada. É uma mensagem de um garoto de treze anos, publicada no blog – ao que parece – da “Igreja Internacional” (confesso que não sei o que é), mantido pelo sr. Silas Adoniran Fonseca, que é “[p]alestrante, cantor gospel, instrumentista, ex-álcoolatra, ex-assaltante e curado de um câncer no fígado”. A mensagem pode ser lida aqui.

Resumindo a história: o pai do garoto estava missionando na guerra do Iraque, avistou um soldado americano morto com um notebook, pegou o aparelho e deu de presente para o filho. Uma verdadeira máquina: pegava internet “via satélite”, tinha “carregador solar” e a bateria durava vinte e quatro horas. Portentoso. Contudo, o garoto sonhou uma noite com o soldado morto, que falou com ele “por bastante tempo” sem que, no entanto, o menino tenha entendido nada, porque não sabia inglês. Contou ao pai do sonho, que ficou assustado e marcou um batismo para ele e para o notebook. Termino com as palavras do garoto: “Entrei na piscina junto com o computador, saí de lá de alma lavada e nunca mais sonhei com o soldado morto. O notebook também nunca mais funcionou”.

Esta carta está marcada no blog como “Testemunhos de Fé”; clicando, encontrei um outro testemunho de um sujeito que sofria de hemorróidas [não vou colocar o link porque não vale a pena; não é um humor tão bom quando o do garoto e do notebook], o que só confirma a minha suspeita de que o blog foi criado para debochar do protestantismo. A sátira, que em alguns pontos é chula [mormente nos comentários], tem uns arroubos de criatividade que fazem com que se ria um pouco. Como a história do garoto que começou a beber com os amigos da faculdade “por causa de uma menina boêmia, que acompanhava o grupo. Ela nunca me deu bola, eu ficava ali bebendo e conversando com esperanças que ela reparasse em mim. Acabei me tornando um álcoolatra”…

Mas a crítica é pesada em alguns momentos. Como na história de um pastor – acho que o próprio Silas autor do blog – que se envolveu com uma menina da igreja [atenção, expressões chulas] e terminou engravidando-a, e depois forçou-a a abortar. Termina o testemunho do pastor:

Hoje em dia, graças ao bom Jesus, me libertei desta garota. Ela já tem 20 anos, saiu da igreja e se envolveu com uns rapazes. Casou-se e agora é dona de casa. Vive na miséria, andando de bicicleta pra cima e pra baixo. Sempre que a vejo, passo dando risada dentro do meu carro.

Não há nenhuma informação no blog sobre o seu caráter satírico. Neste momento, ele é o oitavo blog no Top-100 do WordPress. A julgar pelo que acontece aqui no Deus lo Vult! quando surgem leitores que “caem de pára-quedas”, não estou certo de que todos sejam capazes de identificar a (por vezes) sutil ironia do blog da Igreja Internacional. Não duvido que comecem a citar “causos” do blog como exemplos de fanatismo religioso…