São João, Luiz Gonzaga, Catolicismo

fogueira-sao-joao

A fogueira tá queimando
em homenagem a São João…
O forró já começou,
vamo gente, arrasta-pé neste salão.

Que se danem os ecologistas chatos: eu defendo as fogueiras de São João. Aliás, eu gosto da festa de São João como um todo, que possui raízes muito fortes aqui no Nordeste. Gosto das tradições juninas, que são tradições católicas em grande parte. As três maiores festas que ocorrem no mês de junho, são todas em homenagem a santos católicos: Santo Antônio, São João e São Pedro.

Já escrevi aqui no ano passado sobre as tradições juninas, e os motivos pelos quais eu acho que elas devem ser defendidas e propagadas. Sobre as fogueiras, por exemplo, toda criança aprende (ou, pelo menos, aprendia…), com ligeiras variantes, que a fogueira foi acesa por Santa Isabel para avisar à Virgem Maria (ou para avisar aos vizinhos) que nascera São João Batista, num tempo em que não havia telefone. Não sei o quanto de verdade tem nesta história, mas o fato inconteste é que as fogueiras – ainda hoje! – queimam em homenagem a São João, como canta a música. Às vezes, eu penso nas velas acesas aos santos, e penso que algumas festas são tão grandes que exigem mais do que velas: então, são acesas fogueiras, grandes velas que lembram a luz da Fé Católica a iluminar a escuridão da noite do mundo sem Deus. As ruas se transformam em grandes velários, onde cada casa faz questão de depositar a sua homenagem a São João Batista, onde cada família acende a sua fogueira.

Claro, existe a parte deplorável da festa, e hoje em dia mais do que antigamente, porque o forró moderno está infinitamente além, em matéria de imoralidade, das tradicionais canções de Luiz Gonzaga que ainda tocam e das quais eu gosto. Não que o forró pé-de-serra seja a coisa mais casta e pura do mundo, mas não há comparação entre ele e as músicas que tocam hoje em dia, manchando as festas juninas.

Não sei se é verdade que Luiz Gonzaga era maçom, mas sei que há a sua composição católica. É óbvio que não são tratados teológicos nem catecismos musicados, mas é uma espécie de música secular que… não existe nos dias de hoje! Como na música Rainha do Mundo, onde o pernambucano canta Senhora Rainha do Mundo / Rogai por nós desta terra varonil / Agora e na hora de lutar pelo Brasil. Ou na Ave Maria Sertaneja, onde se diz Quando batem as seis horas / de joelhos sobre o chão / O sertanejo reza / a sua oração / Ave Maria / Mãe de Deus Jesus / Nos dê força e coragem / Pra carregar a nossa cruz. Ou na simpática Padre Sertanejo, onde o sanfoneiro canta Quando o jipe lá em cima aportou / no arraiá do meu sertão / a moçada lá em baixo gritou / Chegou o padre, vai ter procissão. / Seu vigário chegou muito alegre, / veio de Brejo da Madre’ Deus. / Deus lhe pague, seu vigário, / estão alegres os filhos seus. Ouvi-lo cantar ao Papa João XXIII e à Eucaristia é chorar de tristeza, porque a composição é infinitamente mais católica do que a média das homilias que ouvimos hoje em dia:

Cantador desse Nordeste
Afinei o meu bordão
Eu agora vou fazer
Uma bonita louvação
Ao velhinho lá de Roma
Ao bondoso Papa João

[…]

Que ama Nosso Senhor
E se alimenta do pão
Que mata a fome de todos
Até dos sem precisão
E não se assa no forno
E nem conhece balcão

Água, luz e alimento
De todos sem exceção
Mata a sede da pobreza
Atravessa a escuridão
Alenta toda a tristeza
Acaba com a escravidão

Este tipo de música simplesmente não encontra lugar nas festas juninas dos dias de hoje. No entanto, ainda ardem fogueiras. E elas ainda queimam – por mais que isso esteja esquecido – em homenagem a São João. Que São João Batista, santificado ainda no ventre materno e, por isso, único santo cuja festa se celebra no dia do seu nascimento ao invés de no da morte, possa olhar para a homenagem que lhe faz o povo brasileiro e interceder por nós.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

92 comentários em “São João, Luiz Gonzaga, Catolicismo”

  1. “É de jipe, é de jegue, não há transporte que o padre não pegue…” (rs). As músicas de Luiz Gonzaga são muito boas, raridade.

    Sobre as fogueiras… É chato aquela fumaça, principalmente para quem tem problemas respiratórios, como eu — só que não é tão grave, ainda bem; para quem tem asma e coisas do tipo deve ser muito ruim. Tomando alguns cuidados, porém, acho que é possível preservar a tradição e a saúde.

    Paz e bem.

  2. Ah! Luiz Gonzaga é um músico. Pensei que falava do santo. Eu peguei tamanho susto… :-)

  3. Jorge: e qual a sua opinião sobre os balões soltos em festas juninas? Também és favorável a eles?

  4. Ha ha ha eu também!

    Pois é Jorge, lendo este post queria deixar minha alegria registrada aqui pela Solenidade da Natividade de Sao João Batista que celebramos amanha e agradecer a ti por ~acender~ o nosso coração com esta visão católica que nos faz tao bem ler!

    Ah como a sociedade está perdendo achando que é catolicismo quando é apenas uma trágica caricatura do catolicismo… quem conhece de fato a Igreja católica realmente deve se sentir muito responsável para fazer esta luz brilhar nas trevas de hoje…

    PAX

    JM

  5. Jorge, como se explica, dentro da heurística da Teologia católica, a existência de Santos? Vocês obviamente não são monoteístas (embora o afirmem categoricamente com o “mistério” da Santíssima Trindade), mas colocar esses seres humanos em uma categoria de divindade não é um pouco demais?

  6. Jorge, dentre as músicas do Lua relacionadas ao Catolicismo lembro ainda a que ele cantou para S.S. o Papa João Paulo II, aqui em Fortaleza, no distante ano de 1980 (que emoção, aquela visita!).

    O estribilho diz mais ou menos assim:

    “João Paulo Segundo, de Deus grande Graça
    O povo te abraça, em ti vê Jesus.
    Feliz te agradece por o visitares
    e a Deus adorares na Terra da Luz.”

    A música (uma das melhores do Lua) me marcou e até hoje ressoa na minha mente, junto com as imagens e sensações da passagem do Sumo Pontífice por estas bandas.

    De resto, afora essas músicas, a religião católica encontra-se dispersa por toda a obra do filho de Januário, como o terço que ele leva prá Das Dores, em Légua Tirana (uma “balada” sertaneja tocante).

    Ah: moro há um bom tempo em Fortaleza, mas nasci e me criei no interior cearense. Tive a felicidade de ainda brincar o São João à luz das fogueiras, lembrança tão querida da minha infância. Havia, também, o pau de sebo, as quadrilhas improvisadas, o aluá …

  7. Julie Marie, é você que vem fazer uma palestra em Porto Velho sobre a teologia do corpo? Por favor, confirme essa informação…

  8. Ah, eu adoro as festas juninas! Mas não há festas melhores que as do Nordeste! As melhores comidas típicas, fogueiras, música (não os forrós modernos, please! Esses são odiosos em boa parte!).

    Saudade!

  9. Martinho,

    Sinceramente, nunca pensei a fundo sobre o assunto. Os balões não faziam parte da minha infância junina…

    Mas é verdade que balões provocam incêndio, não?

    Abraços,
    Jorge

  10. Mallmal,

    Jorge, como se explica, dentro da heurística da Teologia católica, a existência de Santos?

    Eu não sei o que é a “heurística da Teologia Católica”. O que quer dizer com isso?

    Os santos são as pessoas que estão no Céu e, lá, intercedem junto a Deus por nós.

    Vocês obviamente não são monoteístas (embora o afirmem categoricamente com o “mistério” da Santíssima Trindade)

    Obviamente somos monoteístas.

    mas colocar esses seres humanos em uma categoria de divindade não é um pouco demais?

    Não existe “categoria de divindade” dada aos santos.

    Abraços,
    Jorge

  11. Eduardo Araujo,

    Eu estava no Castelão quando João Paulo II lá foi.

    Naquela visita do Santo Padre eu o acompanhei em SP (onde eu moro), Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza.

  12. Malmall,
    Santos não são deuses. Nem astronautas.
    Sds.,
    de Marcelo.

  13. Malmall, um ateu como você usando tática protstante não dá!

  14. Aliás: o post do Marcelo levantou uma questão interessante: parafraseando aquele livro antigo (que hoje sabe-se ser em grande parte uma fraude): “Eram os deuses astronautas”? Não falo de Deus, falo de “deuses”, os antigos… aliás: qual a opinião dos demais blogueiros (católicos, protestantes, agnósticos, ateus) sobre esse tema? Acreditam em vida (inteligente) extraterrestre? Terão eles também tido o seu Jesus Cristo?

  15. Não, eu não acredito em vida inteligente fora da Terra. Aliás, vida inteligente nem na Terra há.

  16. Jorge gosta de mamar mamilos de cahorros, queimar ratinhos vivos, pular e gritar freneticamnte, comer restos de feira e [CENSURADO]

  17. Jorge é gozado, até a foto dele é sugestiva… Sua mente é voltada pa o “siderum”. Ele é católico frenético, grita, não responde… Quando canta o amém, seus olhos piscam loucamente. Entra em transe quando p padre derramac a gota d’agua no cálice, rouba restinho de vinho canônico das galhetas na sacristia. Pula e delira vestindo paramentos sacerdotais escondido…

  18. Caro Alien:

    Cuidado com o uso da palavra inteligência pois pode significar coisas muito diferentes dependendo do contexto.

    Do ponto de vista científico, inteligência é a capacidade de processar as informações que são transmitidas ao cérebro pelos sentidos. Assim, cães, macacos e até pássaros são inteligentes, embora em graus variáveis.

    Do ponto de vista teológico, inteligência é não apenas isso mas também inclui a capacidade de raciocínio abstrato e, principalmente, o discernimento do bem e do mal.

    Teologicamente, a inteligência é uma faculdade não-natural, dependente da alma espiritual, que é criada por Deus unicamente nos seres humanos.

    Tudo quanto sabemos por meio da ciência e da teologia nos leva a ver que não há necessidade de imaginar outros “jesuses cristos” extra-planetários.

  19. Só pra deixar claro: esse Felipe que falou um monte de besteiras ai não é o mesmo que comentou no outro post! O Jorge está de prova por causa do e-mail!

  20. Lia os livros de Daniken quando era adolescente e gostava muito. Era fã de Perry Rhodam. De certa forma, sou devedor deles pois aqueles livros estimularam a curiosidade.

    Felizmente, cresci e hoje acho aquilo tudo pura bobagem. Continuo interessado em história e arqueologia e vejo que há várias explicações mais prováveis para os fatos levantados pelo fantasioso autor.

    Note que mesmo que aparecessem seres extra-terrestres mais inteligentes que nós, sua inteligência seria puramente natural. Eles seriam como uns macacos super-inteligentes. Pode ser também que um dia ensinem um macaco a jogar xadrez. E daí?

    Eles continuariam não tendo a inteligência que vem da alma espiritual pois esse é um atributo exclusivo dos seres humanos, por definição.

  21. @Felipe “maluco”: o que você fumou? Tá doidão? A lei não mais pune o usuário, mas suponho que a quantidade que você deve ter consumido dá cadeia.

    @Mallmal
    Suas dúvidas são justas, mas as perguntas são erradas porque parte de pressupostos errados. Não faz mal, quase todos os não-católicos fazem isso. Como não conhecem os conceitos — santos, Ssma. Trindade etc. — inferem-nos erradamente e fazem perguntas a partir dessas inferências.

    A Santíssima Trindade não é “três deuses”, isso é afirmado desde os primeiros séculos. Leia a história dos primeiros concílios (especialmente o de Nicéia e Constantinopla, séc. IV) e o que está afirmado nos símbolos, tanto o dos Apóstolos (vulgo “Credo”) e o Niceno-constantinopolitano, além dos conceitos de “homoousios”, natureza e substância invocados nesses debates.

    De forma mais simples, resumo dizendo que a Igreja nunca afirmou existirem “três deuses”. Esses concílios definem que Cristo é da mesma natureza de Deus (no pensamento grego, “a mesma natureza” significa, grosso modo, “é a mesma coisa”, então com isso não se pode entender “deuses”, senão um só Deus), e da mesma forma o Espírito Santo, “que procede do Pai e do Filho”. Tem 1.700 anos que a Igreja explica isso e, ainda que seja “complicado” ou um “mistério”, não significa que seja inexplicável ou ininteligível.

    Quanto aos santos, a Igreja nunca os considerou deuses, portanto sua pergunta sobre a “existência” deles ou — e aí é inferência minha — sobre o que fazem ou deixam de fazer não tem sentido.

    Abraços.

  22. Caro Jorge,

    E por falar em S. João Batista e música, se muitos veneram Santa Cecília como padroeira da música sacra — porque as atas de seu martírio registra que a santa, ouvindo o som dos instrumentos musicais nos festejos de seu casamento, elevou piedosamente seu coração a Deus dizendo: “Senhor, guardai sem mancha meu corpo e minha alma, para que não seja confundida!” –, por razão conexa deveriam não menos venerar o Santo da festa de hoje! Afinal, inspirando-se no hino “Ut quéant láxis” do ofício das segundas vésperas da Natividade de S. João Batista (segundo o tradicional Breviário Romano) é que o monge medieval Guido, de Arezzo (na antiga Toscana), batizou as notas da escala musical com as primeiras sílabas de cada verso da primeira estrofe, tal como as conhecemos modernamente de mil anos para cá.

    Quero dizer, se Santa Cecília elevou-se tão extraordinariamente a Deus pela ocasião de uma santa música, é o hino da liturgia de S. João que coteja a humilde preparação de um bom executante, vetor mesmo do que Santa Cecília ouvira:

    “UT queant laxis REsonare fibris
    MIra gestorum FAmuli tuorum
    SOlve poluti LAbi reactum
    Sancte Ioannes.

    Para que seus servos possam, com a
    voz, cantar seus feitos maravilhosos,
    limpai as manchas de nossos lábios
    sujos, Ó São João!

    Nuntius celso veniens Olympo,
    te patri magnum fore nasciturum,
    nomen et vitae seriem gerendae
    ordine promit.

    Um anjo veio dos céus para anunciar a seu pai a
    grandeza de seu nascimento, ditando o nome que
    você deveria levar e descobrindo o curso de seu
    destino.

    Ille promissi dubius superni
    perdidit promptae modulos loquelae:
    sed reformasti genitus peremptae
    organa vocis.

    Ele duvidou destas promessas divinas
    e foi privado do uso da fala; mas quando você
    nasceu recuperou a voz que tinha perdido.

    Ventris obstruso recubans cubili
    senseras Regem thalamo manentem
    hinc parens nati meritis uterque
    abdita pandit.

    Ainda preso ao peito de sua mãe, você sentia a
    presença do Rei na morada no útero de vestal.
    E profeta, antes de nascer, você revelou este
    mistério a seus pais.

    Sit decus Patri, genitaeque proli,
    et tibi compar utriusque virtus,
    Spiritus semper, Deus unus, omni
    temporis aevo. Amen.

    Glória ao Pai e ao Filho gerado; glória semelhante
    ao Espírito Santo que é nó de ambos, por todos os
    séculos. Amém.”

    A essa hora, alguns poucos monges e sacerdotes pelos cantos do mundo espalhados, a maioria dos quais atualmente tachada de cismática, devem estar entoando esse hino tal como sempre o foi de 1500 anos para cá.

    Que S. João Batista e Sta. Cecília intercedam por eles, e Nossa Senhora os cubra de graças e virtudes.

    Abraço,

    Antonio

  23. “Eu não sei o que é a “heurística da Teologia Católica”. O que quer dizer com isso?”

    Eu já cansei de usar hermenêutica… Acho que heurística é um termo mais adequado.

    “Os santos são as pessoas que estão no Céu e, lá, intercedem junto a Deus por nós.”

    Então… Não é estranho que um Deus onisciente precise de intermediários para preces?

    Além disso, outra pergunta. Os ‘santos’ são escolhidos por humanos. Ainda não passou o dia do juízo final. Quem garante que estão com Deus?

    Outra pergunta. Qual a fundamentação bíblica para a existência dos ‘santos’?

    “Obviamente somos monoteístas.”

    Obviamente vocês tem 3 deuses, santos, anjos, etc e se dizem monoteístas.

    “Não existe “categoria de divindade” dada aos santos.”

    Se você pode pedir algo ao santo, você o coloca em categoria de divindade.

    Para não alongar, vou fingir que não sei que pedir algo a Deus, santos ou a entidade qualquer (e esperar resposta) seja violar os dogmas de atemporalidade divina e de não-intervenção divina.

    Abraço.

  24. 1. “Os santos são as pessoas que estão no Céu e, lá, intercedem junto a Deus por nós.”
    Então… Não é estranho que um Deus onisciente precise de intermediários para preces?
    Não, não é estranho, pois isto é o pleno exercício da caridade que se prolonga nos céus e de forma mais perfeita do que havia aqui na terra, a preocupação dos Santos para com os irmãos que ficaram aqui na terra continua no céu, se eles (os santos) não podem mais nos ajudar com algum auxílio material podem nos auxiliar com suas preces diante de DEUS, e em nome de JESUS.

    Além disso, outra pergunta. Os ’santos’ são escolhidos por humanos. Ainda não passou o dia do juízo final. Quem garante que estão com Deus?

    O que garante que estão com DEUS são os exemplos de vida destes santos, são os seus frutos o qual JESUS já disse: “árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos. Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Pelos seus frutos os conhecereis. (Mt. 7, 17-20), São Paulo já indicavam exemplos a serem seguidos como modelos de fé em JESUS CRISTO: “Lembrai-vos de vossos guias que vos pregaram a palavra de Deus. Considerai como souberam encerrar a carreira. E imitai-lhes a fé.” (Hr. 13,7) assim como Tiago: “Tomai, irmãos, por modelo de paciência e de coragem os profetas, que falaram em nome do Senhor. Vós sabeis que felicitamos os que suportam os sofrimentos de Jó. Vós conheceis o fim em que o Senhor o colocou, porque o Senhor é misericordioso e compassivo.” (Tiago 5, 10-11)

    Outra pergunta. Qual a fundamentação bíblica para a existência dos ’santos’

    Diversas passagens apontam para a existência dos santos, porque mais do a existência deles é o fato que a vocação para o cristão é ser santo, e para junto de DEUS só vão os que estiverem santos, se não alcançaram a santidade plenamente neste mundo, DEUS providenciará que esta santidade que falte seja suprida em um estado em que a alma se encontra que nós católicos chamamos de purgatório, mas que fique bem claro que são aqueles que partem deste mundo na graça de DEUS mas não totalmente santos o suficiente para adentrar no recinto sagrado onde está DEUS, aqueles que partiram deste mundo renegando a DEUS, este nem o purgatório resolve o problema deles, porque partiram de maneira resoluta de não querer está com DEUS, e aí nem DEUS pode intervir para que um filho rebelde deste queira ficar em sua presença por toda a eternidade porque já fizeram sua escolha.

    Obviamente vocês tem 3 deuses, santos, anjos, etc e se dizem monoteístas

    Diante das resposta anteriores vou me eximir e dar uma resposta a esta frase, porque nós católicos conhecemos muito mais de nossa fé que os protestantes, ateus, espíritas, e por aí em diante, se esse pessoal todo insisti em querer dizer que somos politeístas só pode ser por ignorância ou má fé.

    “Não existe “categoria de divindade” dada aos santos.”

    Se você pode pedir algo ao santo, você o coloca em categoria de divindade.

    Se eu pedir a alguém que ore por mim, esta pessoa passa a ser deus?, ou um intercessor?, sendo assim, quando São Paulo pedia que fizesse orações por ele será que ele considerava aqueles para quem ele pedisse para intercede por ele como deuses: ” Orai por nós. Estamos persuadidos de ter a consciência em paz, pois estamos decididos a procurar o bem em tudo. Com o maior encarecimento, porém, vos rogo que oreis, para que mais depressa eu vos seja restituído.” (Hb. 13, 8-9), e assim há vários exemplos de pessoas pedindo a intercessão de umas para as outras sem uma divinizar as outras.

  25. @Malmall

    Dois comentários (novamente, outros comentaristas deixaram muito para você responder):

    Então… Não é estranho que um Deus onisciente precise de intermediários para preces?

    Além disso, outra pergunta. Os ’santos’ são escolhidos por humanos. Ainda não passou o dia do juízo final. Quem garante que estão com Deus?

    Primeiro, seria estranho se Deus fosse um “ser humano onisciente”, com nossas concepções de tempo, espaço, poder. Como Ele apenas É, nenhum questionamento do tipo “Deus precisa, Deus quer, Deus não pode” faz sentido. O que existe É conforme Deus É.

    Engraçado, não tinha pensado sobre essa “garantia” de os santos estarem com Deus. Mas, lembrando as citações do Sidnei, podemos ter certeza, pela nossa fé na misericórdia divina, que a pessoa está com Deus. O contrário é que não pode ser assumido (como não o é), de que uma pessoa está condenada. E o Juízo Final não tem muito a ver com essa história, já que é um outro novíssimo da humanidade (a morte, um dos novíssimos, aconteceu com os santos, mas ainda não conosco).

    “Obviamente somos monoteístas.”

    Obviamente vocês tem 3 deuses, santos, anjos, etc e se dizem monoteístas.

    Obviamente você está agindo com espírito de porco, porque não dá atenção para o que é escrito aqui, exceto se há brecha para você insistir em atacar. Por gentileza, procure ler sobre o que comentei acima, antes de soltar frases como essa.

    Abs

  26. Mallmal, só complementando o que já responderam:

    1. Favor não inventar termos. Nós não temos obrigação de entender o que significam as expressões dentro da lógica Mallmaliana. “Heurística da teologia” não existe; se quer saber como a Teologia Católica explica tal coisa, pergunte simplesmente como a Teologia Católica explica tal coisa.

    2. Sobre a garantia dos santos estarem com Deus, o ato da canonização está coberto pela infalibilidade pontifícia, segundo a opinião teológica mais comum. Mas isso, s.m.j., é passível de discussão. A hipótese do santo canonizado estar no inferno é, sinceramente, bizarra; seria necessário que o candidato a santo fosse um perfeito hipócrita e, apresentando virtudes heróicas diante do mundo, tivesse graves pecados ocultos (já que a vida pública é levada em conta no processo de canonização), bem como que Satanás tivesse feito “milagres” para a causa (já que são exigidos dois milagres para que alguém seja elevado à glória dos altares).

    3. Sobre a fundamentação bíblica, que seja expressa, eu me lembro de uma, do Segundo Livro dos Macabeus: “Em seguida havia aparecido do mesmo modo um homem com os cabelos todos brancos, de aparência muito venerável, e nimbado por uma admirável e magnífica majestade. Então, tomando a palavra, disse-lhe Onias: Eis o amigo de seus irmãos, aquele que reza muito pelo povo e pela cidade santa, Jeremias, o profeta de Deus” (IIMac 15, 13-14).

    4. Não, não somos politeístas [nosso Símbolo de Fé começa com Credo in Unum Deum!], poderíamos no máximo ser chamados de “tri-personalistas” (já que você gosta de inventar termos inúteis para não precisar se dedicar àqueles que existem). Atacar o Cristianismo [ou qualquer outra coisa] por coisas que Ele não acredita é muito fácil e qualquer menino de cinco anos de idade (se for mal caráter) faz. Que tal você se comportar como homem e debater com o Cristianismo sobre aquilo no qual Ele acredita?

    Abraços,
    Jorge

  27. Jorge,

    Para alguém ser considerado santo, também devem existir pelo menos três milagres feitos por intercessão dele.
    Se a pessoa está no inferno, é óbvio que não está junto de Deus para pedir algo.

  28. “Sobre a garantia dos santos estarem com Deus, o ato da canonização está coberto pela infalibilidade pontifícia, segundo a opinião teológica mais comum. Mas isso, s.m.j., é passível de discussão.”

    Concordo plenamente.

    “A hipótese do santo canonizado estar no inferno é, sinceramente, bizarra; seria necessário que o candidato a santo fosse um perfeito hipócrita e, apresentando virtudes heróicas diante do mundo, tivesse graves pecados ocultos”

    O que não é nada difícil dentro da rigidez pétrea dos pecados católicos. Sem entrar em maiores considerações, é extremamente improvável que todos os seus santos não tenham cometido sequer um pecado.

    “(já que são exigidos dois milagres para que alguém seja elevado à glória dos altares).”

    Pois é. Essa questão dos “milagres” também é interessante, sendo que a Santa Sé aceita qualquer porcaria como milagre. O site http://www.whywontgodhealamputees.com é resposta suficiente à sua afirmação. E milagres ferem a atemporalidade e a não-intervenção divinas.

    “Em seguida havia aparecido do mesmo modo um homem com os cabelos todos brancos, de aparência muito venerável, e nimbado por uma admirável e magnífica majestade. Então, tomando a palavra, disse-lhe Onias: Eis o amigo de seus irmãos, aquele que reza muito pelo povo e pela cidade santa, Jeremias, o profeta de Deus”

    Ter cabelos brancos, aparência venerável e rezar muito não me parece justificativa bíblica para a existência de santos. Dumbledore deve ser santo, então…

    “Não, não somos politeístas [nosso Símbolo de Fé começa com Credo in Unum Deum!], poderíamos no máximo ser chamados de “tri-personalistas”.”

    Use o eufemismo que quiser, Jorge. Em uma análise não-católica vocês são obviamente politeístas. Tanto que tiveram que inventar o “mistééééérioooo” da Santíssima Trindade para justificar essa postura…

    “Que tal você se comportar como homem e debater com o Cristianismo sobre aquilo no qual Ele acredita?”

    Ou seja, você só aceita uma discussão se eu aceitar todas as suas premissas? E a validação das premissas, onde fica? Isso é se comportar como homem ou como um fanático com medo da insustentabilidade de seus argumentos?

    Abraço! :)

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