Aprovado o Estatuto do Nascituro!

É com prazer que parabenizo a todos os que se manifestaram junto aos deputados pela aprovação do Estatuto do Nascituro, ou que rezaram nesta intenção. O substitutivo ao Projeto de Lei 478/07 foi aprovado hoje pela Comissão de Seguridade Social e Família.

Mas, ao que parece, nem tudo são flores. A notícia do site da Câmara, acima, diz o seguinte:

O texto define que a vida humana começa já na concepção. Diferentemente do que publicou a Agência Câmara de Notícias, o aborto nos casos de estupro não será proibido. Isso porque houve acordo na comissão para que a deputada ressalte em substitutivo que o aborto nos casos de estupro e de risco de vida para a mãe continua legalizado.

Não é nada bom. Primeiro, que os casos em que o aborto não é punido não podem ser chamados de “aborto legalizado”. Segundo, que este de “risco de vida para a mãe” jogado pela Agência de Notícias da Câmara simplesmente não existe (o Código Penal fala em “se não houver outro meio de salvar a vida da gestante”, o que é outra coisa bem diferente). Terceiro, que é uma absurda contradição um texto dizer que a vida se inicia na concepção e, ao mesmo tempo, dizer que esta vida inocente pode ser ceifada por conta dos crimes dos pais.

O projeto original, aliás, tinha um artigo que fulminava diretamente o aborto em casos de estupro:

Art. 12 É vedado ao Estado e aos particulares causar qualquer dano ao nascituro em razão de um ato delituoso cometido por algum de seus genitores.

Que “acordo” foi este citado pelo portal de notícias da Câmara, eu ainda não sei. Esperemos, e rezemos, porque ainda existe muita coisa por ser feita e muitas batalhas a travar. Enquanto isso, vale a pena ler o Relato da aprovação do Estatuto do Nascituro, publicado pelo Brasil Sem Aborto, do qual destaco:

Foi uma sessão tensa e muito demorada que durou mais de 4 horas. Um a um os requerimentos dos deputados contrários ao projeto foram sendo derrotados, até que por volta das 14h00 o presidente,  em exercício,  da Comissão de Seguridade Social e Família proclamou o resultado declarando aprovado o Estatuto do Nascituro.

Um passo. Ainda há muitos a caminhar. Que Nossa Senhora da Conceição Aparecida livre o Brasil da maldição do aborto.

Ler também: Estatuto do Nascituro aprovado na Câmara, do Ecclesia Una, com um vídeo do deputado Paes de Lira na sessão de hoje. Vejam lá.

Batismo na Forma Extraordinária

Há quinze dias, foi publicado um texto no Salvem a Liturgia! que eu – mea culpa! – deixei passar batido. Vejam lá.

Trata-se de um Batismo na Forma Extraordinária do Rito Romano, ocorrido aqui em Recife em outubro do ano passado. A pequena filha de Deus é a Ana Catarina Castro de Melo Pacheco, filha de Pacheco e Poliana (sobre cujo casamento inclusive escrevi aqui à época). O texto é da autoria do José Claudemir, e as fotos foram tiradas lá.

Há inclusive uma preciosa descrição de alguns aspectos do Rito do Batismo na Forma Extraordinária, cuja leitura eu recomendo. E aproveito para reiterar os meus votos de que Deus abençoe esta família amiga.

Tempos modernos!

14. Júlia, 44 anos, casada, natural da Bahia, católica, diarista. Seu marido está desempregado há 5 anos e faz uso frequente de bebida alcóolica. Procurou o posto de saúde, pois tem apresentado corrimento vaginal e dor pélvica. Há 5 anos não faz exame ginecológico. Com base nos dados apresentados, conclui-se que:

A) O uso de álcool pelo marido pouco influencia a vulnerabilidade da paciente.

B) O fato de a paciente ser mulher tem pouca influência na sua vulnerabilidade.

C) A religião da paciente influencia a sua vulnerabilidade.

D) O tratamento medicamentoso deve ser prescrito para a paciente e para o seu marido.

E) O exame colpocitológico deve ser realizado para a escolha do tratamento.

Organização Social Viva Comunidade
Processo Seletivo
Estratégia Saúde da Família – ESF
Prova de Enfermeiro

A resposta à questão acima, segundo o gabarito apresentado pela própria Fundação CEPERJ, é a letra ‘C’. Ou seja: a culpa é da Igreja Católica, que torna as mulheres mais “vulneráveis” ao contágio de doenças sexualmente transmissíveis adquiridas por maridos bêbados.

A prova foi aplicada no Rio de Janeiro, domingo passado (16 de maio de 2010). Eu não sou propriamente da área de saúde, então não sei responder quais são os problemas com as letras ‘D’ e ‘E’ da questão acima. Parece-me óbvio que tanto o marido quanto a mulher devem sofrer avaliação médica, e parece-me também óbvio que é necessário fazer algum exame (não sei se o “colpocitológico”, pois nem sei o que é isso) para determinar a natureza da doença venérea. No entanto, a resposta correcta não é nem uma e nem outra: na verdade, o correcto é criar um preconceito para com a Igreja Católica, e de tal maneira que o simples fato da dona Júlia ser católica já a coloca automaticamente num “grupo de risco” de maior vulnerabilidade.

E isto num exame seletivo! Ou seja, de acordo com a CEPERJ, estão aptos a serem contratados os profissionais de saúde que sejam preconceituosos, e que avaliem os riscos dos pacientes não com base em exames e laudos técnicos, hábitos alimentares ou de higiene, histórico de doenças ou comportamento de risco, nem nada disso – e sim com base na sua religião. Ser católico agora virou um comportamento de risco.

Com as bênçãos dos órgãos públicos cariocas (uma vez que o exame é de responsabilidade da “Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro”), então, a religião da paciente torna-se mais importante que o fato de já fazer tempo que ela não faz exames, ou do que os próprios sintomas por ela relatados. A religião (católica) da paciente influencia na sua vulnerabilidade – é isto que os futuros enfermeiros da OS Viva Comunidade devem saber. É curioso ver como horrendos preconceitos se revestem de uma roupagem moderna e passam a ser socialmente aceitos, de tal maneira que são colocados em um concurso público sem que os autores da prova corem de vergonha. Tempos modernos! Do jeito que as coisas andam, talvez caiba perguntar até quando o catolicismo vai ser “tolerado” – e quando é que o Estado vai passar a vê-lo como um inimigo a ser combatido e erradicado da sociedade moderna.

Olhai como se contradizem

Recebi por email este texto em espanhol que leva por título ¡Mirad cómo se apedrean!, e com o qual não posso concordar. A despeito de ele ter lá a sua pertinência, peca a meu ver, entre outros motivos graves, por ignorar um aspecto do Cristianismo que desde sempre esteve presente na Igreja Católica, desde o Seu Divino Fundador passando pelos católicos de todos os tempos: o duro combate travado contra os erros e heresias que sempre apareceram no seio da Igreja.

Não vou seguir o conselho do autor do texto de “[s]i no te gusta un articulista, no lo leas”. Já o li, já não gostei – porque o texto está errado – e vou escrever contra ele, sim. Vou apontar a minha opinião “con respeto”, como o sr. Jairo del Agua pede, mas não com respeito humano. Não sei se vai ser do agrado do blogueiro espanhol, mas nunca me preocupei com isso: caso ele não goste, eu não me incomodo nem um pouco com a tréplica que porventura venha.

Não é a “minha opinião” o que está em litígio aqui. Afirmações como as seguintes, que se encontram no texto, estão objetivamente erradas (ou pelo menos parecem tanto estar erradas que não podem ser aceitas sem maiores explicações), independente da “opinião” de quem quer que seja:

  • (…) estos “católicos de papel” prefieren cualquier papel doctrinal, por apolillado que esté, a la Escritura.
  • (…) todo compendio doctrinal requiere permanente actualización.
  • (…) parte del Catecismo oficial se ha quedado obsoleto.
  • [Estos católicos] se muestran como los nuevos fariseos.
  • (…) la vida del hombre sobre la tierra es progresiva -individual y colectivamente- como lo es la revelación del Espíritu.
  • Repetimos lo mismo que nuestro Señor censuró: el fanatismo, el rigorismo humano y la rigidez de una religión miope que se apega a lo secundario (letra, rito, doctrina y tradición) y olvida lo principal (el amor, el Espíritu y el camino a la plenitud).

Oras, onde está o “respeito” que o articulista exige, quando ele trata os outros por “católicos de papel”? Ou por “novos fariseus”? Por fanáticos? Onde o respeito pelos documentos da Igreja, chamando-os de apolillados [“carcomidos”, “puídos”]? Onde o respeito à Igreja, apodando-A de “religião míope” que – vejam só! – apega-Se a coisas “secundárias” como doutrina e tradição?

É precisamente por apegar-se a estas coisas que a Igreja permanece até hoje, e “reformadores” surgem e somem a cada dia. Dado o exposto, cabe sim perguntar – espero que perguntar não ofenda – se o articulista sabe o que é ser católico. Pois vejamos: qual a “atualização permanente” que a Doutrina exige? Onde e em que sentido o Catecismo “oficial” tornou-se “obsoleto”? Se a Revelação encerrou-se com a morte do último Apóstolo, como ensina a Doutrina Católica, o que entende o autor do texto ao dizer que ela é “progressiva”? Ou será que esta história de Revelação encerrada na morte do último Apóstolo é um dos pontos “obsoletos” do Catecismo?

Ora, que respeito de mão única é este, onde não se pode contradizer bobagem alguma que se apresente como “doutrina católica” mas onde é perfeitamente conforme “el amor, el Espíritu y el camino a la plenitud” chamar os outros de fanáticos e de fariseus?

Não censuro no sr. del Agua as invectivas. Censuro-lhe a escandalosa contradição. Porque, ao contrário do que ele diz, está perfeitamente conforme o espírito do Catolicismo ser duro – e até bem duro – contra os que falsificam a Doutrina Católica. Acho que já citei aqui o tratado de São Jerônimo contra Helvídio, do qual destaco somente um trecho – de tantos! – para ilustrar o que digo:

Há algum tempo, recebi o pedido de alguns irmãos para responder a um panfleto escrito por um tal Helvídio. Demorei para fazê-lo, não porque fosse tarefa difícil defender a verdade e refutar um ignorante sem cultura, que dificilmente tomou contato com os primeiros graus do saber, mas porque fiquei preocupado em oferecer uma resposta digna, que desmoronasse os seus argumentos.

Havia ainda a preocupação de que um discípulo confuso (o único sujeito do mundo que se considera clérigo e leigo; único também, como se diz, que pensa que a eloqüência consiste na tagarelice, e que falar mal de alguém torna o testemunho de boa fé) poderia passar a blasfemar ainda mais, caso lhe fosse dada outra oportunidade para discutir. Ele, então, como se estivesse sobre um pedestal, passaria a espalhar suas opiniões em todos os lugares.

Também temia que, quando caísse na realidade, passasse a atacar seus adversários de forma ainda mais ofensiva.

Mas, mesmo que eu achasse justos todos esses motivos para guardar silêncio, muito mais justamente deixaram de me influenciar a partir do instante em que um escândalo foi instaurado entre os irmãos, que passaram a acreditar nesse falatório. O machado do Evangelho deve agora cortar pela raiz essa árvore estéril, e tanto ela quanto suas folhagens sem frutos devem ser atiradas no fogo, de tal maneira que Helvídio – que jamais aprendeu a falar – possa aprender, finalmente, a controlar a sua língua.

E então? Também o Doutor da Igreja será chamado pelo sr. del Agua de novo fariseu defendendo obsoletas doutrinas carcomidas pelo tempo? Também o Cristianismo de São Jerônimo será colocado em dúvida? Afinal de contas, quem é que merece crédito neste embate? O Doutor da Igreja ou o blogueiro contraditório?

Não sei se esta resposta foi “respeitosa” da maneira que o Jairo del Agua gostaria. Mas eu não poderia fazê-la de outra maneira: não poderia deixar de protestar contra a incoerência do texto ou contra as sandices doutrinárias lá apregoadas. Se isso atrair sobre mim a fúria do sr. del Agua ou de outros como ele, eu sinceramente não me importo. Afinal, estou em boa companhia. E não escrevo para agradar a ele nem a ninguém, e sim para defender a Verdade contra os erros. Mesmo que isso implique no emprego de uma “santa violência”. Como – repito – sempre foi costume na Igreja de Nosso Senhor, embora alguns ainda não o tenham percebido.

God wills it!

Porque há espaço para todos nos batalhões do Senhor dos Exércitos!

Fonte: American Papist (CatholicVoteAction.org)

Moral da história: a alma faz o cruzado. Ou “uma resposta generosa a Deus faz milagres”. Ou “o que fazemos é mais importante do que o que somos”. Ou “mais vale um Gato Guerreiro do que um Scooby Doo”.

O falso padre do Morumbi e Teologia Sacramental

Certas notícias nos deixam perplexos. Foi o caso de um “falso padre”, membro da Igreja Católica Apostólica Brasileira Missionária [p.s.: ver “este formal comunicado”], que durante dois anos atuou em uma das maiores paróquias da região do Morumbi, a de São Pedro e São Paulo, sem que ninguém parecesse se preocupar com isso.

Durante este tempo, o pe. José Francisco de Lima celebrou missas, batizados, confissões e casamentos. A primeira pergunta feita pelos fiéis quando souberem que ele não era padre católico foi a mais natural possível: e quanto à validade dos sacramentos por ele ministrados ao longo destes dois anos?

Em uma matéria veiculada hoje na Folha de São Paulo (aqui, para assinantes), foram feitas as seguintes declarações:

Validade dos sacramentos

“Todos que foram assistidos pelo ministério do falso padre […] no tocante aos sacramentos do batismo, do matrimônio e da própria penitência, podem ficar tranquilos quanto à validade porque nesse caso a boa-fé dos fiéis é contemplada e a igreja, sendo mãe solicita e benigna, supre a eficácia sacramental”, diz a nota [da Diocese de Campo Limpo].

A posição é contrária à defendida pelo padre Geraldo Martins Dias, da área de comunicação da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Em entrevista à Folha na semana passada, disse que os sacramentos ministrados por falsos padres não têm validade.

Para o especialista em direito canônico e professor da PUC Edson Chagas Pacondes, a igreja tem o direito de suprir os sacramentos pois foi enganada.

Ele explica que não há problemas no batismo, que por regra é ministrado por um padre, mas pode também ser dado por outra pessoa em situações excepcionais. Já no matrimônio, os ministros são os próprios noivos, e o padre é uma testemunha qualificada.

O perdão e a eucaristia é que não poderiam ser ministrados por alguém que não tenha recebido o sacramento da ordem. Teoricamente, não seriam válidos, mas a igreja tem o poder de validá-los, afirma Pacondes.

Em resumo, um verdadeiro festival de informações desencontradas. Como cada Sacramento é um Sacramento, separemos as coisas para melhor as entender.

1. Batismo

O ministro do Batismo é qualquer pessoa – até mesmo um herege ou um ateu – que derrame água na cabeça do batizando e pronuncie corretamente a fórmula “eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Portanto, os batismos ministrados pelo pe. José Francisco são, em princípio, válidos sem maiores problemas.

2. Eucaristia

Para a Eucaristia, exige-se um sacerdote ordenado. Não sei se o pe. José Francisco é validamente ordenado; caso ele seja, as missas por ele celebradas foram válidas porém ilícitas e, caso não seja, foram inválidas. No entanto, os fiéis que, em boa fé, assistiram a missa dominical celebrada pelo padre da Igreja Brasileira Missionária não cometeram pecado, mesmo que a missa tenha sido inválida, uma vez que não tinham como adivinhar que o sacerdote que estava naquela paróquia era um impostor. Quanto a isso, também não há maiores problemas.

3. Confissão

Aqui a coisa começa a ficar complicada. Para a validade do Sacramento da Confissão, exige-se não apenas a potestade de perdoar pecados (que possuem apenas os ministros ordenados – os leigos, não) como também a jurisdição para fazê-lo.

Se o pe. José Francisco é sacerdote validamente ordenado (coisa que não sei), as confissões feitas a ele seriam inválidas por ausência de jurisdição. Entretanto, existe um princípio do Direito Canônico de suplência da Igreja – Supplet Ecclesia – que diz que, no erro comum de fato ou de direito, a Igreja supre a falta de jurisdição do sacerdote, tornando válido o Sacramento que, sem isso, não o seria, em benefício do penitente que não tem culpa da confusão toda. Em poucas palavras: em sendo, o falso padre, sacerdote validamente ordenado, e em não sabendo os fiéis que ele não possuía jurisdição, o Sacramento é válido pela aplicação do princípio acima mencionado. Peca o sacerdote por estar fazendo o que não deve, mas os fiéis recebem a graça sacramental.

Se o pe. José Francisco não for sacerdote ordenado, não existe suplência da Igreja e, portanto, as Confissões são inválidas mesmo. Em atenção à ignorância e à boa vontade do fiel, é possível que Deus conceda a Graça do perdão extra-sacramentalmente em casos assim; em todo o caso, sem dúvidas não cometem “pecados adicionais” quem se confessou com o falso padre e, por isso, julgou de boa fé estar confessado e em estado de Graça. Se eu fosse perguntado, recomendaria repetir a(s) confissão(ões) com um sacerdote verdadeiro assim que seja possível.

4. Matrimônio

Para católicos, a validade do Matrimônio depende da forma canônica, ou seja, da presença de uma testemunha qualificada da Igreja. O falso padre não é uma testemunha qualificada e, por isso, os Matrimônios por ele assistidos são todos inválidos, (salvo gravíssimo engano) aqui não cabendo suplência.

Aqui não importa se o falso padre é sacerdote ordenado ou não; não sendo católico, não é testemunha qualificada e, portanto, não pode receber o consentimento dos noivos.

Não pecam os católicos que, de boa fé, casaram-se na presença deste padre, mas a situação precisa ser regularizada. A sanatio in radice é o ato jurídico que, no meu entender, cabe em casos assim. Salvo melhor juízo, é possível até mesmo que o bispo faça uma sanatio geral, para todos os casos (já que são todos iguais) em que há a deficiência da forma canônica por causa da irresponsabilidade e da total falta de respeito do pe. José Francisco. É possível até mesmo que o bispo já a tenha feito, sendo talvez oportuna uma consulta à Diocese para confirmar isto.

Por fim, não poderia deixar de protestar (a) contra a irresponsabilidade da paróquia, que deixou por dois anos um sujeito atender espiritualmente aos fiéis sem ser padre católico; (b) contra o próprio padre, que não teve a menor consideração com a Fé alheia e deliberadamente fingiu ser uma coisa que não era, pouco se importando com a Fé Católica ou os cânones do Direito Canônico da Igreja; e (c) contra as reportagens, que divulgaram informações malucas e desencontradas sobre o assunto, provavelmente lançando os fiéis em mais confusão do que eles já estavam com semelhantes notícias. Rezemos para que casos assim não tornem a se repetir.

URGENTE – Votação do Estatuto do Nascituro

Reproduzo na íntegra o email que recebi do Rodrigo Pedroso, sobre a votação do “Estatuto do Nascituro” que está programada para amanhã, quarta-feira, dia 19 de maio de 2010, na Câmara dos Deputados.

A mensagem que recebi contém os emails, telefones e faxes dos deputados que fazem parte da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), onde o projeto será apreciado. Faço coro ao pedido do Rodrigo, para que entremos em contato com os senhores deputados pedindo-lhes pela aprovação, o quanto antes, do referido projeto.

A lista que o Rodrigo disponibilizou contém os deputados titulares e os suplentes, separados entre os que têm posição conhecida a favor da vida e os que não têm. Importa escrevermos para todos, animando os que já se manifestaram favoravelmente ao projeto e pressionando os indecisos / contrários ao projeto para que votem a seu favor.

* * *

Prezados amigos

Está em votação na CSSF (Comissão de Seguridade Social e Família), da Câmara dos Deputados, o projeto do Estatuto do Nascituro (projeto de lei n. 478/2008).

O Estatuto do Nascituro, a ser aprovado, vem preencher uma importante lacuna na legislação brasileira. Ele reconhece o direito à vida desde o momento da concepção e elenca todos os direitos inerentes à criança por nascer, tornando integral a proteção ao nascituro.

O texto do projeto, com sua exposição de motivos, pode ser lido na íntegra no seguinte endereço:

http://www.camara.gov.br/sileg/integras/747985.pdf

Por isso, esta mensagem é para pedir a vocês que telefonem e enviem faxes e e-mails aos membros da Comissão de Seguridade Social e Família, que já se comprometeram com o projeto, pedindo-lhes que compareçam à sessão da manhã do dia 19 de maio de 2010, no plenário 7 do anexo II do Congresso Nacional, para votarem a favor do Estatuto do Nascituro.

Aos deputados que ainda estão indecisos, também é bom entrar em contato com eles, por telefone, fax e correio eletrônico, manifestando-lhes quanto é importante que se posicionem em defesa da vida.

Muito obrigado por todo o bem que puderem fazer,

Rodrigo R. Pedroso.

TELEFONES E CORREIOS ELETRÔNICOS DOS DEPUTADOS DA CSSF (Comissão de Seguridade Social e Família).

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Congresso Eucarístico em Brasília

Foi celebrado um Pontifical em Brasília, por ocasião do XVI Congresso Eucarístico Nacional. Provavelmente é o primeiro Pontifical lá celebrado em décadas. Aliás, é provavelmente o primeiro Pontifical celebrado desde que a Sé foi elevada à dignidade de Arquidiocese, coisa que só se deu com Paulo VI em 1966.

A Archidioecesis Brasiliapolitanus teve a honra de receber o XVI Congresso Eucarístico. Se não me falha a memória, além da Forma Extraordinária do Rito Romano, foram também celebradas missas em diversos ritos orientais. Só por curiosidade, procurei o site do Congresso Eucarístico anterior, o de 2006; mas estava desativado. Encontrei um blog sobre ele, ainda ativo. Lá, encontrei a Programação Geral de 2006, na qual consta até mesmo o nome de J. B. Libânio…

Encontrei a programação das celebrações eucarísticas de 2006. No sábado, houve uma “Celebração Eucarística em Latim”, que eu não sei do que se trata – se o Ordo de Paulo VI em latim, ou se a missa tridentina. Inclino-me pela primeira opção, até porque o Summorum Pontificum não fora ainda publicado. Mas já havia a Administração Apostólica São João Maria Vianney. Já havia quem pudesse celebrar um Pontifical. Por que não foi celebrado?

Este final de semana, em Brasília, Dom Rifan celebrou na presença de oito bispos. Isso me lembra uma coisa que o pe. Clécio comentou no ano passado. Os cardeais sempre puderam usar o Missal Antigo, mas não o usavam. Salvo melhor juízo, os bispos também. Só agora, no entanto, é que nós vemos oito bispos, em assistência pontifícia, em um Pontifical celebrado em um Congresso Nacional. É o “efeito Bento XVI”. Os influxos benéficos deste grande Papa são notórios. Que o Senhor lhe conceda longa vida! Ad utilitatem nostram, totiusque Ecclesiae Suae Sanctae.

“Eu venci o mundo” – São Paulino de Nola

Fonte: Evangelho Quotidiano

Segunda-feira da 7ª semana da Páscoa : Jn 16,29-33

Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Paulino de Nola (355-431), bispo
Carta 38, 3-4: PL 61, 359-360

«No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!»

Desde a origem do mundo que Cristo sofre em todos os Seus. Ele é «o princípio e o fim» (Ap 1, 8); escondido na lei, revelado no Evangelho, Ele é o Senhor «sempre admirável», que sofre e triunfa «nos Seus santos» (2Ts 1, 10; Sl 67, 36 LXX). Em Abel, foi assassinado pelo irmão; em Noé, foi ridicularizado pelo filho; em Abraão, conheceu o exílio; em Isaac, foi oferecido em sacrifício; em Jacob, foi reduzido a servo; em José, foi vendido; em Moisés, foi abandonado e rejeitado; nos profetas, foi lapidado e dilacerado; nos apóstolos, foi perseguido em terra e no mar; nos Seus inúmeros mártires, foi torturado e assassinado. É Ele quem, ainda hoje, carrega a nossa fraqueza e as nossas doenças, porque Ele é o verdadeiro homem, exposto por nós a todos os males e capaz de tomar a Seu cargo a fraqueza que, sem Ele, seríamos totalmente incapazes de suportar. É Ele, sim, é Ele que carrega em nós e por nós o peso do mundo para nos libertar dele; e assim, é «na fraqueza que a Minha força se revela totalmente» (2Cor 12,9). É Ele que em ti suporta o desprezo, é Ele que este mundo odeia em ti.

Demos graças ao Senhor, porque se Ele é posto em causa, também é Ele que recebe a vitória (cf. Rm 3, 4). Segundo esta palavra da Escritura, é Ele quem triunfa em nós quando, ao tomar a condição de servo, adquire para os Seus servos a graça da liberdade.

©Evangelizo.org 2001-2010

Na Ascensão do Senhor

Hoje é a solenidade da Ascensão do Senhor Jesus aos Céus. Após a leitura do Evangelho, o Círio Pascal – que desde o Sábado de Aleluia ardia em nossas igrejas – é apagado. Isto significa (conforme explicou o reverendíssimo sacerdote na Missa que assisti pela manhã) que a Santíssima Humanidade de Nosso Senhor agora Se esconde aos nossos olhos. O Senhor subiu ao toque da trombeta, e encerrou aquela particular página da História iniciada na Encarnação. Hoje se celebra o último Mistério do Verbo Encarnado.

Volta ao Pai, mas permanece conosco: na Graça Santificante semeada nas almas dos que n’Ele creram, na força do Espírito Santo cuja vinda celebraremos na próxima semana, e de um modo especialíssimo na Sagrada Eucaristia – onde está com Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Mas a Sua Humanidade agora está escondida, até mesmo na presença real do Santíssimo Sacramento do altar. Como cantamos no Adoro Te Devote: “In cruce latebat sola Deitas / At hic latet simul et humanitas”. Na versão brasileira mais conhecida: “lá na Cruz Se escondia a Tua Divindade, / mas aqui também Se esconde Tua Humanidade”. Na festa de hoje, celebramos a ocultação aos nossos olhos da Santíssima Humanidade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Está escondida a nós, acessível somente pela Fé, até o dia da Sua Segunda Vinda Gloriosa.

Mas a festa de hoje não faz as vezes de uma “Revelação às avessas”, como se poderia pensar à primeira vista. A Ascensão de Nosso Senhor não é para torná-Lo inacessível a nós. Ao contrário; Ele subiu aos Céus – como disse expressamente nos Evangelhos – para preparar-nos um lugar. Subiu aos Céus para, na expressão clássica, entronizar a nossa humanidade no seio da Trindade Santa. Na festa de hoje, a natureza humana é exaltada de uma maneira tal que seria inconcebível fora da Revelação Cristã: Nosso Senhor, que é Deus, participa da mesma humanidade da qual nós participamos.

E a leva conSigo aos Céus, quer dizer: a humanidade de Nosso Senhor não se trata meramente de um “instrumento” temporário do qual Deus fez uso em algum momento da História, para algum propósito, e depois descartou. Não; na Encarnação, é como se a natureza humana se tornasse parte constituinte de Deus. Ao voltar aos Céus, o Verbo não volta “como veio”, i.e., puro espírito: volta com o Seu Corpo e Sua Alma. Volta 100% homem.

Volta aos Céus com a nossa natureza! Além de nos inflamar com um profundo desejo do Céu – afinal de contas, a nossa natureza humana, elevada à esfera sobrenatural graças à Encarnação do Verbo, tende agora para o infinito, tende agora para a Vida Eterna -, a consideração destas verdades deve também provocar em nós um profundo senso de respeito para com a nossa humanidade. Afinal, é um corpo como este, são olhos como estes, são mãos como estas, pés como estes, enfim, é uma natureza humana como a minha que está hoje sentada à direita de Deus Pai. E, como corruptio optimi pessima est, o mau uso da nossa humanidade é hoje abissalmente mais degradante e mais grave do que o era, p.ex., para os pagãos que viviam antes da Encarnação do Verbo. Cuidemos com atenção e zelo daquilo que compartilhamos com o Deus Todo-Poderoso!

E que a Virgem Santíssima nos ajude neste Vale de Lágrimas. Que Ela – ainda estamos no mês de Maio a esta Boa Senhora dedicado – possa ser em nosso favor, e que por Seus méritos e preces mereçamos um dia alcançar o lugar que Nosso Senhor foi aos Céus preparar para nós.