Keep Calm and defend life: abortistas vêm perdendo desde Roe v. Wade!

Alvissareira capa da TIME! Vi no Secretum Meum Mihi; o LifeNews.com também publicou.

Time Jan-14-2013 cover

“Quarenta anos atrás, os ativistas pró-aborto conquistaram uma vitória épica com Roe v. Wade. E vêm perdendo desde então”.

São os próprios abortistas que o dizem! Quanto a nós, basta mantermos a calma e seguirmos defendendo a vida. A abominação não pode durar pra sempre. O terror há de passar.

“O susto e a maravilha do bebê que chega logo”

Achei deliciosamente provocante esta imagem abaixo sobre o feminismo que está circulando no Facebook. Estampa uma frase de um texto de Chesterton sobre controle de natalidade que eu não sei se existe traduzido para o português; no entanto, de um excelente frasista como Chesterton sempre vale a pena ler uma única proposição que seja.

feminismo

Ela complementa um outro texto da Lúcia Guimarães que eu lia recentemente no Estadão. Não conheço as posições religiosas da autora do artigo, mas fica claro pelo texto que não se trata de nenhuma fundamentalista cristã despejando misoginia na internet; na feliz expressão do amigo que me indicou o texto, o que parece é que ela, simplesmente, deparou-se com a imposição da realidade. Longe de fazer apologia ideológica, ela fala com aquela constatação mais básica do mundo ao seu redor que tanto falta às militantes feministas radicais.

Não preciso me debruçar sobre publicações médicas para observar o que mudou para pior. No começo, ao notar a idade das mães que empurram carrinhos no meu bairro, um epicentro de adoções e casais ambiciosos que adiam a primeira gravidez, olhava com admiração a elaborada dedicação ao ritual reprodutivo planejado. O sucesso profissional exige mais anos de instrução superior. Educação e saúde de boa qualidade se tornaram luxo. Mas estas crianças do meu bairro começaram a falar e se manifestar como pequenos Mussolinis. Dominam as refeições noturnas. Não conseguem se distrair sozinhas. São exibidas como troféus. Seus ombros suportam o mundo e ele pesa mais do que a mão de um adulto narcisista e ansioso.

As objeções ao adiamento da gravidez apresentadas no artigo são as mais naturalistas possíveis; os problemas dos «filhos dos chamados pais-avós» são de ordem biológica, econômica, social, como p.ex.:

  1. são «mais afligidos por mutações genéticas»;
  2. têm mais «problemas de desenvolvimento psicológico»;
  3. estão «expostos ao trauma da perda prematura dos pais»;
  4. estão sujeitos ao «fardo de cuidar de idosos no começo da vida profissional».

Tudo isso está dentro da esfera de estudos das ciências naturais e mesmo do senso comum; ninguém precisa ser católico para o constatar. Mais vai harmonicamente ao encontro daquilo que a Igreja, que tem o irritante costume de sempre estar certa, ensinou e praticou ao longo dos séculos. O Código de Direito Canônico vigente estabelece o seguinte quanto à idade mínima para a contração de núpcias:

Cân. 1083 — § 1. O homem antes de dezasseis anos completos de idade e a mulher antes de catorze anos também completos não podem contrair matrimónio válido.

O parágrafo seguinte diz que as Conferências Nacionais «podem estabelecer uma idade superior para a celebração lícita do matrimónio» (ibid., §2). Parece-me que, no Brasil, a CNBB exige a idade de dezesseis e dezoito anos, respectivamente para a mulher e o homem que desejam contrair núpcias. Mas eu chamo a atenção para a escolha dos adjetivos: se a mulher tem menos de 14 anos o Matrimônio não é válido (i.e., não existe Matrimônio), mas a partir daí só cabe falar em liceidade das núpcias – isto é, se uma coisa (pressupostamente válida) pode ou não ser feita. Em outras palavras: uma mulher de 14 anos sempre pode receber o Sacramento do Matrimônio (logicamente, com um homem de dezesseis anos ou mais), mas em algumas circunstâncias ela não o deve fazer. Já uma mulher de treze anos não pode recebê-lo absolutamente [a propósito, e para reforçar a tese, esta é a mesma idade – 14 e 16 anos – que constava no CIC de 1917].

Graças principalmente ao feminismo ironizado por Chesterton no começo deste artigo, estas idades soam completamente irreais nos dias de hoje. Ouve-se falar – e muito! – em mil e um pré-requisitos a serem cumpridos pelas mulheres antes que elas possam sequer cogitar o ingresso na vida matrimonial; na arguta constatação da Lúcia Guimarães, hoje em dia «[é] impossível desvincular a fertilidade do mercado de trabalho hostil à procriação e da ideia de que procriar cedo é um problema da mulher». No entanto, é preciso ter a ousadia de questionar o paradigma vigente e de tentar, ao menos, cogitar a hipótese de que as coisas possam ser diferentes – mesmo que isto seja hoje muito dificultado pelas atuais conjunturas em que vivemos.

É preciso defender, ao menos como possível e desejável, o casamento já no desabrochar da juventude. Se não é possível chegar à idade canônica, ao menos que nos esforcemos para não nos afastarmos demasiado dela sem justa causa; se formos forçados a adiá-la, ao menos que isto seja feito com a consciência de que se trata de um mal a nós imposto pelo modelo de vida que hoje se leva. E termino citando mais uma vez a articulista do Estadão: oxalá as pessoas possam ter a graça de «redescobrir o susto e a maravilha do bebê que chega logo». Mesmo com todas as dificuldades que disso possam advir; «[m]esmo que ele ainda não tenha um berço para repousar».

“Jovens do Brasil” e a JMJ Rio 2013

O perfil do Jornal Hoje no Facebook anunciou que «o Jovens do Brasil está de volta» (acho que é um quadro do Jornal) e perguntou aos internautas:

Qual assunto você quer ver no Jornal Hoje?

De ontem para hoje a página foi completamente invadida por usuários pedindo para que o assunto seja a Jornada Mundial da Juventude que acontecerá este ano no Rio de Janeiro. Neste momento estamos com mais 4.000 comentários (e aumentando!), dos quais pelo menos 3.000 pedem para que o programa aborde a JMJ.

jornal-hoje-jmj

E “os laicista pira”!

Deus lo Vult!: Restrospectiva 2012

Mais um ano terminou e, com o fim de 2012, gostaria de presentear os meus leitores com uma retrospectiva do que se passou por aqui ao longo deste ano. Selecionei os artigos abaixo dentre os que julguei mais relevantes neste espaço virtual em 2012; quem os acompanhou vai poder relembrá-los e, quem ainda não os viu, pode aproveitar a oportunidade para uma leitura, que julgo valer a pena.

Janeiro: o ano começou com um ataque – e da pena de um padre! – à Igreja Católica por conta de um Seu alegado “machismo”, que foi aqui respondido. Também foi em janeiro que o deputado Jean Wyllys deu o seu primeiro chilique contra o Papa Bento XVI; iniciei falando sobre isso aqui e, entre diversos outros textos que foram publicados sobre o mesmo assunto, vale mencionar a repercussão do tema no Twitter. Também em janeiro apareceu a pérola de uma intimação do MPF movida contra a Igreja Católica por conta de um texto alegadamente “homofóbico” que fora publicado num boletim da Universidade de Londrina.

Fevereiro: Fevereiro começou com o Laerte de saias em um banheiro feminino. Foi neste mês que nós começamos a denunciar a ampla legalização do aborto no projeto de Reforma do Código Penal. Ao mesmo tempo, aqui na nossa Facvldade de Direito, uma dissertação de Mestrado de um amigo sobre os direitos do nascituro era aprovada com distinção pela Banca Examinadora. A ministra Eleonora Menicucci foi nomeada para a Secretaria das Mulheres, e começou a mostrar a sua inépcia a nível mundial quando foi confrontada com um número totalmente absurdo de alegadas mortes maternas por ano decorrentes de aborto clandestino. E, claro, como diz a canção, em Fevereiro tem Carnaval.

Março: Refutei uma carta contra o pe. Paulo Ricardo que circulava oficiosamente pela internet. Nas manifestações do Senado comemorativas do Dia da Mulher, uma brasileira de verdade tomou o microfone e disse umas poucas e boas à corja de feministas que, ao contrário do que dizem, não representam as mulheres do Brasil. No auge da polêmica sobre os crucifixos em espaços públicos, o ex-ministro do STF Paulo Brossard escreveu umas belas linhas em defesa da Cruz. Inspirado na Campanha da Fraternidade, escrevi uma meditação sobre a Jerusalém Celeste que se esconde para além deste Vale de Lágrimas em que vivemos; e, na iminência do julgamento do STF sobre o aborto de crianças anencéfalas, tomei abertamente partido pelo direito da criança nascer, independente de quem seja a sua mãe.

Abril: Semana Santa, e a maior das tristezas da Sexta-Feira Santa. Este ano a tristeza era ainda maior porque, poucos dias depois, o STF mostrava de novo as suas garras e dizia que crianças deficientes podiam ser assassinadas se as suas mães o desejassem. Escrevi uma pequena meditação sobre o silêncio do Cânon Romano na Forma Extraordinária do Rito Romano; e, no sétimo ano do Pontificado de Bento XVI, a Gazeta do Povo publicou um artigo de minha autoria sobre o Papa.

Maio: Desmascarei aqui uma “sentença” da Inquisição contra o pe. António Vieira que o Estadão inventou para atacar gratuitamente a Igreja. Fui ao sul do país para presenciar o casamento de um grande amigo, e aproveitei para escrever algumas linhas sobre a união entre Cristo e a Igreja. Registrei aqui o meu protesto contra a Marcha das Vadias e as suas militantes com as tetas à mostra.

Junho: Mais um padre resolveu atacar a Igreja, desta vez despejando o seu veneno sobre a Santíssima Eucaristia; mais uma vez eu me levantei aqui para defender o Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo. Denunciei aqui a nova estratégia abortista do Governo, com a sua “redução de danos” para aborto ilegal. Respondi também a uma campanha idiota e hipócrita surgida nas redes sociais sobre o “Trono de Ouro” do Papa. Em junho o grande bispo de Guarulhos, D. Luiz Gonzaga Bergonzini, foi chamado às hostes celestiais para, de lá, fornecer-nos valoroso apoio na luta pró-vida; e, baseado numa conversa de almoço com um amigo, sobre filhos, defendi o verdadeiro direito de os escolher.

Julho: Respondi a outra campanha idiota das redes sociais sobre religiosidade e hipocrisia, e também a um comentário TL materialista que fora publicado n’O Domingo da Paulus. Em julho perdemos também o grande Card. Sales, e as imagens do seu funeral eram um belíssimo símbolo de Fé. Também em julho morreu – aos dois anos e meio – a pequena Vitória de Cristo, diagnosticada com anencefalia ao nascer. Em dois episódios neste mês a intolerância da militância anti-católica mostrou-se sem máscaras: na repercussão contra o Carlos Ramalhete por conta de um artigo sobre a Marcha das Vadias e nos protestos virulentos contra a Chick-Fil-A por sua posição contra o “casamento” gay.

Agosto: Em Agosto nós tiramos do ar um site que vendia medicamento abortivo no Brasil. Aos quinze dias deste mês celebra-se a Festa da Assunção da Virgem Santíssima, e escrevi-Lhe algumas linhas de louvor aqui. Com a morte do astronauta Neil Armstrong, lembrei que a viagem à Lua era um hino de louvor a Deus. E, ao escrever contra a adoção de crianças por duplas de homossexuais, o Carlos Ramalhete transformou-se em alvo da truculência da turba de bárbaros apoiadores desta insensatez.

Setembro: Na esteira da autorização do STF para o assassinato de crianças anencéfalas, como era de se esperar, aumentou o rol dos que podem ser mortos “legalmente” e um juiz autorizou o assassinato de uma criança com uma deficiência que não era anencefalia. O caso “Pernambuco não te quer” também ganhou as manchetes de jornais em setembro. Este ano, mais uma vez e infelizmente, a Arquidiocese de Olinda e Recife fez-se presente – na pessoa do Metropolita – a um evento esquerdopata no Sete de Setembro. No meio da polêmica sobre um fragmento de papiro que poderia insinuar ter sido Cristo casado, mostrei aqui que isto faz diferença dentro do Cristianismo sim. Visitando uma igreja fechada para reformas no centro da cidade do Recife, escrevi umas pequenas memórias. E, last but not least, foi neste mês a belíssima noite em que eu fui Cristo celebrando um Sacramento diante do Altar de Deus.

Outubro: Em meio à euforia generalizada por conta do julgamento do Mensalão conduzido implacavelmente pelo STF, busquei trazer as pessoas de volta à realidade lembrando que não há juízes em Brasília. Aproveitando a celebração do patrono da educação brasileira, falei um pouco sobre os frutos podres da pedagogia de Paulo Freire. Tivemos belas notícias: o “Sim à Vida!” em Recife foi mais uma vez um sucesso e conhecemos a belíssima história do pe. Michel Marie Zanotti Sorkine, pároco de Marselha. Num raro momento de mostrar-se sem máscaras, um seminário LGBT propôs explicitamente a desconstrução da cultura judaico-cristã como objetivo da luta do movimento gay. E, após a dor e destruição provocadas nos USA pelo furacão Sandy, uma imagem da Santíssima Virgem permanecia em pé no meio da desolação.

Novembro: Escrevi esta reflexão sobre o sentido da vida e o pecado contra o Espírito Santo. Levantei minhas armas contra a cruzada fundamentalista atéia que intentava banir o “Deus seja louvado!” das cédulas de Real. Referente ao “casamento” gay, dissertei um pouco sobre mudanças legislativas e militâncias políticas. Teci alguns comentários sobre a crise em que estavam as universidades católicas brasileiras, em particular as PUCs do Paraná e de São Paulo. E recolhi esta preciosa confissão de alguns protestantes: os Padres do Cristianismo primitivo são, de fato, os pais da Igreja Católica Apostólica Romana.

Dezembro: Contra os que dizem ser necessário à Igreja “abrir-Se” aos costumes modernos, demonstrei que – na verdade – os homens querem é ouvir falar de Deus. Sobre a legislação “anti-gay” da Uganda, eu falei e refalei aqui. Na morte do Niemeyer e na missa de corpo presente à qual teve direito o defunto ateu, escrevi este texto. Para desmascarar as mentiras abortistas sobre o grande número de mortes maternas decorrentes de abortos ilegais, trouxe estes dados: na Dinamarca, onde o aborto é legalizado há décadas, a mortalidade das mulheres que abortam é três vezes maior do que a das que não abortam. O Jean Wyllys voltou a dar piti contra o Papa, e eu voltei a confrontá-lo aqui no blog. Por fim, diante do massacre na escola infantil de Sandy Hook (e das discussões sobre controle de armas que se lhe seguiram), lembrei que, geralmente, quando a polícia chega a chacina já está feita.

E é este o balanço do ano. A quem interessar, disponibilizo também o simpático relatório do Jetpack sobre o blog, do qual colho as seguintes informações estatísticas: o blog foi visitado 430.000 vezes em 2012, ano no qual foram publicados 326 novos posts. É quase um por dia; é uma boa meta. O blog recebeu visitas de 114 países: naturalmente, Brasil e Portugal têm o maior número de acessos, até por questões de afinidades lingüísticas. Mas da Itália vieram-me mais visitantes do que de todos os demais países da América do Sul somados; mais até do que de Angola ou de Moçambique, onde se fala português – e isto me foi uma grata surpresa.

Aos meus leitores, um feliz Ano-Novo! Que a Santíssima Virgem nos guarde a todos, e que o Seu Divino Filho aja para com todos com liberalidade. E que nós saibamos demonstrar bravura e coragem no enfrentamento das batalhas que 2013 nos reserva.