Desperdícios de tempo e de energia

Parece haver um grave problema de conteúdo nas nossas redes sociais, mesmo naquelas ditas “conservadoras”. Metade do tempo se gasta com superficialidades manifestas; a outra metade, dando demasiada atenção àquilo que em si mesmo tem pouca relevância. Por exemplo: parece que a política — e, por política, refiro-me principalmente à política partidária — ocupa um espaço desproporcional naquilo sobre o que se fala, que se curte e que se compartilha. Mesmo entre católicos. Isso, além de monotemático (e, em consequência, maçante), é também equivocado: porque uma visão política simplesmente contrária à esquerda não é, por si só, sinônimo de verdadeiro progresso civilizacional; e, principalmente!, não se lhe pode confundir com uma visão de mundo católica.

Que não se me entenda mal. Este blog já falou bastante sobre política e incluso sobre eleições; este autor está convencido de que esses assuntos precisam, sim, ser debatidos e assumidos também pelos católicos enquanto tais — porque é preciso exorcizar da vida pública o espectro agourento de um anticlericalismo malsão que pretende dizer que “a religião” (e, por extensão maldosa, os religiosos) não pode(m) ter vez nem voz na vida pública. Ora, quem é católico, é-o nas vinte e quatro horas do seu dia, onde quer que se encontre, o que quer que esteja fazendo: precisa ser assim, sob pena de não se valer a pena ser católico. O sujeito que se diz católico “na vida privada” mas que acha dever (ou mesmo poder!) tomar, na vida pública, decisões contrárias àquilo que a Doutrina Católica manda e prescreve, esse sujeito é, na melhor das hipóteses, uma besta — na pior, um hipócrita.

O Catolicismo não fala apenas sobre os católicos: ele importa também uma visão, mais ampla e mais geral, do homem em si mesmo, do homem enquanto homem. Essa antropologia, se é realmente antropologia, precisa se aplicar, é evidente, ao homem sem adjetivos, ao homem, simpliciter, qualquer que seja ele. Se alguém acha que a visão católica acerca do homem não se aplica, e.g., ao homem agnóstico, ou ao homem protestante, então esse alguém, na verdade, acha que a antropologia católica não é verdadeira. Ora, se se acha que o Catolicismo está errado neste particular, qual o sentido de se afirmar católico? Se a Doutrina Cristã está errada quanto ao homem, quem garante que ela não esteja igualmente errada quanto a Deus? É por isso que a Fé não comporta escolhas (em grego, heresias): ou Aquela de quem se recebe a Fé é fiável e, portanto, à Mensagem d’Ela se deve aquiescer, ou então é preciso a tudo pôr sob escrutínio — e, nesse caso, quem é digno de confiança não é mais a Mensageira, e sim o escrutinador da Mensagem. Ainda que ambos os caminhos possam eventualmente levar ao mesmo resultado prático, os fundamentos de um e outro são completamente diferentes — e, por isso, apenas um deles merece ser chamado de “Fé”, daquela Fé sem a qual não é possível agradar a Deus.

Enfim, este blog sempre pugnou para que o católico pudesse, sim, assumir-se como católico em tudo o que faz: nas suas relações para com Deus, mas também, e principalmente, nas suas relações para com o próximo e para com a sociedade. Impedi-lo de agir dessa maneira é, em última instância, impedi-lo simplesmente de ser católico. Afirmar que religião é assunto de foro íntimo é uma estupidez sem medidas; somente é capaz de proferir um absurdo desses quem não faz a menor idéia do que seja uma religião.

Isso é uma coisa. Uma outra coisa, completamente diferente, é se deixar ser tragado pela voragem política dos arranjos partidários de ocasião, exaurindo, nas tomadas de posição contrárias ou favoráveis a tais ou quais políticos ou partidos, a própria atuação pública. E, o que é pior, confundindo isso com vitórias ou derrotas estratégicas no campo social, perdendo completamente de vista a amplidão do cenário onde se precisa atuar de maneira verdadeiramente eficaz.

O exemplo mais recente (?), que é apenas um entre muitos e que trago aqui apenas para ilustrar o que estou dizendo, foi o vai-e-volta do habeas corpus do ex-presidente Lula no último fim de semana. Todos viram a história, que envolveu três desembargadores, um juiz de primeira instância e uma sucessão desenfreada de despachos atrás de despachos, em pleno domingo, cada um dos quais pretendendo portar a mais lídima justiça, todos demandando cumprimento imediato. Não se trata de perquirir as más intenções do desembargador plantonista e nem de dissertar sobre os mecanismos de reforma de decisões judiciais providos por um direito dogmaticamente organizado; o ponto aqui é, tão-somente, apontar para a enorme quantidade de energia e atenção gastas (por este blogueiro inclusive, para o meu embaraço) em tão pouco tempo, com um assunto tão banal.

Porque não se trata de nenhum evento histórico — muito pelo contrário, é mesmo como se fosse um evento anti-histórico. Porque, domingo, as informações se sucediam e contradiziam em um ritmo tão descomedido que (acho até que já usei a imagem alhures) mesmo as últimas notícias já saíam velhas. A situação exigia um acompanhamento constante, real-time, para que não se tivesse uma informação desatualizada. E uma informação com prazo de validade exíguo é, exatamente, o tipo de informação que não entra para a história. É a exata definição de algo desimportante.

Ora, sejamos sensatos: a informação que agora serve mas que pode estar desatualizada daqui a vinte minutos não deve ocupar senão um lugar muito modesto na hierarquia de nossos conhecimentos. E, definitivamente!, não merece consumir os nossos domingos, nossas conversas, nossos pacotes de dados do celular. Se parte considerável daquilo que para nós importa não tem senão um interesse imediato, descartável, como poderemos almejar alguma espécie de permanência? Como poderemos nos elevar acima da bruta correnteza dos fatos, se é majoritariamente por eles que nos interessamos?

Como eu disse, o pandemônio do último domingo é apenas um exemplo. Porque a impressão que eu tenho é que as nossas redes sociais estão inundadas de questões da mesma natureza: as polêmicas versam sobre futilidades efêmeras e são, elas próprias, efêmeras também. É por isso que fazem tanto sucesso a timeline do Facebook ou as stories do Instagram: são, em essência, coisas que a gente vê agora e que daqui a cinco minutos podem não estar mais lá, e ninguém se importa.

A internet é uma coisa maravilhosa. Há uns anos, poucos anos!, desempenhou inestimável papel civilizacional ao franquear a palavra àquelas vozes que estavam excluídas dos meios de comunicação oficiais; hoje, no entanto, corre grande risco de dissipar esforços ao invés de os fazer convergir. Evitar essas armadilhas é empresa difícil, mas também necessária: seria um grande retrocesso permitir que a internet, após abrir um mundo de possibilidades aos homens do início do Terceiro Milênio, terminasse reduzida ao éter das redes sociais em que consiste atualmente.

Quando a espada precisa vacilar

Alguém me perguntou se eu não iria divulgar aqui os vídeos que o Bernardo Küster vem publicando no Facebook contra a CNBB. Confesso que tenho sentimentos conflitantes diante desta situação. Se por um lado este blog, creio eu, não pode ser jamais acusado de conivência para com as estripulias anti-católicas feitas em nome da Conferência dos Bispos, por outro lado eu não estou certo de que a forma de combate escolhida (e, aqui, não me refiro somente aos vídeos, mas a tudo que se vem fazendo nas redes sociais sob esta bandeira) esteja, por assim dizer, em plena conformidade com os ditames do jus in bello laical.

Veja-se bem: no mérito não cabe senão endossar as críticas, que são substancialmente pertinentes. É coisa grave que estruturas eclesiais sejam cooptadas por um partido político; é coisa grave, muito grave!, que recursos católicos sejam destinados para um fim estranho àquele para o qual Nosso Senhor instituiu a Sua Igreja. São sabidos — há muito tempo — os absurdos em matéria teológica, doutrinária, litúrgica que grassam sob os olhares complacentes de muitos dos nossos pastores. Isso tudo está fora de discussão.

Mas há alguns pontos que merecem discussão — pontos que, se negligenciados, podem contaminar qualquer apostolado. Há, antes de mais nada, uma questão canônica. As Conferências Episcopais, goste-se ou não delas, são uma instituição eclesiástica prevista pelo Direito (CIC, Livro II — “Do povo de Deus”, Parte II — “Da constituição hierárquica da Igreja”, Seção II — “Das Igrejas particulares e dos seus agrupamentos”, Título II, Capítulo IV), gozando assim de algumas prerrogativas que não podem ser atropeladas. Sim, eu sei que elas não são uma “hierarquia intermediária” entre o bispo diocesano e a Sé Apostólica; mas o fato de não pertencerem à constituição sacramental da Igreja não as iguala a um agrupamento privado qualquer — digamos, a um clube de leitura de aposentados. As Conferências são meramente uma instituição de direito eclesiástico, é claro, e nisso estão em um patamar diferente da hierarquia da Igreja instituída por direito divino; mas ser “de direito eclesiástico” (ainda que “meramente”) confere obviamente um status superior do que ser estranha ao direito (i.e., do que não ser de direito at all).

Há, além disso, uma questão, digamos, de comunicação social. Goste-se ou não, a maior parte das pessoas ainda associa a CNBB à Igreja Católica no Brasil; tal associação, via de regra incorreta, não deixa de ter um fundamento de realidade (uma vez que a Conferência foi canonicamente erigida e compreende os bispos do Brasil). Assim, o ataque direto à CNBB provoca por vezes reações passionais, fazendo com que as pessoas se coloquem irrefletidamente contra aquele que — na percepção delas — está “atacando a Igreja Católica”.

O resultado disso é que muitos, no afã (instintivo) de defender uma instituição pela qual nutrem admiração e respeito, terminam sendo encurralados a defender barbaridades. O dinheiro das coletas da Campanha da Fraternidade passou por uma Organização Não-Governamental que defende o aborto! Um grupo católico teve que celebrar Missa em um anfiteatro porque, na ocasião, havia um ídolo pagão sobre o altar da capela de um seminário! Tudo isso é absurdo e escandaloso, é um ultraje a Nosso Senhor e um nódoa na face da Igreja. Isso clama aos Céus vingança e não existe uma única pessoa de boa-fé que pudesse em consciência defender semelhantes barbaridades; no entanto, como é para “defender a Igreja” contra os ataques do Facebook, muitas pessoas terminam tomando o lado “da CNBB” e indiretamente legitimando (ou “tirando por menos”) esses escândalos.

Essas coisas não deveriam, absolutamente, ser apresentadas como sendo “da CNBB”. Primeiro porque a rigor elas não são mesmo (nos termos do CIC, Cân. 454, §4º, in finis: «nem a Conferência nem o seu presidente podem agir em nome de todos os Bispos a não ser que todos e cada um hajam dado o consentimento»), segundo e mais importante porque associar-lhes à Igreja lhes confere uma legitimação a que não fazem jus. Por exemplo, um grupo de seminaristas pode consumir drogas nos seus aposentos, ou um pároco pode desviar um pedaço do dízimo para seu uso particular: nestes casos, é uma impropriedade contraproducente falar em “festinha do seminário” ou “corrupção paroquial”.

Da mesma forma que o uso de drogas por seminaristas não é uma prática “do seminário”, um encontro político-partidário com discursos de bispos não é um evento “da Conferência Episcopal”. É, aliás, muito melhor que uma e outra prática sejam designadas como as perversões de grupelhos que são, e não como se fossem (ou pudessem ser) uma espécie de orientação institucional do seminário ou da Conferência.

E há por fim uma outra questão. É que não se ataca o clero da mesma forma que se ataca um leigo. Há uma diferença essencial, ontológica, entre a Igreja docente e a Igreja discente, e ainda que os pastores não estejam conduzindo as almas (ou, pior, ainda que as estejam dispersando), eles não perdem a condição de pastores — exatamente porque o sacerdócio ministerial é uma elevação da natureza e não uma função, é uma coisa que se é e não algo que se faz. O melhor dos leigos está ainda hierarquicamente abaixo do pior dos clérigos, e isso não se pode esquecer jamais. É necessário um cuidado redobrado, tresdobrado, ao se criticar o clero; é exigida uma moderação, uma diplomacia muito difíceis de serem adequadamente sustentadas no calor da contenda.

Isso não é respeito humano; é aliás o contrário de respeito humano, é respeito divino. É a Fé na realidade dos Sacramentos que nos obriga a tratar mesmo os sucessores de Judas como se fossem o próprio Cristo. O olhar humano pode até nos mostrar um homem em muitos aspectos pior do que nós; o olhar espiritual nos revela Cristo-Sacerdote, e esse dado da Fé não pode deixar de ser levado em consideração por mais justas que sejam as nossas batalhas. No ardor da refrega, ao vislumbrar um báculo ou uma estola a mão do cruzado precisa vacilar; é aliás precisamente isso o que o torna um cruzado e não um mercenário. O combate ao erro precisa conviver com o respeito devido ao clero. Isso precisa estar enraizado no mais profundo de nossas almas; sem isso, as batalhas que ganharmos não ajudarão a Igreja a vencer a guerra.

Os herdeiros dos que já se foram

Todos conhecemos, das aulas de Catecismo, a tríplice “divisão” (permitamo-nos essa impropriedade terminológica em se tratando da Igreja Una) da Igreja em Militante, Triunfante e Padecente. Os fiéis que nos encontramos ainda no caminho desta vida, lutando contra o pecado a fim de, um dia, merecermos o convívio dos eleitos; os fiéis que já se encontram diante do Trono do Altíssimo, gozando da visão beatífica para a qual a infinita bondade de Deus os chamou; e os fiéis que, tendo morrido na amizade de Deus mas ainda com penas a pagar pelos seus pecados, encontram-se no Purgatório a expiar as suas faltas, preparando-se para a entrada definitiva na Jerusalém Celeste. Os primeiros são lembrados na Solenidade de Cristo-Rei; os segundos, comemoram-se na Festa de Todos os Santos; aos últimos dirige-se a Liturgia do dia de hoje, do dia de Finados.

Os fiéis defuntos! É de um misto de tristeza e alegria o dia dos Mortos: dizê-lo é uma banalidade. Sim, é triste porque eles partiram e gostaríamos que estivessem ainda conosco. Mas é feliz por conta da esperança da Vida Eterna, em cuja ante-sala os nossos entes queridos se encontram (ou, ao menos, temos a esperança de que se encontrem). Mas é mais do que isso: há uma certa incompreendida justiça no dia de hoje.

Porque este é o dia em que a presença dos que já partiram se prolonga no tempo para além do curso de sua existência terrestre, e nos atinge com a força de uma realidade inamovível: recusamo-nos a esquecer. O esquecimento, acho que alguém já disse, é pior do que a morte. Há uma certa tendência (cada vez mais institucionalizada, eu diria) a tratar como se nunca tivessem existido aqueles que não existem mais: eu o percebia dia desses, no Facebook, quando procurava certa postagem feita por um amigo há poucos meses falecido. Rolei e rolei o grupo sem encontrar o que procurava; de repente me dei conta de que o perfil dele havia sido apagado e, com isso, todas as suas intervenções simplesmente desapareceram da rede social, como se nunca houvessem estado lá. E podem dizer que são mórbidos “perfis de gente morta”, observação com a qual eu talvez até concorde; mas que os registros da passagem de um nosso ente querido pelo mundo sejam apagados a ponto de alguém não ser capaz de saber que ele existiu… tal é profundamente injusto e, do contrário disso, ninguém será capaz de me convencer.

finados

Hoje, na Missa de Finados, diante da Essa mortuária liturgicamente colocada na nave central da igreja, eu pensava nessas coisas. A vida passa num átimo, disso eu já me apercebera há algum tempo; mas o dia de hoje nos diz mais do que isso. A celebração dos fiéis defuntos nos ensina que é necessário um esforço consciente a fim de não deixarmos cair no esquecimento a memória dos que nos precederam no caminho desta vida. Importa que eles sejam lembrados! É, como eu dizia, uma questão de justiça. Afinal de contas, o mundo só é do jeito que é por conta das contribuições, pequenas ou grandes, que lhe fizeram os que hoje celebramos (isso é particularmente verdadeiro para os nossos entes queridos, mas tem validade universal). De fato, há diversos caminhos que poderiam, teoricamente, ter nos conduzido até aqui; mas foi um caminho específico e determinado o que nós percorremos; e reconhecê-lo nos faz mais humanos. As estradas que agora trilhamos foram abertas pelos que vieram antes de nós, para com os quais temos uma dupla dívida: por um lado, temos que lhes ser gratos e, por outro, temos que lhes continuar a luta. Afinal, até aqui eles nos trouxeram. Temos que deixar os que nos sucederão um pouco mais além.

No dia de Finados, é momento de elevar ao Altíssimo algumas orações em sufrágio pelas almas dos que padecem no Purgatório. Que o Bom Deus tenha misericórdia deles! Que lhes conceda o descanso eterno, a luz e a paz. E que nos ajude, a nós, a honrarmo-lhes a memória. A nós, que ficamos, e temos o dever de sermos um pouco mais do que nós mesmos: temos o dever de ser um reflexo dos que já não são. Somos os herdeiros dos que hoje comemoramos: não o esqueçamos. Que eles nos olhem com orgulho e admiração. Que descansem em paz.

Liga dos Blogueiros Católicos: 11 de janeiro

Aconteceu ontem à noite mais um episódio da Liga dos Blogueiros Católicos, hangout que reúne algumas figuras conhecidas da internet católica para conversar de forma descontraída e sem papas na língua sobre… bem, sobre tudo o que nos der na telha.

Ontem foi o quinto episódio, e foi a primeira vez que este que vos escreve conseguiu participar. Antes já houvera de tudo: problemas técnicos na hora de entrar no ar, viagens para casamento de amigos, estadia forçada no hospital sem internet decente. Ontem eu estava em casa; estava disposto e consegui deixar dois tostões para o programa. Quem não viu ao vivo pode ver no youtube:

Neste episódio, conversamos sobre o Papa Francisco e os “desafios” que o dito “casamento gay” provoca para a Igreja; falamos sobre o “humor” do Porta dos Fundos; discutimos um pouco sobre política e recomendamos alguns filmes e alguns livros. Ouçam lá!

A Liga se reúne mais uma vez no próximo dia 25 de janeiro. A idéia é mantermos a periodicidade quinzenal desses encontros: sábado sim, sábado não, sempre às 22h30. Anotem em suas agendas. Esperamos por vocês!

Organizadores tentam defender os corruptores da juventude que convidaram para os atos centrais da JMJ!

A respeito de uma nota (que se encontra no Facebook – também aqui) redigida pelo revmo. pe. Renato Martins, «Diretor Executivo do Setor Atos Centrais JMJ RIO 2013», sobre a escandalosa escolha de alguns «artistas» mundanos para participarem da JMJ, é preciso dizer quanto segue:

Me entristeceu profundamente, as mensagens postadas nas redes sociais, mensagens enviadas por WhatsApp e outros meios de comunicação. Católicos atacando cristãos!

A nós, o que nos entristeceu profundamente foi ver a completa falta de senso dos organizadores da JMJ, que não têm vergonha em emporcalhar um evento católico com personalidades imorais e parecem não ver problema em consagrar um espaço de evangelização à divulgação do estilo de vida anti-católico encarnado pelos «artistas famosos» aos quais a organização da JMJ parece julgar importante dar vez e voz.

Também estarão na Jornada, alguns artistas famosos que ofereceram seus dons voluntariamente, para participarem deste projeto, por acreditarem que a JMJ, é uma grande oportunidade de transformação da juventude e da sociedade. Qual o pecado que há nisto?

O pecado está no fato de que estes «artistas famosos» são conhecidos expoentes de tudo o que existe de mais podre na sociedade contemporânea, justamente aquelas coisas que são mais combatidas pela Igreja Católica. O pecado está no fato de que a mensagem passada por estes «artistas» em suas aparições públicas, para além de quaisquer características de suas vidas particulares (que não conhecemos e não vêm ao caso), é justamente uma mensagem de corrupção da juventude e degeneração da sociedade. O pecado reside no fato de que a «transformação da juventude e da sociedade» propagada pela Igreja é exatamente o contrário da “transformação” que estes artistas realizam quotidianamente com sua vida pública e, portanto, é um escândalo que eles recebam palco na JMJ para propagar a sua obra de apodrecimento da moral e dos bons costumes. O pecado, enfim, está no fato de que parece que não existe ninguém com um mínimo de bom senso na Organização da Jornada, uma vez que, não satisfeitos em realizar um escândalo de proporções diabólicas, ainda vêm a público defendê-lo e atacar os católicos que se sentem ofendidos com este vitupério às coisas sagradas e esculhambação de um evento voltado à evangelização da juventude!

Em meio a tantas criticas, me chamou atenção as dirigidas ao jovem Luan Santana! Porque criticar a participação de um jovem, que conquistou a fama de forma honesta, começou a trabalhar tão novo desejando conquistar os seus sonhos?

O «jovem Luan Santana» é o garoto que, como mostramos, faz apologia à sexualidade livre (e até ao estupro!) em suas músicas e canções [p.s.: e que se gaba publicamente de ter uma coleção de roupas íntimas das suas fãs (!) e de manter esporadicamente relações sexuais com elas após os seus shows (!!)]. Dizer que isso é uma «forma honesta» de «trabalhar» e «conquistar os seus sonhos» (sic!) é um escárnio a tantos jovens que, estes sim, trabalham anonimamente de forma honesta e digna e, longe dos holofotes da mídia, esforçam-se na medida de suas capacidades para serem sal da terra e luz do mundo. Na contramão dos esforços dessa juventude sadia e honesta estão «artistas» como o Luan Santana, ofendendo a Deus com suas canções desonestas e conduzindo uma juventude perdida ao redemoinho do hedonismo e do sexo desenfreado tão eloqüentemente louvados nas músicas e shows do jovem cantor. Desgraçadamente, esta juventude honesta não tem quem a represente ou defenda, e ainda precisa aturar sacerdotes responsáveis pela organização de um evento católico da magnitude da JMJ defenderem as imoralidades encarnadas por certos «artistas famosos» que dedicam as suas vidas à descristianização da sociedade brasileira!

Mesmo assim, isso seria motivo para criticar tão duramente a participação de um “pecador” se assim desejarem chama-lo? Se alguns pensam que sim, eu discordo! Relembrem o que disse Jesus: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.

Os pecados do Luan Santana não estão em questão, e sim precisamente a mensagem que o jovem dedica a vida a transmitir com suas músicas lascivas e libertinas. Nosso Senhor andava com os publicanos e as prostitutas, sim, mas os convidava a abandonarem a sua vida de pecados. Sinceramente, defender a participação na JMJ de indivíduos publicamente conhecidos pela defesa e promoção de um estilo de vida em tudo contrário ao que ensina a Santa Igreja é um sofisma diabólico dos mais grosseiros, que estamos acostumados a encontrar nos lábios dos escarnecedores e inimigos de Cristo mas que, na pena de um sacerdote católico, é um doloroso golpe aos católicos e uma terrível ofensa a Nosso Senhor.

Se o nosso comprometimento com Cristo fosse tão forte, como as criticas que saem de nós, não precisaríamos de uma Jornada Mundial da Juventude! Não seria preciso que o Papa nos relembrasse a ordem do Senhor: Ide e fazei discípulos entre todas as nações! Estaríamos tão imersos nesse compromisso de fazer discípulos, que não procuraríamos excluir os discípulos!

Mais uma vez, estas palavras são uma piada de mau gosto. Não existem “discípulos” a serem “excluídos” aqui, e sim porta-vozes de uma sociedade degenerada aos quais nós achamos necessário, sim, negar os palcos e os holofotes que deveriam estar voltados para as mensagens cristãs das quais a nossa juventude está tão sedenta justamente porque os seus olhos e ouvidos são diuturnamente bombardeados pelo lixo moral que toca nas nossas rádios e aparece em nossas televisões – o mesmíssimo lixo moral que os organizadores da JMJ parecem empenhados em reverberar ao mundo inteiro através dos atos oficiais da Jornada Mundial da Juventude. Se o Luan Santana (ou quem quer que seja) quiser participar como peregrino da JMJ, será muitíssimo bem-vindo! No entanto, dar-lhe palco e conferir (mesmo tacitamente) uma aprovação moral ao estilo de vida depravado que o seu trabalho (dito “honesto”!) apregoa Brasil afora é criminoso, é um ultraje à Igreja de Cristo e uma zombaria a Nosso Senhor.

Não precisamos do tom afetado destas notas públicas eivadas de orgulho ferido que intentam lançar sobre católicos honestos a responsabilidade pelo escândalo que a Organização da JMJ – e somente ela – provocou com estas ultrajantes escolhas de «artistas» imorais para “representar” a juventude católica brasileira diante do mundo inteiro. Repito o que já disse antes: se restasse um mínimo de decência aos responsáveis por esta infâmia, estes representantes do que existe de pior na nossa Pátria seriam imediatamente “desconvidados” e seria emitido um mea culpa público por esta deplorável atitude com a qual os organizadores da Jornada envergonharam perante o mundo os católicos do Brasil.

A falta de senso dos maus religiosos e dos ateus fanáticos

Ainda sobre a tragédia ocorrida na madrugada deste domingo em Santa Maria, preciso fazer mais dois comentários sobre as atitudes nonsense que algumas pessoas tiveram diante da catástrofe.

Primeiro: alguns religiosos ignorantes vieram a público insinuar que o incêndio fora um castigo de Deus (veja-se, p.ex., aqui e aqui) por conta dos pecados daqueles jovens. Ora, que me conste, ninguém tem procuração do Todo-Poderoso para afirmar peremptoriamente qual a motivação dos Seus atos em cada caso concreto – de modo que uma afirmação assim configura, no mínimo, um juízo temerário. Depois, escrever este tipo de coisa em público é uma tremenda falta de sensibilidade para com os familiares das vítimas, que já estão sofrendo o suficiente com a perda dos seus entes queridos.

Por fim, semelhante julgamento é fruto de um orgulho demoníaco. Contra aqueles que gostam de encontrar, entre vítimas de tragédias, pecadores maiores do que si próprios, Nosso Senhor já respondeu com bastante clareza nas páginas do Evangelho. São Lucas nos narra o seguinte episódio:

Neste mesmo tempo contavam alguns o que tinha acontecido a certos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios.

Jesus toma a palavra e lhes pergunta: Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros galileus, por terem sido tratados desse modo? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo.

Ou cuidais que aqueles dezoito homens, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, foram mais culpados do que todos os demais habitantes de Jerusalém? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo.

Lc XIII 1-5

A passagem é suficientemente clara para não permitir tergiversações. Os jovens que morreram tragicamente na boate de Santa Maria não eram mais pecadores do que os outros jovens da cidade; dizer o contrário é ser leviano. Qualquer um pode encarar a tragédia como um castigo de Deus (a este respeito, veja-se aqui e aqui), mas não tem legitimidade alguma para julgar que os que nela pereceram fossem piores do que os que ficaram vivos. Afinal de contas, para todos nós, se estamos vivos hoje, é por graça e misericórdia de Deus. Se incêndio fosse castigo para pecadores, eu próprio já teria morrido queimado há muito tempo.

Segundo: como não existe nada feito por um religioso que um ateu não possa fazer mil vezes pior, o perfil do Facebook da ATEA aproveitou a tragédia de ontem para fazer um estúpido e insensível proselitismo irreligioso. Depois apagaram a imagem sem dar maiores satisfações; mas o pessoal do Anti-Ateísmo guardou. É a imagem seguinte, que aqui vai (naturalmente) cortada na parte de baixo em respeito às vítimas da tragédia de Santa Maria – respeito que os ateus do Facebook não tiveram quando a publicaram ontem integralmente [p.s.: na verdade, parece que a foto era de um outro incêndio fora do país, mas a imagem estava sendo compartilhada como se fosse da boate em Santa Maria – e, independente da fonte exata das imagens, a cretinice da exploração do sofrimento alheio para se fazer piada e propagação do ateísmo permanece]:

deus-cade-voce

Se é errado insinuar que as vítimas do acidente eram mais pecadoras do que a média, é muitíssimo mais errado expôr triunfalmente, em tom zombeteiro, os corpos empilhados para “provar” que Deus não existe. E esta estupidez foi feita pela mesmíssima página que criticou (acertadamente, como falei acima) uma foto que atribuía a tragédia aos pecados dos jovens, dizendo ser isto «[o] [t]ipo de coisa que vc nunca verá um ateu falando». De fato, isto eles não falam, mas falam mil vezes pior quando expõem os corpos amontoados para fazer piada sobre a existência de Deus! Se havia ainda alguma dúvida sobre a estreita correlação entre ateísmo e deficiências morais gravíssimas, o debate está encerrado: a ATEA acabou de demonstrá-la com eloqüência.

Mas fechemos um pouco os olhos à falta de alfabetização de quem nomeia uma página do Facebook como “Ateu Porquê o inferno é piada” e não sabe separar por vírgula o vocativo do restante da oração. Levemos a sua pergunta a sério: cadê Deus, enquanto jovens morrem (às centenas!) asfixiados por fumaça em um incêndio?

Deixemos de lado as respostas acadêmicas mais eruditas e respondamos simplesmente: Deus está na Cruz! Está ferido e sangrando, suspenso num madeiro, para provar que não é insensível aos sofrimentos humanos. Está agonizando, humilhado e sozinho, para fazer-Se próximo das mazelas dos homens como nunca ninguém foi capaz de se fazer. Está morto, nos braços da Virgem Santíssima aos pés da Cruz, para mostrar que Ele entende a injustiça, a morte, a dor e a perda de uma maneira muito mais profunda do que os homens são capazes de entender. Nenhuma página de dor da história da humanidade é alheia a Nosso Senhor Jesus Cristo, e nenhum sofrimento humano é necessariamente vão. O «Evangelho do Sofrimento» – para usar a bonita expressão da Salvifici Doloris – «vai sendo escrito, sem cessar, e fala constantemente com as palavras deste estranho paradoxo: as fontes da força divina jorram exactamente do seio da fraqueza humana» (SD, 27). E ainda: «[q]uanto mais o homem se vê ameaçado pelo pecado, quanto mais se apresentam pesadas as estruturas do pecado que comporta o mundo de hoje, maior é a eloquência que o sofrimento humano encerra em si mesmo e tanto mais a Igreja sente a necessidade de recorrer ao valor dos sofrimentos humanos para a salvação do mundo» (id. ibid.).

Aos que hoje choram, que lhes conforte saberem que, um dia, Deus também chorou. Aos que hoje sofrem, que lhes alivie saberem que, um dia, também Deus sofreu. Quanto aos maus religiosos e ateus fanáticos, que se calem diante da dor alheia – ao menos por consideração aos que sofrem -, já que não são capazes de fazer nada para mitigar-lhes o sofrimento. Ao menos, que não atrapalhem. Se não querem se unir ao coro dos que proclamam o Evangelho de Deus, ao menos que dêem livre trânsito à mensagem que pode efetivamente ajudar aos que sofrem.

E a mensagem é esta: eles têm Alguém que chore junto com eles, porque sofre também! Não estão sozinhos: têm Quem compartilhe com eles a dor, a tristeza e as lágrimas, como se fossem Suas. Porque são Suas, mais ainda do que deles. O alcance místico dos sofrimentos de Cristo na Cruz não conhece limites de tempo ou de espaço: os gritos de dor d’Ele perpassam os séculos e as fronteiras e atingem a cada homem nesta terra, de modo que cada pessoa, desde aquele Dia terrível do Calvário, onde quer que esteja e qualquer que seja a situação pela qual esteja passando, pode ter a mais absoluta certeza de que não sofre sozinha. Este é um conforto que só o Cristianismo é capaz de proporcionar. Esta é uma verdade da qual ninguém deve ser privado.

Jornal Hoje pede opinião de internautas sobre tema de reportagem e depois diz “ah, isto não pode”.

A mobilização dos internautas que queriam ver uma reportagem sobre a Jornada Mundial da Juventude no Jornal Hoje alcançou 25.000 participantes. No entanto, o clamor popular foi solenemente ignorado pelo jornal: seu perfil do Facebook afirmou hoje que o quadro não faz cobertura de eventos específicos, mas trata somente de «temas abrangentes, que geram discussões e dúvidas».

jornalhoje

Ao invés de abordar o assunto escolhido pela acachapante maioria dos que responderam à pergunta lançada em primeiro de janeiro, o jornal preferiu lançar uma enquete anódina com os seguintes temas: “Drogas”, “Violência”, “Consumismo”, “Independência” e “Fãs e tietagens” – os «temas mais sugeridos na última semana».

O que dizer? Decerto o jornal tem todo o direito de escolher o tema que quiser para apresentar em seu quadro. Mas é bem deselegante perguntar um tema para os usuários do Facebook e, depois, ignorá-los completamente. Oras, se não queria saber, não perguntasse. Se havia restrições de temas, que isso fosse avisado no começo. O que fica feio é esperar que dezenas de milhares de pessoas sugiram um tema para, na semana seguinte, dizer “ah, isso não pode ser, sinto muito”. É uma baita falta de respeito para com essas pessoas que se deram ao trabalho de responder ao que foi perguntado.

Também a desculpa usada soa (para dizer o mínimo) estranha. Um “evento específico” pode muito facilmente ser transformado em um “tema abrangente”, bastando um pouquinho de boa vontade. “Jornada Mundial da Juventude – Rio 2013” poderia facilmente se transformar em “Religiosidade dos jovens”, “Igreja Católica e juventude” ou até mesmo – para ficar na moda – “Estado Laico e visita do Papa: o que pensam os jovens brasileiros?”. Enfim, a impressão que fica é que não se queria falar de religião e nem muito menos de Catolicismo.

O que – repitamos – é uma abordagem perfeitamente legítima, contanto que fosse dita claramente e desde o princípio. No fim das contas, esta mudança de regras no final do jogo pegou muito mal. O Jornal Hoje poderia ter aproveitado a enorme audiência auto-apresentada no Facebook para fazer um programa direcionado para ela; mas preferiu sair pela tangente e frustrar os anseios de todos os internautas que sugeriram a JMJ para o quadro do telejornal. Que pena!

“Jovens do Brasil” e a JMJ Rio 2013

O perfil do Jornal Hoje no Facebook anunciou que «o Jovens do Brasil está de volta» (acho que é um quadro do Jornal) e perguntou aos internautas:

Qual assunto você quer ver no Jornal Hoje?

De ontem para hoje a página foi completamente invadida por usuários pedindo para que o assunto seja a Jornada Mundial da Juventude que acontecerá este ano no Rio de Janeiro. Neste momento estamos com mais 4.000 comentários (e aumentando!), dos quais pelo menos 3.000 pedem para que o programa aborde a JMJ.

jornal-hoje-jmj

E “os laicista pira”!

CBN entrevista Carlos Ramalhete

A polêmica envolvendo os bárbaros que querem a cabeça do Carlos Ramalhete continua. Hoje foi a vez da CBN Curitiba divulgar o evento anti-Ramalhete organizado no Facebook e fazer ao vivo uma entrevista com o autor da coluna mais odiada das redes sociais revolucionárias.

O “Fora Carlos Ramalhete: Preconceito na Gazeta do Povo” é um evento de ódio dogmático e intransigente que foi criado na própria quinta-feira em que a coluna do professor Carlos foi publicada. Tem por objetivo declarado “pedir a retirada deste elemento” (sic) dos quadros da Gazeta do Povo; para isso, está marcando um encontro (ou sei-lá-o-quê) de dia inteiro em Curitiba, no próximo dia 30 de setembro. Das mais de 30.000 pessoas que foram convidadas, três mil e poucas (até o momento) disseram que iriam. Foi este o evento original onde se publicou o primeiro abaixo-assinado pela demissão do Ramalhete, no qual os delirantes intolerantes soltaram a patacoada de que os jornais são “concessão pública” (sic) e, por conta disso, exigem que a Gazeta do Povo “apresente uma retratação pública, e que a coluna do Sr. Carlos Ramalhete seja encerrada”. Puro delírio totalitário: televisão é concessão pública, mas a mídia impressa não. Em sua sanha persecutória cega, os que querem calar a voz do prof. Carlos meteram feio os pés pelas mãos.

A entrevista com o professor Carlos pode ser ouvida no site da CBN (ou aqui, em .mp3 para download). Dentre as coisas muito bem ditas por ele a despeito da patente má vontade do entrevistador, eu destaco:

  • A questão não é se o matrimônio gay é feliz ou não é feliz, ou existe ou não existe: a questão é botar uma criança na ponta de lança de uma luta que não é a luta dela.
  • O Estado está avançando muito além dos seus limites – inclusive de maneira impopular, por isso que isso tá sendo feito só por tribunais, cartórios, nunca por representanes eleitos da população: porque a maior parte da população não concorda com esse tipo de coisa – ao ficar tentando desmontar a família tradicional, tentando impôr como se fosse exatamente equivalente qualquer tipo de união.
  • Olha, eu não acho que o Estado deva organizar a sociedade, eu acho que o Estado deva reconhecer como a sociedade se organiza. A sociedade se organiza naturalmente. (…) As uniões, tanto uniões de vida em comum, quanto uniões (pra voltar ao tema) religiosas, quer dizer, as pessoas que se agrupam em denominações religiosas, tudo isso existe: e é isso que gera a ordem da sociedade. Ao Estado compete manter esta ordem, ao Estado compete impedir que haja violência contra quem quer que seja: violência contra a maioria silenciosa que aceita preceitos religiosos, no Brasil em geral cristãos, ou a violência contra os homossexuais, ou a violência de qualquer tipo. O Estado está aí justamente para impedir que esta ordem se desfaça, não pra tentar construir uma ordem nova.

Oferecemos, mais uma vez, o nosso apoio e solidariedade ao professor Carlos. E se você ainda não o fez, assine (e divulgue) agora o abaixo-assinado “em favor da liberdade de expressão do prof. Carlos Ramalhete”. Vamos desmascarar o hipócrita discurso de ódio dos que só sabem se fazer de vítimas clamando por tolerância mas, ao primeiro sinal de discordância, põem as garras de fora e buscam calar na marra o seu interlocutor. Já basta deste inverno estéril no qual querem transformar o Brasil à força de truculência ideológica. Que floresçam as flores, pois já é tempo. Força, prof. Carlos! Nós estamos com você.

Turba de bárbaros exige a cabeça de colunista da Gazeta do Povo – defendamo-lo!

O artigo do Carlos Ramalhete ao qual eu fiz referência ontem aqui desencadeou uma enxurrada de protestos (em sua esmagadora maioria, de baixíssimo nível) nas redes sociais e nas mensagens enviadas à Gazeta do Povo. Em sua página do Facebook o colunista publicou a nota de esclarecimento que eu reproduzo abaixo. Quanto ao mérito do texto (solenemente ignorado pela turba ignara que se lançou furiosamente em marcha a pedir a cabeça do articulista em uma bandeja de prata em meio a gritos histéricos de acusações totalmente descabidas que refletem, por um lado, a mais completa incapacidade de interpretação textual e, por outro, um desejo nada velado de silenciar toda a voz dissidente), quase nada foi dito. Aproveito o ensejo para fazer – mais uma vez – eco à posição do Carlos Ramalhete: à sua posição verdadeira, e não às distorções grotescas contra as quais se levantaram centenas de manifestações de ódio irracionais.

Diante da mobilização dos bárbaros, é absolutamente imprescindível que os que concordamos com os argumentos do Carlos publicados ontem na Gazeta do Povo – ou pelo menos com o direito do Carlos de expôr a sua opinião em uma coluna de jornal – nos manifestemos (em ordem de importância):

  1. em emails de apoio à redação do jornal: leitor@gazetadopovo.com.br ou pelo “Fale Conosco” do site da Gazeta; [FUNDAMENTAL]
  2. nesta Petição Pública à Gazeta do Povo, em favor da liberdade de expressão e pedindo a manutenção da coluna;
  3. na página criada ontem para oferecer apoio ao Carlos Ramalhete; e
  4. na página oficial do colunista no Facebook.

Sem isso, corremos o sério risco de amargarmos uma dolorosa derrota nesta batalha midiática e até de perdermos este precioso espaço semanal que a Gazeta do Povo concede ao pensamento conservador. Não basta, portanto, apenas gostar dos textos, curti-los e divulgá-los; é preciso deixar claro àqueles que bancam esta proposta – especificamente, os editores da Gazeta do Povo – que ela atende, sim, a uma necessidade de parcela considerável da população brasileira e que, portanto, é imprescindível mantê-la a despeito dos uivos dos bárbaros que já se organizam para censurá-la.

Manifestações de apoio já se esboçam na blogosfera:

A seguir, a nota de esclarecimento publicada pelo Ramalhete no Facebook.

* * *

NOTA

Com referência ao artigo “Perversão da adoção”, publicado no dia 30 de agosto, quinta-feira, em minha coluna, no jornal Gazeta do Povo, esclareço o seguinte:

1) Escrevi em defesa da adoção e contra a sua perversão e lamento que isso tenha sido mal interpretado por grupos de interesse.

2) A adoção é um ato de amor, que merece o apoio de toda a sociedade.

3) Repudio, contudo, como sua perversão, a entrega definitiva de uma criança a quaisquer comunidades de vida que não uma família.

4) Mais ainda, repudio forçar uma criança à linha de frente da tentativa em curso de desconstrução da família, inscrevendo em seu documento de identidade uma impossibilidade biológica.

Agradeço o apoio e solidariedade das centenas de leitores que se manifestaram junto a mim e junto ao prestigiado jornal Gazeta do Povo.

Minha página, no Facebook, continua aberta para toda manifestação respeitosa.

Carlos Ramalhete