A salvação vem do Twitter!

A campanha do “CALA BOCA GALVAO” é uma coisa realmente interessante. Da primeira vez em que vi o vídeo, não entendi direito – achei que era alguma piada para divulgar o pedido de silêncio ao famoso locutor da Globo. Engraçada, mas… nada demais.

Só depois eu soube da história completa: por ocasião da abertura da Copa, os brasileiros começaram a twittar “CALA BOCA GALVAO”, e twittaram tanto que a expressão chegou ao topo dos Trending Topics, onde aliás está até hoje. Como estas estatísticas são mundiais, as pessoas que usam Twitter mundo afora começaram a ver a expressão “bombando”, e começaram a retwittar também perguntando o que significava, pois não conseguiam traduzir. Ou seja: não foi a “campanha-piada” que motivou as estatísticas disparadas, mas ao contrário: foram estas que ensejaram a piada!

E então os brasileiros começaram a sacanear, inventando histórias absurdas para “explicar” aos gringos o que “significava” aquilo. Surgiu de tudo: uma hora era uma música nova de Lady Gaga, outra hora (esta é a melhor) era uma campanha para salvar uns pássaros brasileiros (vejam o vídeo aqui). Morri de rir quando li o seguinte tweet “explicativo”:

Foto: "Não Salvo"

Vejam o vídeo que linkei acima para terem uma noção dos esforços que foram feitos para movimentar a piada. O início da história está aqui e, a repercussão, aqui (foi bater no El País, no The New York Times e na Globo).

Dada a repercussão mundial que a brincadeira alcançou, um monte de gente começou a falar no Twitter que “[o] CALA BOCA GALVAO mostra que se brasileiro se unisse para fazer alguma coisa útil, o país estaria em condições absurdamente melhores”. Eu discordo.

Primeiro que “alguma coisa útil”, por definição, não ia mobilizar tanto os brasileiros quanto a possibilidade de tirar sarro com a cara dos gringos. As pessoas precisam entender que a natureza da coisa mobilizada é, ela própria, força motriz da mobilização. É simplesmente irreal achar que os brasileiros iriam abraçar com tanto gosto uma “causa séria”. Não iam. Segundo, que eu não consigo imaginar nenhuma coisa análoga que pudesse “melhorar absurdamente as condições do país”. Estas não podem ser melhoradas pelo Twitter! Às vezes eu não sei em que mundo esta gente vive…

E, terceiro, porque se unir para sacanear os outros não é lá um exemplo de virtude capaz de “melhorar” as condições de um país. Eu entendo o bom humor brasileiro e morri de rir com a história toda; mas só consigo ver nela, no máximo, um dom jocoso inato, que de propriamente “construtivo” não tem lá muita coisa, nem mesmo em gérmen. Passa-me a impressão de que a “turma séria” do Twitter está tão desesperada por vislumbrar uma luz no fim do túnel que começa a ver “sinais” proféticos em qualquer coisa que apareça. Puro wishful thinking.

Mas que este vídeo do Hitler valeu a piada, ah, isso valeu…

Mais sobre o Papa e o New York Times

Padres e pedófilos, de João Pereira Coutinho. “No mundo moderno e hipersexualizado em que vivemos, o celibato não é visto como uma opção pessoal (e espiritual) legítima e respeitável. O celibato só pode ser tara; só pode ser um convite ao desvio; só pode ser pedofilia. Esses saltos lógicos são tão comuns que já nem horrorizam ninguém”.

El Papa y los abusos en EE.UU.: lo que el “Times” no cuenta, de Rafael Serrano. “Lo que parece revelar Goodstein por primera vez es la correspondencia entre los obispos y el Vaticano. Ahí se ve que la notificación a la CDF llegó al final, casi veinticinco años después de las primeras denuncias y cuando empezaba a verse próxima la muerte de Murphy. La intervención del dicasterio, en el curso del último año y medio, no habría podido recuperar lo que no se hizo en las dos décadas anteriores”.

Resposta do pe. Renato Leite, ao infame artigo do Hélio Schwartsman da quinta-feira última. “Não se pode concluir outra coisa, a partir da  análise dos fatos, a não ser a existência oportunista de uma campanha difamatória contra a Igreja Católica que tem nos profissionais de mídia, com baixo teor de honestidade intelectual, como é o seu caso, seus instrumentos mais eficazes”.

New York Times se desmente em seus ataques contra o Papa, por Riccardo Cascioli, via ZENIT. “A documentação publicada pelo New York Times desmente a tese segunda a qual o cardeal Joseph Ratzinger não teria sido suficientemente enérgico ao gerenciar o caso de um sacerdote norte-americano culpado pelo abuso de várias crianças. Essa é a conclusão do jornalista italiano Riccardo Cascioli, ao analisar o episódio, em um artigo do dia 26 de março no jornal Avvenire, que apresentamos a seguir”.

Lo que parece revelar Goodstein por primera vez es la correspondencia entre los obispos y el Vaticano. Ahí se ve que la notificación a la CDF llegó al final, casi veinticinco años después de las primeras denuncias y cuando empezaba a verse próxima la muerte de Murphy. La intervención del dicasterio, en el curso del último año y medio, no habría podido recuperar lo que no se hizo en las dos décadas anteriores