Curso “Como catequizar seus filhos em casa” — 8ª turma

Não recordo agora quem foi que disse a frase, já clássica, de que não existe nenhum erro moderno que não deite as suas raízes em uma heresia já há muitos séculos condenada pela Igreja. Olhando para o mundo, isto é uma verdade que refulge diante de nossos olhos com uma clareza meridiana, quase ofuscante. O seguimento radical da Doutrina Católica é a solução para todos os problemas que afligem a humanidade e isso é muito fácil de se ver: o desprezo de si próprio até o amor de Deus e do próximo, é evidente, se universalmente praticado, teria o condão de pôr fim a todos os problemas que os seres humanos mutuamente se causam.

Porque — e agora o arrazoado é de Santo Agostinho — não existe Doutrina que propicie melhores pais de família, melhores filhos, melhores empregados, melhores patrões, melhores juízes, melhores reis, melhores cidadãos enfim do que a Doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nenhuma é capaz de fornecer seres humanos tão preparados para a vida em sociedade — porque a sociedade é natural aos seres humanos, e nenhuma Doutrina nos faz tão perfeitamente humanos quanto aquela que nos foi dada pelo próprio Criador dos homens feito Ele próprio Homem também. Conhecer e seguir fielmente a Doutrina Católica, a Sã Doutrina da Salvação, é o meio mais seguro de resolver também os problemas temporais com os quais os homens andam sempre à volta. Isso é uma garantia que nos foi dada pelo próprio Cristo: buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua Justiça, que todas as demais coisas vos serão acrescentadas.

Se buscarmos portanto as coisas do Alto, o concerto das coisas da terra seguir-se-lhes-á com facilidade e certeza. E, ao contrário, se nos descuidarmos das coisas celestes, então a própria terra não cessará de se voltar contra nós em castigo cósmico por nossa impiedade. Voltando as costas para Deus sob o pretexto de organizar a vida sobre a terra, não conseguiu o homem senão ver a vida temporal proliferar em abrolhos e em espinhos a perder de vista: este imagem resume o Ocidente nos últimos séculos.

A melhor forma — direi mais até: a única forma — de mudar o mundo é mudar-se a si mesmo, a solução para os grandes problemas sociais passa pela conversão das sociedades a Cristo — e para que as sociedades voltem-se para Deus é preciso que, antes, cada homem imole a própria vida junto à Cruz do nosso Redentor. Ser bom cristão é a mais premente necessidade de nosso século, é a atitude de maior potencial transformador do mundo. E para ser bom cristão é mister ser bem catequizado.

A catequese, a transmissão da Doutrina da Igreja é um dever de todo católico. Pensando em ajudar os outros a desempenhar este papel tão importante o casal Brodbeck oferece já há algum tempo o curso “Como catequizar os seus filhos em casa”, atualmente com as inscrições abertas para a oitava turma. Trata-se de um material recomendadíssimo.

Primeiro porque, como foi falado, conhecer bem a Doutrina Católica é a maior necessidade do nosso tempo e, transmiti-la bem, é um grave dever do qual ninguém se pode eximir.

Segundo porque os responsáveis pelo curso — o Rafael e a Aline Brodbeck — são católicos de solidez doutrinária, de reconhecida competência, de apostolado notável e de comprovada capacidade. A vida deles os credencia a falarem com propriedade sobre este assunto.

Terceiro porque valer-se da experiência alheia é uma das formas mais prudentes de trilhar o próprio caminho. Santa Teresa maravilhava-se com os sábios porque, segundo ela, o que lhes custava muitos anos de leitura solitária e estudos árduos a nós estava ao alcance de uma simples pergunta. Os que desejam aprender algo sobre o modo de catequizar seus filhos, portanto (e não só filhos — afilhados, sobrinhos etc.), podem se valer da experiência desta família (eles próprios já têm quatro filhos!) que tão generosamente se põe à disposição.

Quarto, porque os testemunhos a respeito do curso nos animam a esperar dele os frutos que prometem e a trabalhar por sua divulgação ad majorem Dei gloriam.

A catequese, a boa e sólida catequese, é uma necessidade e um dever, é o meio mais eficaz para a transformação da sociedade. O Deus lo Vult! convida todos a conhecerem o trabalho realizado pelo Rafael e pela Aline, um trabalho sério e digno de confiança, merecedor de todo apoio e incentivo.

Cliquem aqui para saber mais.

Os frutos podres da pedagogia de Paulo Freire

Todos conhecem os vergonhosos índices que a Educação Brasileira vem repetindo, ano após ano, com constância e regularidade perturbadoras (o relatório trianual do PISA ainda não divulgou os dados de 2012, mas nada indica que teremos uma melhora significativa neste ranking). A percepção generalizada (facilmente alcançável por meio dos assustadores índices de analfabetismo funcional mesmo dos nossos estudantes com nível superior, ou das políticas do Governo Federal de reduzir as taxas de reprovação escolar dos níveis básicos através da simples aprovação indiscriminada de todos os alunos, entre outros exemplos) de que existe algo de muito errado com o sistema educacional brasileiro reveste-se de cores muito vivas para que se possa simplesmente ignorá-la. O que talvez não esteja ainda muito claro para todos é que estes frutos podres que o Brasil vem amargamente colhendo nos últimos anos são decorrência direta de uma concepção pedagógica deturpada e assustadoramente deficiente que, não obstante, tem sido alegre e hegemonicamente adotada por nossos educadores nas últimas décadas.

O artigo desta quinta-feira do Carlos Ramalhete fala sobre o nosso Patrono da Educação, Paulo Freire, de quem ser conterrâneo não me causa orgulho. As contundentes e verdadeiras palavras do articulista da Gazeta do Povo merecem ser lidas e meditadas: para que nós comecemos ao menos a reconhecer os erros passados, a fim de iniciarmos com eficácia o seu (lento e necessário) processo de correção.

Só o que fez este triste patrono foi descobrir que o aluno é um público cativo para a doutrinação marxista. A educação deixa de ser uma abertura para o mundo, uma chance de tomar posse de nossa herança cultural, e passa a ser apenas a isca com a qual se há de fisgar mais um inocente útil para destruir a herança que não conhece.

As matérias pedagógicas da licenciatura resumem-se hoje à repetição incessante, em palavras levemente diferentes, das mesmas inanidades iconoclastas. Os cursos da área de Humanas, com raras exceções, são mais do mesmo, sem outra preocupação que não acusar aquilo que não se dá ao aluno a chance de conhecer. O que seria direito dele receber como herança.

Os comentários sobre este assunto, como de costume, podem ser enviados à Gazeta do Povo. E, ainda, sob uma ótica mais especificamente católica, vale ler o sempre oportuno Dom Estêvão falando sobre o método Paulo Freire de alfabetização, de quem destaco:

Não há dúvida de que todo mestre há de ser aberto à aprendizagem de novas e novas verdades, como também à reformulação de seus conceitos; o progresso no saber é-lhe muitas vezes ocasionado pelo convívio com os próprios alunos.

Isto, porém, não quer dizer que o professor se deva julgar tão educando quanto o próprio discípulo.  Um tal esvaziamento do conceito de mestre vem a ser nocivo aos alunos, pois estes precisam de sentir firmeza e segurança no seu orientador.  A profissão da verdade deve ser efetuada com desassombro e sem subterfúgio, mas também com humildade.  Pelo fato de ter descoberto a verdade sobre tal ou tal assunto, o mestre é devedor em relação aos seus alunos, e deve pagar-lhes a dívida, comunicando e demonstrando a verdade; proponha os pontos certos e indubitáveis como certos, e os pontos ainda discutíveis como discutíveis.  Esta oferta da verdade, longe de ser desrespeito ao próximo, é precioso serviço prestado ao mesmo.

Por isto também não se pode aceitar a frase: “Ninguém educa ninguém” (Pedagogia do Oprimido, p. 79).  Na verdade, os homens são dependentes uns dos outros para eduzir (educere > educar) as virtualidades latentes no seu íntimo.  Em geral, são os pais, no lar, e os mestres, na escola, que educam os mais jovens; afirmar isto não significa “estar a serviço de algum sistema político opressor”.  O desempenho da autoridade não é algo de vergonhoso que se deva banir, mas, ao contrário, é um serviço que não se pode extinguir e que faz eco às palavras de Cristo: “O Filho do Homem veio não para ser servido, mas para servir” (Mc 10,45).

A semeadura já dura décadas, a colheita já foi realizada por diversas vezes, e a péssima qualidade destas safras já se nos revela mais do que evidente. O Brasil merece mais que isso. Já passou da hora de lançarmos fora estas sementes de joio e passarmos a investir em uma educação verdadeiramente de qualidade: uma educação que possa promover um desenvolvimento integral e (este sim!) verdadeiramente libertador do ser humano, ao invés de transformá-lo em marionete de um processo revolucionário cuja existência ele não é sequer capaz de perceber.